Simplesmente Lasciva

By ChelsiaFaria

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Scarlett Rose é titulada como " Lasciva" em todos os lugares em que vai. Principalmente na universidade onde... More

Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 49
Capítulo 50
Capítulo 51
Capítulo 52
Capítulo 53
Capítulo 54
Capítulo 55
Capítulo 56
Capítulo 57
Capítulo 58
Capítulo 59
Capítulo 60
Capítulo 61
Capítulo 62
Capítulo 63
Capítulo 64
Capítulo 65
Capítulo 66
Capítulo 67
Capítulo 68
Capítulo 69
Capítulo 70
Capítulo 71
Capítulo 72
Capítulo 73
Capítulo 74
capítulo 75
Capítulo 76
Capítulo 77
Capítulo 78
Capítulo 79
Capítulo 80
Capítulo 81

Capítulo 48

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By ChelsiaFaria

Eu gostaria imenso de poder ver a expressão no rosto do Theo. Mas eu estava tão vidrada no meu irmão que eu não via faziam anos, que eu não consegui desviar o olhar.

— Eu não acredito que estou encontrando você logo aqui! - Ele falou oscilando entre me abraçar, se afastar, olhar para o meu rosto, e me abraçar de novo. — Estou tão feliz por ter encontrado você. - Eu podia sentir a voz dele meio embargada, se ele ainda não estava chorando, ele estava quase.

— Scarlett? - O Theo me chamou em algo como um sussurro e eu saí do transe.

— Mmm? - Olhei para ele enquanto o meu irmão se afastava limpando uma lágrima perdida.

— O que está acontecendo? Quem é ele?

— Ele é o...

— Eu sou o Michaelis... Michaelis Rose, irmão dessa bela moça que você está acompanhando, mas pode me tratar por Micah. - Falou sorrindo me interrompendo e agora...agora eu já podia ver a expressão no rosto do Theo, ele estava simplesmente surpreso. — Prazer em conhecer você...? - Ele estendeu a mão em cumprimento e o Theo, meio em choque, estendeu de volta.

— Theo... Theodore Delahaye. - Falou meio hesitante ainda com o choque explícito no olhar.

— Theo...- Terminou rindo e deixando escapar mais uma lágrima, mas eu tinha a máxima certeza que era de felicidade.

— Ei, Micah! - Os moços que estavam andando com ele o chamaram e ele se virou. — A gente está voltando para perto do palco, daqui a pouco o cantor vai se apresentar, você não vem?

Ele negou com a cabeça voltando o seu olhar ao meu e apertou as nossas mãos, entrelaçando os nossos dedos.

— Eu acabo de encontrar a minha irmã que eu procurei feito um desesperado durante seis anos, não existe absolutamente mais nada que pode mudar a minha noite para melhor. - Ele riu e se virou para eles. — Não se preocupem, podem ir, quando eu terminar aqui vou para casa.

Os amigos dele, se entreolharam em dúvida e simplesmente acenaram andando em direção oposta, mas antes de realmente partirem, sorriram para mim.

— É um grande prazer conhecer você finalmente Scarlett, a gente ouviu um monte de coisas maravilhosas a seu respeito. - Falaram e finalmente partiram.

O meu irmão, se virou para mim mais uma vez, sorrindo amplamente, e me abraçou.

Dez minutos depois a gente sentou em um dos estabelecimentos perto da praia, mas longe do festival por conta do barulho. A mesa era de três, o Theo estava sentado no lado esquerdo e o Micah de frente a mim. O Micah estava comendo alguma coisa que ele pediu quando a gente chegou, teve a educação de perguntar se nós também queríamos alguma coisa e seria por sua conta. Abanando a cabeça eu neguei e o Theo não fez diferente. Ele comia com uma expressão meio infantil, mas com um sorriso amplo e muito genuíno no rosto, ele simplesmente se negou a soltar a minha mão, estava a apertando por cima da mesa, mesmo ele tendo dificuldade em comer com uma só mão ele não aceitou largar e o Theo, estava só olhando.

— Irmã? Você está silenciosa desde que me viu, tem certeza que está bem?

Eu ainda não conseguia acreditar que ele estava bem aí, na minha frente.

— Me corrija se eu estiver errado...- ele se virou para o Theo. — Mas a irmã Scar não é assim silenciosa, pois não?

Pelo canto do olho, vi o Theo negar com a cabeça.

— Ah, então ela só precisa de tempo. - Falou voltando a prestar a atenção a comida e voltando a passar pela dificuldade de comer com uma só mão.

Eu sabia, que eu precisaria falar em algum momento, não podia ficar calada para sempre, e era mais do que claro que o Theo estava precisando de uma boa explicação, afinal, eu nem cheguei a ter a tal conversa importante com ele, então, conseguia entender o quão confuso ele devia estar.

Tentei me sentar corretamente e sem querer movi o meu braço que estava por cima da mesa, e no mesmo instante o Micah simplesmente entrelaçou ainda mais os nossos dedos e olhou para mim com um ar sério e uma sobrancelha erguida. Eu sorri ao ver aquilo. Ele estava achando que eu ia fugir e estava simplesmente agindo feito um irmão protetor, embora, eu fosse a mais velha.

Ele tinha realmente crescido, não parecia o Micah de quatorze anos, indefeso, ingénuo, e chorão de sempre, ele já era de facto um homem, não só pelo porte físico. Afinal ele era da mesma altura que o Theo, estava tão ou mais moreno que eu, o cabelo estava muitíssimo diferente, usava roupas simplesmente, uma calça jeans preta, uma camiseta branca nude e uma jaqueta preta, tinha também um corte na sobrancelha, sem dizer, que tinha ficado ainda mais bonito. Eu sempre tive orgulho daquele menino chorão, não era porque alguns anos tinham se passado que eu tinha mudado de opinião.

— Você não vai me soltar nem para eu ir no banheiro? - Falei e a expressão séria sumiu do rosto dele, e ele apoiou o outro braço na mesa e colocou o peso da sua cabeça sobre ele.

— Eu...senti saudades da sua voz...sabe. - Eu sorri para ele.

— Sim, e eu da sua..., mas você precisa me soltar.

— Não, eu não vou soltar.

— Vai sim.

— Não vou não.

— Michaelis...

— Scarlett...

— A gente já não está na adolescência, não começa com uma birra agora. - Falei começando com a impaciência.

— Não me interessa, eu não vou soltar você.

— Ca-ra-lho...- Falei entrecortada mente e ele colocou a língua para fora fazendo o Theo que até então estava muito sério rir. — Não ri que ele fica com ilusão. - Falei para o Theo e o Micah simplesmente revirou os olhos.

— Promete que não vai fugir? - Voltou a tomar um ar sério

— Porque eu fugiria de você? - Ele desviou o olhar do meu por um momento e vi um pouco de tristeza.

— Já aconteceu uma vez, pode muito bem acontecer de novo.

— Você sabe que eu não fugi. - Suspirei. — Eu não era bem-vinda naquela casa.

— Mas aquilo ia ser resolvido, era só uma questão de tempo, e a gente está falando de família, eles vão ent...

— Não é verdade...- O interrompi. — Não com eles, e você sabe... - Ele mordeu o lábio inferior de nervoso e suspirou derrotado.

Eu levantei e sem soltar a mão dele saí do meu lugar passando pelo espaço vazio e me sentei do lado dele.

— Que tal a gente deixar de falar sobre coisas que não fazem bem a nós os dois e aproveitamos o tempo que temos juntos? - Perguntei tentando levantar o astral dele. — Afinal, seis anos, não são seis dias, não é? Ellys.

Ele me abraçou mais uma vez e foi mais apertado dessa vez.

— Claro irmã, e acredite, mesmo que tentar, dessa vez você não escapa de mim.

Nós literalmente terminamos a nossa noite lá. Eu fui obrigada a voltar mais cedo para casa, ou melhor, nós.

Lá naquele estabelecimento ficámos até às nove da noite, eles trabalhavam em regime de vinte e quatro horas, então não foi um problema. Insisti ao Theo que ele não precisava ficar lá comigo e com o meu irmão, mas parecia que todas pessoas que lidavam comigo tinham que ser teimosas, porque ele se recusou a partir, uma pequena briga entre mim e ele começou e o Micah estava só rindo feito um bobo

Quando finalmente cansamos de ficar lá, ou melhor sentimos que já era hora de partir, novamente, o Micah se recusava a me soltar.

— Eu preciso voltar para casa, e você também.

— Ficou louca se acha que eu vou soltar você irmã. - Ele falou firme.

— Eu prometi a você que não vou fugir, e expliquei que estou passando férias aqui, não vou embora até o mês terminar Micah. - Ele deu de ombros.

— Não me interessa. - Eu olhei para ele com olhos semicerrados, ele realmente não tinha mudado em nada, estava com vinte anos, mas não deixava de ser aquele pirralho teimoso de sempre. — Eu não estou soltando a sua mão por nada.

— Se não soltar a bem, eu faço você soltar a mal. - Ameacei.

— Pode vir. - Ele se colocou em posição de atacante. — Eu não estava mesmo vendo quanto tempo eu teria que esperar para mostrar a você o resultado dos meus treinos, bem como dar o troco por tudo. - Eu olhei para ele em choque e o Theo riu.

— E se, ao invés de vocês começarem uma briga desnecessária...- o Theo começou tentando apaziguar. — Você não mostra a ele aonde a gente está ficando? - Perguntou e eu vi um brilho infantil no rosto do Micah. — Pelo menos assim ele pode ir lá em casa sempre que quiser.

Vi o Micah direcionar o seu olhar ao Theo e olhar para ele com uma certa curiosidade, mas ele não perguntou nada, se limitou a olhar para mim com um sorriso amplo.

— Tudo bem, vem comigo. - Ele saltitou um pouco e a gente andou em direção ao carro. — Você não está andando de carro?

— Não, deixei em casa, eu vim no carro dos meus amigos. - Falou quando a gente alcançou o carro e entramos.

Apenas quarenta trinta minutos depois a gente já estava lá.

Ele, finalmente soltou a minha mão e olhou a casa mais de perto.

— Oh, essa é a casa do amigo do pai, que curioso. - Falou. — Não me lembro de ele ter filhos, como vocês ficaram aqui?

— O sobrinho dele, é amigo do meu primo, é uma viagem de amigos, ele disponibilizou a casa para nós.

— Ah. - Acenou em compreensão.

Então isso justificava o facto de o Ayal ter dito que já ouviu o meu nome em algum lugar, era da boca do tio dele, que provavelmente ficou sabendo pela minha família, visto que eram amigos.

— Bom, você já conhece a casa, a gente está aqui até o mês terminar, pode vir sempre que quiser. - Ele sorriu.

— Tudo, vou acreditar que você não vai fugir. - Ele andou até mim e me abraçou. — Eu vou para casa e deixar vocês descansaram, tudo bem irmã. - Eu o abracei de volta, quando nos afastamos, deixou um beijo terno na minha bochecha esquerda e olhou para o Theo com um ar sério. — Se ela fugir, é você quem eu vou caçar. - Falou ameaçador, fiquei até surpresa, ele mudou de sorridente e terno para frio e aterrorizante.

O Theo só levantou as mãos em rendição.

— Não se preocupe, eu mesmo não a deixo sair daqui sem a gente voltar a se encontrar. - Falou com um sorriso no olhar, eu sabia que ele estava com muitas dúvidas, mas entendia perfeitamente o Micah, se eu estivesse na situação dele, também entenderia.

— Então...- O Micah voltou a sorridente e terno. — Descanse ok, eu vou para casa também. - Ele finalmente me soltou e andou em sentido oposto ao da casa, eu e o Theo nos despedimos dele, antes de ele fazer a curva e nós o perdermos do nosso campo de visão, ele já estava a uma certa distância de nós, mas usou esse exato momento para gritar.

— Você ficou muito mais linda irmã, tenho a certeza que tem arrebatado muitos corações, como o desse seu amigo aí! - Ele gritou. — Não vai ser confusa como antes e tome uma atitude.

— Michaelis! - Gritei de volta e ele simplesmente correu e nós o perdemos de vista.

Quando me virei para o Theo, ele estava rindo de mim.

— Me desculpe por ele. - Falei.

— Ele só está preocupado.

— Mas não devia, eu sou a mais velha. - Falei e vi uma certeza confusão no rosto do Theo. — Já é um bocadinho tarde, mas será que eu posso ter uma conversa com você?

Ele no mesmo instante, se apercebeu de que tipo conversa eu estava falando.

— Aqui? - Eu sorri, colocando as minhas mãos nos bolsos do meu casaco e tirei as chaves.

— Eu ainda tenho as chaves da outra casa do tio do Ayal. - Ele não pareceu nem um pouco surpreso, só cruzou os braços e ergueu uma sobrancelha. — Eu sei, eu me esqueci de entregar, coloquei ela no bolso que era para dar hoje, mas também me esqueci, eu vou entregar quando e gente voltar. - Ele ainda olhava para mim com a sobrancelha erguida e continuava estático. — Também não é como se estivéssemos invadindo ou assim. - Falei puxando-o pelo braço e andando em direção ao carro.

No caminho, eu estava um pouco silenciosa, não sabia de verdade o que dizer.

— A sua família vive aqui. - Falou por fim, e eu sabia, que aquilo não era uma pergunta.

— Sim. - Respondi mesmo assim.

— E você tem um problema com eles. - Voltou a afirmar.

— Eles têm um problema comigo. - Corrigi.

— Era por isso que você estava hesitante quando eu falei que a viagem seria para essa cidade, bem como nunca se mostra interessada quando o assunto é explorar.

— É um assunto meio...- Hesitei.

Pelo canto do olho vi ele olhando para mim, quando viu que eu não ia continuar, virou o olhar.

— Não se sinta obrigada a me dizer, não quero deixar você desconfortável.

— Não posso estar constantemente fugindo desse assunto sabe. - Falei sorrindo, e não era mentira. — É o mínimo que eu posso fazer. Você me deixou conhecer o seu mundo feito paraíso com canta facilidade, que não vejo o porquê não posso deixar você conhecer o meu inferno também.

Ele olhou para mim em dúvida e eu...só continuei sorrindo.

Sentados um de frente ao outro em um silêncio meio que confortável para mim, ele só me olhava na expectativa, não parecia estar nem um pouco impaciente ou ansioso. Ele estava deixando as coisas acontecerem no seu devido tempo, estava deixando eu me sentir confortável para falar, e eu estava apreciando demasiado aquele grande gesto.

— Oi. - Falei.

— Oi. - Ele sorriu para mim.

Não sabia se era pelo silêncio daquela casa, afinal, só estávamos os dois lá, e também era de noite, quase madrugada na verdade, em comparação a vez passada, eu tinha deixado a lâmpada acesa. Mas o rosto dele parecia bem relaxado, não esboçava nenhum tipo de inquietação. Nós saímos do festival sem avisar os outros, mas se todos estavam supondo que eu e o Theo estávamos tendo alguma coisa como a Ava mencionou, então era possível sim que eles não fossem se preocupar.

Fechei os meus olhos por um breve momento e inspirei forte, estava tão acostumada a guardar as coisas para mim mesma que a ideia de falar sobre aquilo com alguém parecia aterradora demais. Suspirando e voltando a abrir os olhos, comecei.

— Não sei se você se lembra, mas eu, uma vez comentei com você que eu tenho uma família.

Ele aquiesceu.

— Uma mãe, um pai e três irmãos, um deles que você conheceu hoje. O Michaelis. Eu sou a algo como uma irmã do meio, antes de mim vêm os outros dois, e pôr o fim o Micah que é o caçula. - Hesitei um pouco. — Os intervalos de idade variam, o meu irmão mais velho tem vinte e oito anos, o a seguir dele vem vinte e seis, eu, você sabe, vinte três e o Micah, vinte.

Ele continuava silêncio, só ouvindo tudo atentamente.

— Tenho a certeza que prestou atenção na maneira como o Micah agia, ele se recusava a me soltar e afirmava que eu ia fugir...- Hesitei mais uma vez. — De novo.

Eu desviar o meu olhar do dele por um momento.

— Você simplesmente presenciou uma cena que devia ter ficado no passado, mas aparentemente, o Micah não esquece com facilidade.

— Talvez você também não. - Ele falou pela primeira vez e eu dei um sorriso de canto.

— Lembra que eu disse, que a minha família tem um problema comigo? - Ele aquiesceu. — Bom, exatamente isso, quando o Micah falou deu a entender provavelmente que eu fugi de casa.

— Na verdade, não cogitei tirar conclusões precipitadas, simplesmente não pensei sobre.

Sorri novamente de canto pela amabilidade dele.

— Eu não fugi. - Falei alguns segundos depois. — Eu fui expulsa. - Falei e eu não conseguia ler a expressão no rosto dele, estava neutro demais. — Há seis anos atrás.

Eu recostei na cadeira e suspirei.

— É mais complexo do que eu realmente possa conseguir explicar para você.

— Tente. - Falou sério e paciente.

— Eu sou a única filha dos meus pais, e o meu pai é um homem meio importante, não diria que ele é famosinho, mas tem realmente coisas ínfimas que ele pode chamar de suas, sempre trabalhou bastante para que ninguém dissesse que tudo que ele alcançou foi por causa da sorte, ou mesmo se alguém questionasse o seu sucesso, ele não se importaria em demasia. Mas é o contrário para o lado da minha mãe, tudo que ela realmente faz é gastar o dinheiro do meu pai. Nunca realmente deu muita importância aos filhos, e quando dá ela é bem sufocante, os meus irmãos, tirando eu e o Micah, o dois herdaram comportamentos irritantes dos nossos pais.

O Theo só ouvia atentamente.

— Isso foi só para situar você. O caso na realidade é, a minha família esperava demasiado de mim, tinham uma imagem nas suas cabeças que simplesmente não iam de acordo ao que eu realmente sou. Era sempre. " Scarlett faça isso" " Scarlett faça aquilo" " Você precisa estudar e ter boas notas" " Você precisa aprender etiqueta para que o seu futuro marido não tenha do que reclamar" " Seja sempre a melhor" " Aprenda autodefesa, você é a nossa rosa escarlate, que na verdade é o meu nome, Scarlett Rose.

Suspirei mais uma vez.

— Eles tinham uma ideia bem superficial sobre mim, tinham até o meu futuro todo arquitetado, eu ficaria com um cara qualquer da conveniência deles e continuaria sendo a mulher perfeita, só que eles realmente não sabiam que estava bem pouco me lixando para as esperanças que eles colocavam em mim. - Mordi o meu lábio inferior por um momento e depois o soltei. — Os meus dois irmãos não eram diferentes, mas além de espereram aquelas merdas de mim, também me faziam lembrar com frequência que eu não era perfeita, bem como o meu pai na verdade, o pedestal em que ele me colocava era só para sustentar o sucesso dele, mas na verdade ele não tinha fé em mim, tudo que os meus irmãos faziam era me colocar para baixo sempre que tivessem oportunidade, porque querendo ou não, eu estava correspondendo às expectativas, era sempre a melhor aluna, tirava as boas notas, muito elogiada, meio que ofuscava o resto da família, posso até dizer que algo como um ódio desnecessário crescia nos corações deles.

Eu ri

— Lembro até que na época em que eu terminei as aulas de autodefesa tive que passar um tempão na casa dos meus avos, porque simplesmente perdi a paciência quando o meu irmão mais velho tentou me jogar na cara que em algum momento eu ia decepcionar todo mundo, algo como, a minha máscara ia cair sabe?

Ele não esboçou emoção alguma.

— Embora eu fosse realmente boa a fingir, não podia negar que aquilo me afetava, estavam comigo e ao mesmo tempo contra mim, eles eram a minha família e me diziam aquelas merdas na maior frieza não tinha como aquelas coisas não me abalarem, eu era a porra de uma criança.

Ele colocou a mão por cima de mesa e entrelaçou os seus dedos nos meus, me dando um certo conforto.

A cada dia naquela casa, aquilo parecia um inferno, principalmente quando eu comecei a mandar para casa do caralho, as críticas só aumentavam, as reclamações, eu simplesmente me afastei de toda a minha família, eu só entendia com o Micah, ele pelo contrário me via sempre como um exemplo, eu era algo como a melhor amiga dele, ele era uma criança, também não compreendia quase nada a sua volta, então eu precisava fingir mais, para não deixar ele triste.

Não sabia o porquê, mas a minha voz estava tentando começar a oscilar.

Quando a minha puberdade chegou, a minha mãe foi simplesmente inútil, literalmente aprendi tudo que precisava pela internet. Depois da minha primeira menstruação, a mulher passa pela fase da ovulação, e nessa fase ela fica com um certo desejo sexual a mais sabe, ainda na internet, foi aonde eu também comecei com os meus comportamentos lascivos e eróticos. Mas sendo que eu era muito controlada e a filha de ouro de um cara importante, tinha sempre as minhas necessidades reprimidas.

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