Everything is changed!

By donnarobertaspecter

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《 Pós 3x6》 Tudo mudou! Tudo mudou depois daquela noite em que Harvey Specter se demitiu da promotoria e foi a... More

Capítulo 1 - Reações Inesperadas!
Capítulo 2 - Ouvindo o coração.
Capítulo 3 - Deixa eu cuidar de você?
Capítulo 4 - A perda.
Capítulo 5 - A proposta.
Capítulo 6 - A resposta.
Capítulo 7 - Mudaram as estações.
Capítulo 8 - O que esperar quando se está esperando.
Capítulo 9 - Faço tudo por você.
Capítulo 10 - Scottie, não faça isso!
Capítulo 11 - Harvey, a minha bolsa estourou.
Capítulo 12 - Bem vinda, Harriet.
Capítulo 13 - Os primeiros dias de Harriet
Capítulo 14 - Juntos? Sim! Casados? Ainda não!
Capítulo 15 - Eu estou deixando você livre, Harvey.
Capítulo 16 - Não se atreva a tocar nela!
Capítulo 17 - "Donna"
Capítulo 18 - O fim do começo.
Capítulo 19 - 6 anos depois.
Capítulo 20 - Um bom gancho de direita.
Capítulo 21 - A febre.
Capítulo 22 - Entre o céu e o inferno.
Capítulo 23 - Vida e Morte.
Capítulo 24 - Casados com o coração.
Capítulo 25 - Harvey&Harriet
Capítulo 26 - Você sempre foi a minha bússola.
Capítulo 27 - Uma vida pela outra?
Capítulo 28 - Um Adeus.
Capítulo 29 - Vida nova, novas vidas.
Capítulo 30 - Uma coisa chamada confiança.
Capítulo 31 - Retornos difíceis.
Capítulo 32 - O tempo voa.
Capítulo 33 - O começo do fim.
Capítulo 34 - 03 anos depois.
Capítulo 35 - Descobertas.
Capítulo 36 - Um amor que cura.
Capítulo 37 - Verdades difíceis.
Capítulo 38 - Louise.
Capítulo 39 - Boston.
Capítulo 40 - Toques.
Capítulo 41 - O medo.
Capítulo 42 - Miami, baby!
Capítulo 43 - Miami, baby parte 2
Capítulo 44 - "Eu também!"
Capítulo 45 - Harriet.
Capítulo 46 - A chavinha.
Capítulo 47 - Nem tudo que parece é.
Capítulo 48 - Direito, Harvard e férias de verão.
Capítulo 49 - Disney e afins.
Capítulo 50 - Me ama como?
Capítulo 51 - O campeonato, parte 1.
Capítulo 53 - O plano de Lily
Capítulo 54 - Uma história de Natal
Capítulo 55 - (re)Conexões.
Capítulo 56 - A festa de aniversário.
Capítulo 57 - "Harvey"
Capítulo 58 - Altos e baixos.
Capítulo 59 - Algumas coisas saíram do controle.
Capítulo 60 - A outra vez.
Capítulo 61- Louise, a "Donna" da razão.
Capítulo 62 - O baile de Formatura
Capítulo 63 - O fim de um ciclo.
Capítulo 64 - (re)Encontros
Capítulo 65 - Paulsen-Specter.
Capítulo 66 - Vívida realidade.
Capítulo 67 - Harriet Lily ou Louise Roberta?
Capítulo 68 - Salvadora.
Capítulo 69 - Há 18 anos.....

Capítulo 52 - O campeonato, parte 2.

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By donnarobertaspecter

♡ nota da autora: Hoje faz 1 ano de Everything is changed, e eu gostaria de agradecer a todos que continuam lendo a fic, aos que ficaram no meio do caminho e aos que ainda vão ler. Obrigada por serem parte dessa jornada! Feliz 1 ano de fic leitores! ♡

《        》

-Harvey! - Donna sussurrava entre o beijo.

Eles estavam no corredor da varanda do anexo onde estavam hospedados, Louise estava no banho, e os pais aproveitaram para ter um tempo a sós. Harvey dava leves beijinhos no pescoço de Donna que ria com o toque e beijava o ombro dele sentindo o cheiro de almíscar que ele exalava. Voltaram a se beijar mais uma vez, a mão de Harvey segurava firme a nuca de Donna que foi cessando o beijo com selinhos, em seguida o abraçou, pôs sua cabeça no ombro dele, e, quando abriu os olhos, Harriet estava em pé no corredor com os olhos arregalados, a adolescente pegara os pais no flagra.

-Harriet - Donna a chamou, Harvey imediatamente virou o pescoço para ver a filha.

-Droga - ele resmungou.

Harriet soltou a raquete no chão e saiu correndo em direção a quadra.

-Harriet- a mãe a chamou novamente e ia correr atrás dela mas Harvey a puxou pela mão.

-Donna….não vai adiantar você ir atrás dela- Harvey falou abraçando a ruiva - Agora é esperar.

-Esperar, Harvey? - Donna soou desesperada- O que eu mais temia aconteceu...e ela está no meio de uma  competição.

-Eu sei meu amor…..vamos ter que conversar com ela, mas se bem conheço nossa filha, ela precisa de espaço para digerir o que viu, e sei que parte dela está feliz por nós - Harvey afagou a bochecha de Donna e deu-lhe um beijinho - Eu vou dar o tempo dela e depois vou atrás, você fica com a ruivinha.

-Harvey… cuidado com o que você vai dizer a ela - Donna pediu e ele beijou a ponta do nariz da ruiva.

Harriet correu até seus pulmões pedirem um tempo, ela parou no meio do hotel, apoiou as mãos no joelho e recuperou o fôlego, só então percebeu que estava chorando; caminhou um pouco e sentou num banco, sentia um misto de emoções mas a principal delas era a traição, ela havia conversado tanto com ambos os pais, pedido para eles conversarem entre si e com ela, Donna tinha dito semanas atrás que ela seria a primeira a saber, Harvey prometeu que lhe contaria tudo. "Mentiram para mim" ela sussurrou sozinha, ficou pensando se havia muito tempo que os pais estavam juntos, como aconteceu, onde aconteceu; ela estava feliz por eles mas muito magoada, "eles não tinham o direito de mentir para mim", Harriet falou entre os soluços. A adolescente pôs a mão no bolso, estava sem celular mas com o cartão do hotel, enxugou as lágrimas e foi para um dos restaurantes, pediu uma água e ficou sentada sozinha, repassando os últimos meses tentando encontrar respostas, lembrou de Donna na casa de Harvey com "cólicas", depois o dia em que a mãe estava na porta de casa falando com alguém e rindo, por último, a sexta antes da viagem em que Harvey dormiu no quarto com a mãe, foi calculando, tentando se lembrar de algo mais mas não conseguia.

-A senhorita está bem? Precisa de algo? - um garçom simpático perguntou a Harriet.

-Não, muito obrigada, eu estou bem! - Harriet deu um sorriso tímido.

Ela não conseguia parar de chorar, tinha muitas perguntas, muitos questionamentos e muitas coisas para falar com os pais, mas estava no meio do campeonato que se preparou o ano inteiro, precisava focar nele, "que egoístas" Harriet sussurrou para si, "deixaram tudo isso explodir no meu campeonato"; a adolescente pôs as duas mãos na cabeça.
Harvey saiu com a raquete na mão a procura de Harriet, foi a quadra mas tinha gente demais lá, avistou Maria, perguntou se ela tinha visto Harriet há alguns minutos e ela disse que não, Harvey lhe entregou a raquete da adolescente em caso de ela aparecer por lá, já que em alguns minutos teria um jogo. Caminhou pelo hotel, pela área da piscina, parque de brinquedos e até pelas lojas, mas não viu Harriet, começou a se preocupar.

-Donna - Harvey chamou a ruiva, ele voltara ao anexo depois de não ver Harriet em canto algum do hotel.

-Você a viu? - a mãe perguntou baixinho, Louise estava trocando de roupa.

-Não- ele coçou a cabeça- Ela tem jogo, deve estar no vestiário se preparando, vamos para quadra, ela vai aparecer por lá.

-Harvey - a voz de Donna era de choro- Eu tô angustiada - ela confessou e ele a abraçou forte.

-Eu também, mas agora….. a gente tem que permanecer imparcial, tem a ruivinha!

-Eu sei - a mãe suspirou.

-Eu já estou pronta! - Louise aparecia vestida com uma camisa escrito "irmã de Harriet Specter" que ela mesma pintou.

-Vamos, o jogo da sua irmã começa em 20 minutos - Harvey falou.

Harriet ainda estava no restaurante, olhou para o relógio e teve que sair quase correndo, ela tinha um jogo em 10 minutos. Foi para o vestiário abarrotado de competidoras, abriu o armário onde estava sua bolsa e foi se trocar o mais depressa que conseguia.

-"Competidora, Harriet Specter compareça a quadra" - o locutor chamou Harriet nominalmente.

-Droga! - a adolescente resmungou enquanto terminava de calçar o tênis.

-" Competidora, Harriet Specter, você tem 5 minutos para aparecer em quadra ou terá perdido o jogo por W.O" - mais uma vez o locutor falou.

Donna olhou para Harvey, eles já estavam na arquibancada VIP, da quadra Maria acenava para Harvey perguntando da adolescente, ele balançou a cabeça para dizer que não sabia.

-Por que minha irmã não aparece? - Louise perguntou.

-Deve estar no banheiro - Harvey falou para filha sentada entre ele e Donna.

-Hum - Louise não se deu por satisfeita.

Harriet apareceu correndo, todos a aplaudiram quando ela se apresentou, pegou a raquete com Maria que lhe recriminou com o olhar, a adolescente baixou a cabeça e foi falar com a outra competidora para dar inicio a partida; Harvey e Donna suspiraram aliviados na arquibancada.

-Ela está com a cara inchada - Donna sussurrou para Harvey.

-Percebi!

A partida começou, era notável que Harriet estava desconcentrada, estava errando os saques e os ataques, perdendo o primeiro set por muito; no intervalo dos sets, sentou de costas para a arquibancada enquanto bebia um pouco de água.

-Harriet é o seguinte- Coach Maria falou sério- Eu te conheço desde que você tinha 5 anos e mal segurava a raquete, sei quando algo pessoal está te afetando - Harriet olhava para ela sem piscar - Mas agora, você além de não ser mais criança, está no meio de uma competição nacional, você é uma das favoritas….seja la qual for o problema aí no seu coração, você precisa mais do que nunca jogar com a razão! Você é uma estrela, não deixe seu brilho se apagar por nada nem por ninguém. 

-Sim, Coach! - foi tudo que Harriet conseguiu responder - Desculpa, eu vou focar! - ela se levantou, esticou-se toda e foi para seu lado da quadra.

Harriet fechou os olhos e respirou fundo antes do árbitro dar início a partida, limpou a mente, focando só e somente só no jogo. Ela começou sacando, e acertou em cheio. 
Na arquibancada, os pais estavam nervosos com medo de terem prejudicado o desempenho da filha mais velha no campeonato, Donna passava o polegar no indicador freneticamente, Harvey a observava de canto de olho e se lembrou do dia que ela lhe contou que estava grávida, quando estavam aguardando a primeira consulta e Donna passava o polegar sobre o indicador da mesma forma, sem perceber ele deu uma risadinha.

-A minha irmã não está bem - Louise disse aos pais - O que será que aconteceu?

-Não deve ser nada, Ise…..não se preocupe - Donna acalmou a criança passando o indicador na bochecha dela.

A partida terminou com Harriet vencendo depois de virar o jogo, ela comemorou e não olhou para a arquibancada, agradeceu o sermão de sua treinadora e a abraçou antes de ir para o vestiário.

-Eti??? Eti? - Louise procurava pela irmã no vestiário.

-Estou aqui, Ise - a adolescente falou colocando um pé para fora do box - Eu vou tomar um banho tá bem?

-Tá…..você não tá legal, Harriet - a criança falou sentando no banquinho do local; Harriet chorava debaixo do chuveiro, deixou a água se confundir com as lágrimas e respirou fundo antes de responder a irmã.

-Só estou cansada, bonequinha - acordei cedo hoje - Harriet mentiu.

-O papaizinho está te esperando lá fora com mamãezinha- a criança comentou - Vamos jantar no restaurante.

-Eu não tô com fome - Harriet saiu do box e se enxugava com a toalha - Você vai ficar chateada com a Eti se eu não for? Quero dormir cedo! 

-Eti….queria um tempo com você também- Louise choramingou.

-Tudo bem, eu vou! - a adolescente cedeu e respirou fundo.

Harriet se vestiu, organizou suas coisas e trancou novamente o armário, guardou o celular no bolso e saiu do vestiário de mãos dadas com a irmã.

-Vamos jantar no restaurante! - Harvey falou quando as filhas apareceram, Harriet balançou a cabeça mas não olhou nem pro pai nem para mãe; Donna trocou olhares com Harvey.

No restaurante, Louise sentou ao lado da irmã e as duas mexiam no celular de Harriet, o jantar foi estranhamente silencioso, a criança começou a notar o comportamento frio da adolescente com os pais, esperou chegarem no quarto delas do anexo para falar com a irmã.

-Desembucha, Harriet! - Louise sentou de frente para irmã na cama.

-O que?

-Você não está falando com a Donna e Harvey….o que aconteceu? 

-Nada, Ise….é coisa minha - a adolescente respondeu.

-Harriet…..tem 8 anos quase 9 que não existe mais essa de "coisa minha"....a coisa é nossa e eu quero que você fale para mim.

-Harriet, quero conversar com você- Harvey falou sério da porta.

-Mas eu já tá falando com ela - Louise choramingou.

-Ise, depois você conversa com a sua irmã, vem com a mamãe ver filme - Donna saiu puxando a criança pela mão; Louise olhava para a irmã tentando entender tudo.

Harvey sentou na cama de Louise e respirou fundo, Harriet não olhava para ele, ela estava muito irritada e magoada tanto que começou a chorar antes de algo ser dito.

-Vocês me prometeram - Harriet falou entre as lágrimas - Que eu saberia, que me contariam tudo, que seriam sinceros comigo.

-Eu sei, serzinho, me desculpe - o tom de voz de Harvey era suave.

-Não me chame de serzinho - a adolescente disse irritada - Você me magoou muito.

-Harriet, filha….eu entendo que você está muito chateada conosco, magoada, e confusa com o que viu…..mas se nós escondemos de você e da sua irmã foi para evitar que vocês sofressem.

-Você sabe o quanto eu torci e fiz de tudo que estava ao meu alcance para vocês ficarem juntos de novo- Harriet olhou para Harvey - E você esconde de mim?! Eu achei que você era meu melhor amigo….

-Eu sou, Harriet!

-Não é…...melhores amigos compartilham tudo.

-Harriet - Harvey suspirou - Nós estamos com medo - ele confessou - por isso não falamos nada, por isso mantivemos em segredo.

-Medo?

-Medo de que acabe de novo…..de que nós tenhamos outra separação….medo que vocês sofram...medo de mexer no que ja está sólido...

-Vocês conversaram? - o tom de Harriet já era menos acusador.

-Não….

-Ah ,então quer dizer que vocês só estão transando por aí? - ela ficou em pé e pôs as duas mãos na cintura.

-Harriet! - Harvey a recriminou - Respeito! Sou seu pai! - ele suspirou - Não é bem assim….é complicado….nós …

-Vocês estão juntos ou não?

-Não sei!

-Vocês são dois egoístas - a adolescente falou com o tom de voz um pouco mais alto - Como eu e Louise ficamos nessa história? ….Vocês achando que são adolescentes vivendo de casinho escondido. Francamente.

-Tudo bem….fale - Harvey permitiu que a adolescente pusesse tudo pra fora.

-Você sabe o tanto que eu sonhei com vocês juntos? - ela chorava ao passo que falava - Eu conversei tanto com a Donna…. Ela me disse que eu seria a primeira a saber!

-Eu sei! - Harvey levantou e abraçou Harriet que retribuiu o abraço chorando no ombro do pai.

-Eu estou me sentindo traída, papai! 

-Desculpe! Eu me sentia péssimo de não falar para você. E me doeu o coração quase estragar seu jogo hoje.

-Eu quero falar com a minha mãe! - Harriet se afastou para olhar para o pai.

-Tá…..vou colocar sua irmã para dormir….. Você me desculpa? 

-Humpf - Harriet suspirou - Acho que sim!

Harvey deixou Harriet um pouco a sós, engoliu o choro e foi chamar Donna; Louise estava cochilando, então foi fácil trocar com Paulsen.

-Harriet - Donna disse ao entrar no quarto.

-Por que você escondeu de mim?

-É complicado, meu amor! Mas...eu não queria que você e sua irmã sofressem….eu não quero, na verdade.

-Você me disse que eu seria a primeira a saber….. eu confiei em você, Donna - Harriet ainda chorava - Eu te conto tudo da minha vida….

-Eu sei… - Donna suspirou- Detesto esconder as coisas de você.

-Então me conta tudo, Por favor! 

-Ok!

Donna sentou na cama de frente para Harriet, e contou como tudo aconteceu na Disney e veio acontecendo até ali.

-Tudo acontecendo debaixo do meu nariz - Harriet disse juntando todas as informações - Mamãe, eu te conheço ha 16 anos, quase 17..e você sempre foi a pessoa que me encorajou em tudo….e sempre a pessoa que me ensinou que com o diálogo as coisas se resolvem …...e você fez tudo o contrário.

-Eu sei Harriet…..

-Você sempre conversou comigo …..e eu cresci conversando tudo com você...eu cresci sabendo que não importasse o tópico, você seria franca comigo….e naquilo que eu mais pedi a você…..

-Garotinha - Donna afagou a bochecha úmida da filha- Eu sei que errei e errei sabendo….mas eu não saberia conviver comigo se eu contasse a vocês e depois fizesse vocês sofrerem novamente…..eu e seu pai não conversamos ainda porque somos dois covardes com medo do que podemos ouvir - a ruiva respirou fundo.

-Eu compreendo…...mas uma hora ou outra só sexo não ia sustentar e vocês iam explodir - Harriet comentou fazendo a mãe piscar duas vezes incrédula da maturidade da filha - Olha..eu vou acobertar vocês… até a gente voltar para Nova Iorque….depois vocês vão ter que conversar, se preciso, marcar terapia com o Dr. Lipschitz.

-E sua irmã? 

-Eu não sei esconder nada da minha bonequinha mas como vou estar competindo eu consigo omitir dela….mas, mamãe por favor… conversem! E não me escondam mais nada.

-Obrigada minha garotinha- Paulsen esticou os braços e Harriet a abraçou; a mãe ficou fazendo carinho no cabelo da filha - Tem mais uma coisinha….….tive que enfrentar sozinha mas..

-O que?  

-Lembra do final de semana do piquenique? - ela perguntou e a adolescente confirmou com a cabeça- Eu fiz um teste de gravidez e deu positivo...foi horrível porque eu sabia que vocês não querem um irmão e eu me senti péssima achando que tinha estragado o que nós temos, eu e você e eu e sua irmã. 

-Mas você não tá…..

-Não….foi um falso positivo….com isso eu tive que ser sincera e falar pro seu pai que eu que não quero mais engravidar.

-Ele ficou mal, não é? - Harriet ainda estava abraçada com a mãe e alisava o braço dela.

-Ficou…. Mas eu precisava dizer…. sabe...nós brigamos mas ele entendeu depois e me apoiou.

-Tá vendo, Donna! Vocês brigaram, conversaram e se entenderam…...vai ser assim quando voces resolverem parar de brincar de ser adolescentes - Harriet riu - Eu estou feliz que vocês estão se beijando por ai.

-Eu também estou- a mãe confessou.

-Você é Donna Paulsen…..e Donna Paulsen não tem medo….ou se tem….vai com medo mesmo!

-Eu te amo, Harriet!

-Eu também mamãe! Dorme comigo? Como antigamente?

-Durmo!

Donna deitou de lado confortavelmente na cama abrindo os braços para que Harriet deitasse com a cabeça em seu braço, ficando abaixo de sua axila.

-Eu lembro como se fosse hoje…. o papai me dizendo que dormir no seu sovaquinho era a melhor coisa do mundo -Harriet comentou - Ele não estava errado.

-Você tava com febre porque ele tinha viajado - Donna completou relembrando.

-Ou ja era o câncer falando e ninguem sabia- a adolescente suspirou.

-Ja passou, meu amor! Agora durma… amanhã você tem jogo.

-Boa noite, mamãe.

-Boa noite, garotinha! Desculpa ter escondido de você. 

-Tudo bem  - Harriet bocejou - Eu acho que entendo agora.

Harvey que ficou no quarto com Louise, estava curioso para saber o que Donna e Harriet conversaram, notou que elas estavam demorando demais nessa conversa e sem acordar Louise foi ao quarto, Donna dormia com Harriet na cama dela, ele ficou olhando as duas por um tempo.

A filha não parecia nada com a mãe fisicamente, mas de personalidade era integralmente Paulsen e ele adorava esse fato, desligou a luz do quarto deixando só os abajures ligados e voltou a deitar com a filha mais nova que em compensação era fisicamente uma pequena cópia de Donna mas tinha herdado todo seu gênio Specter; Harvey se aconchegou em Louise e dormiu também, as coisas estavam começando a serem colocadas em seus lugares, pensou ele.

No dia seguinte, Harriet tinha um jogo importante, tudo ou nada, ela estava bem classificada, e apesar de estar ansiosa, estava tranquila; Donna tinha levantado antes dela e ido para o quarto onde Harvey e Louise dormiam, acordou ele para, juntos, ficarem um pouco com a primogênita antes de terem que sair para treinar.

-Bom dia, garotinha - Donna disse quando Harriet apareceu na cozinha.

-Bom dia, mamãe! - ela abraçou Donna.
-E eu? - Harvey fez beicinho.

-Bom dia, papai - a adolescente riu e o abraçou também - Cadê a bonequinha?

-Ainda tá dormindo, preparei logo um leite quente e vou levar para ela….. - a mãe explicou.

-Eti? - Louise já procurava a irmã, ainda estava tentando acordar, vinha bocejando do quarto.

-Oi, Ise - a irmã respondeu; Louise subiu em suas pernas, sentando com ela.

-Quero saber porque você estava chateada com a mamãe e o papai ontem, fala logo.

-Porque eles não querem me dar um tênis e uma raquete novos que pedi - Harriet mentiu; a criança virou o pescoço para olhar pra ela.

-Como é que é? Você tava com raiva por causa disso? - Louise pôs as duas mãos nas têmporas- Harriet, por favor…..você já foi mais madura - a criança falou seria, Harriet, Harvey e Donna tentavam não rir - Juro, garota…. Mamãezinha, onde foi que nós erramos com ela?

-Não sei, Ise - Donna respondeu.

-Olha, Harriet…. Você já me estressou hoje - a criança continuava falando sério.

-Pois pegue esse tetê para se acalmar - Harvey entregou a mamadeira para filha.

-Agora sim - Louise disse com a mamadeira na boca, deitando no colo da irmã.

-Olha só, você não tem mais dois anos não- Harriet brincou ajeitando a irmã em seu braço confortavelmente.

-Mas me bota para dormir? Se não, não te desculpo - Louise barganhou.

-Tá bem, fica quietinha aqui no braço da Eti.

Harriet aconchegou Louise em seu braço e ficou segurando a mamadeira da criança até que ela dormiu, deixando o líquido na metade, Harvey pegou Louise no braço e a devolveu para cama.

-Hoje meu jogo é tudo ou nada - Harriet suspirou enquanto bebia um pouco de café - Vou jogar com Marcolina.

-O bom que você já conhece o jogo dela - Harvey comentou.

-Sim….mas ela também conhece o meu.

-Garotinha…. Faça o seu melhor! - Donna alisou o braço da filha - Você realmente está bem…..você sabe….de ontem?

-Sim! - a adolescente sorriu para a mãe- Surtei mas já passou - ela brincou.

-Bom…. Mas agora é hora de irmos Harriet Specter…..Coach Maria está louca pra te dar outro sermão - Harvey brincou.

-Se cuide meu amor - Donna deu um beijo na testa da filha - Sua irmã e eu vamos estar na arquibancada vendo você! 

Harvey se despediu de Donna com um selinho fazendo Harriet rir.

-Senti falta disso - a adolescente comentou e os pais riram.

Depois que Harvey e Harriet saíram, Donna ficou no anexo organizando algumas coisas e repassando a conversa com a filha que tinha razão, por mais que estivesse gostando da forma como ela e Harvey estavam, eles precisavam enfrentar alguns fantasmas do passado para seguir a diante.

-Mamãezinha? - Louise vinha coçando a cabeça ainda sonolenta.

-Oi, pimentinha- Donna abriu os braços para receber a criança; ela estava no sofá, Louise não prestou atenção e tropeçou na mesinha de centro, caiu machucando o joelho que bateu na quina, rasgou a calça do pijama e fez um rasgo na pele alva da criança.

-Aí! - ela reclamou e olhou para a perna ensanguentada- Socorro, mamãezinha.

-Ise! - a mãe se levantou correndo para ajudar a filha - Calma! - ela pediu, Louise chorava alto.

Donna pegou a criança no braço e a levou para o banheiro lavar o ferimento com água e sabão e fazer um curativo.

-Não….para mamãezinha…. vai doer - Louise esperneava.

-Louise, tem que lavar! - Donna foi firme.

Com muita luta, Donna lavou o joelho da criança, deixou ela sentada na cama e foi fazer um curativo.

-Pronto. Bubu cuidado! - a mãe falou com um tom doce.

-Mas ainda tá doendo - Louise não chorava mas ainda soluçava.

-Oi Harvey - Donna atendeu a ligação.

-A ruivinha já acordou? - o pai perguntou.

-Já...tropeçou na mesinha da sala e rasgou o joelho - ela informou logo.

-E tá tudo bem? Precisa que eu volte?

-Não, pode ficar com Harriet! Eu dou conta!

-Se precisar, me ligue! Te amo!

-Eu sei! - Paulsen respondeu e desligaram.

-Você vai ter que me levar no braço para todo lado hoje…..não consigo andar com esse bubu - a criança disse manhosa.

-Meu Deus e quem fez você assim tão mimada e dengosoa ?? - Donna beijava Louise inteira.

-A Eti e o papaizinho que fizeram- a criança respondeu rindo.

-Verdade…..eles mimam você demais! 

-É que eles não resistem a nós ruivas, sabia? - Louise explicou - O papaizinho faz tudo que você quer também.

-Quem disse isso pra você?

-Eu sei…..mamãezinha eu posso pergunta uma coisa? Mas você tem que me prometer que vai falar a verdade.

-Prometo!

-Você ama meu pai? - Louise perguntou de uma vez, Donna não esperava por essa pergunta.

-Amo…..por que sem ele não tinha nem você nem a sua irmã.

-E por que você não chama ele para morar com a gente de novo? Não tem mais Thomas, não tem mais Paula…...eu queria que o papaizinho morasse com a gente.

-Porque pro papai morar com a gente de novo….. nós teríamos que ser pelo menos namorados.

-Vocês adultos inventam coisa demais - a criança revirou os olhos fazendo a mãe rir - Não precisa namorar….ele vai morar lá em casa, depois se vocês quiserem…... aí namoram. É tão bom quando a gente viaja assim, porque a gente mora junto por alguns dias.

-Você gosta né….desse seu papaizinho feio? - Donna brincou, estava deitada com a criança apoiada em seu braço.

-Feio não. Meu pai não é feio, Donna - Louise disse meio zangada.

-É mais ou menos - a mãe continuou brincando e provocando a filha.

-Nem mais ou menos. Ele é lindo. Muito bonito! Não fala assim dele.

-Eu estou brincando, Ise. Seu pai é dos homens mais bonitos de Nova Iorque! - Donna afirmou.

Depois de acompanhar a filha no treino, Harvey foi ao anexo tomar um banho rápido e levar Donna e Louise para almoçar antes do jogo; Harriet estava com a sua comissão técnica.

-Como que a garotinha está? - Donna perguntou enquanto vestia uma calça jeans.

-Parece tranquila, mas o polegar e o indicador dela entregam - Harvey comentou vestindo uma polo azul escura.

-Você termina de vestir a Ise? - Ela perguntou, ele confirmou e deu um selinho em Paulsen antes de sair.

Harvey foi ajudar a caçula a se vestir, por causa do machucado, ela teve que colocar um shortinho, e pegou um blusão da irmã; os 3 foram para a arquibancada esperar o jogo de Harriet começar. 
O locutor chamou as competidoras e elas entraram em quadra, ambas cumprimentaram a plateia e em seguida se cumprimentaram, dando início a partida.
Harriet estava bem concentrada, bloqueava os ataques e sacava muito bem, Marcolina também estava concentrada e o jogo foi difícil. Cada uma venceu 2 sets, e foi necessário um set desempate. Harriet sentou um pouco tomando água, deixando Linda massagear sua coxa que estava dando cãibra, foi aí que ela lembrou do que Louise falou para ela; a adolescente pôs alguns adesivos para dor na coxa, e na mão esquerda, "no jogo e na guerra, vale tudo...ou seria no amor e na guerra?" Harriet pensou consigo mesma e riu imaginando a irmã com as mãos na cintura a recriminando por ter errado essa frase, prendeu o cabelo em um rabo de cavalo mais alto e voltou para o set final, tudo ou nada. 

-Harvey - Donna apertou uma mão dele - Ela está cansada e com dor.

-Calma, mamãezinha…..a Eti só está usando o teatro em quadra - Louise falou para a mãe- Ela está usando a dica que dei para ela - a criança ficou toda empolgada.

Foi perceptível a mudança de feições de Marcolina quando notou que Harriet tinha adesivos para dor em partes do corpo, ela se encheu de excesso de confiança e foi ai que entregou o jogo; Harriet se aproveitou disso deixando-a confusa, forçando o saque em seu ponto cego, bloqueando bem as bolas que vinham com força e mais uma vez Harriet eliminava Marcolina.

Harriet comemorou e acenou para os pais e a irmã na arquibancada, jogando um beijinho para Louise, em seguida cumpriu todos os protocolos do torneio, falou com alguns jornalistas, tirou algumas fotos, agradeceu sua comissão técnica e correu para abraçar a irmã que vinha com os pais.

-Eca…. Você está suada e fedida - Louise reclamou quando a irmã a abraçou.

-Você quer comemorar no restaurante? - Harvey perguntou abraçando a filha.

-Não…. Eu quero um banho e uma cama…. Tenho 2 dias de descanso….eu preciso dormir.

Os 4 voltaram para o anexo, Harvey pediu pizza e eles jantaram juntos, Harriet foi para o quarto conversar 20 minutos com Harry que também tinha ganho um jogo importante no mesmo dia.

-Suas filhas dormiram? - Harvey perguntou quando Donna entrou no quarto e fechou a porta.

-Dormiram! Louise tagarelou até apagar - ela riu.

-Senta aqui - ele a convidou e ela sentou no meio das pernas dele, apoiando as costas em seu peito.

-Louise quer que você more conosco - Donna falou enquanto Harvey alisava seu braço.

-E será que a mãe dela quer? - ele indagou e beijou o pescoço de Donna.

-A mãe dela quer! - ela respondeu- Mas….

-Mas…….

-Só depois que a gente conversar sobre nós dois.

-Imaginei - Harvey suspirou - Enquanto isso - ele disse baixando as alças da camisola dela - Podemos deixar nossos corpos falarem.

-Podemos…..- Donna respondeu com a voz cheia de tesão.

-Você ainda tá…?

-Não.

-Perfeito.

Harvey beijava o pescoço de Donna que ainda estava sentada no meio de suas pernas, baixou a camisola dela até a cintura e apalpava-lhe os seios com as duas mãos, Paulsen jogou o pescoço para trás; com uma mão, Harvey foi até a calcinha dela, passando sua mão dentro do tecido, tocando o centro de prazer com o indicador, em reflexo, ela abriu mais as pernas. Ele a massageava com vontade fazendo todo o corpo dela pedir por mais, Donna jogou um braço para trás, fazendo carinho na nuca de Harvey que lhe dava chupões no pescoço.

-Donna… - Harvey sussurrou no ouvido dela, o hálito quente dele lhe causou arrepios - Fica de quatro? - ele pediu e ela balançou a cabeça confirmando.

Donna se posicionou de 4 na cama, Harvey liberou seu membro rijo da calça do pijama, antes de penetra-lá, massageou seu centro de prazer para que ela ficasse plenamente lubrificada, afastou mais a calcinha branca de renda que ela usava e a penetrou com delicadeza; o corpo de Donna vibrou inteiro e ele a estocava com vontade, com a mão direita, Harvey segurava o cabelo de Donna e com a mão esquerda lhe dava algumas palmadas na bunda, deixando-a marcada; ela apoiou-nos cotovelos, inclinando mais o corpo, controlando-se para não gemer alto.

-Amor…. - a voz de Harvey era só um sussurro carregado de tesão - Posso?

-Pode.

Harvey saiu de dentro dela suavemente, e tentou uma penetração anal, Donna estava molhada o suficiente, então ele foi colocando seu membro devagar, o toque fazia Paulsen arfar; ele deslizava sutilmente dentro dela, e com a mão esquerda masseagava seu centro de prazer que explodiu em um orgasmo, seu corpo tremeu inteiro, Harvey saiu de dentro dela mais uma vez. Agora, Donna deitou na cama, ficando em baixo de Harvey que estava de joelhos por cim dela, e com a mão, a ruiva provocou o prazer esperado.

-Donna….eu vou….

-Eu sei!

Ela ergueu o corpo sem tirar, os olhos dos olhos de Harvey e a mão do membro dele, fazendo-o chegar ao climax, gozando em seus seios. Harvey se jogou na cama ao lado dela, beijando-a. 

-Eu amo você! - Harvey sussurrou olhando para ela.

-Eu também amo você, Harvey - ela respondeu - E eu não quero mais ter que viver sem você.

-Não vai! - ele a abraçou.

Harriet tinha 2 dias de folga até as oitavas de final que começariam sábado, a final seria terça no dia do seu aniversário, ela evitava pensar nisso para não se pressionar ou se sentir ansiosa. Donna aproveitando o dia de folga da filha, resolveu levar ela e a irmã para um dia de garotas no SPA, Harvey choramingou mas a comissão técnica de Harriet o chamou para jogar baseball e ele topou na hora.

Donna e as filhas ja estavam no SPA, Louise foi fazer a unhas, queria pintar a unha de preto e a mãe permitiu;
Harriet e Donna estavam na massagem juntas, a massagista apertava a adolescente inteira desfazendo todos os nós musculares dela.

-Obrigada por isso, Donna! - Harriet disse a mãe quando a massagista terminou.

-Sua irmã pediu para seu pai voltar a morar conosco - Paulsen contou logo, seu tom de voz era baixo.

-E você disse o que?

-Inventei uma mentirinha lá para ela - a mãe suspirou - e ela aceitou.

-Eu ia gostar também…..quer dizer a gente já tá morando todo mundo junto, eu e Ise que não sabíamos- Harriet provocou e riu.

-Garotinha, e seu aniversário? - Donna já tinha terminado sua massagem e vestia a roupa.

-Não quero nada, mamãe….por favor!

-Nem um bolo de morango com chantily?

-Ah... isso tudo bem!

-Tudo bem nada - Louise apareceu na cortina - Pede outro sabor, Eti…. Eu não aguento mais todo ano ter que catar morango no bolo - a criança disse fazendo a mãe e a irmã sorrirem.

Em seguida, as três foram para o salão de beleza, Louise cortou mais as pontas do cabelo não deixando passar do ombro, Donna e Harriet apenas lavaram e escovaram os cabelos.

-Deixa eu pintar meu cabelo? - Louise pediu a mãe.

-Quando você for adulta você pinta, Louise - Donna foi firme.

-Uma mecha rosa, por favor - a criança fez beicinho e olhou para irmã.

-Só uma mecha não tem problema mamãe - Harriet falou - é o meu presente de aniversário…..você deixar a Ise pintar uma mecha - a adolescente barganhou com a mãe que respirou fundo.

-Só uma mecha Louise, dois dedos! - Donna permitiu, a criança comemorou e depois foi agradecer a irmã.

-Obrigada, Eti! Você é meu tudo.

Os dois dias de descanso de Harriet acabaram, no sábado já iria começar as oitavas de final, cada jogo era um tudo ou nada, ela precisava vencer apenas mais 4 jogos e estaria na final. 

-Ise, eu vou ter menos tempo com você esses 3 dias - a adolescente conversava com a irmã antes de sair - Por favor, se comporta, tá bem?! 

-Eu só vou te ver no telão, Eti? - a criança tinha voz de choro.

-E quando eu chegar…..fico com você nem que seja 5 minutos.

-Humpf - Louise abraçou a irmã que a abraçou de volta - Ganha os jogos por mim! E leva isso aqui pra me manter perto de você - a criança entregou uma pulseira que ela mesmo fez com o seu nome nela.

-Vou usar! - Harriet pôs a pulseira no pulso esquerdo junto com o bracelete que ganhou de Harry - Olha aqui, meu dois amores juntos.

-Boa sorte! - Louise falou antes da irmã sair.

Harriet passou pelas oitavas de final sem dificuldade, com o jogo de domingo foi direto para final; na segunda, ela aguardaria o resultado do jogo entre Alisson Taylor e Kate Gray, não tinha jogado diretamente com nenhuma delas, mas já tinha assistido seus jogos, e as duas eram sim concorrentes fortes para ela. Maria e Linda entregaram para ela os CDs das duas competidoras, a adolescente passou a manhã inteira da segunda no quarto estudando as duas, preferiu não assistir o jogo delas para não ficar ansiosa. Enquanto ela assistia os CDs, Louise estava deitada com ela, quieta, apenas curtindo a presença da irmã que lhe afagava as bochechas de vez em quando.

-Cadê a ruivinha? - Harvey perguntou para Donna que estava na sala organizando umas planilhas do escritório pelo seu notebook.

-Colada na irmã - Donna explicou sem tirar os olhos da tela.

-Adoro quando você está concentrada no trabalho - Specter roubou um beijinho dela.

-Seu faturamento triplicou - ela disse orgulhosa.

-Depois daquele jogo de Harriet contra a russa, fechei muitos contratos com alguns atletas e isso rende bem - ele explicou convencido - Com isso fiz uma poupança a parte para ela, como agradecimento….quando ela fizer 18 anos vou entregar o cartão ….ai meu serzinho gasta com o que quiser.

-Não diga para ela gastar com o que quiser…. Porque aí ela vai gastar com tudo que Louise quiser - Paulsen brincou.

-E a surpresa dela amanhã?

-Tudo pronto.

Um pouco mais tarde nesse dia, Harriet estava ouvindo música e relaxando, sozinha, Harvey foi ao quarto dela.

-Quero ficar aqui com você! - o pai pediu.

Ela afastou um pouco na cama e Harvey deitou de frente para a filha, olhando-a nos olhos.

-Tenho muito orgulho de você, Harriet Specter - Harvey começou- E eu não posso acreditar que em algumas horas você vai fazer 17 anos.

-Nem me fale - ela riu.

-Um dia desse você latia- o pai brincou e Harriet gargalhou.

-Você chegou a achar que eu não chegaria até aqui, não é?

-Sempre soube que você seria campeã.

-Não, papai…..tô falando …. Você um dia chegou a achar que eu não viveria tudo isso…

-Harriet - ele pôs uma mecha do cabelo dela atrás da orelha - Todo aniversário seu….É como se eu estivesse te vendo pela primeira vez…como se você estivesse nascendo de novo, preenchendo a sala de cirurgia com seu choro alto que só parou quando você olhou para mim - o pai riu ao falar- ...é a mesma sensação…..a sensação de que tudo mudou…. De que você mudou a minha vida. Eu nunca quis pensar que você me deixaria! - Harvey respirou fundo; Harriet o abraçou.

-Você não tem ideia do quanto eu tinha medo de morrer e te fazer sofrer - a adolescente não conseguiu evitar as lágrimas - Ainda hoje eu tenho…. Cada vez que eu preciso fazer todo aquele check up anual.

-Ei….não vamos pensar e nem falar nisso porque isso ficou pra história! Amanhã é seu dia….. o que você quer de presente?

-Nada! - ela respondeu - Você já me deu tanta coisa, Harvey! A maior delas é a minha bonequinha…. Se quiser comprar algo para ela com o dinheiro que você ia gastar comigo…

-Não….então vou depositar na sua conta e quando você quiser algo você compra…..Harriet, pare de mimar Louise demais.

-Quando que essa conversa virou um sermão? - ela brincou e bocejou.

-Vá descansar, serzinho. Te amo!

-Amo você, papai.

Harvey e Donna levaram a filha mais nova para dormir com eles a fim de que Harriet tivesse uma noite de sono tranquila e descansasse bem.

-Mas olha…. Me tiraram do meu amorzinho- Louise falou reclamando, ela estava deitada entre os pais, com o corpo apoiado em Donna e as pernas em Harvey.

-Seu amorzinho precisa dormir bem para ser campeã - Harvey explicou.

-E quem disse que eu atrapalho o sono dela?

-A senhorita que dormir agarrada nela e a coitada da sua irmã que é uma bobona por você, deixa - Donna brincou com a filha.

-Ela não é bobona por mim….ela só é minha súdita - Louise gargalhou fazendo os pais rirem.

-Hora de dormir, ruivinhas.

Na terça feira, todos acordaram cedo, Louise foi a primeira a acordar e correr para o quarto abraçar Harriet.

-Feliz aniversário Eti - Louise disse pulando na irmã na cama que lhe abraçou forte e a encheu de beijos.

-Obrigada Ise! Não seria meu dia…

-Se não fosse eu! - a criança a interrompeu e completou.

-Feliz aniversário! - Donna e Harvey falaram em coro e os dois foram abraçar a primogênita dando cada um beijo na bochecha dela.

-Obrigada! - a adolescente respondeu- Só não precisa me esmagar!

Os pais foram fazer o café da manhã da filha com a ajuda de Louise, os 4 comeram juntos, Harvey e Harriet logo saíram para o evento final do campeonato, Donna mentiu que precisa ajeitar umas coisas, mas ela estava terminando de organizar a surpresa de Harriet.

O jogo começava as 11, Harriet iria enfrentar Kate Gray, ela era alta assim como a adolescente, era loira e muito bonita; antes de começar a partida, Harriet sentou no banco fechando os olhos, relembrando os vídeos que vira e os movimentos da adversária, lembrou que o ponto esquerdo é uma deficiência dela e que isso lhe favorece no saque com a mão esquerda e lembrou também que ela tinha sido penalizada várias vezes por pisar na linha, decidindo explorar isso. Abriu os olhos, tocou seu colar como de costume e olhou para o pulso esquerdo, a pulseira que Louise fez para ela e o bracelete que Harry lhe dera, sorriu involuntariamente e não olhou mais para arquibancada, ela sabia que os pais e a irmã estavam lá mas nas finais evitava olhar para Harvey para não chorar.

O jogo começou com Kate sacando, Harriet já respondeu com um contra ataque na esquerda dela sem dar chance para um rebate. O primeiro set foi vencido por Harriet, ela não comemorou, sentou novamente no banco e repassou na mente o resto do vídeo, voltou para o segundo set mais concentrada ainda, desligou todo o mundo fora de quadra, ouvia apenas seu coração pulsar, sacou bem explorando as fraquezas da adversária que foi penalizada pelo menos 3 vezes por pisar na linha, "isso, Harriet, só mais alguns pontos" ela falava para si. Harriet fez três pontos seguidos de saque e se consagrou a campeã nacional da liga infanto juvenil; ela vibrou sozinha, depois cumprimentou a adversária, e correu para abraçar a treinadora, quando olhou para arquibancada, os pais, a irmã, Harry, Mike, Rachel, Louis, Sheila, Jéssica e Jeff estavam lá vibrando por ela, com uma camisa com a foto dela escrito "Harriet Specter é a campeã", ela chorava de alívio e felicidade, sentindo-se a pessoa mais amada e sortuda no mundo.



















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