Faz uma semana que tem começado a patrulhar todos os dias, manejando com a escola, escondendo seu sobrenome Parker, ninguém pode descobrir que tem uma Parker ainda vivo. Ndilo foi o único IA sobrevivente ligado a Peter antes da morte, os dois vivem no santuário com Doutor Strange.
Mulher-Aranha foi o grande assunto depois da revelação, várias teorias diziam que Homem-Aranha deixou uma aprendiz, ou qualquer besteira relacionada a isso. Toda essa atenção foi espalhando para o mundo, alguns temem que aconteça a mesma invasão. Não que ela esteja pensando em fazer isso, gostaria de ter as aranhas do seu pai de volta.
Girou na cadeira do seu quarto no santuário, esfregou seu queixo pensativa. Já tentou achar conexões das aranhas, mas não consegue descobrir o local exato, só o traje do seu pai e Karen tinham conexões para controlar tudo. Virou-se para mesa de metal onde tinha um esqueleto metálico completo de um adulto pronto para ser completado.
Ndilo estava cuidando do santuário, também não conseguiu conexão com as aranhas, apesar de ele estar segundo no comando. Precisava de Karen, infelizmente foi destruída na luta de quatro anos atrás, a não ser que esteja escondida em algum lugar.
— Pai, é possível que tia Karen esteja escondida em algum lugar em aparelhos? — Perguntou Penélope girando sua cadeira mais uma vez.
— Sim, Karen pode invadir qualquer aparelho ligado a internet e energia — respondeu IA Peter calmamente pelo celular da Pen. — Se estiver procurando por Karen, recomendo preparar um dispositivo que possa se instalar no local onde foi destruída.
— Bem, vai demorar um pouco — murmurou Penélope olhando para a caixa de ferramentas.
— Pen! Trouxe comida! — Ouviu seu tio feiticeiro na sala de estar.
— Estou indo!
~*~
Mulher-Aranha suspirou balançando as pernas no ar, sentado na borda do prédio perto da estátua do seu pai. Sua máscara levantada até o nariz enquanto comia seu delicioso churros, ganhou depois de ajudar uma senhora a atravessar a rua.
Interessada observou um novo grupo de turismo chegando perto da praça do Homem-Aranha, suas lentes estreitaram prestando atenção em um garoto de cabelo castanho preso a um rabo de cavalo, pele clara, olhos castanhos, parecia com a CEO Virginia Potts Stark e Tony Stark.
Enfiou os churros na boca puxando a máscara para baixo, pulou parando em cima de um poste enquanto alguns começaram a tirar fotos ou gravar ao vivo. Era conhecido que Homem-Aranha fazia parte da família Stark, mas Penélope também fazia parte? Nunca conseguiu tirar dúvidas se seu pai realmente tinha cortado todos os laços.
— Olá! Crianças! — Cumprimentou Mulher-Aranha acenando alegremente, os alunos se engasgaram ficando animados, muitos correram até ela para conseguirem um autógrafo.
Morgan foi a única que não correu até a vigilante, estreitou os olhos um pouco desconfiada. Nesses quatro anos, decidiu seguir a mesma carreira do seu pai e mãe, herdar o título Homem de Ferro, e as Indústrias Stark. Podia facilmente se formar cedo na escola, mas queria uma vida normal com seus amigos verdadeiros que fez na escola.
— Faz bastante piadas engraçadas — comentou um garoto de doze anos ao lado da jovem Stark, pele morena, cabelo castanho, olhos pretos. Bastante influenciador por assim dizer, não muito social, mas quando conhece mais a fundo, vira uma pessoa completamente diferente. — Poderia fazer uma pergunta sobre seu irmão.
— Tem razão — concordou Morgan depois de pensar um pouco. Franziu a testa depois. — Esqueço como você é sagaz sem se importar com a estranheza da mídia, James.
— Meh, eles podem falar bobagens, nunca vão chegar na minha família — disse James voltando ao seu livro ilustrada de duzentas páginas.
James Black da família mais influenciadora pelas ações sociais e doações feitas nos orfanatos, sempre os membros da família em um evento para ajudar sua própria família e as gerações futuras. Indústrias Stark tem grande parceria com a família Black, foi assim e Morgan e James se conheceram.
Tomando coragem, Morgan foi até a Mulher-Aranha com James logo atrás. Percebeu como a vigilante estava sobrecarregada com os gritos das perguntas dos repórteres que chegaram minutos atrás de alguma forma misteriosa.
Penélope sentiu vontade de cavar um buraco e ficar até que os malditos paparazzis fossem embora. Poderia processar, mas sua identidade era um segredo bem guardado.
— Licença — virou-se para uma pré-adolescente de cabelo castanho liso até os ombros, pele clara, olhos cor chocolate brilhantes. Reconheceu imediatamente Morgan Stark, irmã mais nova do seu pai. — Posso fazer uma pergunta um pouco pessoal?
— Claro! Responderei qualquer pergunta sua, foi educada, gostei de você — sorriu Penélope quando os paparazzis deram um passo para trás como as palavras fossem facas. — Mas como foi uma pergunta, irei responder só uma.
Morgan encarou as lentes brancas que estreitaram como estivessem mostrando o sorriso por trás da máscara, bastante cômico como desenho animado. Respirou fundo quando percebeu as pessoas ao seu redor ficarem em silêncio querendo ouvir a pergunta, intrometidos. James lançou um olhar ameaçador para aqueles que seguravam câmeras que desviaram os olhares medrosos rapidamente.
— Meu irmão, Peter, de alguma forma está relacionado a você, ou é sobre ter genética aranha nas veias ou tecnologia no seu traje que cópia as semelhanças? — Perguntou Morgan direta no assunto.
A vigilante piscou parada no lugar, parece que toda praça ficou em silêncio querendo ouvir a resposta. Penélope sabe que sua identidade vai ser revelada de uma forma, mas pode facilmente se esconder usando seu outro sobrenome que usa na escola.
— Bem, foi bem detalhada em uma só pergunta — comentou Mulher-Aranha ajeitando sua postura, a aranha no seu peito de mexeu um pouco ficando vermelho neon antes de ficar preto de novo. — Mas, prometi responder.
— Na verdade, estou relacionado de todas as formas, desde genética aranha no meu DNA, não foi divertido com algumas mudanças no corpo — admitiu Mulher-Aranha retraindo uma perna de aranha das costas, a cor obsidiana brilhando contra as luzes antes de voltar para as costas.
— Herdei a tecnologia que ele tinha guardado em seu esconderijo, como a aranha móvel que não foi escondida como as outras — revelou fazendo alguns estremecerem pelas lembranças. — Estou atrás de Karen, inteligência artificial do Homem-Aranha que foi destruída na luta de quatro anos atrás.
— Está planejando fazer a mesma invasão de quatro anos atrás? — Questionou James levantando uma sobrancelha. Mulher-Aranha riu suavemente da pergunta.
— Não, não entendam errado, é meu por direito as aranhas que foram confiscadas, afinal...— Fez uma pausa dramática. — Peter Parker-Stark é meu pai.
O queixo de Morgan caiu perplexa, todos os espectadores ficaram chocados com a revelação. Os olhos de James arregalaram, já é bastante expressão enquanto está em público, seu livro ilustrado sendo esquecido por alguns segundos.
— Sou uma Parker, claro que não vai estar nos registros, meu pai sabe dos perigos de ser um Parker enquanto HYDRA pode renascer a qualquer momento ou SHIELD sendo um pé no saco — disse Penélope encolhendo os ombros. — Até o dia que eu revele minha identidade, os documentos irão no dia aparecer oficialmente no sistema.
— Espero te conhecer um dia oficialmente tia Morgan! — Finalizou Penélope alegremente pegando as mãos da sua tia que só fez uma expressão mais confusa do mundo. — Antes que faça uma pergunta, não tenho uma mãe, sou adotada. Então sem teorias.
James sufocou uma risada colocando uma mão na frente da boca, Morgan sendo uma tia aos doze anos era com certeza uma coisa a ser discutida. Ela mesma estava chocada, perplexa, surpresa, parece que sua mente parou de funcionar depois da revelação que seu irmão adotou uma criança aos dezessete anos. Ela era uma tia, a mais jovem de todas em anos.
— São quase vinte horas da noite, melhor voltar para o santuário — avisou IA Peter pela máscara.
— Tenho que voltar para casa, conversamos mais um dia desses! — Avisou Mulher-Aranha antes de atirar uma teia de puxando para o ar antes de balançar para longe deixando uma multidão atordoada.
— Está bem? — Perguntou James colocando uma mão no ombro da sua melhor amiga.
— Sinto que acabei de fazer vinte e cinco anos.
— Vai superar.
~*~
— Pai! — Exclamou Morgan colocando sua mochila no sofá quando entrou na cobertura comum dos Vingadores. — Peter teve uma filha e sou tia!
Tony se engasgou com seu café que também saiu pelo nariz, apertou a ponta do nariz sentindo a ardência chegar até o cérebro. Ramanoff bufou tomando seu capuccino de chocolate delicadamente, claramente gostando de ver Stark tendo o infeliz acidente.
— Está passando na televisão — disse Pepper sentando-se no sofá, aumentou o volume para todos ouvirem.
— EU SOU AVÔ?!
~*~
— Vai dar certo? — Perguntou Stephen observando sua protegida dar os toques finais no androide novo em cima da mesa, a pele sintática humana cobrindo todo sistema e pele metálica.
Penélope balançou a cabeça dando os últimos detalhes, o corpo do seu pai estava quase pronto. Objetivo principal é dar corpo ao seu pai IA, pela explicação de Ndilo, Peter conseguiu passar sua mente para um computador antes da morte. Inteligente da parte dele.
Na mesa estava um corpo de um adulto de vinte um ano, a idade que seu pai teria nesses quatro anos. O traje Aranha estava no reator chitauri que estava dentro do peito no escondido, conseguiu achar algumas com ajuda de Strange.
Devagar apertou um botão na mesa, Penélope prendeu a respiração quando os olhos abriram, as pupilas giraram aumentando a diminuindo, anel dourado perfeitamente limpo. Strange observou atento, era incrível ver como sua protegida conseguiu replicar um corpo humano em cinco meses.
~*~
A mente estava vaga, sentia a energia aos poucos entrando nos fios de bronze e diamante. Abriu os olhos lentamente, ele tinha morrido, deveria estar morto, sabia que sua alma estava descansando, mas sua mente estava trabalhando novamente em outro corpo aprimorado.
Mexeu os dedos sentindo uma superfície fria e dura, era metal. Por algum motivo não sentia um coração batendo, exceto a energia dentro do peito que parece fornecer energia ilimitada.
— Pai?
A voz parecia mais velho, na fase da adolescência. Sua visão clareou encontrando suas pessoas ao lado dele, para sua surpresa era Doutor Strange que não parece ter mudado nada e uma garota de cabelo castanho escuro até os ombros. Sua filha.
— Filha? Senhor doutor Strange? — Murmurou sentando-se com dificuldade. Peter piscou olhando para os lados não reconhecendo a sala.
— Porque ainda tentei... — Suspirou Stephen se lembrando da última tentativa de fazer o rapaz chamá-lo de Stephen ou Doutor Strange sem o "senhor". Também estremeceu se lembrando do sangue em suas mãos, a vida nos olhos indo embora. — Do que se lembra?
— Só antes do meu falecimento — respondeu Peter acostumando-se com o novo corpo. Olhou para baixo se encontrando pelado, bem, estava em boa forma, músculos não exagerados e ágil, assim como antes. E não existe mais a parte de baixo... Como tivesse perdido uma parte preciosa do seu corpo. — Passou quantos anos desde minha morte?
— Quatro anos e cinco meses — respondeu Penélope imediatamente enquanto os dois homens olhavam incrédulos para ela. — O quê? Gosto de me manter informada, como as novas notícias que Mulher-Aranha é filha de Peter Parker-Stark, mas ninguém sabe meu verdadeiro nome.
Peter assentiu lentamente, sorriu carinhosamente agradecido por ter uma segunda chance mesmo sendo um androide agora.
— Me digam tudo.
~*~
Penélope não saía do lado do seu pai até chegar a hora de ir para escola, Peter ajudava sua filha nos deveres de casa ou algum projeto que não seja da escola, também conversava com Stephen sobre os assuntos que perdeu nos anos que estava morto e de como sua família estava.
— Sabia que já teve várias famílias que alegaram ser meus parentes? — Bufou Penélope sentada na beirada do prédio com metade da máscara levantada acima do nariz. — Inacreditável.
— Podem ser presos por tentativa de sequestro de uma menor — disse Peter torcendo o nariz incomodado, estava em pé atrás dela usando seu terno vermelho e azul com teias pretas que brilhavam no escuro. — Ninguém rouba minha filha.
Penélope riu balançando as pernas, está animada para patrulhar junto com seu pai ao seu lado, sempre sonhava com essa ideia, agora se tornou realidade.
— Que tal irmos para torre dos vingadores? — Sugeriu Peter deixando a máscara cobrir seu rosto, as lentes brancas piscaram como estivessem vivos. — Está na hora de conhecer a família inteira.
—... Tem certeza? Eles te traíram — sussurrou Penélope relutante. Puxou sua máscara para baixo conectando até ao pescoço.
— Eu sei — murmurou Peter olhando para baixo, parece que as pessoas começaram a perceber sua presença. — Mas eles são uma família disfuncional, nem tudo vai dar certo, sempre vai haver brigas, problemas, mas no final sempre iremos ficar juntos, é onde nós pessoas do nosso tipo são aceitos.
— Assim que você atingir a idade adulta, aprenderá mais sobre suas habilidades e capacidades sozinha, e você terá uma família para te apoiar, assim como eu te apoio — sorriu Peter gentilmente, esfregou as costas da sua filha que fungou balançando a cabeça.
— Imagine que está fazendo teias em um lugar confortável, mas depois encontra outro lugar onde será mais benéfico, infelizmente lá tem vários desafios que não queremos enfrentar — continuou Peter lentamente. — É isso que nós aranhas enfrentamos, desafios que quebram a realidade, assim que se mudar, irá ficar mais divertido.
— Adora diversão — sorriu Penélope fazendo as lentes se curvarem de forma fofa. — Entendi! Vou conhecer vovó e vovô?
— Claro! Devem estar frenéticos com as notícias — confirmou Peter alegremente. — Damas na frente.
Penélope fez um ruído indignado, deu um tapa nas costas do seu pai empurrando-o para fora do prédio, depois pulou atrás dele. Os dois riram alto antes de atirarem uma teia ao mesmo tempo, dançando no ar indo até a torre que está em pé mostrando toda glória.
Os novos começos estão longes de terminar.