Racism | njh

By waehobi

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✦ Niall Horan ✦ O preconceito é um tema bastante atual na sociedade em que vivemos. É crucial e inevitável fa... More

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EPÍLOGO

T w o

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By waehobi

T w o — 

- Elaine! — O meu corpo foi sacudido, fazendo-me grunhir. — Elaine, tens de ir para a escola.

Abri apenas um olho, e pude observar a minha mãe com o seu cabelo atado num puxo no topo da sua cabeça.

- Oh mãe. — Grunhi. — Que horas são? — Sentei-me na cama, esfregando os olhos.

- São sete e quarenta. — Falou olhando o relógio que trazia no seu pulso direito.

Bufei e atirei os cobertores que me cobriam para trás, fazendo-me arrepiar e grunhir com a mudança de temperatura.

 A minha mãe saiu do quarto, e eu rapidamente entrei na casa de banho e lavei a cara limpando-a de seguida a uma toalha branca.

Voltei para o quarto, e vesti a primeira coisa que apareceu na minha frente: Uma jeans de ganga clara, e uma sweater branca com uma frase a preto, calçando de seguida as minhas all stars pretas já um pouco gastas.

O tempo hoje, aqui em Denver, estava um pouco húmido e sentia que a qualquer momento poderia chover, mas ainda assim, o ar estava um pouco abafado dando aquele efeito de estufa de que eu tanto gostava.

Mesmo que quisesse, não iria conseguir pentear o meu cabelo, ele era comprido completamente encaracolado de um castanho-escuro que fazia lembrar o chocolate negro, chegava-me até ao fundo das costas, e continha um volume exuberante. Então apenas coloco um pouco de água, e espuma de cabelo.

Na escola, toda a gente olhava para ele, e muitas vezes me atiravam papéis só para apreciarem a minha dificuldade a tirá-los, eram em abundância as vezes que não conseguia devido ao volume e ao excesso de caracóis, e isso era só mais um motivo para me chicotearem com risos e piadas.

Saí por fim do quarto, encontrando a minha mãe na cozinha a tomar o pequeno-almoço, ela estava agora com roupa formal: Um Blazer preto que combinava perfeitamente com a camisa branca que vestia e as calças justas e pretas que cobriam as suas pernas finas. O seu cabelo estava da mesma maneira de quando me fora acordar.

A minha mãe escreve artigos para uma revista aqui da zona, uma revista cor-de-rosa daquelas que todas as adolescentes compram.

- Elaine, filha despacha-te senão vais chegar atrasada! — Falou rapidamente enquanto limpava cuidadosamente os seus lábios.

- Sim mãe. — Murmurei.

Peguei numa tigela amarela com pequenos gatinhos desenhados nela, e enchia de leite levando-a ao microondas, assim que o plim soou coloquei os meus cereais lá dentro saboreando-os encostada á bancada da cozinha.

Fui até á casa de banho onde lavei os dentes, beijando de seguida a bochecha da minha mãe, pronunciando um 'até logo'.

Agarrei a minha mochila preta, e coloquei-a no ombro saindo de casa de cabeça baixa.

Eu andava lentamente não querendo, de maneira nenhuma, chegar á escola.

Não queria ter de me esconder por ter uma cor de pele diferente, não queria ter de passar por aqueles corredores e ouvir as típicas piadas sobre mim, não queria ter de conter as lágrimas e baixar a cabeça, e especialmente não queria ser o saco de box de ninguém.

Para ser sincera, eu já me habituei a tudo isto, era uma rotina, um ciclo vicioso que nunca iria acabar.

Assim que atravessei os velhos portões de tinta gasta, fui quase esfaqueada pelos olhares que me lançavam, eles faziam-me sentir um intruso, uma pessoa deslocada, como um animal que não pertence ao habitat em que foi colocado.

Eu não era a única pessoa com pele negra aqui na escola, mas era a única rapariga, e todos os rapazes que haviam da mesma raça que eu, eram merecedores de respeito, considerando o seu corpo de jogador de basquete, tinham todos pelo menos um metro e oitenta. E eu era uma rapariga frágil como porcelana, com apenas um metro e sessenta e três.

 - Sai da frente estúpida! — Disse Chelsea, a capitã da equipa de andebol, ela era alta, magra e possuía longos cabelos lisos e castanhos-claros, quase tão claros como mel.

- D-desculpa. — Murmurei gaguejando, enquanto tentava sair dali antes que se lembrassem de me bater ou de me insultar mais.

Como sempre as minhas preces não foram ouvidas e ela agarrou no meu braço com força encostando-me á parede fria daquele corredor, colocou a mão no meu peito segurando-me, e com a mão livre acertou com a mesma na minha bochecha deixando-a a formigar.

Suspirei e baixei a cabeça quando um grupo parou para a observar a bater-me.

- Eu acho a tua pele tão apetitosa...- Riu, pegando no meu braço direito arregaçando a minha manga. — Serás feita de chocolate? — Dito isto levou a boca ao meu braço mordendo o mesmo com força, até o sangue escorrer pelo mesmo e um grito ser dado por mim.

As lágrimas escorriam agora pela minha cara, assim como os soluços eram ouvidos.

Eu não podia simplesmente deixar que ela me magoasse mas se a desafiasse e lhe respondesse iria ser muito pior, ainda assim respirei fundo e murmurei:

- Larga-me! — E por estranho que pareça a minha voz saiu firme, sem qualquer fraqueza.

O seu sorriso desvaneceu, e ela olhou-me séria agarrando o meu queixo nas suas unhas pontiagudas.

- Eu largo se eu quiser, oh idiota. — Falou entre dentes. — Inútil. — Murmurou antes de me cuspir para a cara, e abandonar o local.

Eu simplesmente limpei a sua saliva com a manga da camisola e corri para a casa de banho, que por sorte estava vazia. Eu chorava de maneira compulsiva, deixando soluços escaparem frequentemente.

Eu não entendia porque me faziam algo assim, eu não tinha cometido nenhum crime, nunca lhes faltei ou respeito, nunca fiz absolutamente nada de mal e ainda assim todos os dias era alvo de chacota.

Abri a torneira colocando o meu braço ferido por baixo da mesma, gemendo de dor quando a água gelada tocou na dentada, a mesma sangrava e ardia, mas mais do que uma ferida flamejante eu tinha um coração partido, sem qualquer tipo de conserto.

Inútil  

Eu perguntava-me como é que ela me poderia chamar inútil quando simplesmente não me conhece, ela fala como se eu fosse um monte de ossos com músculos ambulante que não serve para nada, mas eu tenho utilidade nesta espelunca, afinal eu sou nada mais nada menos que o saco de box.

Eu não sinto orgulho nisso, mas sinto orgulho no facto de aguentar calada sem preocupar ninguém com isto, é óbvio que queria que alguém me tirasse daqui, que alguém me salva-se, mas caramba nós não estamos num conto de fadas, Deus deu-me este destino e eu pretendo cumpri-lo, mesmo que tenha de ser espancada todos os dias da minha vida.

- Olá pretinha. — Ouvi um riso atrás de mim.

Outra vez não      

Olhei através do espelho e vi a Molly, ela era a chefe da claque, a típica menina rica loira de olhos azuis, mais rodada que o prato do microondas.

Eu não disse nada, ficando apenas no meu canto enquanto ajeitava a manga da minha camisola.

- Sabes, eu às vezes até tenho pena de ti. — Parou olhando para mim, e eu olhei-a pelo espelho. — Estou a brincar. — Riu um pouco.  

- V-vieste á casa de banho p-para me dizeres isso? — Perguntei amedrontada.

- Não. — Gargalhou. — Eu gosto do teu cabelo... — Observou-o. — No chão. — Completou antes de me puxar o cabelo com força fazendo-me gritar.

- Larga-me a merda do cabelo! — Pontapeei-a até ela me soltar e rir entrando numa das cabines.   

Suspirei e encarei o meu reflexo, que mal fiz eu a Deus para merecer isto? Para ter de passar por algo tão cruel? Algo tão doloroso?


Que é que eu fiz de errado?  

— — — 

Hey! Estão a gostar? 

Eu hoje estou bué revoltada, eu estive a falar do Nelson Mandella numa aula, e vimos a introdução do filme dele e eu comecei para lá a protestar por estar a ficar irritada pelo facto de existir tanto racismo, e estava a dizer que era ridiculo aquela sena e um colega meu vira-se e ainda diz que ridiculo é chorar por cantores, tipo como se ele concorda-se com o racismo, juro-vos que me apeteceu mandar-lhe com um tijolo na tromba!

Continuando...xD

Vocês não sabem o trabalho que este capitulo me deu, eu estava a morrer de dores de barriga (AQUELES DIAS DO MÊS YOU KNOW?)  tentei a técnica da toalha quente e assim e não deu em nada, tive de tomar um comprimido e o caraças unf. -.-'' O que importa mesmo é que eu consegui escrever o capitulo.

Desculpem lá se existir algum erro ou assim, é que eu ainda não revi. 

XxBiah. 

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