Todos estavam distraídos, Bárbara e Eduardo então aproveitaram para adiantar um pouco a lua de mel, não queriam passar a noite fora, estavam cansados e queriam descansar, mas não abririam mão de poderem ser um do outro. A única pessoa que avisariam era Fany, pra ela não ficar assustada.
— Filha. — Bárbara puxou a pequena para perto — Papai e eu vamos dar uma volta, a gente volta logo, fica com as suas irmãs, tá bom?
— Tá, mamãe. — abraçou ela e depois o pai.
— Vai lá, amor. — sorriu e Fany foi até Luna, então Eduardo e Bárbara saíram descalços mesmo pela grama, entraram no carro e saíram da festa.
— Onde o papai e a mamãe foram? — Luna colocou Fany no colo.
— Eu não sei, eles foram passear e disse que voltam logo. — encostou na irmã.
— Ah, sim.
— Amor, sua mãe disse que eles iriam adiantar a lua de mel, porque de noite queria descansar. — Lulu acariciou o cabelo de Fany.
— Verdade...
— Luna, eu quero mimir um pouquinho.
— Vou deitar com você um pouco. — levantou com a irmãzinha.
— Vem, Lulu. — Fany chamou.
— Vou indo, amor. — levantou da mesa.
As duas entraram com a garotinha e subiram para o quarto de Luna, lá sentaram Fany na cama e tiraram os sapatinhos, as meias, soltaram o cabelinho dela e trocaram o vestido por outro mais leve. A menina correu deitar no meio da cama com a chupeta na boca, Lulu sentou nos pés dela e começou a massagear com paciência.
— Quando eu for mãe, quero ter uma filha igual você. — Lulu sorriu para a menina.
— Verdade?
— Anhan. — assentiu — Educada, boazinha, calma. Como você.
— Eu quero leite.
— Faz pra ela, amor. — Luna pediu para Lulu.
— Faço, se eu não errar. — deu risada.
...
Eduardo estacionou o carro e Bárbara sorriu carinhosa, os dois abriram as portas e desceram. O primeiro lugar onde ela bateu os olhos foi a casa da árvore.
— Achei que a gente fosse pra lagoa.
— E vamos, mais tarde ou amanhã. — segurou a mão dela — Vamos subir, tem uma coisa pra você lá em cima.
— O que?
— Vem que você vai ver. — subiu na frente.
— Tá bom. — deu risada e subiu atrás.
— Só subi na frente pra te ajudar aqui no final. — pegou nos braços dela e a puxou pra cima — Seja bem-vinda a melhor lua de mel da sua vida. — abriu a porta da casa e Bárbara ficou parada olhando cada pedacinho. Por mais que não fosse uma casa grande, era o suficiente para caber tudo que Eduardo quisesse pôr para Bárbara ficar confortável. No chão tinha um tapete peludo e dois puffs encostados na parede, uma mesa pequena com algumas coisas e um sofá cama encostado àbaixo da janelinha, havia alguns móveis pequenos, coisas que já estavam ali quando Luna ainda ia passar o tempo e que Eduardo teve que arrumar, as luzes eram o suficiente para clarear e deixar um ar romântico, era tão aconchegante.
— Quem arrumou?
— Eu, assim que acordei vim pra cá. Você... não gostou?
— Eu adorei, tô apaixonada. Você é muito romântico e bobinho. — entrou olhando cada detalhe — Obrigada por fazer de hoje um dos melhores dias da minha vida. — pegou a mão dele.
— Esse brilhinho nos seus olhos. — fechou a porta — É o que me faz querer ser melhor todo dia.
— Eu também tento ser melhor todo dia, não sei se consigo, amor. Mas eu tento... — abraçou ele — Você é o melhor. — beijou-o.
— Você tava tão nervosa de ontem pra hoje... — sentou sobre o tapete encostado no puff e ela foi para meio das pernas dele — Fiquei com um pouco de medo de você desistir. — soltou o cabelo da recém-esposa e acariciou o couro cabeludo dela.
— Eu não teria porquê fazer isso. — deu risada relaxando — Ai, isso tá tão bom, não sirvo pra usar elástico no cabelo, aperta até minha alma.
— Eu sei. — também riu seguindo com o carinho — A gente é muito meloso.
— Coitado de quem aguenta.
— Mas também, quase nunca pegam nossas discussões, a gente discute todo dia. — beijou o nariz dela — Só nunca vêem.
— Haja paciência pra conviver com uma pessoa durante tanto tempo, é complicado... — deitou no peito dele.
— Pois é, tem que ter muita paciência. — deixou o corpo relaxar e Bárbara ergueu a cabeça para poder ver ele, os dois fitaram os olhos do outro, em silêncio.
— Você tá tão cheiroso. — ergueu a mão para o cabelo dele e acariciou — Tão quentinho, meu corpo tá todo gelado.
— Eu te esquento. — agarrou mais o corpo dela.
— Me dá um beijo. — pediu e ele abaixou a cabeça para beijá-la sendo retribuído — Hum, levanta, amor. — saiu das pernas dele.
— É incrível como você não sossega. Incrível, Bárbara. — levantou e ela o puxou perto da mesa.
— Deixa eu ver. — puxou a cadeira — Senta. — apontou.
— Pra que?
— Senta, eu tô mandando. — voltou a apontar e franziu a testa, Eduardo balançou a cabeça mordendo os lábios e cruzou as pernas — Não, não, não! Tira essa perna daí! — empurrou a perna dele que respirou fundo — Isso, bonitinho. — sorriu maliciosa — Agora você vai tirar isso. — puxou a gravata e começou a abrir a camisa dele.
— Tá me deixando curioso. — afastou o cabelo dela e Bárbara lhe deu um selinho.
— Você vai ver. Deixa eu só... — tirou o vestido e Eduardo ficou vidrado na lingerie dela.
— Você tá uma tremenda gostosa.
— Sempre estive, sempre fui. — riu e ele também.
— Quero abraçar você e te apertar. — se levantou e abraçou-a por trás.
— Não... fica sentado, amor... — segurou nos braços dele, na tentativa de soltar, mas ele não deixou — Edu...
— Não vou te largar, minha vida.
— Vai, vai, porque eu quero fazer uma coisa pra você. —se virou — Senta e eu vou te dar uma coisinha bem relaxante. — empurrou ele lentamente pra cadeira e Eduardo voltou a sentar, rendido a esposa.
— Quero só ver.
Bárbara sorriu e abriu o vinho que estava na mesa, servindo uma taça, desabotoou o sutiã e parou de frente com ele, mirando-o diretamente no olho.
— Quer um pouco de vinho, amor?
— Quero. Obrigado.
— Ok. — se aproximou com a taça na mão e esticou para ele, quando Eduardo ia pegar, ela deixou que o sutiã caísse e despejou o vinho por seus seios e barriga — É só beber. — se aproximou — Do meu corpo.
— Bárbara... — balançou a cabeça e mordeu os lábios — Vem aqui... — segurou na cintura dela e puxou-a de encontro.
Eduardo começou a beijar e passar a língua pelo corpo da esposa, chupando o vinho, Bárbara sorriu passando as mãos no cabelo dele e suspirando com prazer. Quando ele lhe agarrou o seio, ela gemeu sentando no colo do homem e abrindo a calça do mesmo.
— Você tá muito abusada, sabia? — segurou o queixo dela com carinho para não machucar.
— É claro que eu sei. E você gosta. — conseguiu abrir e puxou o membro dele pra fora estimulando o mesmo.
Conforme se beijavam, Bárbara aumentava a velocidade da mão e em alguns momentos ela gemia para atiçar mais ele. Eduardo estava louco de prazer pela esposa, encostando a cabeça nela e mordendo seus ombros algumas vezes.
— Para, para, para! — ele pediu — Bárbara, eu vou gozar, mulher! Para.
— Não vou parar, esse é o meu objetivo. — passou a gemer no ouvido dele — Não quero que você se segure.
Eduardo terminou por chegar no limite e atingiu inclusive pouco dos seios dela que sorriu maliciosa saindo do colo dele. Bárbara se afastou devagar e observou ele tirar a calça de vez e se levantar indo na direção dela que só parou, quando caiu sentada no sofá.
— Você me provoca e depois foge. — segurou nas pernas dela e puxou-a para frente — Que péssimo, meu amor.
— Eu não estou fugindo. — riu — Apenas quero que você se sinta necessitado de mim.
— Ah, mas eu me sinto assim todo dia. — a beijou enquanto puxava a calcinha dela para baixo e em seguida se abaixou para tirar a mesma.
Bárbara tremeu de vergonha, sim, os anos passaram e toda vez que Eduardo iria lhe fazer um oral, já ele adorava o jeito é graça e vermelho que ela ficava. Não demorou para abrir as pernas dela e se meter no meio, subiu beijando as coxas da esposa até sua intimidade, começou a acariciar com os dedos espalhando toda a lubrificação natural dela por toda parte. Ela ergueu os braços para o alto e fechou os olhos.
— Edu... — ofegou e gemeu o nome dele com a voz falhando. Ele sorriu e aproximou a boca para finalmente passar a beijar e chupar aquela região.
Após longos minutos e sem pressa de parar, Eduardo se levantou e encostou a testa na de Bárbara, beijando ela e sendo retribuído, durante aquele momento de carinho, ele se posicionou na entrada dela e começou a forçar pra entrar devagar, a loira segurou nas costas dele cravando as unhas conforme sentia prazer e encostou a cabeça na dele. Quando por fim estava completamente dentro dela, Eduardo começou a se movimentar lentamente para ir aumentando aos poucos. Estavam sozinhos, no meio do nada, de um jeito romântico e sem pressa pra acabar.
— Toda vez que estamos juntos, você me torna a mulher mais satisfeita do mundo. — gemeu prendendo as pernas na cintura dele, apertando-o fundo em si.
— Comigo não é diferente. — fez questão de segurar no rosto dela para se afundar no pescoço da mesma e beijar e chupar sem a mínima dó.
— Vai me deixar marcada.
— Essa é a intenção. — voltou a encará-la, a mesma sorriu com malícia.
— Mais rápido! — pediu e ele aumentou a velocidade — Isso, Edu! Aii! — empurrou o corpo dele com as mãos sorrindo.
Aos poucos foram inventando para que ela tomasse o comando, Bárbara estava cheia de prazer acumulado, portanto sentava no marido sem dó algumas fazendo ele enlouquecer e gemer apertando o corpo dela. Eduardo agarrou o cabelo dela sem machucar e puxou para baixo.
Inverteram as posições novamente, ficando os dois largados no chão e ela se bruços. Não poderiam dizer que era a melhor transa, mas como todas as outras, era inesquecível e sempre seria.
....
Horas mais tarde, já havia anoitecido. Fany estava com Luna na cama, a pequena estava sentada e a mais velha deitada.
— Eu quero a mamãe e o papai.
— Daqui a pouco eles chegam, tá bom? Eles precisam de um momento sozinhos, só deles. — pegou na mãozinha dela — Eles passam bastante tempo com a gente, não passam?
— Anhan...
— Então, meu amor, eles precisam de um tempo só os dois, pra se amarem.
— Eu atrapalho a mamãe e o papai?
— Não! Nunca! Não pensa nisso, você não atrapalha eles, não atrapalha ninguém.
— Eu preciso largar dos pés deles.
— Fany... — alisou o rosto dela — Papai e mamãe adoram ter você por perto, mas você não pode ficar 24h por dia colada neles, não é? — observou o olhar triste da pequena — Se fosse assim, como eu teria você pra mim? A Aurora teria você? Como?
— É, verdade. — sorriu.
— Minha coisinha gostosa. — abraçou-a e beijou.
Fany caminhou até a janela e viu o carro dos pais estacionando. A pequena sorriu e saiu correndo do quarto, Luna desceu devagar atrás da irmã mais nova e observou-a abrir a porta e correr no jardim em direção a eles. Eduardo e Bárbara saíram do carro e caminharam de mãos dadas quando viram a pequena menina correndo, de pijama e pantufa.
— Mamãe! Papai! — gritou e os dois se abaixaram, a menina então os agarrou em um abraçou gostoso — Que saudade.
— Desculpa a demora, meu amor. — Bárbara beijou o ombrinho dela.
— Não tem problema, mamãe. A Luna disse que você e o papai às vezes precisam ter um tempo pra se amarem, sozinhos.
— Ela falou? — Eduardo olhou a porta onde estava a jovem de braços cruzados e se levantou com a filha no colo.
— Falou, aí eu entendi. Mas dá saudade.
Os três chegaram perto da porta e Luna sorriu de lado demonstrando carinho. Bárbara alisou o rosto dela com calma e em seguida beijou sua testa.
— Deu tudo certo?
— Sim, a Fany dormiu um pouco, acordou, mamou. Tudo bonitinho. — sentou no braço do sofá — Agora tá elétrica.
— Por pouco tempo, vai dormir assim que deitar, ouviu? — Bárbara alisou as costas da criança que assentiu.
— Bom, então o jeito é voltar pra cama. Sozinha. Abandonada. — Luna saiu do sofá e caminhou até a escada.
— Luna, você é dramática! — Fany deu risada e jovem se virou para ela.
— Aprendi com você.
— Tá, eu durmo com você. — a pequena desceu do colo do pai.
— É desse tipo de negócio que eu gosto, dormir com o meu bichinho de estimação. — esticou a mão para ela. Faby beijou os pais e foi até a irmã que subiu com ela.
— Esse carinho da Luna com a Fany é tão lindo, me sinto bem, calma. — Bárbara encarou o marido.
— Eu também. — beijou a lateral da cabeça dela — É melhor a gente dormir também, você precisa descansar. — acariciou seu cabelo.
— Você também precisa.
Os dois então subiram para o quarto, se trocaram e então deitaram. Bárbara se encolheu no peito de Eduardo alisando o mesmo e em seguida ergueu a cabeça para vê-lo, o homem a encarou de volta e sorriu demonstrando cansaço.
— Você é meu marido, Edu...
— E você minha esposa.
— Tem certeza de que não cometeu um erro? E se você se arrepender?
— Eu não vou.
— Como pode ser tão certo disso?
— É que eu preciso de você, erro seria deixar você escapar de mim de novo.
Bárbara sorriu e voltou a se agarrar nele, pedindo carinho e proteção. Eduardo ajeitou o edredom no corpo da mulher e virou-se de frente para poder dormir abraçado com a mesma.
...
Dois anos depois...
Fany sentou na cama bocejando e observou que a mãe andava em seu quarto tentando não fazer barulho e falhando, pois a garotinha acordou com os passos dela do mesmo jeito. A menina desceu da cama e caminhou até Bárbara que não a viu ali atrás e seguiu mexendo no guarda-roupa da caçula.
— Mamãe? — chamou e a loira se apoiou na porta ao assustar com a filha parada de pijama branco e o cabelo todo bagunçado.
— Misericórdia, Estefânia. — colocou a mão no peito.
— Você tá bem, mamãe?
— Tô, agora eu tô. — soltou a respiração presa — Eu te acordei, desculpa. — largou as roupas — Vem, volta dormir. — pegou nas mãos dela e levou-a para a cama de novo.
— Não tá na hora de ir pra escola?
— Ainda não, amor. — sorriu e colocou-a deitada na cama, cobriu e alisou seu rosto — Você tem bastante tempo pra dormir ainda.
— Deita comigo.
— Deito, filha. — se deitou com ela ao seu lado e alisou seu rosto e cabelo — Cê tá tão grandinha, mamãe tem saudade de quando você ainda tava na minha barriga. — sorriu e Fany também.
— Eu era chata, mamãe?
— Não, você nunca foi chata, sempre foi calma. Uma bebê tão linda. — bocejou.
— Mamãe, eu quero ver foto de você grávida de mim e vídeo.
— Agora?
— Sim, mamãe.
— Deixa eu... — pegou a babá eletrônica e ligou o som — Vida, traz o notebook no quarto da Fany. — pediu.
— Eu já levo. — ele respondeu.
— Vem com a mamãe. — puxou a filha, se encostou na cabeceira e colocou a menina entre as pernas fazendo ela deitar em seu corpo.
— Aqui. — Eduardo entrou e foi até elas — Pra que? — sentou na cama.
— A Fany quer ver fotos e vídeos da gravidez.
— Agora, baixinha? — encarou a filha deitando ao lado das duas enquanto ligava o notebook.
— Anhan. — assentiu e os adultos sorriram.
— Ok. Vamos lá. — Eduardo abriu uma pasta de fotos — Aqui você tinha quatro meses na barriga da mamãe, quando começou a querer aparecer. — mostrou.
— Eu era desse tamanhinho, papai? — fez um gesto com a mão.
— Você já foi do tamanho de um grão de feijão. — Bárbara beijou a cabeça da filha e Eduardo passou mais uma foto — Aqui a mamãe já tava de seis meses, olha o barrigão da mamãe. Era gostoso sentir você querendo se mexer, me chutando devagarinho. — cheirou a filha — Aiii, que saudade da minha gostosa pequenininha! — apertou ela.
— Aii, mamãe. — riu — Mas eu tô aqui ainda, só que maior. — olhou a mãe.
— Você é a gatinha da mamãe. — beijou a pequena várias vezes.
Viram mais fotos e vídeos até Fany dormir, Eduardo ajeitou a pequena na cama e então o casal saiu de lá, indo dormir também.
....
No dia segunda...
— Eu acho o cúmulo aquelas meninas da publicidade que namoram, onde já se viu, mulher com mulher? — o homem comentou na recepção com a secretária que mal deu ouvidos — Você não acha também?
— O que, Carlos?
— Que é errado duas mulheres e namorarem, assim como dois homens e essas coisas aí?
— Essas coisas são pessoas normais que apenas amam.
Bárbara ia entrando na empresa super bem vestida com um macacão preto flair e decotado na frente, ao lado dela estava Eduardo e no meio Fany caminhando com uma mochilinha nas costas.
— Aquela tal de Luna e Lucrécia deveriam ser demitidas por isso. — seguia comentando sem perceber os patrões atrás — Que nojeira!
— Demitidas porque namoram? Essa é boa, Carlos. Você devia caçar o que fazer. — a mulher comentou também sem perceber os patrões — Você é homofóbico e você que é nojento, não sabe nem quem são elas.
O casal escutou e Fany também, a garotinha ferveu de raiva ao ver aquele homem falando de sua irmã e foi logo batendo os pés até ele.
— Eii!!! O que você tá falando da minha irmã? Ela não é nojenta! — empurrou o homem.
— Ih, quem é você, garotinha? Não tem nem tamanho pra discutir!
— Tenho tamanho suficiente pra fazer você perder a chance de ter filhos!
— A sua irmã e a namoradinha dela são um desserviço pra nossa sociedade, baixinha! — se abaixou perto dela e puxou sua orelha.
— Não fala assim dela e não toca em mim! — cerrou os olhos. Eduardo sentiu o nervosismo subir ao ver aquele cara que eram recém contatado sendo preconceituoso com sua filha mais velha e puxando a orelha de sua princesinha.
— Vai brincar por aí, vai, sua pestinha. Aqui não é lugar pra criança.
— Não devia fazer isso. Ela é bem agitada. — a mulher percebeu a presença dos patrões e os viu chegando perto.
— Encosta na minha filha de novo e eu corto os seus dedos fora! — Eduardo rangeu os dentes e o homem se virou desfazendo o sorriso debochado.
— Senhor, senhora, eu não sabia que a menina era filha de vocês.
— Independente se fosse ou não, não se trata uma criança assim. Você está demitido e com a ficha muito queimada, porque eu vou espalhar pra todas as empresas o quão podre você é. — Bárbara puxou Fany para perto e a ergueu no colo — Você nunca mais pense em se meter com as minhas filhas!
— Você é igual uma maçã podre e tem que ficar sozinho com todo esse ódio que você tem. Minha irmã fica com quem ela quiser e aposto que pega mais mulher que você!
— Podia dormir sem essa, Carlos. — a jovem secretária riu.
— Por que não disse que elas eram filhas dos donos?
— Um bom funcionário conhece a história da empresa que trabalha, antes mesmo de entrar nela. A Luna não é só filha deles, não, ela é a única e verdadeira dona de tudo isso tendo como herdeiros a irmãzinha e os futuros filhos!
— O que?
— É isso mesmo. — Eduardo concordou — Nós somos apenas os presidentes, mas a dona é a nossa Luna. Está demitido e espero que engasgue com todo esse seu preconceito desnecessário, você sim é um desserviço pra sociedade. — se aproximou — Quero você longe dessa empresa e da minha família. Pega as suas coisas e saia daqui agora!
— Mamãe? Papai? Achei que vocês não viriam, que iriam com a Fany pegar o aparelho auditivo dela. — Luna veio andando do outro lado, calçando um salto, com uma calça social e uma camisa de botões branca, ela tinha um corpo lindo e bem marcado.
— Já pegamos. — Bárbara virou a filha mostrando os aparelhos.
— Ele te chamou de nojenta só porque você namora a Lulu. — Fany apontou.
— Cala a boca, garotinha!
— Repete! — Eduardo segurou na gola dele — Repete!
— Me larga, mamãe! Eu vou dar um chutão no saco dele! — Fany começou a se mexer e Bárbara a segurava, mas a garotinha era bem forte.
— Calma, pai. E você também fica tranquila, meu bebê. — Luna o afastou do homem ajeitando o terno de Eduardo com carinho, logo se virou e encarou o outro a sua frente da cabeça aos pés com desprezo — Assim, meu querido. — fez cara de nojo — Acho que o sujo aqui é você, pode por favor sumir daqui, ou a minha mãe vai soltar a minha irmãzinha e ela não mede força. — mostrou uma marca roxa no braço — Ela fez, então se eu fosse você... — apontou para a calça dele — Protegeria esse seu pintinho de estimação antes que ela faça isso entrar pra dentro.
— Some daqui! — Fany tentava pular do colo da mãe esticando os braços para pegar no homem que realmente pareceu se assustar mais com a criança do que com os adultos — Eu vou te rasgar com as minhas unhas rosinhas!
— Edu, segura a neném aqui. Ela tá muito forte. — chegou perto marido que na hora que ia pegar a menina, a mesma se soltou encarando o homem.
— Hum, já era. — Luna balançou a cabeça em negativa e o homem saiu correndo de Fany que foi atrás até empurrá-lo dentro do elevador, fazendo-o tropeçar e cair de boca.
A porta se fechou e a pequena se virou, ajeitando o vestido que tinha dobrado a barra e pondo a chupeta na boca, voltando para o pai com os braços esticados, toda doce e meiguinha, deitando no ombro dele.
— Ela fez isso em você, senhorita? — a jovem perguntou apontando para o braço de Luna, assustada.
— Na verdade, esse roxo é porque ela caiu em cima de mim enquanto a gente jogava Twister e meu braço virou. — deu risada — Fica tranquila, ela não vai fazer isso com você, gosta de você.
— Quem fala que uma coisinha desse tamanho faz um homem grande correr.
— Por isso eu acho que a gente não precisa de animais de estimação. Temos cão de guarda, um pincher muito lindo. — apontou para a irmã que tinha o olhar inocente — Cadê a minha princesa mais linda desse mundo? — beijou seu rosto — Deixa eu ver seu aparelho, que lindo, meu amor. — sorriu toda boba pela irmã que também deu um sorriso lindo.