Amoras

By Klarowsky

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Laura Veigas é a primeira CEO negra da capital paulista, com uma carreira brilhante e ainda em ascensão. Poss... More

O grande leilão
A Reunião
Trânsito caótico
Bar 507
Convite recusado
Orfanato
Moça Bonita
Amoras - I
Passeio no Shopping
Búzios
Casa da Mãe
Sexta-feira
Mais flores
Pneu da moto
Paraquedas
Uma grata Surpresa
Hotel Fazenda
Benditas Moedas
Feliz acaso
Bilhete na madrugada
Mini Férias
Almoço Indigesto
Visita inesperada
Ligação
Amizade Sincera
Hospital Decadente
Alucinação x Realidade
Transferência
Já está tudo decidido!
Quarto 24
Laura... Por que está fazendo isso?
Sonhando acordada
O passado
Mensagens
Controle
Estranho seria se eu não me apaixonasse por você...
Relatório
Sexta-feira emocionada
Encontros da vida
Amiga Problemática
Concerto
Caixinha de surpresas
À flor da pele
Dona do Elevador
Amoras - II
Ilha Privativa
Noite de Núpcias
Domingo
Tatiane Rebouças
Do céu, ao inferno
Morador de Rua
Zee
Esse acaso...
Palestra
Bia
Verdade no olhar
Família
Declaração
Lírios
Relatório Laura - urgente - irmã em Paris
Acionista Francês
Convite Aceito
Banho de proteção
Mansão
Pobre Paris
Bilhete misterioso
Encontro inesperado
Caminhão de lixo
Revelações
Mudança de Planos
Mistura Explosiva
Desespero
Os olhos se abrem..
Oi Bela Adormecida
Colo de mãe
Falta de Controle
Suíte Panorâmica
Insônia
Um brinde
Ligação Inconveniente
Amor Fraterno, Amor Eterno.
Abraço Carinhoso
Força Poderosa
Retomada
Linda Mulher
Mãe por mãe
Aproveite o show
Fragmentos
Decepção
Ligação além de telefônica
Consequências
Como um maremoto
Na penumbra da rua
Irresistível tentação
Encontros
A cura
Surpresa
Contrato fechado
Vivendo um sonho

Premiação

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By Klarowsky

Bia

Acordei em um dos piores dias da minha vida, sendo mimada pelos cuidados da Mayza, me servindo café na cama.

Ter que me arrumar para encontrar com o Joseph faz todas as possibilidades de humor esvair-se de meu ser, mas a presença da Mayza me acalenta a alma. O jeito que me olha, o cuidado constante, o carinho com que me trata é tudo muito além do que já pude imaginar ter com alguém. Apesar de todo meu desejo em ficar com ela, tenho receio de ao ficar, por tudo a perder, como sempre faço. Por isso, tenho preferido a paz e a amizade dela, anulando meu desejo e sentimento, do que a delícia do prazer de estar com ela apenas uma vez e perdê-la para sempre.

Após o café matinal, me preparei com a polícia, com escutas e pessoal disfarçado na pista de vôo e demais lugares que estarei com o Gordon e fui logo ao seu encontro.

O avião pousou dentro do horário previsto e ao vê-lo descer e acenar para a imprensa que o aguardara, meu estômago revirou-se. Ao me ver, abriu o sorriso amarelo e asqueroso. Antes mesmo de chegar próximo o bastante, seu odor fétido já era possível de sentir: charuto misturado a álcool.

- Prazer em vê-la, Bia - cumprimentou-me assim que ficou à minha frente.

Respondi apenas com um sorriso sem vontade e andamos apressados até o carro que nos aguardava. Assim que entramos no automóvel, sua boca de latrina, vomitou as palavras:

- Estava certo que ganharia esse prêmio Bia - falou, olhando para fora - Prometi que o principal jurado faria as honras de desposar a Mirela, que olha - olhou para mim e mordeu os lábios inferiores - Está um pitelzinho.

Ouvi em silêncio suas palavras como uma flechada a me acertar. Meu coração disparou e minha vontade era acabar com sua vida ali mesmo.

- Que é? Não vai falar nada? Gato comeu sua língua - tocou meu queixo - Ou alguma gata nova? - sorriu com desdém - Fale alguma coisa, querida.

- Não tenho nada a falar - tirei sua mão nojenta do meu rosto.

- Que isso! Está muito mal criada! - segurou em minha mão - A Mirelinha não é assim. Ela é educada e muito útil. Tenho certeza que o Sr Alvarés se sentirá muito bem recompensado por ela.

- Cala a boca, Joseph - gritei com ódio - Você é ridículo!

Meu coração disparado, fazia meu corpo inteiro tremer de raiva e ao mesmo tempo incapacidade de fazer alguma coisa para salvar minha irmã. Sabia que a Laura estaria tentando, mas ainda não tinha certeza se conseguiriam, portanto, não poderia transparecer a ele que estava por dentro dos planos para acabar com sua vida.

- Sou um ridículo? - perguntou sorrindo ironicamente - E você é uma ingrata! Te dei uma vida de luxo e cuido de sua irmã como filha. Tenho os melhores planos para ela e a você, uma carreira brilhante.

- Chega! Te ouvir me causa náuseas - gritei mais uma vez.

- Ok! - sorriu outra vez - Guardarei minhas palavras para discursar na premiação, e depois, terei muito tempo de conversa até Paris com seu novo cunhadinho - revirou os olhos.

Não faço ideia de onde tirei forças para não o enforcar com o cinto ali mesmo. Tudo nesse homem me enoja. Desde sua cara feia, com essa barba por fazer, nojenta e ruiva até seu mal gosto para vestir-se.

Chegamos ao local da premiação, e mais uma vez a imprensa nos aguardava. Ao descermos do carro, meu telefone tocou e ao olhar o visor, contemplei um número internacional. Minhas pernas bambearam com a possibilidade de ser notícias de Paris, ao mesmo tempo que tive medo de ser descoberta. Atendi então, fingindo ser oferta de cartão, mas ao ouvir a voz da Laura do outro lado da linha, me pedindo para ver os noticiários, senti o coração bater na garganta.

Saí da comitiva e acessei as páginas de notícias. Foi difícil conter a emoção ao contemplar a imagem da mansão em chamas. Ao mesmo tempo que me preocupei com a Mirela por estar no mesmo lugar, me senti aliviada por vislumbrar aquele lugar, sede de tanto sofrimento, despedaçar-se e saber que seria apenas o começo da ruína do Joseph. Voltei para a comitiva, sedenta de olhar com desdém para a cara do Joseph mas ainda receosa por não obter notícias da Mirela.

A cerimônia de premiação começou e ao ser chamado seu nome, foi aplaudido e ovacionado com entusiasmo por todos aqueles homens brancos, héteros, ricos e podres, iguais a ele. Subiu ao palco e começou seu discurso:

- Boa noite! Estou imensamente feliz e honrado em estar aqui hoje, apesar de já ter quase certeza que ganharia essa premiação de empresário do ano. Fico feliz em saber que sou eu o ganhador, e não uma certa concorrente, pouco digna dessa menção honrosa - revirou os olhos fazendo graça e todos riram e o aplaudiram - Inclusive, fiquei sabendo que ao invés de estar preocupada com a vida profissional, essa pessoa tem se dado o luxo de .. - meu telefone vibrou e no visor, outro número internacional, diferente do que a Laura me ligou.

Apressadamente saí da área da imprensa e fui para onde poderia atender a chamada que insistia em tocar.

- Pois não?! - atendi falando quase em sussurro.

- Bia? - ouvi a voz mais doce que meus ouvidos já puderam me dar o prazer em ouvir. A voz que me acalma desde que eu tinha 10 anos e aprendeu a falar meu nome antes de saber falar "mamãe". Meu corpo inteiro estremeceu-se com esse som dócil e meigo. Senti meus olhos marejarem-se e um sorriso se abriu em meus lábios antes que eu pudesse pensar em sorrir.

- Mirela? - sussurrei seu nome, segurando o nó na garganta que não me deixara falar.

- Bia, consegui sair da mansão! - ela falou com voz alegre e aliviada.

- Meu amor! Que feliz saber disso! - as lágrimas escorriam pelo meu rosto, enquanto uma das minhas mãos trêmulas segurava o telefone a outra, abafava o choro - Onde você está?

- Eu consegui que uma pessoa me emprestasse o telefone e te liguei porque é o único número que sei, de tanto ver o Joseph te ligar, memorizei - falou com voz faceira - Estou num posto de gasolina, na rodovia. Eu e as meninas estamos bem, mas a Alice - ficou em silêncio e meu coração apertou-se.

- O que aconteceu com ela?

- Acho que explodiu junto com a casa. Vimos a ambulância passar correndo e não sabemos dela. Ela só pediu pra gente correr sem parar e procurar pela namorada dela, Laura Veigas. Você sabe quem é?

- Sim meu amor! Me ouça. Procure abrigo nesse posto e fiquem aí Vou falar com a Laura e ela vai enviar o pessoal dela te buscar. Aguarde aí - falei tão apressada, que quase não conseguia respirar por isso.

- Tá bom! Vamos ficar aqui.

- Mirela?! - a chamei com emoção.

- Oi. Diga - me respondeu com doçura.

- Estou orgulhosa de você! - as lágrimas escorriam pelo queixo - Logo estaremos juntas.

- Não vejo a hora disso, Bia! Quero ver a mamãe.

Ouví-la me pedir para ver nossa mãe, terminou de me desmontar. Minha doce Mirela, é ainda uma menina, que foi privada de ter a infância com os pais. Apenas uma menina, indefesa e sozinha nos arredores de Paris. Tão longe de casa. Tão valente. Tão inteligente.

- Logo meu amor - respondi aos prantos - A mamãe vai ficar muito feliz em te ver. Aguarde aí.

- Te amo Bia! Um beijo.

- Eu te amo mais, pequena! Um beijo! Se cuida. Se proteja!

Desligou e eu permaneci com o som da sua voz ecoando em minha mente. Minha irmãzinha, meu pedacinho de mim, o motivo que eu aguentei até agora tantas atrocidades e desconfortos para que ela pudesse ter o mínimo de segurança e conforto, agora, livre das garras do monstro do Joseph.

Por alguns instantes me permiti vivenciar essa delícia de prazer por ter conseguido o que sempre desejei. Agradeci aos céus por ter visto em mim ainda, um pouco de dignidade e ter me ajudado nessa árdua missão. Sentia meu coração derramar-se em lágrimas de contentamento. Uma quentura confortável me invadia e minha vontade era correr e gritar ao mundo. Minha irmã renasceu das cinzas! Minha pequena! Que orgulho!! Ela conseguiu. Que sentimento maravilhoso de liberdade e esperança.

Liguei para o número que a Laura me ligou e depois de muito tocar, um homem atendeu e de repente, meu sorriso sumiu.

- Preciso falar com a Laura Veigas - falei com tom sério, limpando as lágrimas.

- Senhorita Bia? - o homem perguntou.

- Sim. Preciso falar com a Laura Veigas.

- Um momento, senhorita. Sou o Sr Tony. A senhorita Veigas está em visita da senhorita Alice que no momento está na uti.

- Meu Deus sr Tony - a alegria momentânea de saber da minha irmã, se dissipou no ar ao saber que a Alice está mal - Mas é grave?

- Ainda não sei, senhorita. A Laura já está tempo lá dentro e agora vários médicos e enfermeiros também entraram no ambiente. Mas me diga, o que precisa falar com ela?

- Minha irmã conseguiu sair da mansão e precisa ser resgatada, urgente!

- Mandarei o pessoal buscá-la. Onde está?

- Ela só me falou que está em um posto de combustível próximo da mansão. Não sei qual é nem a localização exata.

- Fica tranquila senhorita. Agora mesmo já enviarei nosso pessoal para resgatá-la. Qual nome dela?

- Mirela! Ela me falou que estão em várias meninas. Eu estou com o Joseph agora, não vou poder falar muito, mas se possível me mantenha informada.

- Sim, senhorita! Farei o possível. Te aviso assim que nós a encontrá-la.

- Obrigada. Quando a Laura puder falar, pede para me ligar, por favor.

- Farei isso! Disponha.

Voltei meus olhos para o salão e Joseph ainda falava à multidão, que sorria de suas falas ácidas e cheias de podridão. Pela primeira vez o olhei com desdém e muita coragem.

O sentimento de estar vencendo, de tê-lo em minhas mãos, de saber todos os seus negócios corruptos, começou a fazer sentido. Me senti poderosa e sedenta de vingança. A medida que o som de sua voz, obrigatoriamente entrava por meus ouvidos, me lembrava desde quando cheguei em Paris e fui separada da Mirela. Quanto tempo aguardo por esse momento. Agora, senti meu coração disparado, não por emoção ou medo, e sim por raiva. Raiva do tempo de vida que ele me roubou. Dos meus sonhos destruídos. Da pessoa que ele me fez ser. Da ausência de família e amigos. Dos amores que nunca amei, dos desejos que nunca realizei. Esse homem, feio e fedido, asqueroso e arrogante, corrupto e cruel, agora, torna-se uma formiga em minhas mãos e tenho a chance de esmagá-lo impetuosamente.

Voltei ao meu lugar, sem desviar os olhos da sua imagem. Um dos seguranças à minha frente, distraído e carregado na gargalhada causada por uma das falas ridículas do Joseph, nem percebera que seu coldre estava aberto e, com a leveza de uma pluma, retirei de sua cintura sua pistola automática. Cega de desejo acabar com o Joseph, me muni de esperança em tirar sua vida ali mesmo, na frente de todos e fazer seu sangue escorrer pelo salão. Apertei a coronha da pistola e a ativei. Senti meu indicador encostar no gatilho. Minha garganta seca e minha boca amarga, me fazia lembrar de todo amargor causado por esse ser. Fechei os olhos e suspirei, certa de que o que faria seria o melhor. Quando elevei o cotovelo para direcionar a arma, senti uma mão tocar meu ombro. Olhei para o lado e um dos policiais à paisana meneou a cabeça para mim, em negativo.

- Não estrague tudo! Você não merece perder a chance de ser feliz, por ele - ele falou baixinho.

Caí em mim da atrocidade que estava prestes e decidida a fazer. Atiraria contra o Joseph, e perderia a chance de ter minha irmã em meus braços.

- Olhe ao redor - sussurrou em meu ouvido - Somos todos do seu time. Ele será preso assim que sair da cerimônia.

Respirei profundo e apenas consenti com a cabeça. Travei a pistola e a guardei na cintura, por baixo da blusa. O coração ainda disparado e desejosa de acabar com ele. Recorri à felicidade em ouvir a Mirela e foquei a atenção nesse momento. O discurso acabou, as pessoas o aplaudiram em pé. Ele começou a descer para se sentar e atendeu ao celular. Percebi correr o olho pelo salão até que me encontrou ao fundo o encarando, de braços cruzados. Não se sentou. Veio direto em minha direção sem desviar o olhar. Senti nele a fúria de um homem em ruínas, sentindo seu castelo desmoronar-se, procurando um lugar para se segurar.

- Foi você que tentou dar show? - perguntou com os dentes cerrados.

- Não sei do que está falando - o respondi igualmente com os dentes cerrados - Quem acabou de dar um show de horrores foi você.

- A localização da mansão! Só você sabia. Foi você, não foi?

- Tire suas próprias conclusões - dei de ombros e sorri.

- Idiota! Cavou a cova da própria irmã. Te mando fotos dela com formigas saindo pela boca, depois, é claro, da noite mágica que ela dará ao Alvarés.

Passou por mim, empurrando meu ombro e se dirigiu para a saída. Meu sangue ferveu ao ouvir essas coisas. Não o deixaria sair ileso. Assim que ele cruzou a porta da saída, ouvi quando os carros de polícia ligaram as sirenes e o cercaram. Imediatamente corri para a saída e presenciei o policial de dentro do carro, com a arma apontada em sua direção deu voz de prisão:

- Senhor Joseph Gordon! O senhor está preso por enriquecimento ilegal, formação de quadrilha, corrupção, abuso e tráfico de menores, tráfico de mulheres, tráfico internacional de drogas, dentre outros crimes.

Todo o pessoal presente na cerimônia, no momento voltou atenção ao que acontecia na porta do evento. Joseph ao ouvir tais palavras, começou a gargalhar.

- Vocês estão loucos? Eu sou Joseph Gordon, o vencedor do prêmio "Grandes Empreendedores". Sou homem, branco, rico. Vocês não podem me prender. Que provas têem contra mim?

- Senhor, coloque as mãos atrás da cabeça e ajoelhe-se - continuou o policial, ainda com a arma direcionada a ele.

- Ajoelhar? - ele gargalhava - Você será banido da polícia, senhor. Está cometendo um erro.

- Repito - continuava o policial - Ajoelhe-se e coloque as mãos atrás da cabeça.

- Você terá que fazer mais do que isso para me prender - gargalhou outra vez.

Percebi o segurança vindo em sua direção e seu carro estacionando lateral à polícia. Não poderia permitir que ele conseguisse fugir. Imediatamente peguei a pistola embaixo da blusa, a destravei e num lapso de revolta pensei: Foda-se! Meu coração disparou e eu gritei:

- Joseph!

Ele se virou e eu atirei. Atirei em suas partes íntimas. Sem medo. Sem pudor. Sem pensar nas consequências. Ele caiu de joelhos, gritando e segurando seu sexo ensanguentado.

- Você é louca, Bia? - gritava, urrando de dor.

- Aproveite o show! Esse é só o começo do seu fim - levantei as mãos para o alto e me rendi à polícia.

A multidão saia em polvorosa. Muitos corriam, outros passavam olhando assustados. A cerimônia foi suspensa. A polícia o rendeu e os paramédicos prontamente o atenderam. Um policial me algemou e falou:

- Você está presa em flagrante por tentativa de homicídio e tem direito a um advogado.

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