Amor em risco

By DRuh19

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Caitlyn nunca duvidou de seu amor por Vi, mas uma conversa com Jinx em meio a um combate acaba abalando seus... More

|Universo|
Passado presente
Insegurança não dita
Insânia noturna
Visita inesperada
Água e óleo
Percepções distorcidas
Verdades entre nós
Escombros
Fuga de Piltover
Sequestro ou Date

Ilusões em azul

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By DRuh19

O rifle hextec era a única coisa que fazia barulho naquele salão, até que o suspiro da xerife alcançou seus próprios ouvidos. Era um dia comum em Piltover, mas estava quieto, sentia falta das péssimas piadas de Vi, que no momento estava em Demacia em seu lugar.

Não queria ter que tomar conta de Viktor em outro país, e por esse motivo tinha mandado a melhor pessoas possível para acabar com as máquinas daquele maluco, a tagarela de cabelos rosados.

Era para ela ter retornado ontem, mas algo deu errado e talvez demorasse mais, o que por um lado é bom. Seu escritório não tem cheiro de cigarro e nem álcool, apenas café e alguma coisa que lhe trouxeram mais cedo para comer.

Cait olhou mais um vez pela janela em busca de enxergar algo de seu agrado, assim terminando por ver Jinx e mais uma de suas brincadeiras notáveis. Sorriu como nunca, precisava ocupar a cabeça, então agarrou sua cartola e passou como uma bala pelas portas.

— Caitlyn!

— Agora não, Jayce. — Deixou-o falando sozinha e bateu a porta com força.

A arruaceira dos cabelos azuis ria eufórica pelos elevadores que ligavam Zaun e Piltover, e adorou mais ainda a mira vermelha que adornava sua cabeça, mas que facilmente era distraída por uma de suas bombas.

Caitlyn era uma adversária à altura, e sabia que poderia se dar muito mal caso não planejasse algo. Normalmente, deixar Vi nervosa já era o suficiente para que ela entregasse a mira da xerife, porém, com Cait sozinha isso poderia se tornar um problema, a mira daquela mulher não é brincadeira.

— Veja só quem veio brincar comigo hoje, mas sozinha!? — Jinx girou suas tranças antes de lançar seu zap.

A morena continuou calada e usou seu rifle, que foi impedido pelo disparo de outro pistoleiro, assim se abaixando contra um barril. Não estava junto de Vi, que sempre a protegia, era o muro que ela precisava neste momento e Jinx não estava sozinha.

— O que foi, xerife? Não consegue me acertar sozinha!? — a azulada riu enquanto disparava.

— Eu não sou influenciável como a Vi! — Cait sorriu e sem demora abriu a mira acima do barril, acertando o ombro de Jinx, que gritou nervosa.Tirou uma pistola da bota e mirou contra o homem que tentava acertá-la logo atrás. — Você não é a única com truques aqui, Jinx! — Sorriu de novo ao lembrar das aulas de luta com Vi.

Imobilizou mais dois atiradores e alcançou seu rifle, mas estava quase sem balas, então preferiu continuar com sua pistola até achar a distância necessária para usar o rifle.

Desceu pelos elevadores até Zaun e viu a lunática azul jogar granadas enquanto ria alto, precisando desviar de várias explosões e ao mesmo tempo proteger os que eram pegos pelo fogo.

Caitlyn pulou pelas barracas do mercado e derrubou alguns produtos, pedindo desculpa logo em seguida, tinha que correr o máximo que podia para não perder o rastro dela novamente. Chutou uma das granadas em direção a ela e a viu se jogar contra uma das janelas de um galpão que parecia abandonado.

A xerife atirou contra o cadeado que ficava na porta e a abriu com um chute. É difícil fazer a parte da Vi, era estranho ficar sozinha novamente nas missões, mas era preciso continuar.

O lugar estava escuro, apenas a janela quebrada e a porta iluminavam o local, e a risada sádica da azulada era como um eco, não dava pra saber de onde vinha. Na defensiva, a defensora empunhou seu rifle à espera de um ataque.

— Então... xerife — Jinx disse com desdém. — Como vão as coisas sem a Vi? É difícil ficar sozinha, não é? — riu.

Caitlyn continuava em silêncio, não entraria nos jogos dela, estava aqui para levá-la à justiça, morta ou viva. Tentou confiar em sua audição para achar seu alvo, mas se assustou assim que a porta de metal foi fechada com força.

— Ela adorou Demacia, devia ver o sorriso dela com a esgrimista. — Jinx derrubou algumas latas vazias, assustando Caitlyn.

— Eu já disse, não sou manipulável como ela, e não sei o porquê de achar que essa informação mudaria alguma coisa — murmurou atenta, na esperança de ver alguma coisa perante à escuridão. — Tem medo de me encarar de perto, Jinx?

— Aquelas noites na academia de Piltover não foram nada!? Vi não diria o mesmo.

— E o que você sabe sobre ela!? — a morena perguntou.

— Muito mais que você! — Jinx atirou contra o metal, fazendo com que a defensora se abaixasse atrás do que parecia uma mesa. — Não se faça de garotinha forte, você não é nada sem ela, Caitlyn Kiramman! — pronunciou o sobrenome da morena com desdém.

— E acha isso por quê? — Levantou com cuidado, seguindo a voz da azulada.

— Porque você sente falta da atenção! Do toque! — respondeu irritada para a xerife.

— Você parece nervosa, o que foi!? Cansou de brincar? — Caitlyn deixou algumas armadilhas para trás.

— Acha que a tal de Fiora foi melhor que você nas quatro paredes, Cait!? -— chamou-a pelo apelido de uma forma irônica. — Porque ela acha que sim.

— Para com o joguinho tonto e aparece! Olha para mim! — ela gritou com o rifle apontado para cima.

— Ficou nervosa de repente, não gostou do que ouviu!? Pensei que não fosse influenciável — Jinx riu.

— E não sou!

— Tem certeza!? — A azulada apareceu atrás da mais velha, a empurrando contra a parede e prendendo um de seus pulsos com uma corrente suspensa ao teto.

Com a mão solta, Caitlyn tentou atirar, mas foi pega mais uma vez. Derrubou o rifle no chão e sentiu o metal gelado cessar seus movimentos.

— Chega, você perdeu, garotinha de Piltover — riu. — Um pouco de conversa sempre deixa qualquer um vulnerável. — Ouviu os barulhos das correntes, fazendo o teto chacoalhar. — As construções aqui em Zaun não são as melhores. — Ascendeu as luzes e encarou a xerife. — Mas vamos ao que interessa — disse calma e suspirou antes de parar em frente à policial.

— Me solta — Caitlyn pediu séria.

— Quando ela chega? — Ignorou o pedido dela.

— Me solta!

— Pode implorar, não vou. — Jinx chegou perto o suficiente para sentir o perfume adocicado dela e o aroma do café. — Você gosta mesmo da Vi, não é?

— O que sabe sobre minha vida? — Puxou as correntes de novo.

— Quase nada, mas sei muito sobre a Vi e o que ela anda fazendo naquele palácio — murmurou animada.

— Eu não acredito em uma palavra sua — rosnou para Jinx, soprando uma mecha castanha.

— E não precisa, sei que te deixei em dúvida. — Pegou a cartola e a colocou em si. — Ser trocada é péssimo não é!? Já passei por isso.

Caitlyn encarou os olhos frios de Jinx e não mudou sua feição, não cairia em um jogo tão besta com a mentira. Com seriedade em seu rosto, percebeu o vai e vem dos pensamentos da garota a sua frente, que parecia frenética ao pensar em algo para continuar tudo aquilo. Normalmente, era Vi que perdia o controle e caía em qualquer jogo de Jinx.

O rosto da azulada se fechou, queria qualquer coisa, uma lágrima, um sinal de raiva, mas ela parecia neutra. Soltou o ar e devolveu a cartola deixando levemente de lado sobre a cabeça de Caitlyn.

— Eu não fui... — A xerife fez menção em falar

— Trocada? — Jinx aproximou-se da orelha dela e sussurrou. — Para ser trocada primeiro tem que ser escolhida, e você não foi, cupcake! — Deu um pouco de distância, apenas o suficiente para poder ver os olhos de Caitlyn. — Sabe há quanto tempo Fiora e Vi trocam cartas? E olha, algumas cartas me deixam até interessada, sabem mesmo como...

— O você quer!? — Interrompeu o falatória da zaunita, segurando a vontade de gritar. — Você poderia pegar meu rifle, me matar, deixar todos com raiva por isso, mas está aqui tentando me causar ciúmes!? — riu ao ver a cara fechada dela.

— Quero me divertir. — Pegou o maxilar da morena. — Não finja que está bem, sei que não está.

— Divertir!?

— Tenho algumas cópias das cartas, quer que eu leia em voz alta!? — Jinx remexeu uma gaveta.

— Quer me torturar? — Viu a mão dela parar dentro da gaveta.

— Com palavras!? Não tem muita graça, gosto de ver sangue. — A azulada foi até ela e deixou as cartas para trás. — Sabe me dizer qual é a sensação de ser apenas a segunda opção? Todas as vezes que a Vi sumia por semanas para ficar em Demacia sem você saber. Tudo para estar com ela. — Viu o cenho dela franzir. — Faz sentido pra você, xerife?

Caitlyn a encarou com raiva, lembrava dos sumiços, mas Vi nunca disse ter ido para Demacia, na verdade ela tinha dito ser a primeira vez dela em viagem, e ela não mentiria, tinham tudo em aberto.

— Está pensando se ela é sincera com você!? Claro que não! — Jinx bateu palmas enquanto ria. — Você sempre foi a bonequinha dela, Vi gosta de mulheres certinhas também, mas prefere as que ficam na linha de frente e não as que se escondem com uma arma enquanto ela apanha! — viu os olhos da xerife se arregalarem. — Vi apanha só para no fim do dia ter um pouco da sua confiança, mas você já experimentou passar pelas ruas de Zaun em uma sexta à noite!? — aproximou-se. — Cigarros, bebidas e uma Vi completamente livre, mas vocês nunca foram namoradas, não é? — Ergueu o queixo dela com o indicador. — Por que se rebaixar a isso, Caitlyn!?

A Kiramman sentiu coração bater em frenesi, não podia duvidar da companheira, sabia que não tinham um relacionamento de verdade, mas ela nunca mentiria. Vi teria coragem de usá-la? Não podia ceder às palavras de Jinx.

Os olhos rosados da azulada estavam pertos demais, como se perfurassem os azuis de Caitlyn.

— Ela deve estar com a Fiora agora, em algum toque forte, ou em um beijo singelo. — Jinx fitou os lábios rosados. — Mas e você?

— O que você ganha com isso? — a defensora perguntou entre dentes, encarando os olhos neutros da zaunita.

— Não sei, vou descobrir. — Sorriu. — Será que as luzes estão apagadas por lá? Ou a Vi é do tipo que gosta de ver? — Viu Caitlyn fechar os olhos e suspirar alto, ela estava começando a ceder. — Quer poder imaginar!? — perguntou e a fitou divertida — Vamos ver — falou selando seus lábios contra os dela.

Caitlyn se assustou e grunhiu com o beijo de Jinx, que tentava, de alguma maneira, provar alguma coisa em relação à Vi. Abriu os olhos com força e percebeu que os dela estavam ligeiramente abertos.

— Fecha os olhos — pediu para Caitlyn.

Jinx, por um minuto, usou o mesmo timbre que Vi. Kiramman pôde lembrar dos momentos de carinho entre as duas; não podia ceder aos diálogos de Jinx. Iria mandá-la à merda, mas tremeu no lugar ao pensar em Violet com Fiora, assim acabando por ceder

Fechou minimamente os olhos e pensou no toque nada singelo que costumava receber de Vi, e então, terminou de fechar as pálpebras por inteiro, queria poder pensar que tudo que Jinx tinha dito era mentira.

Como em um grito, a porta foi abaixo como se não fosse nada, e logo atrás, a defensora de Piltover, nada alegre, rosnava ao ver a azulada com as mãos em Caitlyn.

— Você é uma mulher morta! — Vi disparou com os olhos estalados e com as manoplas a todo vapor.

— Vai ter que me pegar primeiro — Jinx gritou. — Obrigada pelo show, Cait — sibilou o apelido ironicamente mais uma vez. — Foi ótimo passar esse tempo com uma pessoa menos destrutiva. — Pulou pela parte de trás e sumiu no escuro.

Da porta, policiais vasculharam o lugar, e ao chão e com os braços ainda presos ao alto, Caitlyn escondia o rosto em ódio, queria chorar. Não por ter dúvidas sobre Vi, mas por ter se deixado levar por aquela sádica.

— Quando foi que ela chegou? — Cait perguntou a si mesma. — Vi! — Gritou e viu alguns policiais vindo até si para lhe soltarem.

Os cabelos rosados balançaram com o movimento brusco, tendo o rosto em desespero por vê-la daquele jeito, presa como um animal.

— Cupcake! — Violet correu e tirou as manoplas para quebrar as algemas, não precisava de força extra com isso. — Você 'tá bem!? Ela... — Viu a boca da xerife marcada pelo azul e logo mudou seu cenho novamente para furioso. — Filha da puta — disse baixo e tirou um lenço de seu bolso, assim limpando a boca dela com um pouco de força.

— Eu estou bem, pode parar, só meus braços que estão péssimos.— Caitlyn tentou esticá-los. — Quero ir para casa. — Desviou o olhar.

— O que ela fez com você? — Vi perguntou nervosa.

— Não quero falar sobre isso agora... — apertou os próprios braços.

— 'Tá bem, vamos voltar para a delegacia, cupcake — disse preocupada, guiando a xerife para fora, que relutou contra seu toque.

— Eu posso ir com os outros. Tenta achar algum rastro da Jinx. — Caitlyn desviou o olhar de novo.

— Cait, espera — chamou por ela e a viu pedir espaço com as mãos. — Que merda aconteceu aqui? — Vi franziu o cenho e encarou o lenço manchado pelo batom azul.

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