The Death Witch • acotar

Per athxna_00

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As bruxas foram desde muito tempo caçadas, mortas, queimadas. Algumas enfrentaram seu destino, outras fugiram... Més

The Death Witch
capítulo 1
capítulo 2
capítulo 3
capítulo 4
capítulo 5
capítulo 6
capítulo 7
capítulo 8
capítulo 9
capítulo 10
capítulo 11
capítulo 12
capítulo 13
capítulo 14
capítulo 15
capítulo 16
capítulo 17
capítulo 18
capítulo 19
capítulo 20
capítulo 21
capítulo 22
capítulo 23
capítulo 24
capítulo 25
capítulo 26
capítulo 27
capítulo 28
capítulo 29
capítulo 30
capítulo 32
capítulo 33
capítulo 34
capítulo 35
capítulo 36
Capítulo 37
capítulo 38
capítulo 39
capítulo 40
capítulo 41
capítulo 42
The Queen of Shadows
!!!!!!!
importante!!

capítulo 31

340 32 111
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Dois dias haviam se passado e Lilith ainda não olhava na cara de Nyx, mesmo o macho a perseguindo por todos os cantos em busca de se desculpar com a fêmea.
Mas ela não ansiava por falar com ele tanto quanto Nyx queria falar com ela. Isso era em parte por causa das horas seguintes à briga.

Aizawa havia levado Lilith para sua tenda junto com os três guerreiros, Seph e Adyra. A fêmea não se movia nem um centímetro, os olhos fixos em algum ponto qualquer e as pupilas dilatadas. As mãos dela estavam cerradas, elas haviam permanecido assim momentos depois do soco.
Ninguém conseguia acalmá-la, muito menos a raiva que emanava dela. O cheiro que costumava ser de menta perdeu sua essência e deu espaço para o ódio.

Eles tentavam falar com ela mas nada adiantava. Era como se suas vozes não tivessem som algum, a mente da bruxa vagava por um lugar muito longe da tenda real.

Como sempre, as brigas com Nyx a afetava. Mesmo que isso fosse a coisa que ela menos queria. As vezes não era possível controlar os efeitos que certas pessoas exerciam sobre ela.

Logo haveria outra reunião de estratégia, apenas para confirmar e repassar o que diriam aos soldados que estavam aqui. Lilith havia convidado pessoalmente Aizawa para participar da reunião, ele seria um porto seguro para ela. Nyx provavelmente surtaria, o cheiro da parceria estava ficando cada vez mais evidente até mesmo para os menos poderosos dos feéricos. Com o tempo isso poderia ser facilmente usado contra eles.

A bruxa estava se arrumando quando Adyra entrou pelas abas da tenda, usando o couro e a camisa que descia até os joelhos, as botas estavam sujas de lama. Um indicativo de que ela havia ido para o lago se lavar.

— Bom dia flor do dia, como vai a sua vida?

— Se eu responder é possível que você seja corrompida pela minha depressão.

— Será tão ruim assim ficar no mesmo ambiente que ele? É só você ignorar os olhares penetrantes dele.

—Eu escolhi a pessoa errada para amar, Adyra. É impossível eu tentar ignorar isso.

— Você... Ama ele?

— Amo...

— Mas você me beijou, não foi só um beijo.

— Eu gosto de você, não do mesmo nível que o Nyx. Mas se você quiser, poderá tentar fazer eu me apaixonar por você, eu estou quase implorando por isso.

— Por que é melhor se apaixonar por mim do que pelo Nyx? Ele é o futuro grão-senhor da corte mais poderosa.

— Não me interesso por posses ou títulos, não preciso disso. Já sou uma rainha que tem muitas propriedades e ainda tenho um título maior que o dele. E me apaixonar por você seria mais fácil sim. Vocês são diferentes, Nyx é algo que eu nunca imaginei que fosse, está possessivo e louco por essa parceria. Mas você... Você faz eu me sentir livre, livre de verdade. Ficar com você me dá forças para continuar a lutar por mais um dia, você sabe como fazer os outros se sentirem bem e é uma presença muito mais agradável que Nyx. Então eu lhe peço, faça eu me apaixonar por você, Adyra. Eu imploro.

Lilith estava com a voz calma, cansada. Os últimos dois dias não foram fáceis para ela, mas Seph e Adyra estavam lá o tempo todo. Sempre apoiando a fêmea quando ela estava prestes a desabar.

— Aí para que eu tô sensível.

Lilith solta uma risada abafada, o máximo que ela conseguia depois daquele dia, e abraça a garota, deixando um leve beijo em seus lábios antes de sair e seguir para a tenda de guerra. Onde todos já esperavam por ela. Adyra seguia logo atrás, tentando se recompor depois do pedido para que ela fizesse a bruxa se apaixonar.
Ela correu rápido o suficiente para alcançar Lilith e entrelaçar seus braços e entrar na tenda a olhando, daquele jeito apaixonado de sempre.

A rainha tentou fazer o mesmo, mas a expressão demostrava apenas um grande afeto, não amor.

Mas Nyx não percebeu isso. Thales imediatamente cutucou o macho para que olhasse para ele e não se incomodasse com as fêmeas. Mesmo que uma delas fosse a parceira dele.

— Você não precisa ficar assim por ela, tem que respeitar que ela não quer ter nada contigo. Lilith tem quinze anos e desejos grandes e ambiciosos, ela não quer ter a mínima distração — Sussurou o herdeiro da Primaveril enquanto os outros conversavam entre sim

— Mas ela é minha parceira... E idade não importa.

— Pelos deuses, claro que importa! Nyx, comprado à nós ela é uma criança, ela precisa viver. Ninguém em sã consciência se casaria com quinze anos, a não ser que fosse um casamento arranjado. E não importa se ela é sua parceira, ela não é sua propriedade e você não tem direitos sobre ela, e também não teria mesmo que estivessem casados.
Lilith pode ser mais nova, mas é mil vezes mais madura que todos nós, ninguém pensa como ela. Mas tem tão pouco tempo de vida, ela quer ser livre. Pelo o que me lembro a coisa que mais fazíamos quando tínhamos a idade dela era foder com todos, você não lembra do Calanmai? Seis? Sete? Sabem lá os deuses quantas pessoas nos transamos.

— Eu sei...

— Não, você não sabe. Está parecendo meu pai quando estava com a sua mãe. Um possessivo que não aceita uma dispensa e sempre quer estar certo. Minha mãe conseguiu mudar ele, mas não foi apenas ela, ele se esforçou também, já havia perdido uma pessoa que amava por causa de sua possessão. Cuide disso ou o mesmo acontecerá com você. Seria tão ruim assim ser apenas amigo dela?

Nyx não respondeu, mas em sua cabeça a resposta era "Sim, seria terrível ser apenas amigo dela".

Ele não se importa se Lilith tinha quinze ou mil anos, para ele deveriam ficar juntos independente disso. Mas sua mãe já havia falado sobre o antigo Tamlin, sobre as brigas e que isso resultou na destruição da Corte Primaveril.

Ele não duvidava que se algo do tipo acontecesse Lilith destruiria a Corte Noturna.

—  O que faremos? — pergunta Peter à Lilith.

Depois da briga com Nyx, ele foi falar com ela, mesmo que o medo fosse muito grande. Os dois conversaram e viraram amigos, deixando as brigas constantes de lado.

— Eu irei logo depois dessa reunião ver como está a situação na caverna, se há alguma movimentação estranha e se o dragão já está despertado. A próxima coisa que faremos é preparar os guerreiros e amanhã de manhã começaremos a marchar até a caverna. Aizawa vai checar as armas e qualquer coisa que precisa ser dita para mim pode ser dita para ele. Alguma dúvida?

— Só isso? — Nyx praticamente debocha.

Thales aperta o pulso do herdeiro com força e respira fundo, nada do que o loiro havia dito tinha sido escutado pelo amigo.

— Quer mais o que? Quer que eu diga que as chances de vocês morrerem são muito grandes? Eu acho que você já sabe disso.

— Por que só nós? Caso se esqueceu também somos muito poderosos, acho que nem mesmo você poderia lutar conosco.

— Nyx, eu e você sabemos muito bem que posso lutar com todos os grão-senhores e os seus filhos juntos e ainda sim ganhar. Acho bom você guardar seu rancor apenas para si porque o fato de você não saber lidar com uma rejeição não é problema meu e de mais ninguém além de você. Como um macho tão experiente achei que você poderia lidar melhor com isso, não me culpe se quero ser livre. Tenho quinze anos e não sei de nada, palavras suas, então creio que o melhor que posso fazer é explorar os mundos e descobrir cada vez mais sobre eles antes de me acorrentar à alguém. Tenho meus princípios, e com certeza não os mesmo que os seus, você tem sua vida e eu a minha. Eu sei que acha que a idade não importa, mas importa muito. Pessoas mais velhas tendem a ser mais maduras e sábias, mas esse não é o caso. Você tem a mentalidade de um adolescente que cresceu sem preocupações, eu tenho a mentalidade de alguém de quinhentos anos que teve que passar sua adolescência em guerras e reconstruindo um reino.

Nyx não disse mais nada depois do grande sermão da rainha, Thales apertava as mãos com nervosismo. Provavelmente temendo que Lilith decidisse que Nyx seria mais um peso na vida dela e o matasse com o fogo da morte que o herdeiro viu ela conjurar algumas vezes.

— Eu preciso ir, qualquer coisa falem com Aizawa.

A fêmea saiu com passo leves e a expressão neutra. Indo até sua tenda em busca de Narben que ficava escondida debaixo das muitas peles de animais que Lilith conjurou.
Ela não usava a espada toda hora pois ela suspeitava que ela roubava suas energias. Mas isso era apenas paranóia, as vezes ela sentia que a espada tentava fazer com que Lilith fosse até algum lugar no subterrâneo, ela até tinha sonhos com isso. Havia um círculo feito de sangue e um pequeno altar de pedra, o que havia encima dele era um borrão de névoa preta e densa.

Aizawa estava indo checar as armas quando Lilith o parou, sussurrando em seu ouvido.

— Cuidado, Nyx está com ciúmes. Fique esperto pois eu sei que ele vai dar um jeito de te perturbar. Mas não deixe que as coisas que ele fizer te abale, isso só piorará as coisas.

— Entendido, majestade.

—  Cala a boca.

Aizawa deu um abraço na fêmea e um beijo no topo de sua cabeça, ela podia ser magrelo mas era bem mais alto que ela, talvez tinha até mesmo mais de dois metros de altura. O macho era maior que o próprio Nyx, que tinha cerca de dois metros de altura.

☀︎︎

Thales tentava acalmar Nyx enquanto ele surtava dentro de sua tenda depois de ver as diversas demonstrações de afeto entre sua parceira e o suposto amigo, Aizawa.
Ele se controlou muito para não voar na cara do macho magrelo e destroçar seu rosto que era de certa forma muito bonito.

O que Nyx não entendia era o fato de Aizawa ser da Corte Noturna, mas não ter nem mesmo a essência dela. Ele era de outro lugar, os cabelos brancos podiam provar que sua descendência era de outro lugar. Definitivamente não era da Invernal, Peter pode confirmar isso.

— Nyx você tem que parar de surtar por isso! E daí se o Aizawa não é de Prythian, você não pode controlar as amizades da Lilith. E vocês não tem nada, sinto te dizer mas é a verdade. Não adianta você criar suas fantasias na sua cabeça pra depois sofrer pela realidade.

— Na verdade adianta sim, se eu não fantasiasse minha vida com ela provavelmente estaria morto agorinha.

— O problema é que você não entende que a Lilith não é sua. Ela mesma falou que quer ser livre e você não está deixando. Porque ela ainda te ama e se sente amarrada à você, principalmente com você e todos nós sabendo sobre o laço de parceria. Você precisa deixar ela ir, é o melhor que pode fazer para deixá-la feliz. Se você a ama... De verdade, deixará ela ir.

— Eu não posso... Eu não posso desistir dela, eu ainda tenho esperanças.

Thales respira fundo e olho profundamente nos olhos de Nyx, dando um leve beijo em sua boca antes de socar o nariz do amigo.

— Eu, Thales, sinceramente, não sei o que ainda faço aqui. Você é um caso perdido, um obsessivo completo. Qual é a dificuldade de entender que ela não te quer? Tá na cara, ela mostrou isso para todos e para de ciúmes do Aizawa ele é um gostoso e até você acha isso! Mas que porra gora você me estressou, tirou minha paz de espírito. Aí que ódio de você vagabundo.

Nyx puxa a perna do amigo para trás, o fazendo cair de bunda no chão. O macho da Noturna apenas deu um soco no rosto do outro macho e depois começou a beijá-lo.
Thales agarra o colarinho do casaco de Nyx e o puxa para mais perto, apertando cada vez mais o corpo dele contra o seu.

Nyx enrolava os cabelos louros de Thales em suas mãos enquanto ele rasgava seu casaco com as garras que agora despontavam de seus dedos. O macho da Primaveril sempre tinha um colapso ao ver o corpo escupido de Nyx exposto apenas para ele. Isso era um segredo, ou deveria ser. Pois em um dia normal Tamlin perguntou se Thales gostava de macho. O coitado quase morreu mas respondeu não, o pai apenas perguntou o por quê dele transar com Nyx se não gostava de macho.

Ao tentar tirar o cinto do macho de cabelos negros, a tenda é aberta por Peter, que arregala os olhos diante dos do poderoso herdeiro da Noturna sentado no colo do herdeiro da Primaveril. Ambos sem camisa e se beijando freneticamente.

— O que foi? — perguntam os dois com arrogância.

— Lilith acabou de voltar, disse que acha melhor partimos o mais rápido possível.

— Mas já? — indaga Thales.

— Já faz uma hora.

— Eita.

☾︎

Ao chegar na caverna, Lilith imediatamente sentiu a presença do diário da avó, mas também havia outra coisa que confundia seus sentidos, e não era o dragão gigante que dormia.
A caverna em si era mais comum do que a fêmea imaginava, maior do que a maioria, mas mesmo assim comum.

Ela estava sozinha então não poderia simplesmente entrar lá sem se importar com as consequências, ainda que ela preferisse permanecer sozinha nessa missão.

A vegetação em volta da caverna era diferente do resto do local. Como um conto de fadas definitivamente. Já estava escurecendo quando Lilith decidiu vir, a reunião havia atrasado e terminado tarde.

Os musgos que estavam nas pedras brilhavam cada vez que a escuridão ocupava o céu, cristais de todos os tipos eram encontrados no local, pequenas lagartas luminosas rastejavam perto dos musgos e sumiam entre as fendas.

Entre

A voz de sua cabeça sussurrava.

Dê uma olhada nas maravilhas que estão presentes naquela caverna.

Era possível ouvir barulho de água correndo dentro da caverna. Borbulhando.

Será possível que o dragão passasse a maior parte do tempo na água e depois acordava para acabar com os intrusos?

Veja.

Como se suas pernas não fossem mais controladas por ela, Lilith seguiu para dentro da caverna. E por incrível que pareça era mais linda do que o exterior.

Era como se um novo mundo existisse lá, armas estavam jogadas e jóias se espalhavam por todos os lados. Os cristais roxos, rosas, azuis, brancos e de todos as cores brilhavam com a luz de lagartas luminosas.

Hipnotizada pela beleza do local, a bruxa seguiu mais adentro. Como esperado havia água cristalina cobrindo o chão, e mais adiante o fosso se aumentava, abrindo caminho para o oceano. Conchas de todas as cores podiam ser vistas, os pés descalços de Lilith poderiam ser vistos sem a menor dificuldade.

Mas logo a frente, à uns cinquenta metros de distância, estava o dragão. Enrolado envolta de um grande quartzo verde. A pele azul era quase branca e ele dormia, em um sono tão profundo que Lilith cogitou entrar na água apenas por uns instantes.

Ela não cogitou apenas.

Ela o fez.

Nada poderia impedir a rainha de se banhar nas águas calmas da caverna do dragão, onde ruínas do que um dia foram templos marinhos completavam a paisagem. Oceantycs.

Eram como os chamam.

Uma outra civilização que os Night-thorn comandavam com a ajuda da princesa do reino de Ocenya. Outros dos segredos que Lilith não contou à ninguém, embora Amren provavelmente já sabia.

Os Night-thorn eram descendentes dos povos marinhos, houve uma aliança entre o reino das Águas Cristalinas e o reino da Luz Solar, os Night-thorn foram o tratado. A rainha de Solaris tinha poder sobre o próprio reino e Oceanya.

Ou seja, Lilith também era rainha de Oceanya.

Com nada a atrapalhando, os pensamentos quietos e calmos, Lilith deixou a roupa escorregar pelo corto e foi entrando aos poucos dentro da água, temendo o dragão.
A temperatura era morna, peixes não habitavam o local. Ou estiveram lá um dia e foram comidos pelos dragão.

Em um piscar de olhos, as pernas haviam se transformado em uma linha cauda cor de ébano. A pele ficou um pouco mais dourada e a coroa com a pedra negra que repousava em sua testa foi trocada por um coroa de cristais.

Uma coroa muito mais aconchegante que a de Ossos.

A bruxa teve de se segurar para não começar a nadar por todo o lugar. Mas ela sentia tanta falta daquele corpo que não conseguiu ficar sem nadar um pouco.

Ela nunca havia presenciado mais paz.

Mas sempre havia alguém que poderia estragar tudo.

Ela pode escutar os passos de muitos feéricos de longe. Rapidamente se vestiu e foi ver o tamanho do estrago. Mas não havia nada, eles estavam longe ainda. E com certeza estavam prestes a tentar impedir que Lilith pegasse o livro.

Pânico se instalou pelo seu corpo e ela não hesitou em atravessar para o acampamento e procurar Aizawa para dar o recado. E como esperado ele estava polindo a lâmina prateada e gravada com alguns arabescos de sua espada.

— Vão tentar me impedir, tem um exército. Eu vi o dragão, é marinho. E lindo. A caverna é o lugar mais lindo que já vi.

— Que?

— Quando você vai me contar que é um dos príncipes de Oceanya?

O macho arregala os olhos e pousa a arma em seu colo. Lilith apenas dá um tapa na cabeça do amigo e resmunga:

— Sou eu, não dá para esconder essas coisas de mim.

— Eu queria contar, juro. Mas não sabia como, você mesmo demorou para contar de onde você vinha.

— Eu sei e não estou brava com você, estou mandando você chamar os herdeiros aqui. Agora!

Aizawa saiu correndo para chamar o mais próximo herdeiro, Aspen, que ainda cuidava do dragão mesmo que ele estivesse totalmente curado.

Lilith enquanto isso convocou todos os soldados com um assobio que fez a terra estremecer. Até mesmo os soldados idiotas vindos da Outonal pararam diante da rainha. Lilith esperou que todos os herdeiros estivessem junto aos outros guerreiros para começar.

— Eu sei que deveríamos partir apenas amanhã, mas enquanto eu estava na caverna pude ouvir pessoas. Um batalhão foi enviado para cá em busca de impedir que conseguíssemos o que queremos, então teremos de adiantar nossa partida. Juntem suas coisas o mais rápido possível, não liguem para o acampamento, irá desaparecer logo. Mas precisamos ir, ou os soldados inimigos chegarão primeiro.

Ao dispensar os guerreiros, Nyx correu até Lilith e a parou, segurando seus ombros e a fazendo olhar para ele. Ela não ficou surpresa ao sentir o cheiro de Thales.

— Você tá bem?

— Eu tenho depressão, óbvio que não.

— Não... Quero dizer, fisicamente. Ou algo do tipo... Desculpa não sei falar com você.

— Eu apenas estou extremamente irritada porque eu queria ficar mais tempo naquela caverna incrível com a presença de um lindo dragão marinho.

— Marinho? Mas cospe fogo?

— Ele pode sair da água.

Nyx tentou falar mais, mas Lilith saiu andando arrastando Seph e seus outros três guerreiros. E Thales mais uma vez teve que dar um jeito de controlar o surto do amigo.

☾︎

Os soldados já estavam marchando para a caverna minutos depois da convocação da bruxa. Por estarem perto da caverna provavelmente chegariam à tempo de interceptar os soldados inimigos.

Para não haver perda de cavalos, Lilith mandou todos eles para um campo seguro em Solaris, o cavalo dela possuía um bilhete para Jake. Dizendo que eles precisavam de cuidados.

Nyx ainda a olhava, mas os olhos dela apenas viam o caminho a frente. Nada poderia tirar seu foco do objetivo, conseguir a segunda parte do diário perdido de Olívia Night-thorn, sua querida avó. Que graças ao poder de clarividência deixou pistas para ajudar a neta a salvar o mundo das garras cruéis de Hybern.

O ritmo era rápido e em cerca de vinte minutos eles chegariam, mas a pergunta que estava na cabeça de todos era:

Vamos todos morrer?

A resposta era provavelmente, os riscos na missão eram muito altos. Era possível que todos os soldados morressem nessa batalha.

— Eles chegarão primeiro — disse Lilith para todos — cho bom estarem preparados.

☾︎

Os últimos passos antes em direção inferno foram dados quando o primeiro soldado andou em direção de um dos soldados de Rask. Eles estavam em maior número, os inimigos. Prythian possuía apenas cem, eles quinhentos.

Lilith retirava Narben da bainha e muitos recuaram para longe ao sentir o poder e o cheiro de morte que emanava tanto da arma quando da portadora.
A espada cortava cabeças com apenas um movimento, Narben havia sido forjada para o corpo da rainha, seu antigo portador devia prever o futuro.

Os herdeiros lutavam como uma pessoa que estava destinada a ser governante um dia lutaria. Os três guerreiros da rainha contavam como uma legião de soldados bem treinados, e Seph e Adyra lutavam ao lado de Lilith.

Não era adequado que Lilith usasse seu poder, mesmo que ela não ficasse cansada facilmente. Com a maldição era difícil usar magia sem parar, mas foi necessário queimar metade dos soldados com o fogo da morte. Poder que o Ethan herdou da mãe mas não gostava de usar.

Alguns dos soldados de Prythian caíram, mas a maioria estava de pé. Aizawa liderava todos eles com as habilidades adquiridas em Oceanya, ele treinou lá quando ainda era uma criança, antes de ser levado por causa das guerras internas entre os reinos marinhos. Depois disso decidiu permanecer no reino terrestre.

— Lilith! — grita o macho de cabelo brancos — vá até a caverna. Nós damos conta.

Um aceno de cabeça foi a única resposta. Lilith correu entre os soldados e matou qualquer um que estivesse em seu caminho, ela nem viu quem. Se eram amigos ou inimigos. Estavam eu seu caminho e seriam mortos por isso.
Algumas das lagartas luminosas estavam esmagadas, e os cristais mais adentro da caverna estavam caídos. E foi então que a bruxa percebeu o que havia acontecido.

Os soldados haviam entrado dentro da caverna.

Um rugido ecoou pela terra e pela água. O chão tremeu e todos os soldados pararam, independente de que lugar vieram. Gritos podiam ser ouvidos de fora da caverna e as silhuetas dos soldados que morriam podiam ser vistas por causa da luz do fogo.

Haviam acordado o dragão.

Lilith estava paralisada. Ela pode ouvir o barulho do poderoso corpo do animal saindo da água e andando em direção à saída. Ela havia erguido um escudo impenetrável para impedir que os outros chegassem perto.

Adyra gritava e chorava batendo em uma parede invisível. Seph e os três guerreiros tentavam esfaquear a barreira com as lâminas poderosas e embebidas por feitiços feitos pela própria Lilith, mas sem sucesso.
Nyx gritava o nome da fêmea freneticamente, mas parou quando o imenso dragão surgiu.

Ele olhou diretamente para a rainha que estava com o queixo erguido, a lâmina da espada tocava o solo e as duas mãos dela seguravam a espada virada para baixo. Um indicativo para todos que ela não mataria o dragão.

Lilith começou a entoar uma oração que depois se prolongou para uma canção antiga e poderosa, cantada pela própria Rhella. Ao final, ela abriu sonhos violetas e encarou os azuis penetrantes do dragão e sorriu.

Os dragão então queimou tudo que estava para dentro do escudo. Inclusive sua rainha.


☾︎

Pânico.

Era a única coisa que Nyx sentia.

Ele também sentiu a vida da parceira se esvair e não existir mais. O macho tentou o máximo possível para segurar aquele fio dourado que se despedaçava em suas mãos invisíveis, mas não foi o suficiente.
Havia um vazio profundo em seu peito que nunca poderia ser preenchido.

Os gritos dos soldados que voltavam à luta se tornaram nada na cabeça dele e de todos os outros que tentavam quebrar o escudo que ainda persistia em afasta-los.

Thales havia sumido. Peter murmurou algo sobre ir buscar os grão-senhores para ajudar.

Adyra gritava e socava as paredes do escudo sem parar. As lágrimas queimavam seu rosto mas mesmo assim ela não desistia. Nem mesmo as chamas da morte eram fortes o bastante para quebrar a barreira.

O fogo ainda estava ali, e não se via nada além disso.

Como esperado todos os grão-senhores de Prythian apareceram em um só segundo, preparados para lutar com o dragão aterrorizante que havia matado Lilith.

Amren que também estava lá chegou perto da proteção mágica e começou a murmurar "não" várias vezes. Os outros poderiam achar que a fêmea deixou algumas lágrimas caírem.

Helion e Feyre tentaram a todo custo quebrar a barreira, mas os poderes da bruxa poderiam vencer todos os grão-senhores em poucos segundos.
Então veio a parte de atacarem a barreira. Fogo, água, sombras... Nada funcionava.

Eles estavam a um passo de desistir quando um barulho metálico ecoou pelas pedras da caverna e pelo chão.
Um rugido furioso foi escutado por todos que residiam as terras de Prythian.
A barreira se estilhaçou e o fogo correu para nossa direção, mas as chamas se retraíram e atacaram o próprio dragão.

Uma força nunca vista por ninguém, nem mesmo Amren, estava lutando com o dragão. Um brilho contornava o corpo feminino esculpido que estava a metros do chão.

Na cabeça do dragão estava uma lua nova, semelhante à lua que brilhava na testa do ser que o confrontava.
Ninguém ousava se mexer diante do mais épica luta entre a Rainha das Bruxas.

☾︎

As chamas inundaram toda a barreira, deixando o ar dentro da cúpula mágica extinto. Lilith não possuía nada que pudesse faze-la respirar novamente. Mas não seria isso que iria a impedir.

O dragão não conseguia vê-la, nem ela conseguia vê-lo. Os dois estavam presos dentro de uma bolsa de ar impenetrável.

Asas e braços vão lutar

Aos poucos a profecia estava sendo recitada em sua cabeça. Mas as labaredas tentavam a todo custo ocultar as palavras proferidas por uma doce voz feminina.

Sangue e lágrimas estão prestes a derramar

Dessa vez o que tentava impedir era o dragão, seus passos ficavam mais próximos, e ele estava impacientemente.

Não pode ser encontrado aquilo que não está perdido

A única opção de Lilith era se sentar e esperar a morte. Ou meditar até a morte tentando achar as duas partes primitivas  que estavam escondidas no interiores de sua alma.

Nem dor e sacrifício poderão salvar aquele coração corrompido

E aos poucos uma história antiga era recitada pela voz de sua mãe, uma história que ela costumava contar.

"Era uma vez uma poderosa princesa marinha, Ocean, como a chamavam. Ela era muito querida por todos de seu reino e todos de nossa família, nunca tivemos uma aliança tão forte com nenhuma das antigas princesas, mas Ocean era simpática com todos. Mas muitos sentiam inveja de seus poderes e influência sobre a coroa Night-thorn e a amaldiçoaram à passar o resto de seus dias na forma de um dragão que apenas conhecia a morte. Os mesmos que jogaram a maldição riram ao dizer que ela poderia voltar para sua forma real quando uma pessoa tão bondosa e gentil como ela tivesse coragem o bastante para quebrar a maldição."

As respostas aos poucos surgiam, e Lilith podia sentir um poder muito maior do que o normal correr em suas veias. Um poder que ela lutou para não deixar sair.

O Sol e A Lua juntos como em um eclipse

Ela fazia de tudo para fundir os poderes, mas eles pareciam se repelir, lutar contra a força esmagadora que era a bruxa.

Garras contra garras não são a resposta

Não. Mas seria útil até que os poderes decidam se juntar para ajudar em algumas coisa.

Os olhos de Lilith abrem e o branco que costumava estar no lugar das pupilas quando ela acabava de usar muito poder, brilhava com o brilho de um milhão de estrelas.

As garras de prata agora pareciam garras de um brilho tão intenso que poderia cegar alguém.

O dragão parecia sentir a onda de magia e a seguia, pois em segundos Lilith podia sentir o poderoso corpo do animal em sua frente.
A respiração dele balançando seus cabelos.

E como um raio Lilith atacou. Os barulhos de garras contra garras ecoavam por todos os quatro cantos do mundo. O dragão rugia, furioso, e atacava com a mesma intensidade. Cuspindo fogo mas ele não a queimava.

— Você pode tentar, mas eu sou a bruxa que você nem ninguém conseguirá queimar.

Então ela rompeu o escudo de proteção. As chamas saíram rapidamente para se espalhar, mas Lilith as segurou e as jogou contra o próprio dragão.

E enquanto ele tentava se desvencilhar das chamas que o atrapalhava, Lilith montou em seu pescoço. Com o poder de mil sóis e mil luas latejando para sair.
Um feitiço de contenção foi recitado pela rainha e o animal se contorcia para sair.

A marca de Astrydge, a Lua Nova, brilhava tanto na testa da rainha quanto na do dragão. Ele rugia freneticamente e uma das garras chegou a cortar a perna de Lilith, mas o ferimento foi curado.

A bruxa recitava a antiga oração de Oceanya com ferocidade para a princesa em forma de dragão. Com as garras penetrando na pele espessa.

Uma boa alma é tudo que será preciso

— Volte, volte e governe seu reino como deveria ter feito desde muito tempo. Oceanya está caindo por conta das guerra internas com os Lithian.

Como se a menção do estado de seu reino fosse um feitiço de imobilização, o dragão imediatamente parou de se debater e olhou fixamente para Lilith.

Com a língua dos povos marinhos, a rainha recitou um dos feitiços mais poderosos que diário de sua avó. Ela nomeou como "Volte para Casa".
No começo Lilith não havia entendido o significado, mas agora, com a princesa transformada em dragão a olhando , ela sabia o que fazer.

Um brilho intenso começou tomar conta do corpo do animal, Lilith não ouvia nem mesmo um som que não fosse os gemidos de dor do dragão. O dragão batia as patas no chão e se contorcia, o brilho parecendo uma chama que queimava aquele corpo imenso e poderoso.

— Volte para casa doce Ocean, e governe. Volte para casa e reconstrua seu lar da mesmo forma que estou reconstruindo o meu. Volte para casa e viva.

Um pedido e uma ordem. A rainha colocou cuidadosamente dois dedos na Lua Nova na cabeça de dragão e fechou os olhos, deixando o poder se espalhar para o corpo.

E em um piscar de olhos não era mais um dragão que estava em sua frente, e sim uma linda princesa de cabelos brancos e olhos dourados. Uma das fêmeas mais lindas que Lilith já viu em toda sua vida. Mas uma cicatriz ia de baixo de seu olho até o queixo, uma marca da luta que ela teve ao ser amaldiçoada.

— Bem vinda de volta.

Com um sorriso, a princesa de Oceanya fez uma reverência e beijou os dedos da rainha.

— Obrigada.

Aizawa surgiu no meio da multidão e arregalou os olhos, não acreditando no que via. Ele achava que as lendas fossem apenas histórias sem sentido inventadas para dar uma resposta para o sumiço da princesa.

— É um prazer conhecê-lo príncipe. Irá para casa comigo?

— Sim — murmurou ele abaixando a cabeça em reverência.

— Majestade, o livro está no centro da pedra de quartzo verde. Sua avó o deixou lá antes de morrer, queria que eu o guardasse.

— Como ela conseguiu? — perguntou a rainha.

— O feitiço "Volte para Casa", apenas funcionou temporariamente. Ela não era a pessoa certa para me ajudar, você sim. Sabia disso desde que ela colou o livro na pedra.

— Irá para Oceanya agora?

— Com toda certeza.

— Lithian está atacando mais que o normal, grande parte de seu exército está morta. Oceanya está parcialmente tomada e as guerras pelo trono estão ficando cada vez mais sangrentas. A baía de Cinik ficou complementarmente vermelha.

— Cuidarei disso, majestade. Confie em mim, sei lidar com essas guerras. Qualquer coisa que precisar você sabe como me encontrar. E você devia usar a forma de sereia mais vezes, fica ótima em você.

— Eu sei, mas obrigada.

As duas riram de mais algumas coisa que falaram antes de ir embora. Aizawa deu um forte abraço em Lilith e murmurou obrigado várias vezes. Nenhuma das pessoas que estavam ali acreditavam que o dragão era a princesa Ocean.

E Amren mandava Lilith ir logo buscar o diário.

A fêmea acompanhou a bruxa por toda a caverna, está que estaria protegida por toda a eternidade para preservar sua beleza.
Amren passou o caminho todo até o imenso quartzo verde falando do quanto aquele lugar era lindo.

Com Lilith, Amren era muito mais simpática. E chegava a sorrir várias vezes. As duas compartilhavam da mesma personalidade.

Diante de todos eram um demônio, mas com quem gostavam eram doces e amáveis.

Uma das coisas que Amren não contava à ninguém era que ela adorava a bruxa desde que a viu. Achava ela um ser de poder inimaginável que poderia derrotar todos com um piscar de olhos. E até cogitou dominar o mundo com ela, mas seu grão-senhor era Rhysand.

— Ali, vai logo pega o diário.

Para a surpresa da fêmea anã, Lilith simplesmente andou pela água e chegou até o cristal, onde ele apoiou as mãos e uma luz preta começou a fluir para dentro da pedra.
Eram finas ondas de fumaça que traziam um objeto para cima.

— Sim, lindo — murmurou Amren ao ver o diário nas mãos de Lilith.

— Finalmente — disse Lilith ao atravessar para o lado de Amren — vamos para casa.

Amren ama a Lilith.

Olha, de eu não fosse uma pessoa adorável, Tamlin seria um lixo. Mas graças à parceira dele, o Tamlin está melhor e criou um macho muito sensato chamado Thales.

Só sei que o Aizawa é o amor da minha vida e o Nyx é insuportável. #saiforanyx

Também temos que falar do Nyx e Thales se pegando na brotheragem, eles não vão ter nada.

Ou eles vão ter.

Ainda não decidi.

Queria postar antes, mas tô entupida de coisa pra fazer. Quarta tenho uma prova com todas as matérias e terça uma auditiva de espanhol. Sério odeio provas auditivas. Morte.

Enfim, beijinhos amo vocês pitucos da minha vida

E não se esqueçam de votar por favor.

Continua llegint

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