The Death Witch • acotar

By athxna_00

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As bruxas foram desde muito tempo caçadas, mortas, queimadas. Algumas enfrentaram seu destino, outras fugiram... More

The Death Witch
capítulo 1
capítulo 2
capítulo 3
capítulo 4
capítulo 5
capítulo 6
capítulo 7
capítulo 8
capítulo 9
capítulo 10
capítulo 11
capítulo 12
capítulo 13
capítulo 14
capítulo 15
capítulo 16
capítulo 17
capítulo 18
capítulo 19
capítulo 20
capítulo 21
capítulo 22
capítulo 23
capítulo 24
capítulo 25
capítulo 26
capítulo 27
capítulo 28
capítulo 29
capítulo 31
capítulo 32
capítulo 33
capítulo 34
capítulo 35
capítulo 36
Capítulo 37
capítulo 38
capítulo 39
capítulo 40
capítulo 41
capítulo 42
The Queen of Shadows
!!!!!!!
importante!!

capítulo 30

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By athxna_00


⚠️Esse capítulo não será narrado por nenhum personagem, quero a visão da maioria dos personagens de uma vez sem pov⚠️

☾︎

Durante a ausência de seus companheiros, Lilith havia deixado seu cavalo deitado no topo da montanha, aproveitando os últimos raios de Sol do dia. Evitando também que ele descesse até o dragão que ainda a olhava.

A rainha deixaria em segredo o fato de que suas pernas tremiam quando ela atravessou para perto do dragão. Com apenas alguns metros de distância os separando. Um movimento e a cabeça de Lili estaria rolando.

Ou no estômago do dragão.

- Dragãozinho, bonitinho.

O animal parecia não ter gostado do apelido, pois ele rugiu tão alto que Lilith caiu no chão. Sua bunda bateu tão forte em uma pedra que foi preciso um tempo para que ela conseguisse se levantar novamente.

A bruxa já bufava junto com o dragão. Exibindo as presas de prata e as unhas que agora eram lindas garras de prata. O animal não pensou duas vezes antes de fazer o mesmo, mas ele não conseguiu competir com a raiva da rainha.

Lilith tinha sérios problemas de paciência, e para completar a fêmea tinha crises de raiva constantes. Mas as pessoas não sabiam disso, pois ela saia de um ambiente que atiçava sua fúria e se enfiava no quarto, quebrando tudo que estivesse em sua frente. Normalmente ela destruía seu quarto logo depois das conversas com Nyx, ele já estava formado em como irritar a rainha.

Mesmo que isso fosse praticamente uma sentença de morte.

- Vai, senta agora.

O dragão parecia brincar com ela. Fazendo exatamente o oposto do que ela ordenava. Quando ela dizia para se sentar, ele batia levemente as asas e começava a andar em círculos. Caçando o próprio rabo, que era longo e com três terríveis espinhos venenosos na ponta.

- Eu sou Reyna Lilith Targaryen Night-thorn, sua soberana por lei e destino. Descendente de sua antiga rainha, Rainha dos dragões e de todos os monstros. Herdeira da mais poderosa bruxa que já existiu, portadora de Luz Solar. E eu exijo que você pare e se sente.

Como se ele não pudesse fazer algo diferente, o dragão deu uma última volta e caiu sentado com um estrondo. O animal havia ficado totalmente emburrado, desviando o olhar da rainha.

- Bom, muito bom.

Dessa vez era Lilith que estava circundando o dragão. O deixando extremamente bravo.

Talvez fosse o fato da bruxa ser suicida, ou dela ser tão poderosa a ponto de se garantir. Mas Lilith decidiu ficar parada na frente do animal, cara a cara com um dragão que possuía seus olhos.
Ele não atacava, nem se mexia. Os dentes de prata dele estavam expostos, um espelho dos de Reyna. Mas ao contrário do dragão, a fêmea possuía um sorriso perverso no rosto.

O dragão a reconhecia como rainha. Ou apenas entendia que estava olhando para o ser mais poderoso que já existiu em todos os mundos sem exceção. Um ser que ninguém poderia atingir seus poderes.
Mesmo sem a maldição Lilith conseguia ser mais poderosa que todos o grão-senhores juntos, mais poderosa que a própria Astrydge.

Milênios atrás foram recitadas profecias, que foram cantadas em fogueiras durante celebrações. Transformadas em histórias sobre o ser mais poderoso de todos. Ganhando até mesmo da própria Mãe.

Criada para ser o que desejasse, nada poderia a controlar. Ela era o Caos e Ordem. A Vida e a Morte. A Alegria e a Tristeza. O Paraíso e o Inferno.

Durante o apocalipse ela virá
Rainha do céu, da terra e do mar
Os seres das sombras estão a chegar
Procurando o Caos para o controlar
Dourado e preto
Qual sangue irá derramar?
Oh Sol querido, por que não estais surgindo?
Quem apagou sua luz?
Quem o capturou?
Não se preocupe doce Sol
Por você morrerei sorrindo

Quando a fêmea menos esperava, ela estava jogada no chão. Com a testa sangrando e um dos dedos retorcidos. A boca cortada com o impacto que fez seus dentes de prata se fecharem. O cheiro de sangue estava em todos os lugares.

Mas quem foi se o dragão não mudou de posição?

Sua mente foi levada para longe de seu corpo. Sendo ocupada pela canção tão antiga quanto esse mundo. A música que um dia foi cantada para uma antiga rainha que aqui morava.

A bruxa cambaleou ao se levantar, tendo que apoiar as mãos nos joelhos. O dragão devagar se levantou, e tocou o braço de sua rainha com o longo focinho.
Ao ver que o toque foi permitido, o dragão a puxou com a asa para uma caverna escondida.

- Como é possível que isso aconteça apenas comigo? Visões e profecias, por que estou sentindo como se a Mãe brincasse comigo?

Como esperado o dragão não falou, mas mostrou sua compaixão ao erguer uma garra com um pano molhado.

- Obrigado, você é o melhor dragão que alguém poderia ter.

Lilith imediatamente se sentiu idiota por estar esperando uma resposta do dragão.

- Qual será o seu nome? Humm... Thunder, mas deu apelido vai ser Panquequinha. Mas também Trovão, é a tradução de Thunder.

Ele pareceu gostar do nome, não rugiu nem matou Lilith com suas garras de prata.

- Posso? - pergunta ela indicando o dorso do dragão. Uma pergunta se ela poderia subir em suas costas.

Ele concordou abaixando o corpo na altura em que a bruxa pudesse subir. Não havia sela e ela não tinha escolha a não ser confiar que o dragão não deixaria ela cair e se estatelar no chão.

Quando Lilith já estava preparada, Panquequinha começou a sair da caverna, cada movimento era um deslize para o lado. O coração da rainha batia cada vez mais rápido e sua respiração já estava ofegante, mesmo com o dragão ainda no chão.

Ela podia jurar que seu coração parou de bater quando o animal bateu as poderosas asas e subiu no ar. O vento forte açoitava seu rosto, mas a risada da rainha ecoou por todos os cantos.
Ela não precisou se segurar para poder ficar parada no dragão, seu corpo parecia ter sido feito para montar as criatura místicas.
A rainha abriu os braços para deixar que o vento esfriasse todo o seu corpo, sentindo seu cabelo e capa se moverem junto ao ar.

Amren e os demais não tinham reação diante das duas criaturas tão poderosas que juntas poderiam destruir o mundo em poucos dias. Panquequinha girava e girava, se exibindo para o grupo boquiaberta.

- Eu tenho um dragão!

Lilith guiou o dragão para a montanha e pousou lá, correndo para os amigos logo depois.

- Eu tenho um dragão.

- Nós percebemos - disse Amren com um leve sorriso no rosto, o máximo que ela permitiria que os desconhecidos vissem.

- Já deu um nome? - Pergunta Pollo.

- Sim, o nome dele é Thunder, mas o apelido é Panquequinha.

Jackson apenas olhou para sua rainha como se ela tivesse acabado de falar uma piada sem graça. Mas ao perceber que a bruxa não brincava ele ergueu as sobrancelhas e suspirou.

- Pelos deuses, não me diga que você colocou o nome do dragão mais poderoso de todos de Panquequinha.

- Vai fazer o que? E o nome dele é Thunder, mais respeito com meu Akha.

O macho parecia que iria protestar mas foi interrompido por Amren, que sumia perto dos guerreiros com mais dois metros de altura.

- Você conseguiu conquistar um dos mais perigosos dragões entre todos mundos, ele é falado em todos os lugares e temido também. Então podemos presumir que você já está pronta para ir até a caverna do dragão?

- Eu estou pronta à muito tempo, só estava procurando a coroa e esperando que Adyra esteja treinada de uma forma adequada.

- Na minha opinião a humana está pronta, a descendência Nocturn deve ter acelerado o processo, seu corpo é mais resistente que o de um humano normal. Cassian está trabalhando mais nela do que ele trabalharia se fosse apenas um treinamento sem prazo. Mas como você precisa dela agora, sabe... Agora mesmo, ele treinou ela muito bem. Então você pode dizer a ela que se prepare para a expedição, pois vão amanhã.

- Já?

- Sim, os quatro herdeiros das cortes estão na na Corte Noturna a espera de seu sinal de que eles devem se preparar para ir, cada um deles com um grupo de guerreiros bem treinados e dispostos a morrer.

- Ah, tá bom né.

Lilith atravessou todos até uma montanha perto de Velaris para deixar Thunder o mais perto possível dela. O animal parecia não gostar do lugar, preferindo os belos campos floridos de Solaris. Como uma confirmação de que ele não estava à vontade no local, o dragão soltou um rugido que estremeceu as montanhas.

- Fica quieto, vão te ver.

- Olha, eu acho que eles conseguiriam ver ele da Corte Primaveril, só minha opinião.

- Cala a boca você também Apollo.

Apollo se virou mexendo as mãos e fazendo uma voz fina ao imitar o que a rainha disse.
Quando ela estava prestes a atravessar para a casa do rio, Rhysand e todo mundo, sem exceção apareceu. Menos Adyra que devia estar dormindo.

- Pelos deuses mais sagrados, que porra desgraça filho da puta do caralho.

O filho do grão-senhor da Corte Primaveril demonstrou que sua boca é tão suja quanto o sapato de Cassian.

- Isso é um Akha - afirmou Azriel, imóvel.

- Definitivamente - disse Amren.

- Nós vamos para a caverna do dragão amanhã de manhã, arrumem as malas e levem apenas o necessário.

Lilith disse e andou até o dragão, que estava disposto a comer toda aquela multidão. Para que isso não acontecesse a rainha conjurou muitas carnes, animais inteiros para que Thunder tivesse o que comer no período em que ela estaria fora.

Os herdeiros das cortes mantinham a maior distância possível da bruxa, Nyx porque ainda não sabia como estava sua relação com Lilith, os outros porque não queriam enfrentar a ira de uma rainha bruxa entupida de poderes.

Peter ainda ficava surpreso pela bruxa ter apenas quinze anos. O macho queria muito ser amigo dela, mas não tinha coragem de falar uma palavra. O medo dela destruir seu corpo com o próprio poder dele era mais forte.

Lilith não diz nada ao atravessar e se enfiar no quarto, ninguém entendeu o motivo da fêmea ter saído sem dizer mais nada, deixando que Seph ditasse as regras sobre o que deveriam fazer.

Regra um: obedeça a Lilith.
Regra dois: Não morra.
Regra três: Não desobedeça a Lilith.
Regra quatro: Não deixe que a morte leve vocês.
Regra cinco: não quebre nenhuma das regras.

☾︎

Já estava bem tarde quando Lilith bateu na porta do quarto de Adyra. A humana provavelmente estava dormindo, mas não custava tentar. A pior coisa que poderia acontecer é ela ficar muito brava e dar um soco no nariz empinado da rainha.

- Que foi desgraça... Ah é você, o que foi amor?

- Quer voar em um dragão?

- Essa é o melhor pedido de encontro que eu já recebi na minha vida.

- Não é um encontro.

- Fodase.

Adyra correu para trocar a camisola por uma calça de couro e uma camisa branca. Em minutos ela já estava parada na porta arrumando o cabelo que lutava para ficar bagunçado.
Lilith apenas pegou a mão da garota e atravessou para a montanha onde o dragão dormia.

- Ei Trovão, acorda.

A humana se escondeu atrás do corpo da bruxa e agarrou seus braços com a maior força que ela tinha, por causa do treinamento que deixou seus braços moles e fracos.

- Ele não vai fazer nada, pode chamar ele de Panquequinha.

- Pelo amor dos deuses me diga que você não colocou o nome do dragão de Panquequinha.

- Por que todo mundo odeia esse nome? Mas o nome dele é Thunder.

- Melhor...

Adyra pretendia falar mais, mas Lilith apenas a pegou no colo e correu até o dorso sem sela do dragão. A humana gritava para que a rainha a colocasse no chão, mas todos os protestos foram ignorados com sucesso.
Lilith apenas ajeitou a garota em seu colo e deu tapinhas no couro do animal para que ele voasse.

- Lilith eu vou morrer, se eu morrer eu te mato. Sem brincadeira.

- Tente.

- Vadia.

- Eu sei.

Adyra se agarrava nos braços da rainha, que estavam entrelaçados em sua cintura. Lilith era mais de vinte centímetros maior do que ela, fazendo com que o corpo da humana parecesse uma boneca perto do corpo alto e forte da bruxa.
Os músculos de Lilith estavam aparentes agora que ela flexionava os braços, Adyra estava quase morrendo ao observá-los.

Aos poucos a humana foi se virando para encarar a feérica, os olhos violetas de Lilith brilhavam à luz da Lua. Os olhos azuis de Adyra eram um espelho do Sidra durante os primeiros raios de Sol.

- Me beija logo.

Adyra ficou surpresa por não perceber que a fêmea a observava encarar sua boca. A garota abria e fechava a boca mas nenhuma palavra saía.

Lilith ria da reação dela ao brincar com o cabelo rebelde de Adyra, levando uma de suas mãos até o pescoço frio e pálido da garota. A humana estremeceu diante do toque breve da bruxa.
Dessa vez era a rainha que se segurava para não beijar Adyra, os olhos violetas não se moviam nem um milímetro ao olhar para a humana em sua frente.

- Você é linda - Sussurou Lilith no ouvido de Adyra.

A pele dela imediatamente ficou arrepiada e seu corpo tombou levemente para o lado. Se não fosse Lili ela teria caído no chão e virado uma panqueca que seria comida pelo dragão Panquequinha.

Um breve sorriso surgiu nos lábios de Reyna antes dela se aproximar e colar sua boca na de Adyra.
O beijo era calmo e quente, mesmo com a baixa temperatura por causa da altitude em que elas estavam.

Adyra se agarrava na fêmea, e não era apenas por causa do seu medo de cair. Os braços da humana estavam envoltos na cintura exposta de Lilith.
Aos mãos da rainha seguravam o rosto da garota, impedindo um possível afastamento.

- Está ficando muito frio para você aqui, é melhor voltarmos - disse Lilith por fim separando o beijo.

- Não tá não, tô quentinha aqui.

-Vamos logo, se arrume e prepare-se para um decida.

Ela tentou protestar, mas Thunder desceu mais rápido que um raio e em segundos elas já estavam no chão.
A cabeça de Adyra girava tanto que ela caiu no chão. Reyna correu até ela com a feição preocupada, limpando a sujeira do joelho da humana.

- Você está bem?

- Ficaria melhor de você me beijasse.

- Vamos logo dramática.

☾︎

Lilith foi a última a chegar na sala de estar de Feyre. Todos que iriam para a caverna estavam esperando pela rainha a cerca de quinze minutos. Os soldados que iriam com eles já os esperavam na Corte Primaveril.

- Morreu é?

Kallias agarrou o braço da esposa ao escutar a provocação do filho direcionada para a bruxa da morte. A feição dela estava tão ruim quando seu humor.

- Você parece ser delicioso.

- Eu sei disso.

- Espero que seu sangue não seja muito aguado.

Peter deu um passo para trás ao ver que o comentário de Lilith não era nada com relação à sexo e sim sobre seu sangue. O macho só queria falar com ela, pelo menos conseguiu.

- Vamos, vamos, atravessando. Não temos todo o tempo do mundo.

- Mas você tem tempo de se atrasar o quanto você quiser né?

- Peter cala a boca - murmura Kallias.

O herdeiro da Invernal apenas ignorou a ordem do pai e atravessou para a Corte Primaveril, onde cerca de cem guerreiros estavam.

- Qualquer erro que acontecer eu mando um sinal, não se preocupem, nenhum de seus filhos irão morrer enquanto eu estiver viva - disse Lilith antes de partir e se juntar ao grupo.

Jackson já estava com Scorpius a espera de sua rainha, os demais estavam com seus cavalos. Mas nenhum tinha a graciosidade do raro Vowktan. A maioria dos guerreiros que os acompanhavam ficaram muito surpresos com a presença tanto do cavalo quando de sua montadora.

Pelo visto eles não foram avisados que a bruxa estaria com eles durante o caminho para a caverna.

- Alguém me responda, por que não podemos atravessar até lá? - indaga Peter arrumando suas coisas em seu cavalo.

- Porque poderemos deixar passar algo e é possível que tenha um feitiço que nos impede de teletransportar para a caverna. Tirando que chegar lá com os cem guerreiros de uma vez pode irritar o dragão ou algo do tipo. Não teríamos nem um minutos antes dele nos massacrar, precisamos parar em algum lugar que seja pelo menos cinco quilômetros longe da caverna e descansar o máximo possível. Estratégias precisam ser feitas e espiões enviados para verificar. E o espião sou eu.

Seph vira seu cavalo bruscamente para olhar a rainha nos olhos. Lilith não havia contado nada sobre seus planos para ninguém.

- Sem me julgar, não disse nada para vocês porque iriam surtar. Apenas Adyra sabe dos meus planos, ela que é a "chave" para conseguirmos ir até lá.

- Nós somos uma equipe agora, não pode simplesmente esconder as coisas de nós. Querendo ou não você depende de nós também - rebate Peter.

Apollo faz uma cara de reprovação. O macho era o único que retrucavam sobre as ordens da bruxa e dava suas opiniões sobre os planos dela.

- Peter, o motivo de nós não estarmos falando nada é porque o humor de Reyna não está dos melhores. Então eu recomendo que você cale a boca.

- Seph, você não manda em mim e nem sua bruxa.

- Você não quer saber o que ela nem nós podemos fazer com você por causa de seus insultos. Reyna é o motivo pelo qual nós ainda estamos vivos, Hybern só não está atacando porque sabe que temos algo para usar contra eles. Ela pode não ser sua amiga, mas não queria ter ela como sua inimiga.

- Então porque ela não me confronta com suas próprias palavras?

- Porque eu não estou afim de gastar meu tempo com algo tão pequeno e insignificante como você.

Lilith entra na discussão antes que das coisas ficarem piores, mas o argumento da rainha apenas deixou o herdeiro da Invernal com mais raiva.

- Então deixa ela falar por você por quê? Por que ela é tão insignificante e pequena como eu?

- Porque ela quis, porque ela é leal a mim e quer me defender de algo que não é necessário. Não posso controla-la, se ela quiser ocupar a mente discutindo com você eu não posso fazer nada. E o fato de você tentar me atingir por meio dela apenas confirma que você é pequeno e insignificância.

Peter vira o rosto e fixa seu olhar no caminho que tinham a seguir. Thales foi o que ficou mais apreensivo com a pequena briga entre eles. O macho não conseguia entender a raiva de Peter, até um tempo atrás ele venerava a bruxa.

Mas o herdeiro da Primaveril não podia deixar de notar que o brilho perverso que estava na rainha durante a reunião de grão-senhores, quando eles se viram pela primeira vez, havia sumido.

- O que está olhando molho de tomate? - pergunta Lilith inexpressiva.

- Esse apelido ainda?

- Será impossível de esquecer, você sabe disso.

- Eu só fiquei vermelho, isso é normal. A não ser que você seja uma criatura muito, muito estranha.

- Isso é uma indireta para mim?

- Bruxas não coram então?

A bruxa ri e olha finalmente para Thales, o macho estava com um sorriso no rosto e um pouco vermelho por estar falando com Lilith.

- Você está melhor agora. Mas ainda consigo ver seu rosto ficando mais vermelho.

- Você me faz corar.

O corpo de Thales ficou rígido ao ouvir o rosnado de Nyx, ele havia se esquecido completamente que o macho era apaixonado na bruxa.

Mas ele foi silenciado com um olhar de Lilith.

Ele tentou persistir, mas o rosnado dela foi aterrorizante para todos que estavam liderando os guerreiros. Até mesmo Seph ficou tensa diante do som que prometia uma sangrenta luta.

Ao perceber que Nyx não faria nada, Lilith voltou a olhar para frente. Seu cavalo estava com um humor tão ruim quanto o da dona, então nenhum dos outros ousava chegar perto demais deles.

- Aí gente que energia pesada, alguém quer cristais? Eu tenho Turmalina negra aqui, ela absorve as energias negativas e neutraliza o ambiente.

- Eu sei o que a Turmalina faz, Aspen. E tem essa pedra dentro do meu cajado - murmura Lilith, pegando o cajado e jogando para o herdeiro da Crepuscular.

Como uma pessoa que não sabe ficar quieta, Peter decidi fazer um comentário que ele sabia que era ofensivo.

- Então você devia engolir isso, pra acabar contigo. Porque a única energia negativa aqui é você, bruxa.

Jackson perde o controle e pula de seu cavalo para o herdeiro da Invernal. O punho do macho acerta em cheio o maxilar de Peter três vezes, ninguém conseguia separar os dois. Os braços do macho de cabelos brancos estavam presos com um raiz que cresceu e se enroscou em seus pulsos.

Jackson além de ser um dos guerreiros de Lilith, também era um feiticeiro Noturno. O que o tornava dez vezes mais mortal do que um macho Nocturn normal.

Peter tentava se soltar e acertar um golpe em Jackson, mas nada funcionava. A única coisa que poderia fazer o guerreiro parar de socar o rosto do garoto da Invernal seria Reyna pedir para ele parar.

Mas ela não fazia isso.

Nem mesmo Nyx que tinha os poderes de todos os grão-senhores conseguia parar o guerreiro de cabelos cor de cobre.

Lilith poderia deixar que seu guerreiro permanecesse ali e continuasse seu ótimo trabalho socando o rosto do macho, mas com sua audição superior à de todos ali, ela escutou um barulho familiar. Como um rugido, mas muito baixo. Nada comparado com o de Thunder.

- Parem, calem a boca e fiquem aqui.

Jackson imediatamente se levantou do corpo praticamente inerte do herdeiro da Invernal e olhou com a testa franzida para a bruxa.
Com uma conversa silenciosa, ela explicou que ouviu algo vindo das árvores e arbustos ao lado.

Aspen se aprontava para curar o nariz e o maxilar quebrado de Peter. Cuidando também de mais algumas outras fraturas.
Jackson poderia facilmente ter matado o macho com dois socos, mas Lilith disse para sua pequena família que não matassem nenhum dos herdeiros. Nem os filhos de ninguém do círculo íntimo.

Eles não gostaram muito disso, apenas Seph concordou. Porque querendo ou não ela era uma das herdeiras da Corte Diurna.

Os quatro guerreiros da rainha ficaram observando todos enquanto a própria seguia para o barulho. Com seu cavalo galopando de forma calma e elegante.

O retrato da realeza.

Havia uma leve movimentação entre as folhagens, de longe era quase imperceptível. Mas também era possível escutar um choro baixinho, não era humano nem feérico. Mas era filhote.

Lilith incitou seu cavalo a ir o mais rápido possível para chegar até o animal que provavelmente estava machucado. Se tinha algo que a rainha não suportava era animais machucados.

Ela chegou até os arbustos em segundos e se segurou para não pular do cavalo e cortar todos aqueles galhos e folhas.
Mas um comportamento assim poderia fazer com que o animal machucado saísse correndo para outro lugar e isso poderia atrapalhar a expedição até a caverna.
Então Lilith desceu bem devagar e abriu lentamente um espaço entre as folhas. A rainha ficou surpresa ao ver qual animal estava preso entre os galhos.

Um bebê dragão.

Um dragãozinho de olhos tão dourados e brilhantes quanto o cavalo no qual a a rainha estava montada.

O pequeno animal estava com as duas asinhas machucadas e cortadas. Era impossível que algo assim fosse feito nos galhos que ele estava presos, e havia pegadas de feéricos do chão.

Isso não foi um acidente.

A fúria de Lilith apenas aumentou ao pegar o animal que chorava aos seus braços. O sangue manchava os braços pálidos da bruxa, não parava nem por um minuto de sangrar. Provavelmente os cortes foram feitos com uma lâmina envenenada.

A rainha subiu em seu cavalo e cavalgou lentamente para não ter riscos de machucar mais ainda o dragão.
Os outros a esperava perto dos soldados que vieram junto.

Seph colocou as mãos na boca ao ver o que estava nos braços de Reyna. As vestes que a bruxa usava já estavam encharcadas de sangue.
Os espinhos que deveriam estar no rabo do dragão estavam cortados. Algumas das mortais presas não estavam ali e o corpo ainda fraco e sensível estava cheio de cortes.

Ele devia ter no máximo um mês de vida.

- Quem dez isso? - indaga Angello se aproximando rápido de sua rainha.

- Algum feérico, havia pegadas onde ele estava.

O choro do dragão fazia com que o sensível Aspen começasse a chorar. Thales estava lá consolando ele.
Nyx tentava se aproximar mas estava com medo de Lilith o expulsar por causa da crise de ciúmes.

- Estou curando ele, mas os espinhos e as presas não poderão ser restauradas. Posso curar a pele, e alguns ferimentos internos. Nada mais. Talvez possamos usar prata para fazer novos. Mas o veneno que possuiam os espinhos do rabo não poderá ser usado também.

- Quer me dar ele? Você tem que liderar todos nós e precisa de alguém com poderes de cura fortes o bastante para curar o dragão à tempo.

Lilith olha para Aspen que estendia as mãos, depois olhou para o dragão que continha lágrimas nos olhos.
Ela fez um carinho na pequena cabeça machucada do animal antes de entregá-lo para o herdeiro da Crepuscular.

- Obrigado.

Antes de seguir, a rainha olhou o horizonte e respirou fundo antes de dar leves chutes na perna do cavalo para que ele recomeçasse a viagem.

- Temos cerca de um dia para chegarmos até o lugar onde acamparemos e decidiremos o que fazer. Não iremos parar até chegar lá, depois os demais irão descansar o máximo que puderem para seguir até a caverna.

Todos murmuram em concordância e ficam quietos.

Nyx não conseguia suportar ver a tristeza em Reyna e decidiu chegar mais perto.
Era óbvio que ela já havia sentido sua presença, já que pode escutar um choro baixo a muitos metros de distância. Mas mesmo sem a rainha expressar alguma coisa por ele se aproximar, Nyx tinha medo dela o rejeitar.

- Pode vir, eu não mordo. A não ser que você queria.

- Até onde eu saiba ninguém nunca aceitou isso - murmura Apollo com um sorriso maliciosos no rosto.

- Acho que é porque eu nunca perguntei. Ou porque quando eu mordo alguém é para tomar todo o sangue que está no corpo dela.

Os herdeiros ficaram tensos, menos Nyx e Aspen. O primeiro porque estava ocupado demais olhando para o sorriso perverso da rainha e o segundo porque estava brincando com o dragão.

- Você está bem? - pergunta Nyx baixinho, ficando ao lado de Lilith.

- Eu não sei.

Nyx não sabia o que dizer para consolar a rainha, então ele apenas pegou a mão dela e deu um leve beijo.

Lilith lançou um olhar de reprovação para o macho, mas ele apenas foi ficando para trás com aquele olhar apaixonado que ele costumava usar com a rainha.

- Vamos mais rápido, espero não ter que fazer outra parada que não seja a planejada.

☾︎

Lilith sabia que exigiu muito do grupo para que chegassem logo até o lugar onde o acampamento devia ser montado.
Ouve muitas discussões no meio do caminho entre ela e os herdeiros. Jackson, Apollo, Angello e Seph sempre defendiam Lilith, mas os outros herdeiros não gostavam da ideia de fazer uma viagem muito longa.

Mas eles haviam chegado e a bruxa ergueu um acampamento em segundo com apenas um gesto de suas mãos. Já que uma das outras brigas era de como os soldados iriam montar o acampamento se estivessem cansados.

Para jogar ainda mais na cara dos herdeiros Lilith fez com que refeições completas aparecem. Com grãos, carne recém assadas, vegetais, legumes e frutas.
Eles estavam protegidos por um escudo de proteção que deixava a temperatura boa com os poderes da rainha.

Reyna e sua pequena corte estavam sozinhos em uma parte mais afastada do acampamento. Ela mantinha distância de Nyx desde que ele decidiu dar encima dela. De novo.

E na frente de todos.

- Sabe, eu só queria estar no acampamento meio-sangue. Era maravilhoso, a caça bandeira, o basquete, escalar uma parede com lava - diz Seph comendo um pedaço e carne.

- Eu sei, o Nico saberia exatamente o que fazer pra dar um jeito na minha vida. A gente poderia matar meio mundo juntos e depois fazer o submundo ficar super lotado.

- Só queria que aqui tivesse internet.

Lilith levantou bruscamente e começou a mexer na bolsa até achar seu celular que ela havia trago por motivo nenhum.

- Eu praticamente sou um carregador e uma antena.

- Mentira.

- Sem brincadeira, olha só.

Reyna pegou o cabo e conectou no celular. Apenas deixar a caixinha do carregador encostado em seu corpo já fazia o celular carregar.
Apollo cuspiu muito suco na cara de Angello ao ver que sua rainha era uma fonte de energia feérica.

- Olha! Tenho cinco ligações perdidas de Annabeth só hoje! O que será que deu errado?

- Não sei, liga de volta.

A bruxa ligou uma vez mas a loira não atendeu, ela começou a ficar mais preocupada pois Annabeth sabia que aqui não tínhamos internet. O fato dela tentar mesmo assim fez os pelos dos braços dela se arrepiarem.

- Pelos deuses! O que aconteceu? - pergunta Lilith quando Annabeth atende o celular.

- Espera! Vocês tem internet aí?

- Não, mas eu sou uma fonte de energia e consigo ser tanto uma antena quanto carregador. Agora o que aconteceu?

- Rachel, nosso oráculo soltou uma profecia hoje. Mas de acordo com Apollo não era dele, provavelmente era sua.

- Ah não, diz ai.

- Asas e braços vão lutar
Sangue e lágrimas estão prestes a derramar
Não pode ser encontrado aquilo que não está perdido
Nem dor e sacrifício poderão salvar aquele coração corrompido
O Sol e A Lua juntos como em um eclipse
Garras contra garras não são a resposta
Uma boa alma é tudo que será preciso

- Isso não faz o menor sentido. Nem rima.

- Uma profecia não precisa rimar, e você sabe disso. Mas está com medo de algo. O que te incomoda Rainha das Bruxas?

- Não me chame assim, mas respondendo sua pergunta, ouve outra profecia hoje de manhã. E ela não parece ser legal.

- Diga.

- Durante o apocalipse ela virá
Rainha do céu, da terra e do mar
Os seres das sombras estão a chegar
Procurando o Caos para o controlar
Dourado e preto
Qual sangue irá derramar?
Oh Sol querido, por que não estais surgindo?
Quem apagou sua luz?
Quem o capturou?
Não se preocupe doce Sol
Por você morrerei sorrindo

- Isso parece ser mais explicativo do que a profecia de Rachel.

- É um pedaço de uma música de Solaris, quando eu estava tentando convencer meu dragão a não me matar esse música simplesmente entrou na minha cabeça.

- Bom, mas acho que você deveria se preocupar com a outra profecia agora. Está em um acampamento?

- Sim, estamos indo para a caverna do dragão recuperar a segunda parte do diário de minha avó - diz Lilith erguendo o celular para mostrar à Annabeth os feéricos comendo e rindo.

- Nossa, aí tem muitos com orelhas pontudas.

- Realmente. Mas agora preciso desligar, reunião de estratégias.

- Entendo, tchau então.

Seph grita tchau de onde ela estava comendo e Lilith obriga os outros três guerreiros a falaram tchau também.

Ao sair para arrumar sua própria tenda, Lilith esbarrou em um guerreiro bem magrelo e alto. Os músculos eram fofinhos porque eram pequenos. O macho não tinha o porte dos outros guerreiros que estavam ali.

O general que comandava o exército em que ele estava o mandou para morrer.

- Posso ajudá-lo?

Um grupo de soldados que eram do mesmo lugar que o macho começou a rir pelo desastre do colega ao tentar formular uma frase.

- E-eu... Me desculpe, não queria esbarrar em você mas meu grupo faz de tudo para que eu seja humilhado.

- Te entendo. Venha, me ajude a carregar essas coisas para minha tenda.

Os machos pararam de rir imediatamente ao ver que o colega estava sorrindo e pegando algumas das malas de Lilith. E tendo acesso permitido para dentro da tenda da rainha.
Os dois riam enquanto entravam na barraca.

De longe era possível ver Nyx entortando um garfo.

- Porque você não revida? - pergunta Reyna colocando alguns cobertores no chão.

- Eu gosto de um dos caras que que estão fazendo isso comigo. É apenas por isso que ele me dá atenção.

- Se humilhando por macho? Credo, vai se benzer.

Ele solta uma risada abafada e arruma alguns dos cobertor ao lado de Lilith.

- Não gosta de ninguém?

- Eu não... Talvez.

- Posso saber quem? Prometo que não conto para ninguém.

- Ela é uma fêmea e está aqui no acampamento.

- É a humana? Sério isso? Vi o jeito que você olha para ela.

- Algum problema com os humanos? Eles são adoráveis!

- Mas eles morrem com o tempo. Vamos supor que vocês se casem, e você sente que achou o amor da sua vida. Mas esse amor não é para sempre, ele vai acabar uma hora e você estará sozinha novamente.

- Nossa cara, você acabou de me matar por dentro. Mas todo segundo de felicidade é bem vindo na minha vida.

- Sinto muito por dizer verdades, majestade - diz ele com uma reverência exagerada.

- Ah sim, você deveria sentir tenente Farwell. Mas sinto informar que agora preciso ir para uma reunião e como a sua pessoa agradou o meu humor você poderá dormir aqui.

- Mas e você?

- Eu não vou dormir aqui essa noite e nem nas outras em que passaremos aqui.

- Acho que entendi a mensagem. Então obrigado e boa noite.

- Se precisar de algo não me chama, fica quieto aí e não sai. Se escutar alguém gritar finge que morreu e se esconde.

- Certo.

Lilith lança um sorriso sarcástico para o grupo que tentava escutar a conversa que estava ocorrendo dentro da tenda.
Todos eles se endireitaram ao ver a bruxa passar.

Nyx esperava por ela na frente da barraca de guerra. Com um rosto não muito convidativa e alegre.

- Vai dormir com o magrelo também?

- Não, claro que não. Vou dormir com outra pessoa. E não é você, vê se não chora.

- Você é terrível. Você sabe muito bem que eu te amo e você me ama também, apenas não quer aceitar isso. Somos feitos um para o outro, você querendo ou não.

- Podemos ser feitos um para o outro, mas eu não quero isso.

Isso magoou o macho mais do que o esperado. Mas se fosse o preço de manter ele o mais longe possível era preciso fazer isso.

- Você que decide... Parceira.

O corpo de Lilith se enrijeceu e ela continuou andando para onde seu grupo estava.
Ela tinha certeza de que os três guerreiros e Seph haviam escutado a declaração de Nyx, já que eram o grupo mais próximo da entrada. E o olhar que Lilith lançou para eles foi o suficiente para que eles soubessem que não deveriam fazer perguntas sobre isso.

- Por onde iremos começar? - pergunta ele olhando para a rainha.

- Primeiro tenho que comunicar uma profecia enviada a mim por uma amiga de outro mundo. Um que visitei recentemente. O acampamento onde ela mora possui um oráculo e ele disse uma profecia, um deus chamado Apollo disse que tem muitas chances de ser para mim.

- Então era por isso que você estava levantando aquele negócio com a cara da menina loira? - pergunta Aspen que ainda segurava o dragão.

- Sim.

- Então nos diga logo, Reyna - provoca Nyx.

- Asas e braços vão lutar
Sangue e lágrimas estão prestes a derramar
Não pode ser encontrado aquilo que não está perdido
Nem dor e sacrifício poderão salvar aquele coração corrompido
O Sol e A Lua juntos como em um eclipse
Garras contra garras não são a resposta
Uma boa alma é tudo que será preciso.

- E o que isso significa.

- Eu não sei, tentar decifrar as profecias ao pé da letra normalmente não funciona.

As pessoas que estavam na sala começaram a discutir entre si, menos Lilith que tinha sua mente em outro lugar.

Como ele havia descoberto o segredo que ela tanto lutava para esconder?

Ela sabia desde muito tempo, mas não contou nem mesmo à Seph por medo disso fazer com que o cheiro dela ficasse mais nítido para ele e todos os outros. E Lilith sabia muito bem como os illyrianos eram em relação às parceiras e como ser rejeitado afetaria sua saúde mental.

Será que era por isso que ele tanto insistia em que eles devessem ficar juntos?

- Asas e braços podem querer dizer uma luta entre nós e o dragão. Sangue e lágrimas serão derramados com certeza por causa que estaremos prestes a assinar nossas sentenças de morte. "Não pode ser encontrado aquilo que está perdido" esse é um mistério, pode querer dizer que o livro não está perdido, mas está sendo guardado por alguém, e todos pensamos que está perdido porque ninguém sabe onde está. Não sabemos sobre o coração corrompido, uma hora será revelado...

- Mas e o resto? Você sabe se tudo isso e não sabe o resto? Não é impressionante que apenas você recebe essas coisas e nós não? - indaga Nyx.

- O Sol e a Lua sou eu.

Um silêncio profundo cai dentro da barraca. Os olhares deles eram como ferro quente derretendo a pele da rainha. A deixando nua diante de todos.

- Rainha de Solaris, o reino da Luz Solar e uma Nocturn de puro sangue, filha de uma princesa Nocturn e um feiticeiro noturno. Garras contra garras quer dizer que eu terei de lutar contra o dragão com minhas próprias garras, mas não será a resposta. Então terei de ter uma boa alma para conseguir recuperar meu livro.

- Certo - diz Thales para quebrar o clima - e o que faremos?

- Deixem que os soldados descanssem por três dias, depois iremos até a caverna e faremos o que tivermos de fazer. Se precisarmos matar o dragão é isso o que vai acontecer, se tiver a possibilidade dele responder à mim os planos não serão esses.
Não tentem me desafiar, eu sei o que estou fazendo melhor do que vocês, o que deveria ser uma humilhação porque sou no mínimo noventa anos mais nova que vocês. Lembrem-se que eu estou no comandou disso aqui e se não fosse eu vocês estariam nas suas vidinhas entediantes fazendo nada que seja relevante para a sociedade.

Ninguém disse nada quando Lilith deixou a tenda e seguiu para sua barraca. Mas ele lembrou que havia dado ela para um soldado que sofria bullying.

Quando ela se virou para ir até a tenda se Adyra, Nyx estava à sua espera.

- Aonde vai? Desistiu de dormir com o magrelo?

- Como eu já disse, não vou dormir com ele e esse nunca foi meu plano. Eu não desisto Nyx, eu não sou você. Eu sou uma rainha não uma fracassada, eu batalho para conseguir que as pessoas não me odeiem totalmente e faço o possível para dar o melhor para todos. Ou você realmente acha que esses soldados iriam estar rindo se tivessem montado o acampamento e estivessem sob no clima real desse lugar?

- Sinceramente, você adora dizer o quanto eu sou fracassado mas não diz o quanto você é uma fracassada, que deixa as pessoas lutarem por você.

- Não, você adora dizer que eu sou uma fracassada e que não conseguirei atingir meus objetivos. Mas você sempre está errado! Eu reduzi uma fortaleza de trabalho escravo sem mexer um dedo e sem me cansar! Eu estou reerguendo o reino que os seus destruíram, eu não sou uma fracassada. Porque eu venci.

- Você só é uma adolescente que tem complexo de deus, ainda não sabe de nada sobre a vida.

- Não preciso ter mais de cem anos para saber sobre a vida. Com quinze anos eu já sofri muito mais do que você e todos aqueles mimados juntos. Sei de mais coisas que você pelo simples fato de ter que saber me proteger e ficar escondida porque eu fui caçada por seu tipo. Eu sei mais do que você porque tive que lutar para sobreviver, minha família teve de deixar tudo para trás para viver em paz. E isso só fez com que minha vontade de viver diminuísse cada vez mais.
Você faz com que eu não queira viver.

Nesse ponto da briga todos já estavam olhando para eles. Até mesmo Aizawa Farwell havia saído da tenda.

- Você não sabe o que diz. Eu sei o que eu digo porque eu sei das coisas. Eu sou seu parceiro e você se recusa a aceitar isso, o que é preciso para que você deixe de ser tão infantil e assuma suas obrigações.

- Porque eu me acorrentaria à alguém que faz eu querer cortar meu próprio pescoço?

- Agora você parte para as ofensas né? Então vamos começar, você é uma vadia, uma total vadia. Você dorme com todos que estão na sua frente e não se importa com os sentimentos dos outros. Se acha a criatura mais incrível do mundo mas você é apenas uma garotinha assustada que quer brincar de rainha...

Antes de Nyx terminar Lilith fecha seu punho e da um soco bem em seu nariz. O quebrando com apenas um soco.

- Acho que é muito machista você dizer que que eu sou uma vadia porque durmo com todos, você dorme com todo mundo que aparecer em sua frente e é chamado de galanteador, e todos os elogios possíveis. Eu realmente tento manter uma amizade com você, mas parece que quer que eu fique o mais longe possível. Mesmo que eu seja sua parceira.

- Talvez se você aceitasse a merda da parceria...

- Se eu aceitasse sua tão querida parceria eu nunca seria feliz, e faria questão de que você tivesse a pior vida de todos.

- Você adoraria ficar comigo por toda a eternidade...

- Você sinceramente fala tudo que está em sua cabeça para que? Para depois ficar ajoelhado no chão implorando por meu perdão igual você fez da última vez?

O rosto de Nyx ficou vermelho de ódio ao ouvir Lilith revelando algo que ele pretendia manter em segredo.

- Bom, você sempre me perdoa não é mesmo? Porque está apaixonada por mim e não quer ficar longe, mas mesmo assim se recusa a se casar comigo.

- O mesmo erro não pode ser cometido duas vezes. Eu não me apaixonarei por você de novo, e também não te perdoarei de novo. Porque você é um erro.

Não ouve um som depois da rainha dizer a frase que fez o mundo de Nyx se despedaçar.

Aizawa chegou perto de Lilith para tirá-la de perto de Nyx, mas ao encostar no braço da fêmea o herdeiro da Noturna virou o próprio diabo.

- NÃO ENCOSTA NA MINHA PARCEIRA.

Foi quase um rugido de tão alto que Nyx gritou. A mão do macho de fechou e atingiu em cheio o maxilar de Aizawa.

Lilith ficou tão furiosa diante da briga entre Nyx e Aizawa que se tornou a própria morte. Sua voz ecoou por todos os lados e até mesmo as montanhas estremecerem.

- Quem você acha que é para impedir algum de tocar em mim, eu não sou sua parceira. Eu não me considero sua parceira. Eu. Não. Sou. Sua. Garota.
Você não tem o direito de fazer nada disso, aceite que você fez com que eu não quisesse mais ficar contigo.

Nyx tentou tocar a mão da parceira mas o soldado já estava puxando Lilith para dentro de uma tenda. A rainha estava com tanto ódio que não se permitia chorar por ele. As mãos dela se abriam e se fechavam com força várias vezes.

- Que se foda também.

Olha essa obra de arte se fosse eu já tinha aceitado a parceira com esse gostoso.

Mas a Lilith não sou eu e ela não se deixa levar pelo rostinho lindo do Nyx.

E eu falei que teria mais brigas entre eles, quando o Nyx vê ela com outra pessoa fica louco e deixa sair tudo.

Sinceramente Nyx, você tá se autodestruindo.

Esse capítulo ficou meio grande, tem mais te 7300 palavras, quase quatro mil a mais doq eu costumo escrever em cada capítulo.

E o que acharam da Adyra e da Lilith juntas

Quem votar participa de um trisal com a Lili e a Ady.

Beijinhos

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