Frustration || Larry Stylinson

By louietgirl

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F.r.u.s.t.r.a.ç.ã.o 1.PSICANÁLISE Estado de um indivíduo quando impedido por outrem ou por si mesmo de atingi... More

Prólogo.
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Epílogo.
Agradecimento e avisos.
Livro 2.

04.

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By louietgirl

Tenham uma boa leitura, e mil perdões pela demora.


XX

Harry acordou, estranhamente, de bom humor. Era ótimo acordar sem o seu pai batendo na porta dizendo que já tinha passado do horário de sair da cama, fazendo mil discursos sobre o quão preguiçoso ele era, tudo isso em plena sete horas da manhã. 

Enquanto tomava seu banho matinal e fazia toda sua higiene, ele pensava no que aconteceu na noite anterior. Estava um pouco difícil de acreditar que aconteceu de verdade, Harry sonhou com o beijo, com os toques e com a maneira que seu corpo reagiu a tudo. 

Sexo. Ele finalmente tinha feito isso com alguém. Apesar dos seus pais nunca terem lhe dado educação sexual, ele estudou isso por si só, e sabe que sexo vai além de somente penetração, o que quer dizer que ele fez sexo com Louis na noite passada. Um cara que ele conheceu há apenas uma semana.

Harry poderia surtar e chamar a si mesmo de irresponsável, mas estava feliz demais para pensar nisso logo agora. 

Descendo até a cozinha e se preparando para fazer o café da manhã, sua mente vagava sobre as milhões de possibilidades a respeito de quando seu pai descobrisse, porque do jeito que ele é, é quase impossível que não saiba em algum momento. Harry está com medo? Sim. Mas se arrependeunde ter deixado rolar? Não. 

Styles sabe que não surtou ainda, somente por estar na casa do Niall. Se estivesse na sua própria casa, andaria com medo até da própria sombra, quando você faz algo que seus pais vêem como errado, parece que eles conseguem enxergar a mentira estampada na sua cara, e Harry nunca foi o melhor em esconder as coisas, é péssimo mentindo, por isso Niall é quem sempre tomava as rédeas das situações. 

Respirando fundo e decidido a não deixar a imagem dos seus pais estragarem o seu dia de paz, Harry termina o café da manhã sozinho e em silêncio. Quando termina de colocar tudo na mesa, ele vê uma cabeleira loira se jogar de qualquer jeito em uma das cadeiras, o que faz surgir um sorriso de imediato nos seus lábios.

O cacheado preparou de tudo, comidas que ele gosta, assim como as comidas que o melhor amigo gosta. Por isso fez questão de montar todo o prato de Niall, o entregando logo após.

— Pega. Você parece estar com uma dor de cabeça imensa. — Harry entregou ao amigo um comprimido e um copo de água. 

— Eu bebi muito ontem, devia ter pegado leve. — reclamou massageando as têmporas.

— Que horas você voltou para casa? — perguntou preparando seu próprio prato e sentando na frente do amigo.

 — Acho que umas três da manhã. Eu procurei por você, mas aí me disseram que você saiu com o Louis, e eu mandei mensagem para ele perguntando onde vocês estavam, e ele me disse que já tinha deixado você aqui. — explicou, começando a comer devagar, apoiando a cabeça em uma das mãos e olhando para Harry. — Você se divertiu ontem? 

— Sim. — respondeu simples, desviando o olhar de Niall e voltando a dar atenção para sua comida. — Foi legal. 

— Eu ia buscar você para a festa, mas achei que seria mais interessante você ir com o Louis. O carro dele é bem parecido com o meu, pensei que talvez não fosse dar algum problema. — murmurou cuidadoso e curioso, ele espera que isso não tenha causado nenhuma confusão. 

— Relaxa, Ni. Não deu problema nenhum, pelo menos não que eu saiba. — deu de ombros, exalando uma tranquilidade enorme para quem podia se meter em problemas em questão de segundos. 

— Me conta como foi, eu sou curioso. — Niall murmurou ao terminar de comer, se servindo novamente. Sempre que bebia, amanhecia com uma fome maior do que o normal. 

Mesmo que estivesse um pouco sem jeito ao falar do assunto, Harry contou superficialmente sobre o que fizeram, assim como se sentiu livre para falar sobre como estava se sentindo a respeito. 

— Eu não sei, Ni. Depois que ele me beijou, eu esqueci totalmente de tudo, dos meus pais e principalmente, esqueci da consequência que eu vou ter que lidar quando meu pai descobrir. — Harry jogou a cabeça para trás, olhando para o teto e suspirando. 

— Nunca vi você esquecer da existência dos seus pais, isso é bem curioso, na verdade. Desde que ele apareceu isso acontece com muita frequência.

— Isso é bem perigoso. — Harry sussurrou em resposta. — Mas quero que aconteça novamente. — bufou, começando a se irritar consigo mesmo. — O que está acontecendo comigo? 

— Harry, eu te conheço desde que éramos crianças, cresci com você. Eu estava por perto quando sua vida foi se tornando aos poucos o que ela é hoje, acompanhei toda a trajetória da sua relação com seus pais. Você sempre amou poder viver, e eles foram te tirando isso aos poucos. Você era solto, alegre e sorria o tempo todo com seus dentinhos de coelho, hoje em dia é difícil te fazer sorrir porque você literalmente vive preso, está o tempo todo sufocado, não faz nada que realmente gosta de fazer porque ele não deixa, e agora, com o Louis, é diferente, não é?

Harry concordou em um aceno. 

— Ele não te obriga a nada, não ultrapassa os limites com você. Louis sempre respeitou suas vontades e te trata com carinho que eu vejo, quando está com ele, você não se sente sufocado e vigiado. Assim como é comigo, quando você está com o Louis, não precisa fingir nada, você só é você. É por isso que esquece da sua situação em casa, você gosta da sensação de não ter que pensar três vezes antes de soltar uma frase, porque ele não vai te bater por isso, assim como o seu pai faz. E é diferente entre estar comigo e com ele, eu sou seu melhor amigo, você me tem a vida inteira, e sei que às vezes na sua cabecinha, você pensa que eu ainda sou seu amigo por pena, sendo que isso não é verdade, jamais será. Louis apareceu agora e está te mostrando um lado que você não tinha visto ou vivido ainda, está tudo bem querer continuar, está tudo bem gostar disso, gostar da companhia dele. 

— Odeio quando você faz discursos assim. — bufou um pouco triste. — Porque você sempre tem razão. 

— Você estava acostumado a ter só a mim, e é diferente ter uma outra pessoa fazendo parte da sua vida e interessado em passar um tempo com você. Não se culpe por gostar de estar recebendo tanta atenção dele. 

— A gente pode mudar de assunto? 

— Não. Já está na hora de falarmos disso, Harry. — Niall suspirou. 

— Do Louis? — perguntou confuso. 

— Não. De você, de como você se sente, em relação a tudo. Está na hora de você colocar para fora alguns sentimentos ou eles vão acabar te sufocando. — resmungou, sabendo que o amigo não gostaria de falar sobre isso. Era um tópico sensível e Harry sempre chorava quando o assunto era ele e a família. 

Styles ficou em silêncio por alguns segundos, em certo momento Niall ouviu o amigo fungar baixinho e se deparou com ele limpando algumas lágrimas que escapavam dos seus olhos. 

— Sinto falta da minha mãe, Nini. Não essa de agora, a de antes. A minha mãe de verdade, aquela que cuidava de mim, se preocupava de verdade comigo, que nunca me impediu de brincar na rua ou de sair para ir até uma sorveteria com você. Eu não entendo como ela mudou tanto, eu só queria ela de volta. — fungou novamente, olhando para o loiro e deixando que ele visse seus olhos avermelhados. 

Horan foi até o amigo, o puxando para si e o envolvendo em um abraço forte. Ainda com ele nos seus braços, o rapaz andou até a sala, sentando no grande sofá e fazendo com que Harry sentasse ao seu lado. 

— Eu sei que sente. — deixou um beijo na testa do amigo e fez com que ele deitasse a cabeça no seu peito. 

A verdade é que Anne nem sempre foi assim, essa casca vazia e possessiva. Ela era alegre, divertida, cheia de sorrisos enormes e lindos. Uma das coisas que Harry mais amava quando era criança, era ver os sorrisos da sua mãe que eram direcionados apenas para ele. 

Ela cuidava e o amava de verdade. Era carinhosa e sempre se preocupou muito com o bem estar do filho, o que é comum. Anne sempre foi alguém doce, todos a adoravam, Harry a adorava com todo coração, ele passaria por cima de tudo e todos por ela. A relação dos dois era uma coisa linda e cheio de tanto respeito e amor, que o garoto se sentia o mais sortudo, por ter uma mãe tão boa quanto ela era. 

As coisas foram mudando com o tempo, ela foi ficando mais fria aos poucos, se distanciando do próprio filho e Harry nem percebia o que estava acontecendo, até eles começarem a proibi-lo de sair de casa a qualquer custo. 

Tudo começou a desabar quando ele tinha dez anos, seu pai não o deixava mais brincar na frente da casa com os vizinhos, nada de sair até a sorveteria com o Niall, nada de manter contato com outras pessoas que eles não soubessem e dessem permissão para que o garotinho fizesse. 

Foi extremamente confuso para o Harry de dez anos, não receber mais um beijo de boa noite, nada da mamãe indo lhe cobrir a noite antes de ir dormir, nada de café da manhã recheado de sorrisos e beijos calorosos. Tudo que lhe restou foi um pai que procurava qualquer motivo para brigar e lhe proibir de alguma coisa, uma mãe que se mantinha distante, mesmo que às vezes ele sentisse que ela queria estar mais perto. 

Regras e mais regras, tapas e surras caso não obedecesse. Foi ficando cada vez mais sufocante, cada vez mais difícil. Aos quatorze tudo piorou. 

Desmond ficou obcecado em manter Harry 'puro', para que ninguém o tocasse, o que ele sempre dizia era que Styles era uma criança, não poderia fazer parte das coisas do mundo. Dizia que a vida era mais difícil do que ele podia imaginar e que muitas coisas ruins poderiam acontecer caso o menino não lhe desse ouvidos.

Então as regras aumentaram. Sair? Raramente, e só se fosse com o Niall. Festas? De jeito nenhum. Porta do quarto trancada? Jamais. Celular? Revistado quase todos os dias, para garantir que ele não estava em um lado da internet que não era permitido para crianças. 

Com o passar dos anos Harry entendeu que seu pai estava se referindo a sites adultos de conteúdo pornográfico, ele não queria que o cacheado soubesse de nada relacionado a sexo. 

O porém de tudo, é que Desmond esqueceu que ele era um adolescente, com hormônios à flor da pele. 

É óbvio que em algum momento o seu corpo pediria por algo. E isso aconteceu quando entrou nos dezesseis anos. Se atraindo por garotos do colégio e por um motivo que ele não entendia muito bem, passou a ter um probleminha entre as pernas ao ver os garotos do time de futebol suados, mesmo que não quisesse, sua mente criou imagens que deixava o seu corpo quente, literalmente. 

Se seus pais não estavam dispostos a ensiná-lo, ele se dedicou a aprender sozinho. Então entendeu que seu tesão acumulado ia ficando maior conforme ele não dava ao seu corpo o que ele pedia. Os desejos criados não eram saciados, o que só deixava o garoto com uma vontade absurda de jogar tudo para o alto e aproveitar o melhor da vida, além é claro da frustração sem fim. 

A obsessão do seu pai em lhe manter longe disso não sumiu com o tempo, na verdade só piorou. E foi quando ele passou a saber de cada passo que dava, dentro e fora de casa. Antes eles só tinham a câmera do lado de fora da casa, por questão de segurança, depois Desmond mandou instalar dentro também, nos corredores, na sala, na parte de trás da casa. Instalou sistema de alarme, apenas para garantir que quando ele estivesse fora de casa, Harry não sairia para algum lugar, pois ao tentar abrir qualquer janela ou porta, principalmente a janela do seu quarto, o alarme iria disparar e ele seria notificado disso no mesmo segundo. 

Ele foi de um garotinho que corria na rua, gargalhando alto e ao voltar para casa sendo recebido com um abração e beijo extremamente gostoso da mãe, para um adolescente frustrado, que vive preso e não pode falar um "a" sem correr o risco de levar um tapa do pai. 

Uma grande mudança. Uma que ele deseja todos os dias que jamais tivesse acontecido. 

— Eu tenho esperança de que a antiga Anne ainda esteja ali, em algum lugar dentro daquela mulher que convive com você. — Niall murmurou carinhoso, secando as lágrimas do amigo e tentando acalmá-lo. 

— Eu queria tanto saber porque eles são assim. Queria entender porque meu pai é tão neurótico com a ideia de eu viver a minha vida, queria saber porque minha mãe fica do lado dele ao invés do meu. Eu sou filho dela, isso não é motivo o suficiente para tomar uma atitude? — sussurrou um pouco revoltado.

— Aguenta só mais um pouco, ok? Só até a gente ir para a faculdade-

Harry riu sem humor algum, olhando para o amigo como quem dizia "tá falando sério?"

— Ir para a faculdade? Eu preciso inventar mil mentiras para poder ir a qualquer lugar que não seja a escola, e você acha mesmo que eles vão me deixar sair da cidade para ir para a faculdade? Isso é um sonho, um que não vai se realizar. E aí eu também vou perder você, Nini. — o lábio inferior de Harry tremeu levemente, mostrando que o garoto voltaria a chorar. 

— Você nunca vai me perder, não diga ao como isso. Somos irmãos, nada, me ouça bem, nada nesse mundo vai me tirar de você, ouviu? Nem mesmo seus pais malucos. — Niall deixou um beijo na testa do melhor amigo e o abraçou novamente.  — Vamos fazer dar certo, até lá nós vamos resolver isso, eu prometo. 

Com o carinho que recebia, aos poucos Harry se acalmou. 

— Sabe, uma coisa que me deixa extremamente curioso, é como você conseguiu fazer todas essas tatuagens, eu jurava que eles iriam descobrir já na primeira. — o loiro disse pensativo, alguns minutos depois de um silêncio absoluto. 

— Eu não sei… Você foi me ajudando com as mentiras e íamos aos poucos até o estúdio de tatuagens e eu fazia duas ou três ao mesmo tempo, já que a maior parte são pequenas. — deu de ombros. — Talvez a gente tenha tido sorte, porque se meu pai tivesse descoberto na primeira, ele teria acabado comigo. 

— Pior do que ele fez quando descobriu todas elas?  — murmurou assustado. 

— Talvez. Porque quando ele se deu conta das tatuagens, elas já estavam todas feitas, não tinha nada que pudesse ser feito para mudar, então foi uma punição por cada uma delas, por isso foi tão pesado. Se ele tivesse descoberto na primeira, acho que seria tão ruim quanto, mas talvez ele tivesse batido mais por afirmar que eu desafiei a autoridade dele. — tentou explicar, ficando confuso com o assunto, assim como o amigo. 

— Isso é tão estranho…Ele sempre sabe do que você faz fora de casa, acho que ele não surta tanto quando você tá comigo por nossas famílias serem unidas desde sempre, mas tenho certeza que ele saberia já na primeira, mesmo que você a escondesse com a camiseta. — apontou, pensativo e confuso. 

— Ele não esperaria que eu fizesse todas elas só para me punir. Você sabe como ele é, Niall. Meu pai odeia que eu desobedeça as ordens dele, odeia que eu faça algo que ele não quer, ele odeia a ideia de eu viver a minha vida, ele age como se eu fosse a porra de um boneco. 

— Eu só sei que isso é muito estranho, mas não tem porque estarmos discutindo isso agora. Já passou, eu só mencionei porque não tínhamos falado disso até agora, e é realmente curioso que isso tenha passado batido. Certas coisas eu entendo, como o fato da festa, a casa é afastada, seria difícil saber o que acontece lá, aqui na minha casa seria extremamente complicado para ele saber o que estamos fazendo, é bem fechada e tudo mais, mas ele não ter descoberto algo que fizemos no centro da cidade? Parece até piada. 

— A gente pode esquecer esse assunto? Hoje vou passar o dia longe deles e eu te amo por isso, então não vamos estragar isso mencionando meus pais, ok? Depois que você mencionou eu percebi que é realmente estranho tudo isso, mas já passou. — deu de ombros novamente, levantando e indo atrás do controle da TV. 

Harry odiava falar dos pais, isso sempre resultava em choro, daí sua cabeça doía, e ele ficava inquieto, isso mexia até com seu sono. 

Decidido a não falar sobre o assunto novamente, ele ligou a TV e colocou um filme que parecia ser bom pela descrição. Deitou e puxou Niall para que deitasse ao seu lado. 

E assim eles ficaram até a hora do almoço, onde Niall pediu comida italiana e voltaram a assistir e fofocar sobre qualquer coisa. O loiro tentando ao máximo deixar Harry a vontade, para que fizesse o que tivesse vontade, mesmo que se resumisse a ficar deitado no sofá, com um pote de sorvete na mão, discutindo sobre as cenas do filme. 

XX

A noite não demorou para chegar, e logo já era hora de dormir. Niall capotou no momento em que sua cabeça tocou no travesseiro, já Harry rolava de um lado para o outro na cama, não conseguindo dormir de jeito algum. 

Já eram duas da manhã e nada do sono vir, bufando cansado de tentar achar uma posição confortável para finalmente dormir, ele pegou o celular e ficou entrando e saindo dos aplicativos, não fazendo nada interessante, apenas tentando se entreter com alguma coisa para que o tempo passasse e o sono aparecesse em algum momento. 

Duas e meia da manhã e nada, Harry estava a um fio de chorar por não conseguir descansar, quando sua mente se voltou para algo que provavelmente não devia. 

Louis.  

Pegando seu celular novamente, ele foi até o contato do garoto e entrou no chat, não sabendo exatamente o que ia fazer, apenas parando ali e olhando as últimas conversas, pensando se mandava algo ou não. 

Decidiu que mandaria, caso Louis estivesse dormindo e só visse no dia seguinte, ele poderia dizer que foi o sono e que nem percebeu o que estava fazendo, caso ele estivesse acordado e visse a mensagem ainda de madrugada… Bom… Harry não sabe o que vai fazer, mas resolveu mandar algo mesmo assim. 

L. Tomlinson

2:32AM 

Louis?

2:35AM

Oi, Harry. Acordado a uma hora dessa? 

Ué, mas você também está acordado em plena duas da manhã!

Eu tenho insônia na maior parte das noites. Qual a sua desculpa para não estar dormindo? 

Não consigo dormir, simples assim. Já tentei e não dá. 

Sei bem qual a sensação, não é legal, né? Conversa comigo então, em algum momento o sono vem. 

Eu na verdade…

Pensei em te ver (?)

Agora? Por mim tudo bem, mas você pode sair?? 

Estou na casa do Niall. Tenho a chave da porta então posso sair e entrar quando quiser. Se você não puder tudo bem, eu só pensei em sair daqui um pouco, só não queria ir sozinho. 

Eu adoraria te ver. Posso buscar você aí? 

Sério?

Claro que sim. Desce aí, a minha casa é na mesma rua, tô aí em um minuto. 

Harry levantou da cama em um pulo, pensando na merda que estava fazendo. 

Era madrugada, não é possível que seu pai o encontraria em algum lugar ou iria saber disso. 

Continuou com o mesmo short jeans que ficava no meio da sua coxa, era considerado curto para um garoto já que a maioria usava aqueles que iam até pouco acima do joelho, Harry ama esses jeans curtinhos que deixavam suas coxas a mostra. 

Vestiu um moletom por cima da camiseta, colocou uma meia e levou os tênis na mão. Levou seu celular e em poucos segundos já estava do lado de fora da casa de Niall, já encontrando o carro de Louis parado bem na frente. 

Suspirou contente ao sentir o ar quente do carro, encontrando um Louis com o cabelo meio bagunçado, todo vestido em um moletom azul escuro. 

— Para onde você quer ir? — Louis quebrou o silêncio que estava instaurado entre eles. 

— Se importa se formos a uma pracinha mais afastada? Ele fica um pouco longe. — pediu, com medo de Louis negar. 

— Claro que podemos. Vai me dizendo o caminho porque eu ainda não conheço muitos lugares por aqui. — respondeu calmo, sorrindo de forma doce para que Harry se acalmasse. 

Dez minutos depois Louis estacionou em uma praça completamente vazia. Não parecia abandonada, estava bem cuidada, com plantas em vários lugares, árvores grandes e lindas, além dos pequenos bancos com mesas e brinquedos infantis. 

Saíram do carro e o mais velho seguiu Harry até uma grande árvore, ela ficava na parte um pouco mais escura, Louis não perguntou o porquê do garoto querer estar ali, apenas o seguiu. 

— Quando eu era criança, sempre via essa praça cheia de pessoas e de outras crianças rindo e brincando correndo para todos os lados, mas o meu pai nunca me deixou ficar aqui. Eu só olhava por alguns segundos, quando o carro passava em uma dessas ruas. — Harry murmurou pensativo, desviando seu olhar para Louis e sorrindo um pouco nostálgico. 

— E por que ele nunca deixou você ficar aqui? — perguntou curioso. Se aproximando e ficando em pé, lado a lado com o cacheado. 

— Ele nunca disse o porquê, só não deixava. Eu via o fluxo de pessoas e ficava morrendo de vontade de descer do carro e brincar com as outras crianças, fim de tarde sempre era mais cheio, a gente sempre passava aqui na frente quando meus pais tinham que resolver algo e não podiam me deixar sozinho. 

— Sinto muito que não tenha tido a chance de aproveitar esse lugar quando queria. — disse verdadeiramente, levando uma das mãos até o cotovelo de Harry, acariciando o local com a ponta dos seus dedos, recebendo um sorriso pequeno como resposta. 

Harry se aproximou mais da árvore, até poder se agachar para poder sentar encostado nela. Apontou para o seu lado, indicando que Louis poderia sentar ali. 

— Me conte sobre você, Louis Tomlinson. — pediu baixinho, virando o rosto de lado até que pudesse olhar para Louis devidamente. 

— O que você quer saber? 

— Quero conhecer você. Até hoje nós conversamos mais sobre o colégio, aulas e tudo relacionado somente a isso. Quero que fale sobre você. Quero te conhecer melhor. — respondeu com um dar de ombros, não desviando o olhar nem por um segundo. 

E eles ficaram assim, se encarando sem dizer nada até que Louis sorriu ameno e começou a falar. 

— Meu nome completo é Louis William Tomlinson, tenho 19 anos. Sofri um acidente aos treze anos, que me impediu de ir para a escola e por isso estou um ano atrasado. Eu gosto de tudo um pouco, mas tenho uma paixão enorme por futebol. Prefiro frio ao invés de calor, gosto de ser um bom aluno, ter boas notas e me dedicar a essas coisas. 

Louis parou por um segundo, percebendo que Harry realmente estava interessado em saber sobre ele. 

— Eu tenho uma outra irmã além da Lauren. Ela se chama Charlotte, e infelizmente nós não somos muito próximos. Eu não devia te contar isso, e espero que não conte a ninguém, mas… Minha família adotou Lauren quando ela tinha sete anos, nós temos a mesma idade, então eu também tinha sete anos quando isso aconteceu. Lottie é mais velha, se formou em enfermagem e trabalha no hospital daqui junto com a minha mãe. — mordeu os lábios pensativo. Em alguns minutos ele falou a Harry mais do que falou a qualquer pessoa que ele conhece há muito mais tempo.

— Me conta mais. — a voz de Harry estava arrastada, e até um pouco manhosa. Louis sorriu doce ao ouvir o pedido do rapaz. 

— Acho que Lottie nunca quis que nossos pais tivessem um segundo filho… Sinto que ela me odeia desde que eu nasci, ela sempre quis que o meu mundo girasse em torno dela, e imagino que ela não goste muito da Lau porque quando ela apareceu na nossa casa, quando nossos pais disseram que tinham adotado uma garotinha, eu me identifiquei muito com ela desde o início, gostávamos das mesmas coisas, Lau era carinhosa e cuidava de mim, se importava com as minhas vontades, fazíamos o que nós dois queríamos e não só o que ela queria, tipo, como era com a Lottie. Isso meio que tirou o controle que minha irmã mais velha tinha sobre mim, depois disso ela se gastou totalmente, e por mais que a gente more na mesma casa, ela não gosta de manter contato comigo ou com a Lauren. 

— Irmã narcisista? Sinto muito, deve ter sido complicado para uma criança entender tudo isso, e viver isso. 

— Foi difícil quando ela passou a fazer da minha vida um inferno por não estar obedecendo ela o tempo inteiro e fazendo tudo que ela queria que eu fizesse, eu passei a fazer o que eu gostava e tinha a companhia da Lau para isso, então o ódio dela meio que foi para nós dois. Eu aprendi a lidar, meus pais sempre tomavam partido a meu favor, então eu sobrevivi. — murmurou divertido, foi uma época complicada, Charlotte não queria perder o bonequinho e fez da vida de todo mundo um inferno por terem tirado isso dela. 

— Pode me contar como é? — pediu um pouco acanhado. Louis o olhou confuso. — Você disse que seus pais sempre tomavam partido a seu favor, me diga como foi e como é para você. Ter o apoio deles, ter pais que demonstram se importar.

Tomlinson olhou de forma curiosa para o outro rapaz, a forma como Harry pediu descrição de como era ter uma boa relação com os pais, o deu a entender que a sua definitivamente não era. Louis já desconfiava disso, e agora é como se o garoto estivesse lhe dando a confirmação necessária. 

Styles o olhava esperançoso, esperando pacientemente até que Louis voltasse a falar. 

— Meus pais são incríveis, minha mãe Johannah é a mulher mais incrível do mundo. Ela sempre lutou muito por nós, além de sempre ter sido uma pessoa incrível com todos ao redor. Meu pai Mark é um homem maravilhoso, um pai incrível e eu não pediria por alguém melhor. — o tom de voz de Louis era carinhoso e estava estampado no seu rosto todo o carinho que sentia pelos seus pais. — Minha família é ótima e eu amo cada um deles. Tenho carinho por Lottie, mas infelizmente minha relação é melhor somente com meus pais e a Lau.

— Sua família deve ser muito incrível, você fala deles com muito carinho. Devem ser todos muito especiais. — Harry tinha um ar sonhador. Ele queria que sua família fosse assim também, que ele pudesse falar dos pais como Louis, que fosse algo saudável e feliz.

— A sua também deve ser, uh? — Louis murmurou tentando arrancar algo de Harry, ele assistiu de perto o sorriso contente do garoto desaparecer aos poucos, o que o deixou um pouco preocupado. 

Styles sorriu forçado antes de responder. 

— Eu diria que a minha família é complicada. — murmurou simples. 

— Irmãos? Irmãs? Me conta sobre você também, eu acabei de contar algo íntimo meu, e eu nunca falo sobre isso. — disse com um sorriso incentivador. 

Eles continuaram sentados um ao lado do outro, com os corpos bem pertos, mas não se tocando realmente. O tempo estava ficando mais frio. 

O cacheado estava mais tranquilo pelo lugar estar totalmente vazio, se não tinha ninguém, as chances de alguém saber que ele esteve ali são nulas. 

— Eu nunca falei sobre isso para ninguém, então prometa que não vai mencionar com seus amigos ou com qualquer pessoa sobre isso. — Harry o olhou sério, obtendo uma resposta positiva de Tomlinson. — Eu acho que tinha uma irmã. 

— Como assim acha? — Louis tinha o cenho franzido, não entendendo o porquê de ser somente uma suposição. 

— Eu não sei dizer se ela foi uma criança da mente quando eu era criança ou se ela realmente existiu. Aos meus onze anos ela sumiu, do nada e completamente. Nós passamos muito tempo juntos, dentro de casa, jamais fora dela. Eu sentia que ela me amava de verdade, que éramos bons um para o outro, que tínhamos uma boa relação, mas aí do nada ela desapareceu. Quando eu acordei certo dia, não tinha uma única foto dela por toda a casa, o quarto que era dela estava vazio como se ninguém estivesse o ocupando, meus pais estavam tranquilos e viviam normalmente, ninguém mencionou o nome dela em nenhum momento, então eu não sei se ela existiu de verdade. 

— Uou, isso é estranho. — Louis respondeu tentando assimilar o que tinha ouvido. — Você já pensou na possibilidade de ter sido uma amiga imaginária? 

— Você deve estar achando que eu sou louco. — Harry murmurou baixo, balançando a cabeça de um lado para o outro e se sentindo patético por ter aberto a boca. 

— Não, não acho. Você está confuso sobre algo que aconteceu anos atrás ter sido imaginação ou realidade. Tem alguma maneira de descobrir se é um ou outro? — disse compreensivo, tentando fazer com que o garoto continuasse falando consigo. 

— Acho que não tem como saber. Só se eu perguntasse para os meus pais, mas isso seria impossível. 

Louis pensou no que responder, mas ficou hipnotizado demais na imagem de Harry sentado ao seu lado com a cabeça inclinada para cima olhando para o céu. Concentrado nas próprias lembranças e se dispersando um pouco do momento deles. 

Eles ficaram em silêncio por alguns minutos até que Harry resolveu falar novamente. 

— Eu não consigo dizer se é estranho ou satisfatório. Ou, sei lá, se é os dois. — Tomlinson olhou para Harry pedindo que ele lhe explicasse o sentido da fala. — Isso aqui. — Harry apontou para eles dois, indicando que estava se referindo a eles, ao momento deles. 

— É que… Em tão pouco tempo parece que nós criamos uma intimidade tão grande, e não é incômoda, entende? Sinto que posso confiar em você, e gosto da sua companhia, gosto das nossas conversas, mesmo que na maior parte do tempo a gente esteja falando sobre a escola. — explicou com calma, ele gostava de expor esse tipo de pensamento, e Louis o tinha dado liberdade para que o fizesse sempre que quisesse, então não exitou em falar o que realmente acha daquilo. 

— De verdade? Parece que conheço você há muito mais tempo, é estranho, mas eu gosto. Por mim está tudo bem continuar assim. E por você? 

— Eu não me incomodaria, acredite. — sorriu doce, voltando sua atenção para o céu estrelado. 

— Ótimo, então não tem porque mudar alguma coisa, uh? 

— Não, não tem. 

Eles caíram em um silêncio absoluto novamente, mas não era um silêncio incômodo, então não se importaram de ficar somente sentados lado a lado observando o céu, as estrelas e a lua. 

— A lua está tão linda. — Harry sussurrou admirado. 

Louis se virou um pouco, até que pudesse olhar Harry por completo. Sua visão agora estava focada em nada mais, nada menos que o rapaz ao seu lado. 

— Está… Muito, muito lindo. — respondeu em um sussurro, não desviando seu olhar de Harry. Esse que se virou aos poucos, até estar olhando diretamente nos olhos azuis de Tomlinson. Styles tentava ao máximo segurar o sorriso que queria simplesmente brotar nos seus lábios. 

— Eu estava falando da lua. — disse brincalhão, rindo um pouco para tentar descontrair, mas Louis continuava o encarando de forma tão intensa, que seu interior borbulhava. 

— E eu de você. — respondeu sem rodeios, sorrindo de lado quando viu Harry ficar um pouco envergonhado e desviar o olhar, logo voltando a encara-lo novamente. 

— Não sabia que nossa amizade com benéfico incluía flerte. — levantou uma das sobrancelhas, abraçando seus joelhos e deitando a cabeça ali para garantir que a ligação entre seus olhares não fosse quebrada. 

— Ela inclui tudo. — Louis desviou seu olhar e passou a observar Harry dos pés a cabeça, seu interesse nas coxas dele foi instantâneo, as pernas nuas, e com certeza macias, chamaria a atenção de qualquer um. Subindo seu olhar para o rosto do rapaz novamente, Tomlinson sorriu para ele, aquele sorriso que fazia ruguinhas aparecerem ao lado dos seus olhos. 

Era adorável. 

— Posso garantir que em qualquer lugar que você esteja, nunca vai existir alguém mais lindo que você. — murmurou fascinado, deixando que cada palavra simplesmente jorasse pela sua boca, mas não se arrependendo de tal ato. Harry sorriu um pouco tímido, escondendo o rosto entre as mãos e rindo fraco. 

— Você não pode dizer esse tipo de coisa, Louis. — fingiu um tom de repreensão, ele gostou do que ouviu, mas ficou sem graça ao ter tal frase dita com Louis olhando diretamente nos seus olhos. 

— Por que não?

— Porque eu não sei o que responder. — mesmo ainda estando um pouco envergonhado, ele voltou a olhar nos olhos de Tomlinson, vendo ele sorrir exibido. Harry revirou os olhos e esperou até que o outro lhe respondesse. 

— Podemos fazer um acordo. — Styles semicerrou os olhos na direção do outro rapaz, ouvindo ele rir baixo antes de continuar. — Toda vez que eu disser algo que você não souber como me responder, você pode me beijar, vai ser uma resposta e tanto. 

Harry riu verdadeiramente, o tipo de risada que não sai de si a muito, muito tempo. Ele olhou para o outro de forma divertida. 

— Espertinho você, não é, Tomlinson?

— Um acordo que beneficia ambos os lados. — respondeu aumentando seu sorriso. — Temos um acordo ou não? 

Styles revirou os olhos de forma divertida, segurando o rosto de Louis com uma das mãos e se aproximando aos poucos, rindo fraco ao estar próximo o suficiente para sentir a respiração dele no seu rosto. 

— Se você queria um beijo, era só pedir. — sussurrou contra os lábios de Louis, acabando com o espaço entre eles e pressionando-os juntos. 

Eram só alguns selinhos, até Harry resolver beijar de verdade, entreabrindo seus lábios e puxando o inferior de Louis entre eles. Chupando e soltando devagar por um tempo, até Tomlinson tomar as rédeas e comandar o beijo. 

Eles se beijaram por algum tempo, e só pararam quando Louis sentiu os lábios de Harry tremendo nos seus. Estava mais frio e o garoto só usava uma bermuda e um moletom, que apesar de ser quentinho, não mantinha todo seu corpo aquecido. 

— Vamos para o carro, lá vai estar mais quentinho para você. — Tomlinson falou, levantando e estendendo uma mão para que Harry segurasse e se levantasse também, e assim ele fez. 

Quando já estavam em pé, frente a frente, Louis não resistiu em pressionar o corpo se Harry contra a árvore e o beijar novamente. Styles segurava o rosto do mais velho entre suas mãos, enquanto as mãos de Tomlinson estavam bem apoiadas na cintura do cacheado, massageando devagar e com delicadeza a pele que ficou exposta quando o mais novo levantou os braços para passá-los em volta do seu pescoço. 

O beijo era lento, mas intenso. Louis chupava a língua do mais novo com avidez, ouvindo as pequenas lamúrias que ele soltava, os pequenos gemidos que saiam sem a sua permissão. Os corpos colados e as bocas juntas deslizavam em uma bagunça de saliva. O barulho molhado que elas faziam ao se chocarem, o ritmo aumentando aos poucos, tudo isso fazia com que Harry sentisse seu corpo ficando quente aos poucos. 

Finalizando com alguns selinhos estalados, Harry admite que aquele barulhinho o deixa insano e com vontade de continuar até sentir sua boca dormente, eles se afastaram aos poucos, mas Styles ainda conseguiu sentir o sorriso de Louis contra seus lábios, e acabou sorrindo também, mesmo que não notasse. 

— Vem. — Louis o puxou em direção ao carro que estava estacionado ali perto. 

No carro não foi muito diferente, eles se beijaram bastante até que percebessem que estava ficando muito tarde, e eles teriam aula pela manhã. Decidiram em conjunto que já estava na hora de voltarem. 

O caminho foi recheado de conversas paralelas e boas risadas. Harry não se divertia assim a um tempo, era bom e ele queria que durasse mais. 

Em algum momento que o cacheado não percebeu, eles estavam novamente falando sobre família, e seus pais foram mencionados na conversa de alguma forma. 

Acontece que ele estava naquele estado entre o sono e a lucidez, as coisas saiam da sua boca sem que ele percebesse o que estava falando, e foi por isso que ele deu a Louis uma informação que, se o rapaz estivesse totalmente consciente, jamais diria, não tão facilmente. 

— Eles me odeiam, odeiam de verdade. — murmurou meio perdido. Louis o olhou esperando para ver se o garoto concluiria a fala, mas nada veio. 

— Por qual motivo? 

— Por eu ser eu. Se descobrirem que… — sua fala foi interrompida por um bocejo, seus olhos estavam fechados e a cabeça apoiada no banco com o rosto virado na direção de Louis. — … que isso aconteceu, eles me matam. 

— No sentido figurativo? — perguntou preocupado. 

— No sentido literal. — finalizou caindo no sono de vez. 

Harry vai se arrepender disso ao tomar consciência do que aconteceu, mas já foi e Louis teve sua confirmação a respeito do que já imaginava, por algum motivo que nem o próprio ainda sabe, ele sempre desconfiou que tinha algo errado na casa do cacheado, saber que a relação dele com os pais não era boa, comprova que as marcas vermelhas que ele tinha no corpo, podiam ter sido feitas por eles.

Tomlinson não disse mais nada, não tinha o que dizer. Harry dormiu de vez e pelo restante do caminho, Louis pensava sobre o que acabou de ouvir, ele não gostava de ser intrometido, mas se Styles precisava de ajuda, ele faria de tudo para ajudá-lo. 

Em poucos minutos Tomlinson estacionava na frente da casa do irlandês, com um Harry adormecido no seu banco. Ele não queria acordar o garoto, mas não tinha como entrar na casa se Styles não abrisse a porta. Louis mandou uma mensagem para Niall, se ele estivesse acordado ou visse a mensagem, poderia abrir a porta. 
Por sorte, ou não, Niall sempre acorda de madrugada para ir ao banheiro, caso contrário não teria visto a mensagem de Louis. Rapidamente ele desceu as escadas e abriu a porta.

O mais velho foi até o lado de Harry, abriu a porta e o pegou no colo, sentindo o mais novo abraçar seu pescoço, deixando o nariz enterrado ali e respirando fundo, mesmo que inconsciente. Ele sorriu carinhoso e subiu até deixá-lo na cama. 
Depois de o cobrir devidamente, ele murmurou um "vejo você mais tarde" e desceu as escadas, dando boa noite a Niall e indo em direção a sua casa. 

O momento deles foi ótimo, Louis gostou realmente. Ele ainda não entende o porquê de pensar tanto no cacheado ou o porquê de gostar tanto de quando o garoto está por perto, ele só sabia que tinha um sorriso no rosto que não queria sair por nada. 

Bom… Seu sorriso e sua alegria pelo fim de semana se dissipou ao que Harry não apareceu para as aulas pela manhã. 

E nem no restante de toda a semana.

XX

Espero que tenham gostado!!
Até o próximo.

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