08.

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O dia de sábado chegou mais rápido do que Harry esperava. Apesar de estar ansioso por ver Louis jogar em uma pequena competição, ele também estava apreensivo por seu pai estar lá. O garoto sabe como Desmond explode facilmente, tudo o irrita, e sua raiva, e frustração são descontados apenas no filho.

Harry em parte está feliz por não ter apanhado uma única vez nesses dois meses, mas sua outra parte reclama diariamente pela nova forma como é tratado. Ele sabe que existe uma coisa muito errada em relação à maneira como seu pai é consigo, lá, no fundo, sua mente o alerta sobre isso, isso claramente pode ser definido como pura negação.

O garoto nega a si mesmo, a acreditar que seu pai tem essas intenções ao ficar tão grudado a si de um momento para o outro. Ele preferia acreditar que talvez no fundo Desmond tivesse algum carinho paterno por si. O enoja e o assusta que algo tão nojento aconteça consigo, e aqui está a óbvia negação.

Parte pequena da sua mente o diz que é hora de abrir a boca e dar um jeito de estar longe do próprio pai o mais rápido possível, mas outra parte insistente de si, que é totalmente cega, diz que talvez as coisas melhorem. 

Harry está perdido, e não faz a mínima ideia de o que fazer.

Tudo que seu corpo e seu consciente pede é que conte a Louis, Harry sabe que ele acreditaria, no fundo, ele sabe... Mas também tem medo. Porque mesmo que Tomlinson acredite no que Harry lhe diga, tem uma enorme probabilidade de o que quer que tentem fazer para resolver a situação, acabe piorando tudo. 

E no fim, ele sofreria as consequências. 

Porque Desmond tem amigos advogados, infiltrados em todos os lados. Amigos esses que ficariam facilmente  ao seu favor. O homem trabalha na promotoria de justiça, ele convive todos os dias com pessoas que poderiam burlar regras e mais regras para que no fim ele saísse como inocente. 

É bem óbvio que, entre acreditar em um garoto gay de dezoito anos, e em um homem que aos seus olhos é bom e justo, todos ficariam a favor de Desmond. 

Isso é o que convence o garoto a continuar quieto.

Talvez não por muito tempo.

XX

A programação do dia era a coisa mais tediosa possível. Estudar, revisar, concluir atividades, por fim, ficar jogado na cama até a hora de tomar banho e sair de casa.

Seria ótimo se o garoto ao menos pudesse dormir durante a tarde, mas como seu pai odeia pessoas desocupadas, jamais o deixaria dormir se não fosse noite. É uma perturbação sem fim, Harry não sabe como aguentou isso até hoje.

Em meio ao seu tédio, Harry pensa em tudo que tem acontecido desde o início do ano. Ele entrou para o último ano do ensino médio, conheceu um garoto extremamente lindo que faz o seu interior borbulhar somente por olhá-lo, é estranho, mas ele gosta da forma como Louis mexe consigo, por mais confuso que seja.

Alguns garotos e garotas já tentaram sair com ele, apesar de Harry nunca ter dado muita atenção para isso. Eram pessoas lindas, mas elas nunca pareciam interessantes o suficiente. Styles sempre foi lindo, e isso sempre chamou a atenção de outros, então ele sempre soube que o único motivo para irem atrás dele era isso. Elas nunca queriam estar com ele, por Harry ser quem é, nunca queriam ouvir sobre seus gostos, elas só tinham a intenção de desfilar por aí exibindo que estavam saindo com um dos garotos bonitos do colégio.

E, ok, falando assim pode até não parecer nada, mas Harry se sentia usado, como se ele nunca fosse ser o suficiente para se interessarem pelo conteúdo ao invés da capa. 

Frustration || Larry StylinsonOnde as histórias ganham vida. Descobre agora