17.

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Louis sempre foi apreciador do silêncio, ele sempre amou poder deitar em um lugar onde ninguém o incomodasse com conversas sem sentido e fora de hora.

Porém, neste momento, não tem coisa que ele odeie mais do que o silêncio que estava no quarto. Era tão incômodo e desconfortável, ele conseguia ouvir o barulho da sua própria respiração, e estava em dúvida se começa um diálogo ou se deixava tudo como está.

Harry estava deitado, com ambas as mãos apoiadas na sua barriga, batucando os dedos ali de forma inquieta, olhando para o teto e pensando.

Os garotos estavam assim desde que terminaram o almoço. Quando Louis voltou com os pratos de comida, após se esquivar de todas as perguntas que lhe fizeram, eles comeram em silêncio, apenas aproveitando o sabor delicioso da refeição, pouco depois, Tomlinson levou ambos os pratos até a cozinha e os limpou antes de voltar para o segundo andar.

Não era incômodo para ele, evitar que Harry descesse e fosse bombardeado de perguntas que o garoto obviamente não quer responder, ele se sente bem fazendo isso. Dando a Harry o que ele quer.

Alguém tinha que fazer isso, afinal.

E eles estão nessa situação há pouco mais de uma hora. Harry já tomou banho, trocou de roupa, lavou o cabelo com cremes que achou no banheiro, está limpinho e cheiroso, e tudo que Louis quer, é ir até ele, deixar seu nariz afundar na pele macia e cheirosa do pescoço do garoto, e sentir o cheiro dele até cansar. Mas, bem, ele não sabe nem se pode se aproximar.

Sentado na poltrona, ele continua encarando o garoto deitado, que não fez um único movimento desde que se jogou ali. Suspirou alto, indeciso sobre o que fazer, Louis levanta e vai em direção ao banheiro, um banho deve ajudar.

Ao perceber a movimentação de Louis, Harry vira o rosto para o lado, o encarando até que ele suma da sua visão, com um biquinho descontente em seus lábios. Ele suspira um pouco cansado, não sabendo o que fazer.

Ele deveria falar sobre o que está passando pela sua cabeça?

Conversar e falar o que acha de tudo, no geral?

Ou apenas ignorar e seguir a vida como se tudo já estivesse resolvido?

Harry queria que a última opção, fosse realmente uma opção.

Apesar de pensar em tudo que ouviu, e analisar as situações na totalidade, ele ainda não sabe como deve se sentir com tudo isso. A única coisa que ele tem total certeza, nesse momento, é que não quer ver ninguém.

Muito menos a sua mãe.

E isso tem o corroído, Harry pensa que isso faz dele um filho ruim, ele odeia se sentir assim.

Perdido na própria mente, o garoto não nota a presença de Louis no cômodo, esse que usa apenas uma toalha ao redor da cintura, de costas para o mais novo, ele mexe em sua mochila, à procura de uma roupa quente e confortável. O tempo está fechando novamente, e uma possível chuva não vai demorar a chegar.

— Você é muito lindo. — o silêncio é finalmente quebrado, Harry é quem o faz — Juro, eu nunca vi uma pessoa tão bonita quanto você.

— Obrigado, meu doce. Eu diria que a pessoa mais linda é você, sempre vai ser você. — respondeu com um sorriso carinhoso.

Harry tinha a cabeça tombada para o lado, um sorriso meigo em seus lábios enquanto encarava Louis com carinho.

— Como está se sentindo? — perguntou preocupado.

— Minha cabeça não dói mais, não depois que você me deu aquele remédio.

— Então, fisicamente você está bem?

Frustration || Larry StylinsonOnde as histórias ganham vida. Descobre agora