No dia seguinte na colônia.
Lucas "acordava" e poderia ver em seus olhos olheiras e com um rosto de cansaço.
— Você está péssimo querido.
— Eu sei , eu sei - Disse Lucas ficando no lado da cama e colocando as mãos no rosto - Não conseguir dormir hoje.
Maria olhou pra ele preocupada.
— Você acha que fiz certo ? Sobre a Carla.
— Acho que sim. Ela é ex militar, sabe dessas coisas e sabe lutar , acho que foi uma escolha sabia.
— Ainda bem. Estou péssimo.
— Porque não vai pra Otávia ?.
— Preciso ?.
Maria fez uma careta e uma pose de lado apontando pra porta.
— Tá, tá , eu irei - disse Lucas erguendo as mãos pra cima e logo depois sentindo um peso nas suas costas e olhando pra trás e via Sofia.
— Papai.
— Oi pequena , dormiu bem ?.
— Simmmm.
— Vem cá querida , o papai precisa ir pra Otávia.
— Ele tá doente ? - Disse Sofia olhando pra Maria com cara triste.
— Não, não, ele só precisa ir pra revólver um negócio, certo ?.
— Não tô doente filha, fica com a mamãe , certo ?.
— Tá - Disse ela sorrindo.
Lucas se arrumou e foi pra Otávia e chegando lá via ela deitada em uma maca.
— Oi Otávia.
— Lucas ? Nunca te vi por aqui ... Nossa que cara péssima.
— Ha ha ha , Pouco movimento ? Eu vim pra uma consulta.
— A nossa colônia está mais preocupada pra treinar né ? Venha. Se sente aqui.
Lucas se sentava na maca e via Otávia pegar seus instrumentos.
— Respire fundo.
Lucas respirava fundo.
— Certo... Cansado ?.
— Muito.
— Dormindo ?.
— Nada.
— Enfadado ?.
— De mais.
Otávia sorria e respirava.
— O que eu tenho ?.
— Simples meu nobre líder... Você está cansado e precisa de um dia sem fazer nada.
— Mas...
— Sem mas... Você tem que descansar e sem se preocupar com nada.
Lucas olhava pra ela e abaixava a cabeça.
— Confie em Steve. Ele é forte.
— É ?.
— Sim, muito.
— Você conhece ele desde sempre né ?.
— Desde que formamos essa colônia a gente se conhece, ele é especial.
— Hum.
— Nem pense nisso - Disse Otávia rindo - Ele é tipo um Pai pra todos nós que conhecemos ele desde que tudo aconteceu.
— Vocês sem conheceram antes de tudo ?.
— Sim, a gente era vizinhos.
— Uou - Disse Lucas sorrindo.
— Sim - Disse ela rindo e dando um remédio pra ele - Tome esse remédio depois de comer e vá dormir , certo ? Isso fará você dormir bastante.
— Certo doutora - Disse Lucas saindo da maca e quando ia sair ouviu Otávia falar.
— Confie nele , ele já passou por muita coisa. Ele não irá perder.
Lucas afirmou que sim.
Enquanto isso no Renascimento.
Steve acordava com dores nas costas e via as suas mãos enfaixadas e teve uma dor de cabeça.
" Monstro "
" Papai "
— Porque isso ta vindo , logo agora ? Inferno - Ele se levantava do sofá e via que o quarto estava todo vazio , ele respirou fundo.
" Vou tomar banho, pra acalmar ".
Ele tirou as faixas das mãos e foi pro banho e ficou lá por muitos minutos , ao todo 30 , todo esse tempo ele pensava em coisas do passado e logo depois pensava em Ana perguntando pra ele.
" O que você era antes disso tudo ? " .
" Aposto que era militar ou policial " .
— Aquela pirralha - Disse ele sorrindo, ele saia do banho e via seus punhos ainda doendo e manchados.
" Será que vou pra ala hospitalar ? Já é amanhã a luta , tenho que estar bem... " Pensou se arrumando e saindo do quarto , ele demorou alguns minutos pra chegar até lá , ele ainda não tinha aprendido os caminhos do lugar , ao chegar lá ele via Orla enfaixando as costas de nada mais e nada menos que seu oponente de amanhã, Sang.
— Opa - Disse Sang.
— Oi.
— Sente - se aqui - Disse Orla pegando uma cadeira pra ele sentar , ele se sentava.
Steve olhava pro seu oponente fixamente e podia sentir que ele era forte e poderia ser difícil de vencer, Sang olhava de volta e sorria.
— Analisando ?.
— Talvez.
— Fique tranquilo , não irei fazer nada até amanhã na hora da luta...
— Porque devo acreditar ?.
— Não sei... É difícil acreditar em pessoas daqui né ? Só tem pessoas sujas.
Steve semi serrava os olhos e tentava analisar ele pra saber se ele estava só testando ele.
— É, pode ser - Respondeu ele.
— Eu sei que é difícil acreditar que pode ter pessoas de confiança aqui, mas pode ter alguns , tem uns aqui que não compactuam com esse negócio com as mulheres e com os "escravos".
— Como saber ?.
— Simples - Disse ele mostrando o tornozelo e vendo um símbolo de lua - Quem tiver esse símbolo são pessoas que não gostam disso.
— Hum - Respondeu Steve ainda pensando se tudo aquilo era verdade e olhou pra Orla e ela estava afirmando que sim - Como pode ter um grupo desse aqui ?.
— Pra ter conversas com pessoas normais ? Sei lá , pra ver se ainda somos humanos né ?.
— Eu vi a sua luta , você podia ter vencido seu oponente em várias oportunidades.
— Foi a primeira pessoa que matei.
Steve se surpreendeu.
— Tá pronto Sang - Disse Orla fazendo o curativo.
— Obrigado Orla - Disse ele sorrindo e olhando pra Steve - Que vença o mais forte amanhã , certo ?.
— Certo.
Sang saia e logo quando ele não estava mas em vista Steve olhou pra Orla.
— Sério ?.
— Sim, é verdade , tem pessoas aqui que ainda são humanos.
— Porque não fizeram algo ?.
— Sério ? 10 contra mais de 300 ? Seria um massacre.
— Como eles se escondem ?.
— Não fazem aquilo com as mulheres.
— Jacob deixa ?.
— Contudo que seja fiel a ele e não atrapalhe a nossa colônia e sendo que essas pessoas tragam certa quantidade de comida pra colônia , eles podem.
— Entendi.
Orla passava os curativos em Steve e logo isso ele voltou pro seu quarto e se deitou no sofá novamente.
Ao chegar de noite ele falava com a Carla sobre a luta no dia seguinte.
— Confiança ?.
— Sim...
— Novas ?.
— Sim, parece que tem um grupo de 10 homens que não compactuam sobre a filosofia de Jacob.
— Verdade ?.
— Parece que sim.
— Isso é ótimo saber. Ganhe Steve e podemos acabar com o Renascimento.
— Irei sim, aliás cadê o Lucas ?.
— A bela adormecida ? Está dormindo, ele estava se estressando bastante... Você deveria ver , o coitado tá mais acabado que um velho.
Steve sorria.
— Coitado... Enfim, irei dormir pra amanhã. Certo ?.
— Certo, boa sorte grandão.
— Obrigado.
Os dois desligaram o comunicador. Steve se deitava no sofá e via na cama Jorge e Orla dormindo.
— Aiai, onde que eu vim me meter - Disse ele sorrindo e levantando a mão e beijando a sua aliança.
" Irei te orgulhar querida ".