My love for you is like the raging sea,
So powerful and deep it will forever be.
Through storm, wind, and heavy rain,
It will withstand every pain.
- Elaine Chetty
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Nyx
Eu simplesmente não consigo tirar aquela bruxa da minha cabeça.
Desde quando eu vi ela na clareira, desde quando segui até sua mansão escondida. Ela assombra meus sonhos, ela ocupa cada pedaço da minha mente. Fica extremamente difícil me concentrar em alguma coisa que não seja ela andando de mãos dadas comigo pelo campo de dentes-de-leão que eu mesmo escondi, para mostrar à alguém que eu julgue especial.
As vezes tento enterrar o fato de que eu estava muito ansioso no dia em que fomos até a sua casa. Tento enterrar a esperança que tive de que ela gostasse de mim e sei lá. Saísse de lá casada comigo ou algo do tipo.
Mas ocorreu tudo ao contrário.
Ela me odeia.
Quer me matar por eu ter olhado seu ritual sagrado e quebrado as proteções mágicas de sua casa.
Eu tive que me segurar para não sair chorando por aí apenas por ela ter escolhido voar com o Bryan. Era a minha chance de provar para ela de que eu posso ser legal e que eu seria um bom marido.
Mas aí eu escutei a conversa dela e de meu primo, e eu tive vontade de parar de voar e apenas cair. Creio que Reyna não sentiria falta alguma.
"Minha deusa" "bruxinha" eu dei esse apelido!
Ela tinha que ser minha, ela tinha que gostar de mim, não do idiota do Bryan.
Quando chegamos em casa, eu me ofereci para mostrar onde ficava seu quarto. Na esperança de falar algo que fizesse ela não me odiar pelo menos. Mas as únicas coisas que saíram foi que eu mostraria o inferno para ela! Que idiota. Então ela disse que me mostraria o verdadeiro inferno. E realmente mostrou.
Parecia um inferno enquanto eu tinha que me aliviar sozinho, no meu quarto escuro. Escutando os gemidos dela, que constantemente se misturavam com o de Bryan.
Eu não podia culpar ele, ninguém nunca seria tão bonito e perfeito quanto a Reyna.
Quando vi Bryan saindo de seu quarto a noite, e abrindo a porta de Reyna eu quis me tacar da sacada, ou me jogar dos dez mil degraus. Apenas queria morrer.
Tentei ao máximo não arrombar a porta e sequestrar a Reyna e viver com ela em uma casa de campo, só a gente. E aí nos teríamos uma família, e ela ia me amar muito e nos íamos ser feliz por toda a eternidade.
Mas meu corpo agiu por conta própria, bati na porta e ele responde que já transaram milhares de vezes. Cheguei no meu quarto e comecei a chorar igual um bebê, sim qual é problema.
Desde que eu vi ela eu senti algo. Fui atraído por ela sem nem mesmo conhecê-la.
E não sei o porquê quase morri quando ela dormiu com outro macho, e não sei como eu ainda estou vivo com ela me odiando. Eu poderia implorar de joelhos para que ela gostasse de mim, pelo menos um pouco.
Depois vem a Seph, que jurava que não gostava de fêmeas. Eu simplesmente chego no corredor e elas estão se comendo, mais uma pessoa que fica com a bruxa e eu não.
O próximo é o Ethan, depois o Thales, Peter e mais metade das pessoas que eu conheço, mas nunca eu. Qual é a graça de ser extremamente poderoso e bonito sendo que a pessoa que você gosta não consegue enxergar isso.
Eu tento ser legal, mas nesses dias eu estou quase morto, exausto e terrivelmente preocupado. Ou seja, nem uma pessoa que me venere consegue ficar perto de mim.
Ela disse para Bryan o motivo de me tratar mal, eu tentei consertar mas acabei fazendo merda e falando sem pensar. O que resultou em outra resposta afiada e uma negação às minhas desculpa.
Saio andando pelos corredores da Casa e vou até o ringue de treino. E por ironia do destino ela está lá, treinando, com suor escorrendo por suas têmporas, pelo seu pescoço.
- Ah, você tá aqui.
Essa garota me odeia, não é possível.
- Infelizmente. O que te incomoda tanto ao ponto de você não conseguir dormir.
- Estou apenas ansiosa por causa da tarefa de amanhã. Nada de mais.
- Acho que a tarefa é bastante de mais.
- Sabe o que é? Exatamente?
- Não.
Reyna para de fazer as abdominais e anda até a estação de água, tomando dois copos com água bem gelada.
- E o que te incomoda, Nyx?
O som do meu nome em sua boca é... Não sei descrever.
- Apenas alguns pensamentos.
- Vamos fazer um jogos, um pensamento por outro.
- Fazia isso com meu pai quando eu tinha quinze anos.
- As vezes eu esqueço de você é um velho e eu tenho quinze anos. Você primeiro.
Dou uma risada nasal e deito no chão do ringue, usando os braços como travesseiro.
- Estou pensando que se Hybern vencer essa guerra, nosso povo irá morrer ou ser escravizado, nós seremos mortos e nada poderá nos salvar. Mesmo que eu não ligue de morrer, não vai fazer diferença.
- Por que você quer morrer?
Levanto uma sobrancelha e ela revira os olhos.
- Estou pensando que se eu falhar a vida da minha família está condenada, a vida deles dependem de mim. E eu sou apenas uma adolescente imprudente que tem complexo de deus e uma arrogância enorme.
- Quero morrer porque haverá pessoas que ficarão melhores se eu não estiver aqui, elas vão comemorar se eu morrer e nunca vão ter que aturar minhas piadas sem graça e minha cara emburrada.
- As vezes eu quero socar sua cara emburrada, ela irrita mesmo sendo bonitinha.
- Me acha bonitinho?
- Não conseguirá arrancar algum elogio maior de mim.
- Então me acha bonito bruxinha?
- Se eu falasse que você não é bonito estaria mentindo descaradamente, posso não gostar de você mas não posso ir contra fatos.
- Consegui arrancar um bonito ao invés de bonitinho.
Ela sorri e me dá um soco de leve no braço. Acho que minhas entranhas fizeram um nó.
- Você é um idiota, garoto morcego.
- Por que não gosta de mim?
- Você é irritante, nem a carinha bonita consegue esconder.
- Como se você não fosse né?
- Eu só faço com você o que você faz comigo!
- Então se eu te beijasse você me beijaria de volta?
Seu rosto cora e o meu com certeza está pior. Tenho que costurar minha boca para parar de falar sem pensar.
- Talvez.
Engasguei.
Como é?
Começo a tossir que nem um louco e ela cai ao meu lado rindo que nem uma hiena.
- Para de rir, não tem graça.
- É porque tu não viu sua cara, ficou parecendo um tomate engasgado.
- Você também ficou vermelha!
- Mas eu não engasguei, trouxa.
Reviro os olhos e perco todo o meu controle quando ela levanta e me dá um beijo na bochecha. Meus braços chegaram a tremer e eu saí do meu corpo e fui para a terra das maravilhas.
— Nyx, você não pode morrer antes de nós dois vandalizarmos o túmulo do Beron.
— Bem pensado, espero viver o suficiente para isso.
- Tchau morceguinho.
Tenho certeza que tive uma parada cardíaca quando ela bagunçou meu cabelo e fez carinho na ponta do meu nariz.
Eu poderia sair por aí dançando com sorrisos mais iluminados que a própria Lua. Poderia te soltar um gritinho se não tivesse a possibilidade de alguém ouvir.
Com meus pensamentos nas nuvens eu volto para meu quarto e encontro Bryan, encostado na minha porta com um sorrisinho no rosto.
- Posso sabe o por quê da Reyna chegar rindo no quarto e de você estar com um sorriso bobo no rosto?
- Ela me deu um beijo na bochecha.
- Pela mãe, você parece um tolo apaixonado.
- Ela também fez carinho no meu nariz e na minha cabeça.
- Vai dormir, tolo apaixonado.
Dou um beijo estralado na bochecha de. Bryan, que ri baixo.
Fecho a porta do meu quarto, logo tirando minha camisa e me jogando na cama. Abraçando meu travesseiro como se fosse a minha bruxinha perfeita.
Devia ser considerada crime ser tão linda e tão maravilhosa.
- Aiai, obrigada mãe, mas eu agradeceria mais ainda se a senhora desse um jeito dela casar comigo.
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Pulo da cama e coloca a blusa e o moletom mais próximos. Um grito ainda ecoa por meu quarto.
Quando abro a porta vejo Bryan, Ethan e Charles saindo de seus quartos.
Meu coração quase pula pela boca quando vejo a porta do quarto de Reyna aberta.
Corro com os meninos até a sala, onde a bruxa está agachada perto de um corpo ensanguentado.
Pela camisola de seda curta em seu corpo, creio que ela veio para cá assim que escutou o grito de Seph, sem nem mesmo se trocar.
Tia Nestha e Gwyn chegam logo depois, acompanhada de seus parceiros com cara de sono e com os shorts tortos.
Meus pais chegam apressados, ainda com roupas de dormir.
Reyna levanta e olha para os dois, com a feição preocupada. Sua voz falha ao dizer:
- São de Hybern, está marcado atrás da orelha direita. E tinha um carta. "Considerem isso um aviso, não importam quais cartas vocês tem na manga, nós iremos destruir vocês igual destruímos esse daí"
Mamãe suspira e esfrega as têmporas, fechando os olhos fortemente.
A bruxa se afasta do corpo e abraça os corpos, com frio. Pego meu moletom e coloco em sua cabeça. A mesma se ajeita dentro do casaco e me abraça. Atraindo olhares curiosos.
Ethan lança um sorriso malicioso que foi ignorado tanto por mim quanto por Reyna.
Tio Cass tinha ido buscar a tia Amren que agora tenta entender como que o corpo veio parar aqui.
- Eles disseram que seja qual for a carta que temos na manga não vai funcionar. Eles não sabem que temos uma bruxa.
- Ou eles estão tentando nos enganar, é a cara deles.
Poderia prestar mais atenção na conversa deles? Sim. Mas a única coisa em que eu consigo pensar é na Reyna encostada no meu ombro, agarrada no meu braço.
- Acha que eles sabem sobre você, Rey?
- Não sei, Seph. Pelo o que eu ouvi não teria motivos para mandarem para cá sendo que os grão-senhores moram em outra casa.
Ela estava pálida como a morte. E também estava com medo, mesmo que se recusasse terminantemente a falar.
Aconchego mais a fêmea perto de mim e puxo a manta cor de ébano que estava em nossas pernas.
Bryan começa a mexer nos cabelos e lançar sorrisos maliciosos para mim e Reyna, acompanhado de Seph, Ethan e Charles.
— Vão se fuder todos vocês — responde a bruxa com os olhos se fechando e agarrando mais meu braço.
Sorrio igual a um bobo olhando para os cabelos escuros como a noite e levo minha mão até a feérica, que agarra a mesma e entrelaça nossos dedos.
— É, vai se foder idiotas.
Será que a Reyna vai ficar com o Nyx?? Ou ela vai preferir a Seph ou o Bryan?