Dois dias depois...
Luna colocou um macacão preto com uma blusa branca por baixo, calçou um tênis, pegou sua bolsa e saiu do quarto passando a mão sobre os fios de cabelo que começava a crescer. Bárbara e Eduardo a esperavam na sala ao lado do outro Santiaguinho dormia no colo de Eduardo, era cedo e ele não era acostumado com acordar logo de manhã.
- A gente vai rapidinho, é só pra que eu faça o que está pendente. - Luna acariciou as costas de Santiaguinho com calma.
- Você é uma mini mulher. - Bárbara sorriu e a garota também.
- A decisão que eu vou tomar hoje vai devolver a minha adolescência, Babi. As pessoas me julgam demais por ser presidente da empresa, como se eu não tivesse capacidade pra isso.
- Não fica assim, minha linda... - acariciou a bochecha dela.
- Meio impossível, mas eu sei o que tô fazendo. Venham comigo. - caminhou até a porta.
Era sábado e Luna decidiu chamar todos os seus funcionários para uma reunião de última hora. Ao chegar, a maioria já a esperava. Queria ser breve, a garota deu a volta na mesa e nem se sentou.
- Eu vou ser rápida. Vocês conseguiram o que queria, eu vou sair da presidência.
- E quem vai assumir no seu lugar, Luna? - um velho perguntou demonstrando interesse.
- Alguém mais competente que vocês. - respondeu - Eu trouxe essa empresa para o auge financeiro que ela está e vocês sequer me agradeceram pelo salário que ganham. Quem vai assumir o meu lugar é Bárbara.
- Eu? - a loira arregalou os olhos.
- Você. - sorriu - Bárbara tem muita experiência profissional e vai saber levar essa empresa até que eu volte assumir. E escutem bem, o dia que eu voltar a ter essa empresa em mãos, metade de vocês vão rodar, entenderam? Se não quiserem ser demitidos, façam o seu melhor, porque eu vou exigir o MELHOR, eu quero tudo bem feito, relatórios bem escritos, eu quero ver o dinheiro rodando, ok? Não quero uma vírgula fora de lugar!
- Mas... mas Luna. - tentaram contestar.
- A decisão está tomada, eu não quero saber de brincadeirinhas com Bárbara, piadinhas, provocações, nada, seus nojentos! Ainda sou a dona e me agradaria muito demitir vocês, portanto, tomem cuidado, o menor erro me será o suficiente para demitir vocês por justa causa! Eu sei bem o que vocês fazem, mas ainda não tenho provas. Então testem a minha paciência, testem! - pegou um papel e assinou - Assina. - entregou para Bárbara - É sua posse como presidente.
- Luna, eu... - pegou a caneta meio confusa.
- Assina, amor. - Eduardo incentivou e Bárbara acabou por assinar.
- O recado foi dado e a posse assumida. - fuzilou cada um - Estão dispensados. Você começa segunda.
No carro, Bárbara e Luna riam do último acontecimento, a garota tinha mania de nunca avisar quando faria alguma coisa e pegava todos de surpresa. Santiaguinho assistia desenho no monitor do banco da frente enquanto tomava a mamadeira e segurava a coberta com uma mão. Eduardo estava em silêncio, parecia preocupado c alguma coisa.
- O que foi, amor? - Bárbara perguntou e esticou a mão para o rosto dele, alisando a bochecha dele com o polegar.
- Eu tô pensando em pedir pra ser demitido, eu tô extremamente sobrecarregado. - respirou fundo parando no sinal e pegou a mão dela dando um beijo.
- Mas você tem certeza?
- Estão jogando tudo pra cima de mim, Bárbara. - abriu o porta-luvas mostrando um monte de papel - Tudo isso aqui é coisa que eu tenho que ver e calcular.
- Você quem sabe... - soltou a mão dele e colocou na perna - Apesar de que, eu acho que seja mesmo o melhor.
- Eu tenho um bom patrimônio acumulado, linda. Fica tranquila que nosso bebê não vai ficar abandonado. - deu risada.
- Claro que não vai mesmo, Eduardo. A Luna me paga muito bem e eu sei investir no meu dinheiro, basicamente esse criança vai nascer rica. Juntando o seu patrimônio e o meu, nosso filho vai nascer muito bem. Do jeito que nem você, nem eu e nem Aurora nasceram.
- Ficou brava? - continuou rindo e apertou o queixo dela.
- Besta. - empurrou a mão dele.
- Não tenha o gênio da sua mãe, filho. Por favor. - alisou a barriga dela que segurava para não sorrir.
- Sai.
- Eu não, não se esqueça que fui eu que coloquei essa criança aí. - provocava ela.
- Eduardo, para.
- Ok, ok. Eu paro. - voltou a atenção para a rua, o sinal abriu e ele saiu.
Eduardo ficou em silêncio, Bárbara exagerava às vezes e ele evitava qualquer coisa, primeiro que estava grávida e o humor alterava muito, mesmo que até antes da gravidez ela tinha mudanças de humor mesmo e ele já tava acostumado com isso.
Luna cutucou Bárbara que olhou-a e então repreendeu a madrinha com o olhar e a loira se recolheu em si.
- Desculpa, amor... - pediu - Por ser tão chata.
- Você não é chata. - ele sorriu carinhoso e Bárbara se sentiu mal por ele nunca brigar com ela, sempre a mimava, ela então beijou o rosto dele e voltou a ficar quieta.
...
Meses depois...
Bárbara estava sentada no meio da sala fazendo yoga, Eduardo abriu a porta do apartamento e entrou meio atordoado.
- Edu... - a mulher se levantou.
- Eu tô muito cansado, não aguento mais, larguei tudo, joguei pro alto. - correu até ela e a abraçou.
- Amor, calma... - acariciou as costas dele.
- Eu não durmo direito tem três meses, pedi pra que me demitissem e Gonçalo não quis me demitir, então eu vou pedir por conta própria. Eu tô sobrecarregado. Você já tá de 16 semanas e eu tô perdendo a sua gestação, não dá mais... - sentou no sofá e Bárbara sentou ao lado dele o abraçando com força e colocando as pernas no colo dele, deitou a cabeça no ombro dele e ficou alisando o peito dele.
- Vai ficar tudo bem...
- Vem trabalhar comigo, Eduardo. - Luna entrou na sala passando a mão nos cabelo que já estavam um pouco maiores.
- Como? - ele olhou-a.
- Ninguém fica sobrecarregado lá. Desde que a Babi subiu pra presidência estamos sem um diretor geral. - sentou no tapete - É do seu ramo, tá tudo certo, Tio Edu. Só que você precisa descansar antes, precisa descansar muito. Por sinal, pode passar o resto da gravidez da Babi descansando, seria bom.
- Simmm, seria um sonho, logo o bebê tá chutando. E você poderia estar aqui presenciando. - Bárbara se animou.
- Amor, mas...
- Você mesmo disse um tempo atrás que tem patrimônio acumulado. E com o meu dinheiro não haverá problema. Por favor.
- Eu não consigo ficar parado...
- Vamos arranjar alguma coisa pra você fazer. - Luna sorriu - Por sinal, já está tudo certo para nos mudarmos para o condomínio ao lado.
- Que ótimo. - Bárbara se demonstrava animada.
...
O tempo foi passando, eles se mudaram e então Eduardo acabou passando a morar junto com eles, mas já pensando em comprar uma casa para viver com Bárbara e seu bebê.
- Pronta? - Eduardo perguntou para a mulher - Vamos descobrir o sexo do nosso filho.
- Vamos. - pegou a bolsa totalmente animada.
Os dois saíram para a maternidade e Bárbara falava pelos cotovelos com o namorado sobre os nomes enquanto tentavam entrar em um consenso sobre como chamaria o primeiro filho deles.
Ela não demorou para ser chamada para a sala do ultrassom junto com Eduardo, logo se arrumou e enquanto a médica preparava o aparelho, o homem acariciava o cabelo da mulher e as bochechas dela.
- Pronto, vamos ver como está este bebê. - a mulher sorriu passando o gel na barriga de Bárbara e logo posicionou o aparelho em cima, logo foi possível escutar o coraçãozinho - Olha, o coração tá batendo direitinho. Ele tá aqui. - mostrou na imagem - Olha, já dá pra ver.
- E então? - Bárbara segurou a mão de Eduardo.
- É uma menininha, uma princesa. - a médica falou.
- Eu sabia! Eu falei pra você, amor. Eu falei que era uma menina. - a loira encarou-o e Eduardo sorria sem parar.
- Obrigado, obrigado, obrigado! - ele se abaixou beijando o rosto e a boca - É o melhor presente que você já me deu, eu te amo.
- Eu também te amo! Eu te amo muito! - fechou os olhos boba.
Ao saírem do médico com o resultado do pré natal, os dois iam bobos para o carro.
- Tem um nome, meu preferido, acho que você irá concordar comigo. - Bárbara abriu a porta do carro assim que eles destravou e entrou.
- E seria? - abriu a porta e também entrou.
- Estefânia. - sorriu - Fany.
- Estefânia... - ele também sorriu - Tá aí, gostei. Nossa filha se chamará Estefânia.
- Eu nem acredito que isso esteja acontecendo, eu namoro o homem que eu sempre sonhei e tô grávida de novo. É a vida dos meus sonhos. - apoiou o queixo na mão completamente apaixonada.
- Esses últimos meses foram extremamente loucos pra mim. Imagina a gente contando a nossa história pra nossa filha? - caiu no riso - Então, filha, eu odiava a sua mãe e ela me odiava mortalmente. Cá estamos hoje encarando você.
- Vai ser uma história muito louca pra contar pra ela. - ria também o acompanhado - Eu te amo, obrigada. - se inclinou e beijou-o.
- É, eu também amo você. E até hoje isso me surpreende. - se afastou um pouquinho e então se encararam, ela pegou a mão dele e colocou em seu ventre - E agora, eu te amo em dobro. - alisou a barriga dela, se abaixou e beijou.
- Antes de irmos embora, podemos passar em alguma loja de bebê pra comprarmos alguma coisa pra ela? - passou a mão no cabelo dele.
- Claro, se depender de mim a gente lota esse carro de cosias pra nossa filha. - se levantou.
Eduardo saiu com o carro e dirigiu até a cidade, passaram na primeira loja onde compraram várias roupinhas e brinquedinhos, enfeites para o quarto.
- Amor, olha... - Bárbara mostrou uma maleta cheia de lacinhos - Eu quero levar pra ela.
- São muitos. - sorriu.
- Eu acho que vou ser a doida dos lacinhos pra nossa filha. - deu risada e ele também.
- Você acha? Eu tenho certeza. - segurou a maleta - Pode levar, amor.
- Eeee!
Eu tô com um bloqueio criativo muito grande, portanto esse capítulo não ficou tão bom quanto eu esperava, pra não ficar sumida, decidi lançar ele mesmo assim. Espero que aproveitem.❤️