~♪Hannah ~♪
Rhysand estava em choque, eu também estava, queria contar de um jeito calmo mas a reação seria a mesma.
O olhar de Rhys ia de mim para a minha barriga, de mim para ela constantemente.
Eu esperei ele falar algo mas não aconteceu, e o medo me invadiu.
— Rhys.. d-desculpe, eu não sei o que aconteceu, eu tomei a poção... —eu estava tremendo, ele odiou— desculpe. -foi um sussurro meu.
Eu saí correndo de lá, me envolvendo no feitiço para que meu cheiro não fosse descoberto.
Ele não gostou, ele não gostou.
Mas não foi minha culpa e.... Acariciei a barriga plana... Nem dele.
Eu estava na forma illyriana, e com isso eu bati as minhas asas e me lancei ao céu.
Deuses, não podia ser agora, não com uma guerra batendo na nossa porta, não...
Eu solucei baixinho.
Fazendo o retorno, sentindo o cento secar as minhas lágrimas.
Então pousei na sacada do meu antigo quarto, no qual fiz um pequeno estúdio.
Eu fechei as minhas asas e respirei fundo, sentando em um banquinho.
Eu dei a primeira pincelada e ela foi dolorosa.
— Você também não tem culpa. —sussurrei para a minha barriga— só que sua entrada triunfal não foi em um bom momento de paz. -sorri de leve.
Meu pincel se movimentou outra vez.
— E... O seu pai deve estar, apenas em choque... Ou não mas, eu fiquei feliz com a notícia. -sussurrei.
Eu encarei o par de olhos que eu havia pintado, um olho dourado e outro violeta.
— Eu vou ser uma péssima mãe de primeira viagem, mas... Prometo dar o meu melhor e te dar o amor que por anos nunca tive. -sussurrei.
Eu deixei o pincel no cavalete.
— Você nunca vai conhecer a dor e o sofrimento pelo o que depender de mim, nunca vai sentir que não é amado, nunca vai sentir que está sozinho no mundo, porque vou sempre estar com você. -falei baixinho.
Grávida, eu estou grávida...
— Deuses, terei de fazer mil escudos para não ser atingida na guerra e correr o risco de perder o meu filho. -sussurrei olhando para o teto.
Eu ouvi a porta atrás de mim se fechar, e eu girei rapidamente no banco, tomando cuidado para as asas não baterem na pintura, então encarei Rhysand.
Ele estava com lágrimas nos olhos, estava me encarando com tanta doçura que chegava a doer o peito.
Eu baixei a cabeça.
— Desculpe. -sussurrei de novo.
Ele atravessou até mim, caindo de joelhos aos meus pés enquanto balbuciava choroso a palavra "bebê".
Ele abraçou a minha cintura, o grão-senhor tremia em soluços, eu acariciei seus fios negros azulados.
— Um filho, um filho. -ele soluçou.
Eu beijei sua cabeça, deixando as lágrimas caírem.
— Como pode pensar que eu não gostei da notícia? Minha rainha. -ele questionou incrédulo, as lágrimas caindo.
— Porque você não me disse nada, e porque na cabana você disse que um bebê no meio dessa guerra seria perigoso. —murmurei— pensei que fosse pedir para eu...
Eu estremeci afastando aquele pensamento terrível.
— Não. —ele disparou— nunca, nunca, é o nosso filho, Hannah, o nosso filho, acha que eu pediria que o tirasse?? Acha mesmo??
Eu neguei.
— Não mas eu fiquei com medo. -sussurrei.
— Eu nunca faria algo assim, me mataria se o fizesse. —ele disse firme— eu só, estava pensando em como se respirava primeiro, porque você me tirou todo o ar quando disse no escritório, minha ruiva, eu... Estou tão feliz que a felicidade mal cabe no peito.
Ele sorriu para mim, e então tocou minha barriga plana de forma encantada.
— Um filho seu e meu. -ele murmurou.
Eu assenti, Rhys me puxou para si, me girando no ar.
Eu envolvi o quarto com um escudo de som.
— Eu vou ser pai!! -ele gritou.
Eu ri baixo.
— Mãe abençoada por eu ter posto um escudo, iria estragar a surpresa. -falei.
Ele riu em meio as lágrimas, seus lábios salgados por elas envolveram os meus em um beijo, carinhoso, apaixonado.
— Você me faz feliz, cada dia mais, Hannah, você... Não faz idéia. -ele disse beijando o meu rosto.
Ele deixou um beijo afetuoso em minha barriga.
— Um filho. -sorriu bobo.
Eu sorri para ele..
— Outro narcista em velaris. -falei.
Ele riu.
— Ele será a criança mais linda do mundo. -ele disse.
Eu me remexi no banco.
— A guerra...
Rhysand estremeceu, ficando pálido como a morte.
— Você não vai. -ele sacudiu a cabeça tantas vezes que achei ter dado pani no sistema.
— O inferno que eu não vou. —cruzei meus braços— acha que vou perder o barraco dos barracos?
— Hannah, pela mãe, você está grávida, eu não vou suportar você nessa guerra, neste estado, com os inimigos prontos para lhe atacar. -ele disse.
— Se acha que ficarei sentada enquanto vocês morrem pela liberdade de todos e pela paz de pythrian, está muito enganado. -falei.
— Hannah...
— Rhysand...
Ele me encarou.
— Não venha com discurso nenhum, você sabe que eu não me convenço com eles. -cruzei meus braços.
— Raios, como você é teimosa! -ele disse exasperado.
Eu dei de ombros.
— Disso você já sabia. -falei simplesmente.
— Não vai. -falou negando.
— Eu vou. -confirmei.
— Eu não vou te levar. -ele cruzou os braços convencido.
— E você está com as minhas pernas? Eu vou sozinha, tenho pernas, tenho asas, tenho poder, sei atravessar. —contei nos dedos— tá pra nascer o macho que vai me impedir de fazer alguma coisa, porque nem mesmo você Rhys.
Ele me encarou, por longos segundos.
— Vai mesmo arriscar a sua vida e a do nosso filho? -ele questionou.
— Eu já tenho um plano, Rhys, acha que eu me meto em frias sem ao menos saber como sair ilesa delas? Eu já tenho tudo pronto. -falei.
Ele me encarou questionador.
— Porque já faz quase uma semana que eu sei que estou grávida. -falei.
Ele caiu para trás, caiu duro no chão.
— Que? -ele questionou sem ar.
— Surpresa. -sorri inocente.
— Não acredito que escondeu isso de mim por quase uma semana, Hannah. -ele disse me encarando incrédulo.
— Poisé né. -brinquei com uma mecha de meu cabelo.
— Você ontem cuspiu o whisky, pela mãe, Hannah! Você não pode beber! -ele disse assombrado.
Eu sorri para ele.
— Por que você acha que eu cuspi? —sorri envergonhada— eu estava tão perturbada que esqueci que não podia.
Ele respirou fundo.
— Meu amor, por favor...
— Já disse que não. -cantarolei pulando do banco.
Eu parei na porta.
— Já tenho um plano, e precisamos do gostoso do Helion pra me ajudar nessa. -falei.
Ele fechou a cara.
— E por que eu não posso? -ele cruzou os braços.
Eu sorri de lado indo até ele, beijando os seus lábios.
— Você vai me ajudar com uma camada de escudo sua. -falei sentando em seu colo.
— Sim. -ele disse ainda com uma carranca emburrada.
Eu pisquei.
— Rhys. -chamei.
Ele me encarou.
— É normal eu estar te desejando? Sim, eu lembro de ter lido isso no quinto livro. -murmurei.
Ele sorriu de lado.
— Está me desejando? Minha rainha. -ele beijou o meu pescoço.
— Pela mãe, sim. -eu choraminguei.
Ele sorriu.
— Vamos comemorar esta notícia. -ele beijou meu lábios.
— Antes.... Eu queria impor uma regra. -suspirei sentindo ele se desfazer das minhas roupas.
— Diga. -ele ronronou trilhando beijos em meu corpo.
— Ninguém deve saber até a guerra acabar. -falei.
Ele parou, me encarando.
— Não quero que saibam agora, é cem por cento de certeza que será uma distração maior ainda, e eles vão ficar divididos entre se proteger e me proteger, e isso eu não quero, jamais. -falei firme.
Ele apoiou o seu queixo em meu peito.
— Mas eu quero que você esteja protegida acima de tudo. -ele disse calmo.
Eu ergui uma sobrancelha.
— Rhys, com os escudos que Helion com toda a certeza vai me ajudar a pôr, eu estarei mais protegida do que todos, e por isso não quero ninguém tentando me defender, porque eu sei fazer isso sozinha. -falei.
— Mas...
— Sem mas, eu irei me proteger e proteger o nosso filho com garras e dentes, e muito fogo. —falei firme— ninguém saberá até o fim da guerra.
— E quando você quer contar? -ele suspirou derrotado.
Eu sorri.
— No solstício de inverno. -falei.
Ele beijou meus lábios.
— Mais alguma regra? Senhora noturna. -ele questionou.
— Que você esteja dentro de mim, agora, neste exato momento. -ofeguei.
E ele obedeceu, suas roupas sumindo e então Rhysand me penetrou com uma estocada.
Eu gemi e recebi outra, e outra, uma cama de almofadas e lençóis surgiu no chão, onde Rhys me deitou com carinho, tomando cuidado com as minhas asas.
— Você fez um ótimo escudo, aliás, para me esconder essa coisinha. -ele disse beijando o meu pescoço.
E empurrou.
— Eu passei um bom tempo na biblioteca, pesquisando feitiços para isso, eu consegui fazer um escudo em meu ventre, para que eu pudesse treinar e não prejudicá-lo. -ofeguei baixinho.
Outra estocada.
— Tão inteligente. -ele ronronou em meu ouvido.
— Sei que sou maravilhosa. -me gabei.
Ele riu.
— Haverá dificuldades. —mordi os lábios— mas passaremos por ela juntos.
Ele me olhou confuso, mas assentiu mesmo assim, eu o beijei.
— A lua estará linda hoje, Rhys. -sussurrei.
— E as estrelas também, minha rainha. -ele disse.
E ele me tomou de todas as formas, me amando de todas as formas que uma mulher pode ser amada.
E no fim deitou a cabeça em minha barriga, um sorriso carinhoso nos lábios dele, eu acariciei seus cabelos negros.
Filho, nós teríamos um filho.
*Até o próximo capítulo ☄️ deixem seu comentário e seu voto pfvr ☄️*.