Everything is changed!

By donnarobertaspecter

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《 Pós 3x6》 Tudo mudou! Tudo mudou depois daquela noite em que Harvey Specter se demitiu da promotoria e foi a... More

Capítulo 1 - Reações Inesperadas!
Capítulo 2 - Ouvindo o coração.
Capítulo 3 - Deixa eu cuidar de você?
Capítulo 4 - A perda.
Capítulo 5 - A proposta.
Capítulo 6 - A resposta.
Capítulo 7 - Mudaram as estações.
Capítulo 8 - O que esperar quando se está esperando.
Capítulo 9 - Faço tudo por você.
Capítulo 10 - Scottie, não faça isso!
Capítulo 11 - Harvey, a minha bolsa estourou.
Capítulo 12 - Bem vinda, Harriet.
Capítulo 13 - Os primeiros dias de Harriet
Capítulo 14 - Juntos? Sim! Casados? Ainda não!
Capítulo 15 - Eu estou deixando você livre, Harvey.
Capítulo 16 - Não se atreva a tocar nela!
Capítulo 17 - "Donna"
Capítulo 18 - O fim do começo.
Capítulo 19 - 6 anos depois.
Capítulo 20 - Um bom gancho de direita.
Capítulo 21 - A febre.
Capítulo 22 - Entre o céu e o inferno.
Capítulo 24 - Casados com o coração.
Capítulo 25 - Harvey&Harriet
Capítulo 26 - Você sempre foi a minha bússola.
Capítulo 27 - Uma vida pela outra?
Capítulo 28 - Um Adeus.
Capítulo 29 - Vida nova, novas vidas.
Capítulo 30 - Uma coisa chamada confiança.
Capítulo 31 - Retornos difíceis.
Capítulo 32 - O tempo voa.
Capítulo 33 - O começo do fim.
Capítulo 34 - 03 anos depois.
Capítulo 35 - Descobertas.
Capítulo 36 - Um amor que cura.
Capítulo 37 - Verdades difíceis.
Capítulo 38 - Louise.
Capítulo 39 - Boston.
Capítulo 40 - Toques.
Capítulo 41 - O medo.
Capítulo 42 - Miami, baby!
Capítulo 43 - Miami, baby parte 2
Capítulo 44 - "Eu também!"
Capítulo 45 - Harriet.
Capítulo 46 - A chavinha.
Capítulo 47 - Nem tudo que parece é.
Capítulo 48 - Direito, Harvard e férias de verão.
Capítulo 49 - Disney e afins.
Capítulo 50 - Me ama como?
Capítulo 51 - O campeonato, parte 1.
Capítulo 52 - O campeonato, parte 2.
Capítulo 53 - O plano de Lily
Capítulo 54 - Uma história de Natal
Capítulo 55 - (re)Conexões.
Capítulo 56 - A festa de aniversário.
Capítulo 57 - "Harvey"
Capítulo 58 - Altos e baixos.
Capítulo 59 - Algumas coisas saíram do controle.
Capítulo 60 - A outra vez.
Capítulo 61- Louise, a "Donna" da razão.
Capítulo 62 - O baile de Formatura
Capítulo 63 - O fim de um ciclo.
Capítulo 64 - (re)Encontros
Capítulo 65 - Paulsen-Specter.
Capítulo 66 - Vívida realidade.
Capítulo 67 - Harriet Lily ou Louise Roberta?
Capítulo 68 - Salvadora.
Capítulo 69 - Há 18 anos.....

Capítulo 23 - Vida e Morte.

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By donnarobertaspecter

Ainda em choque com o diagnóstico da doença de Harriet e da confirmação da gravidez de Donna, o casal  tentava digerir tudo. Em breve, eles precisariam explicar para a filha de 7 anos tudo o que eles, adultos, não tinham entendido.

- Donna - Arizona chamou a ruiva mais uma vez, tirando-a de seu estado de transe - Você quer fazer o ultrassom logo?

- Bem…. Sim, mas preciso antes ver a minha filha - explicou Paulsen.

- Tudo bem! - confirmou Arizona.

Harvey pouco falou, sua dor era conhecida, no entanto, triplicada agora, a filha que ele tanto ama. Tentou se animar pois agora que Donna estava grávida, sabia que as chances de cura de Harriet eram enormes já que irão usar o cordão umbilical do novo bebê para o transplante. Perdido em pensamentos, ele não ouviu a primeira vez que Donna o chamou, mas seguiu os passos dela.

- Como você está, meu amor? - Donna perguntou a Harriet, a voz da mãe soava calma.

- Estou melhor mamãe! - Harriet ainda tomava o soro na veia.

- Olha, a mamãe vai fazer um exame rapidinho mas ela já volta, tá? - Donna beijou o topo da cabeça dela.

- Você também está dodói? - indagou a criança.

- Não! É só para ver uma coisinha - e piscou para a filha.

- Pode deixar que eu fico com ela - a voz de Jéssica chegou primeiro que ela no quarto.

Donna sentiu uma gratidão profunda por Jéssica estar lá,pois sabia que Harvey ia precisar de um pilar, e nesse momento, não podia ser ela.
Paulsen e Specter seguiram Arizona por entre os corredores até a sala de ultrassom mais próxima. Donna afagava o braço de Harvey sempre que podia e ele lhe respondia com um sorriso tímido.
Adentraram numa salinha pequena, prontamente Robbins ajudou Donna a por a camisola e ela se acomodou na maca, Harvey segurava a mão dela como de costume, "e lá vamos nós, pela terceira vez" sussurrou ele baixinho para a ruiva.
Arizona deu início ao exame e o barulho do coração preencheu todo o ambiente e então perguntou "já podemos saber o sexo, vocês querem saber?!", Donna e Harvey responderam em coro que sim. 

- Bom…. - Arizona fez suspense - É uma menininha- falou por fim sorrindo e suas covinhas conhecidas se formaram em seu rosto.

Os olhos de Harvey brilharam ao encontrar os olhos de Donna.

- Harriet vai ficar tão feliz quando souber! - pensou o advogado em voz alta.

- Não querendo soar insensível- Robbins falou em um tom baixo e sério- precisamos voltar e conversar com Harriet. A psicóloga infantil já deve estar com ela nesse momento.

- Arizona, você pode nos dar alguns minutos? - Donna pediu à médica que saiu da sala deixando os dois à sós. 

Donna que já estava devidamente vestida de novo sentou na maca e chamou para Harvey sentar ao seu lado.

- Harvey… - Donna tentava encontrar as palavras certas.

- Donna, nós vamos dar conta! Não  vamos? - Harvey perguntou.

- Vamos sim! - respondeu a ruiva afagando o braço esquerdo dele, colocando seu queixo no ombro de Specter.

- O que estiver ao meu alcance eu vou fazer por ela. Vou contratar os especialistas que forem necessários! - Specter falou eufórico.

- Sabe, eu disse uma vez e vou repetir, Harriet não podia ter um pai melhor! 

- Ela vai sobreviver …..não vai Donna? Diz para mim…. - Harvey quase não conseguiu terminar a frase, as lágrimas tornaram a descer pelos seus olhos - O nosso serzinho!

- Claro que vai! Ela é metade Paulsen e metade Specter, uma verdadeira lutadora- Donna disse com a voz embargada - Não podemos esquecer de ficarmos felizes por essa daqui! - e guiou uma mão de Harvey até a sua barriga.

- Finalmente a minha ruivinha! - Harvey disse dando um sorriso largo para Donna.

Os dois ficaram em silêncio um tempo, até que Robbins os chamou para retornar ao quarto de Harriet e finalmente conversar com ela.
Ao retornarem para o quarto de Harriet, Louis estava lá também; Harvey e Donna chamaram Jéssica e Louis no corredor para contar do diagnóstico da filha.

- Ela é uma Litt…. - Louis falou sem conter a emoção.

- E uma Pearson - completou Jéssica tentando não chorar - Vai ficar tudo bem! 

- Agora precisamos reunir forças e contar para ela - Donna disse respirando fundo.

Os adultos tornaram a entrar no quarto, Harriet estava sentada na cama com as pernas cruzadas enquanto conversava com a psicóloga infantil do hospital. Donna sentou de um lado da cama e Harvey do outro, Louis e Jéssica ficaram sentados no sofá e Arizona estava em pé, ao lado de Donna.

- Já posso ir para casa? - a criança perguntou à mãe.

- Meu amor - Donna fez uma pausa para evitar chorar - O seu dodói é bem mais complicado dessa vez - Harriet fez uma cara confusa.

- Por alguma razão que nós não sabemos - Arizona tomou a palavra - o seu sangue não tá produzindo o alimentozinho que o seu corpinho precisa, e isso te deixa fraquinha por isso você não estava bem hoje, entende? 

- Mais ou menos- respondeu Harriet- Foi porque eu comi coco sendo alérgica? - indagou a criança fazendo todos da sala sorrirem aliviando a tensão.

- Não serzinho, não foi por isso! - Harvey respondeu.

- Ufa! - suspirou Harriet- Então Dra. Arizona passa logo o remédio para eu tomar e ir para casa!

- Mas não é tão simples assim, meu amor! - Donna afagou com o polegar o rosto da filha - o remedinho que você vai tomar é diferente dessa vez.

- E eu vou ficar curada? 

- Vai sim! - Arizona disse animada - Por que você vai tomar esse remedinho só por alguns meses. Ele é bem forte, então você vai ter que vir duas vezes pro hospital toma-lo até o remedinho que tem a cura ficar pronto.

- Entendi! Como é o nome disso que eu tenho?  - Harriet questionou, os adultos ficaram em silêncio por uns segundos.

- Chama Leucemia - Arizona respondeu.

- O mesmo dodói que o tio Marcus teve, não é papai?

- Foi sim! - Harvey falou engolindo o choro.

- A vovó Lily me contou! 

- Mas Harriet você não sabe a boa notícia - Arizona tentou mudar o tom da conversa - lembra que eu falei que você só vai tomar um remedinho até o outro ficar pronto? 

- Sim, quanto tempo vai demorar para ficar pronto?

- Uns cinco meses - respondeu Paulsen e então continuou - Já está na barriga da mamãe e você disse que queria chamar ela de Louise - ao ouvir isso Harriet arregalou os olhos.

- Você encomendou a minha irmãzinha? - a criança perguntou eufórica para a mãe que respondeu balançando a cabeça- E ela já tá aí na sua barriga?

- Já sim! - Harvey foi quem respondeu.

- E é a minha irmãzinha que vai trazer o remédio que vai me deixar curada? 

- É tipo isso! - Robbins respondeu animada.

- Hoje é o dia mais feliz da minha vida! - Harriet disse se jogando nos braços da mãe - Obrigada mamãe, obrigada de montão!

Donna abraçou a filha e não conteve as lágrimas, ninguém no quarto conseguiu conter, na verdade. 
A inocência de Harriet deixou o ambiente menos pesado; por vezes Harvey esperava que a qualquer momento alguém ia chegar dizendo que era tudo mentira, que o diagnóstico foi errado, que não era a filha dele que estava passando por aquilo. Mas ninguém chegou.
Arizona e a psicóloga deixaram a família um pouco a sós. Jéssica e Louis estavam no corredor de vigília caso Donna ou Harvey precisassem. 
Harriet deu os primeiros sinais de cansaço, Donna deitou ao lado dela que ficou agarrada na barriga da mãe até adormecer. Harvey estava sentado do outro lado da cama alisando as costas da filha.

- Donna e Harvey … - Arizona sussurrou da porta e fez um sinal chamando-os.

O casal deixou a filha dormindo no quarto e foi para o corredor, Arizona pediu que Donna fosse para casa, ela precisava descansar e se alimentar bem mais que tudo agora. Paulsen argumentou com Arizona, Louis e Jéssica que precisava ficar com a filha, e que não deixaria a criança sozinha, mas os três pediram que ela se cuidasse não só por ela, mas principalmente por Harriet. A ruiva bufou e olhou para Harvey que estava alheio a tudo e terminou concordando em ir para casa. 

- Eu e Jéssica ficaremos com Harriet hoje a noite, e  amanhã de manhã vocês vem cedo, Donna - Louis falou suavemente.

- Isso! Até porque amanhã precisamos combinar todo o tratamento dela - concluiu Arizona.

- Usei a minha chave reserva do apartamento de Harvey, e Sheila foi lá preparar uma comida decente para vocês - Jéssica disse - Por favor, vão para casa.

Harvey balançou a cabeça positivamente e pegou a mão de Donna que olhava pra trás em direção ao quarto da filha.

- Vamos meu bem! Você precisa se alimentar direito! - Harvey pediu.

- Falei com Addison pelo telefone e ela me instruiu a te dar essas vitaminas, Donna! Ela falou que você já sabe como usar - Arizona entregava os frascos a Paulsen.

Donna e Harvey deixaram o hospital em silêncio e logo pegaram um taxi; Paulsen mantinha a cabeça apoiada no ombro de Harvey e uma mão na barriga.
Quando chegaram ao apartamento, a mesa estava posta e tinha os recados de Sheila por todo canto falando onde estava cada comida.
 Donna foi banhar primeiro, observava a água quente que caia no box, entrou debaixo do chuveiro e ficou lá não se sabe por quanto tempo absorvendo tudo. Era uma dor inimaginável e uma alegria conhecida ao mesmo tempo. Uma filha com uma doença severa e uma filha ainda por vir. Pensou se daria conta mesmo, de passar por tudo aquilo.
Saiu do banho e apenas vestiu uma camisola azul com um robe preto e foi procurar por Harvey que não estava no quarto deles, e nem na sala.

Harvey estava no quarto de Harriet, sentado na cama dela com o travesseiro que a filha dorme nos braços, olhando para um lugar fixo na parede, as lágrimas rolavam bochecha a baixo e ele não fazia questão de evitá-las; sentia um buraco imenso no coração, queria gritar, esbravejar, mas não conseguia.

- Harvey…. - a voz suave de Donna chamou por ele que apenas olhou para a ruiva.

- A… nossa filha….. - foi tudo que Harvey sussurrou.

Donna sentou ao lado de Harvey e o envolveu com os braços, ele enterrou o rosto no pescoço dela e deixou um choro desesperado escapar. Paulsen não disse uma palavra, apenas afagava as costas dele, acalentando-o. Eles não sabem quanto tempo ficaram ali.

- Donna, você precisa comer! - Harvey falou em um tom mandão e baixo.

- Eu sei! - ela respondeu - Mas não quero te deixar sozinho.

- Eu já estou melhor! Harriet com certeza não ia querer nos ver assim! - Specter tentou animar o tom de voz - E, nós precisamos cuidar da ruivinha também.

Os dois jantaram a macarronada que Sheila havia feito, em seguida Paulsen tomou as vitaminas prescritas e logo foram deitar. Donna repousava sua cabeça no peito de Harvey que a envolvia com um braço. 

- Vamos mesmo por o nome de Louise? - indagou Harvey.

- Bem, não era minha primeira opção mas foi o nome que Harriet pediu! - explicou Donna - E ela quer tanto essa irmãzinha que eu não me oponho. 

- Nem eu! - concordou Specter.

- Harvey…. Amanhã precisamos contar para sua mãe e para os meus pais - refletiu Donna entre um bocejo e outro.

- Eu sei….. - Harvey falou enquanto passa o polegar na bochecha de Donna.

Paulsen rolou para o seu lado da cama, sussurrou um rápido "boa noite" para Specter e adormeceu. Harvey agradeceu imensamente às vitaminas vermelhas que a deixava sonolenta pois sabia que sem elas, Donna não dormiria. Ele ficou a observando, as duas mãos debaixo da bochecha esquerda e a respiração ritmada. Admirava cada traço do rosto dela, o nariz afilado, a boca desenhada, as bochechas com suas sardas sutis, a sobrancelha marcada, os olhos intensos que mesmo fechados eram inesquecíveis. Harvey pensou em como tudo estava mais difícil para Donna, ter que ser forte por si, por ele, por Harriet e agora pela bebê. Quis abraçá-la mas ficou com medo que ela acordasse. Pensou o quanto era grato de tê-la em sua vida, e o quanto a amava dia após dia, e apesar de lutar contra o sono e o cansaço, adormeceu.

No dia seguinte, os dois acordaram praticamente juntos as 6 da manhã, Donna saiu correndo da cama em direção ao banheiro. Enjoo matinal.
Harvey foi para cozinha, essa era a hora que ele fazia o ritual da manhã com a filha. Preparou café preto e torradas para si, preparou banana, aveia e mel para Donna, e fez a vitamina preferida de Harriet para levar. 

Estava sentado em uma das banquetas próximas do balcão da cozinha quando Donna apareceu.

- Hey! - disse Harvey calorosamente.

- Hey! Estou enjoada hoje- respondeu Donna fazendo beicinho e com uma voz manhosa.

- Eu notei - Harvey abriu um sorriso - vem cá! - e abriu os braços para ela que o abraçou; e em seguida sentou entre as pernas de Harvey que a envolveu com os dois braços dando um beijo em seu pescoço alvo.

- Você fez a vitamina dela? 

- Fiz! - Specter respondeu enquanto fazia carinho na barriga de Donna - e para você banana, aveia e mel.

- Eu não quero nada…..

- Donna! Por favor….. 

- Harvey, precisamos conversar sobre algo - disse Paulsen enquanto tornava a ficar frente a frente com o advogado.

- O quê? - indagou ele enquanto tomava um gole de café.

- Temos que nos comprometer de não chorarmos na frente de Harriet, em momento algum. Li que o sucesso do tratamento em pacientes infantis além do hospitalar, tem a ver como a família reage - Harvey ouvia tudo atentamente- E nós não devemos trata-la diferente por causa da doença. Ela continua sendo nossa Harriet forte e inteligente. Você entende o que quero dizer?

- Sim…. Eu entendo, Donna… Tenho um pedido pra você também!

- Qual seria? - a ruiva indagou curiosa.

- Você não precisa ser forte o tempo inteiro por nós dois. Pode desabar comigo. Pode vir até mim e deixar que eu te console também. Por favor! - Harvey segurava as duas mãos dela.

- Ok… eu vou tentar! - e deu um selinho em Specter- Precisamos ir meu bem!

 Donna foi se arrumar rapidamente, optou por um jeans folgado e uma blusa branca com uma jaqueta preta; quando saiu do quarto Harvey ja tinha feito a mochilinha para levar para Harriet com algumas roupas limpas e o ursinho que ela sempre dormia com ele desde que nasceu. Harvey usava um jeans escuro e uma camisa preta sem mangas, apesar de ser dia comercial ele não ia trabalhar essa manhã. Os dois pegaram tudo que precisavam, respiraram fundo e foram pro hospital.
Chegando lá, Harriet já estava acordada tomando café da manhã, Jéssica estava sentada na cama com ela.

- Bom dia meu amor- Donna disse calorosamente ao entrar no quarto e ir ao encontro da filha, abraçando-a.

- Bom dia mamãe! - respondeu a criança.

- Oi serzinho! - Harvey falou - Papai trouxe sua vitamina preferida, banana e morango.

- Oba! Obrigada papai! - e se jogou nos braços de Harvey - Olha eu não senti mais nada, nadinha! Tiraram até o remédio - ao falar mostrou o braço sem o acesso do soro.

- Que bom garotinha! Agora, termine de tomar seu café da manhã- Donna ordenou.

Jéssica contou a Donna e Harvey como a noite foi tranquila e divertida, e os contou que se permitiu dizer a Rachel e Mike do acontecido. Donna não fez oposição, foram tantas emoções na noite anterior que ela não teve tempo e cabeça para falar com os amigos.
Louis já tinha ido para casa, ele precisava ir pro escritório pois tinha uma reunião importante nesse dia.

- Mamãe, vem aqui para eu poder falar com a Ise! - pediu Harriet; Donna levantou-se do sofá e ficou em pé ao lado da cama; Harriet encostou a cabeça na barriga de Donna - Oi, Louise! Sou eu, Harriet, sua irmã mais velha. Você não me conhece ainda, mas eu já te conheço e sei que você é linda e ruivinha igual a mamãe. Obrigada por estar com o meu remedinho. Eu te amo muitão já! - e falando isso abraçou a mãe que tentava não chorar.

- Com certeza ela já te ama muito também - Donna falou afagando o cabelo da filha.

- Eu sei - disse Harriet sorrindo; segundos depois a bebê mexeu pela primeira vez no ventre de Donna.

- Olha só a resposta dela - Paulsen guiou a mão da filha até a barriga.

- Papai! A minha irmãzinha…. Falou comigo! - Harriet estava eufórica.

Harriet estava super animada e contava para todo mundo que entrava no quarto dela que a irmãzinha havia falado só com ela. Harvey fez um esforço surreal para não chorar.
Algum tempo depois, Dra. Arizona chamou Harvey e Donna para então adentrarem ao tratamento de Harriet.
Robbins explicou como se daria todo o tratamento, as quimioterapias, suas complicações e seus efeitos colaterais. Paulsen e Specter ouviam tudo atentamente e sentiam um frio no estômago a cada informação. Como o câncer da filha era em estágio inicial, a quimioterapia não seria tão agressiva e não havia necessidade de Harriet ficar internada durante esse período, apenas caso ela passasse mal ou algo do tipo. Inicialmente a quimio seria realizada uma vez por semana. 
Donna perguntou se ela seria candidata a transplante, e Arizona respondeu que ficariam em busca caso houvesse compatibilidade. 

- Vocês vão querer começar a quimio hoje? - Robbins indagou aos pais que se olharam e responderam que sim.

Harvey ainda ficou com Arizona para assinar os papéis necessários do plano, e Donna foi ao quarto em que Harriet estava para ir conversar com ela. 

- Harvey - Arizona o chamou - Prometa que você vai tentar manter Donna o menos estressada possível. Eu sei que é complicado e que ela como mãe fica preocupada, triste e ansiosa. Mas precisamos que ela fique bem para que a bebê se desenvolva saudável e não haja complicações. Harriet precisa disso não só pelo transplante mas pelo bem estar mental também! - a médica foi firme e olhava nos olhos castanhos de Harvey.

- Pode deixar, Arizona. Eu vou fazer o que estiver ao meu alcance.

Harvey voltou ao quarto e Arizona foi preparar a primeira sessão de quimio de Harriet.
Jéssica também estava com eles, ela disse que ficaria até a afilhada ter alta.

Os pais explicaram para Harriet da melhor forma que conseguiram o que era a quimio e como o corpinho dela iria reagir, apesar de parecer confusa a criança entendeu e prometeu contar a verdade caso se sentisse fraca ou estivesse passando mal. 

Arizona logo retornou com os equipamentos e medicamentos necessários e explicou mais uma vez à criança o que tudo aquilo significava; Harriet estava sentada na cama com as costas apoiadas em Harvey, e Donna estava sentada ao lado esquerdo segurando uma mão da filha. Jéssica estava sentada no sofá que ficava de frente para a cama. A médica então pôs o acesso na veia do braço direito da criança.

- Se você sentir alguma coisa, você fala para mamãe ok? - Donna pediu e a filha apenas assentiu.

Para distrair a filha, Harvey começou a conversar com ela sobre os preparativos para o quarto de Louise, o que deixou Harriet bastante animada.
Os três adultos passaram todo o tempo da quimio distraindo a criança de todas as formas para que ela sentisse pouco ou quase nada dos efeitos. Aparentemente funcionou, Harriet só pediu por água e cochilou logo em seguida. 
O celular de Harvey vibrava freneticamente.

- É Lily- disse ele olhando para o celular e depois para Donna.

- Você precisa contar - a ruiva foi firme.

- Vamos lá para o corredor, Harvey. Fico lá com você enquanto você conta! - Jéssica se prontificou e Donna sussurrou um obrigada.

Enquanto Harvey e Jéssica estavam no corredor, Donna ficou com Harriet, que dormia em seu colo. Observava as reações de Harvey pela janela de vidro do quarto e quando ele desabou em um choro descontrolado com a mãe no telefone, fechou os olhos e apertou a filha em um abraço sussurrando repetidas vezes "por favor, nós precisamos que você viva, nós precisamos...".

Pouco tempo depois, Harvey e Jéssica retornaram ao quarto e Arizona apareceu em seguida para dar a alta de Harriet entregando aos pais seu cartão pessoal e um recado de Addison que queria ver Donna e a bebê em breve no consultório.
Paulsen ja tinha organizado todos os pertences da filha na mochilinha dela e Harvey aproveitou que ela ainda estava cochilando e a levou no braço. Jéssica questionou se eles precisariam de alguma coisa e Donna pediu que ela fosse para casa descansar e agradeceu imensamente todo o suporte dado, "as madrinhas são para essas coisas" respondeu Pearson se despedindo deles.

Harvey e Donna logo pegaram um táxi e foram para casa. Harriet ainda dormia, logo Specter a deixou no quarto dela e voltou para sala onde Donna estava.

'-  Como a sua mãe reagiu? - Donna perguntou quando Harvey sentou no sofá alisando as pernas dela.

- Ela foi bem forte, mas notei a voz de choro dela quando nos despedimos…. Eu desabei Donna…. Vê-la passar por tudo isso de novo…

- Eu imagino… vou precisar de forças para falar com ela mais tarde - Paulsen refletiu.

- E Clara e Jim? Como reagiram?

- Bem, minha mãe você sabe…. Toda positiva mesmo nessas horas. Meu pai…. Quase não falou, mas notei uns fungados dele na ligação…

- E você? Como está? - Harvey olhava bem nos olhos de Donna.

- Fisicamente estou bem…. 

- Eu sei…. - Harvey suspirou - Vou ajeitar nosso almoço enquanto você descansa um pouco - Disse enquanto levantava e ia para cozinha - Vou ter que ir trabalhar de tarde, tenho audiência - explicou o advogado - Você não se incomoda de ficar sozinha? Posso cancelar tudo…

- Harvey! Não vai cancelar nada! Vamos ficar todas bem! - garantiu Donna.

Specter seguiu as instruções que Sheila havia deixado na geladeira e esquentou uma sopa de legumes. Ele e Donna sentaram na mesa para almoçar.

- Donna, coma tudo por favor - pediu o advogado.

- Harvey, eu não sou uma criança- ela recriminou.

- Mas é teimosa igual! Só vou levantar dessa mesa quando a senhorita comer essa sopa toda - cruzou os braços fazendo Donna mostrar a língua para ele - Olha aí, 5 anos de idade - brincou, arrancando um sorrisinho de Paulsen.

Donna comeu toda a sopa e depois tomou as vitaminas prescritas por Addison; Harvey estava se arrumando para uma tarde de audiências. Antes de sair foi checar a filha, que ainda dormia.

- Os julgamentos começam hoje, não é? - Donna indagou e Harvey fez que sim com a cabeça - Vou pegar o abridor.

Paulsen foi ao quarto e pegou o abridor na bolsa que levava para trabalhar; retornou à sala onde Specter a esperava e realizaram o velho e conhecido ritual do abridor; depois a ruiva acompanhou Harvey até a porta se despedindo com um selinho.

- Donna, você me liga se precisarem de algo, você me ouviu? - Ele perguntou olhando bem nos olhos de Donna, que assentiu com a cabeça.

Assim que Harvey saiu, Donna foi pro quarto da filha e deitou ao lado dela, velando o sono tranquilo que ela estava tendo, pensou em como serão esses 5 meses até Louise nascer, até o transplante. E pela primeira vez pensou em como vai conciliar trabalho e maternidade. 
Seus pensamentos foram interrompidos por uma mensagem de Rachel perguntando se poderia fazer uma visita a eles à noite, a ruiva respondeu alegremente que seria um grande prazer.

Pouco tempo depois, Harriet acordou um pouco enjoada, mas ainda assim comeu toda a sopa que a mãe levou para ela e tomou o remédio para aumentar a imunidade que Arizona passou. Donna contou que Harry iria visitá-la naquela noite e a criança ficou bem animada.

- Mamãe - chamou Harriet - quando vamos comprar as roupinhas da minha irmã? - A criança perguntou enquanto a mãe lhe dava banho.

- Ah meu amor…. temos tempo! Mas eu prometo que vou pedir sempre a sua opinião a respeito, tá? - Donna respondeu.

- Tá bom! Oh, não vai dizer que eu disse tá? - Donna acenou positivamente com a cabeça - Não pede ajuda pro papai, ele tem um gosto ruim para roupa de meninas! - disse Harriet inocentemente fazendo a mãe dar uma gargalhada.

Ao cair da tarde, Donna e Harriet jantaram uma salada que a mãe preparou rapidamente e enquanto comiam Harvey chegou; perguntou como as garotas dele tinham passado a tarde e as duas responderam em coro que bem. Donna o avisou que Mike e Rachel iriam lhes fazer uma visita logo mais e ele seguiu para o banho.

Era pouco mais de 8 horas da noite quando Mike, Rachel e Harry chegaram ao apartamento; as crianças quando se viram deram um abraço demorado, Harry foi informado pela mãe da doença de Harriet mas ele não sabia ainda que a amiguinha iria passar um tempo sem ir a escola e ficar reclusa em casa, Rachel optou por deixar o tempo passar para explicar ao filho.

Harriet e Harry brincavam na sala com um joguinho de tabuleiro que o menino levou de presente para ela; as mães conversavam mais reservadamente na mesa de jantar e os pais perto do balcão da cozinha.

- Eu nem imagino como você deve estar - Rachel comentou com Donna.

- E nem eu tenho uma resposta certa sobre isso - confirmou Donna - olhando para ela você não imagina o quão sério é a doença dela, as vezes ….. penso que é só um pesadelo - a ruiva divagou.

- E você grávida? Não entendi nada quando Jéssica nos disse…. naquele dia você nem fez o teste - relembrou Zane.

- Eu juro que também não imaginei! Foi uma grande surpresa…. Bem, uma boa surpresa, é o que vai curar a minha filha - Paulsen disfarçou as lágrimas que brotavam.

- Donna….. Você sabe que pode contar conosco, para tudo não sabe? - Donna assentiu positivamente com a cabeça - Como Harvey está lidando?

- Eu sei que ele tem sido bem forte…. Mas imagino que ele está despedaçado por dentro, Rachel! - Paulsen falou com um tom de pesar.

Cerca de meia hora depois, Harriet foi até a mãe e disse que estava um pouco cansada; Rachel e Mike logo chamaram Harry para ir embora, que saiu chorando dizendo que queria ficar com a amiguinha mais tempo, deixando os adultos com coração na mão, Rachel prometeu ao filho que em breve o traria novamente para brincar com Harriet.
Donna e Harvey foram juntos colocar a filha para dormir; Harriet pegou logo no sono e Specter reativou a babá eletrônica do quarto da criança pois assim ficaria mais fácil caso eles notassem que ela precisava de algo.

- Donna, nós precisamos conversar - disse Harvey segurando a mão dela e sentando no sofá da sala.

- Sobre o quê?

- Sobre o nosso futuro! Digo, pelo menos os próximos 5 meses - o coração de Paulsen batia rápido - Só me escuta - pediu Specter e a ruiva apenas fez que sim com a cabeça - Eu entrei com um pedido de licença do escritório…

- O quê? 

- Donna, só escuta - continuou Specter - Pelos próximos 5 meses nossa rotina vai envolver estar em hospital… o câncer dela é estagio inicial mas nós sabemos o que a quimio faz com o corpo - ele respirou fundo para continuar - Harriet vai precisar de nós, e…..você tá grávida de novo, o que é maravilhoso. Não só porque vamos conseguir curar a nossa filha mas porque vamos ter outra filha juntos, e isso me faz muito feliz, você sabe - Paulsen deu um sorriso tímido - E eu quero o máximo te poupar de sofrer mais do que você já está sofrendo. Quero assegurar que você fique bem, por mim, e por nossas filhas.

- Harvey…. onde você quer chegar?

- Meu amor….. A minha carreira já está consolidada. Mas a sua agora que começou. E quando nosso bebê nascer você vai precisar se ausentar de qualquer forma…. então eu decidir que eu vou me ausentar do escritório por esses meses para ficar com Harriet em tempo integral, enquanto você se solidifica como COO e fica bem para trazer Louise saudável ao mundo.

- Harvey - Donna piscava bastante, em parte para afastar umas lágrimas em parte para se concentrar no que dizer - O escritório é sua vida…

- Não ,Donna ! - Harvey a interrompeu - Você e as nossas filhas são a minha vida! E como eu te disse, farei o que tiver ao meu alcance para que vocês fiquem bem. Já conversei com Jéssica, com Louis e Mike todos concordaram. Vou trabalhar de casa com os contratos e por esses meses Louis e Mike ficam responsáveis pelas minhas audiências.

- Mas…. eu vou ficar distante quando Harriet estiver no hospital….. - refletiu Donna - Eu não quero isso, eu quero estar com a minha filha.

- Eu sei meu bem, e você vai poder ficar com ela enquanto estiver em tratamento. Eu só não quero que seja você a pessoa a abdicar da profissão momentaneamente…

- Eu…. Eu não sei o que dizer… - Donna confessou.

- Só diga que me apoia e que nós vamos superar tudo isso! - os olhos de Harvey eram cheios de incertezas, mas ao mesmo tempo cheio de ternura e de amor; Donna sabia olhando para ele o tanto que ele amava Harriet, ela e a nova filha deles, pois nunca imaginou ser ele a pessoa fazer um grande sacrifício pela família.

- É claro que eu te apoio, meu amor! - e o abraçou forte - Nós vamos superar sim. Nossas filhas com certeza tem muito orgulho do pai delas - disse Paulsen entre lágrimas; Harvey não disse nada apenas se permitiu chorar - Eu te amo, Harvey!




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Oiiee amores, uma fic pra vcs!! Irá conter: - masturbação - sexo - traição Se não gosta de nenhum dos assuntos a cima, já sabe não leia.
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Eu fui o arqueira, eu fui a presa Gritando, quem poderia me deixar, querido Mas quem poderia ficar? (Eu vejo através de mim, vejo através de mim) Por...
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De um lado temos Gabriella, filha do renomado técnico do São Paulo, Dorival Júnior. A especialidade da garota com toda certeza é chamar atenção por o...