Santiaguinho escutou o barulho da porta e observou Eduardo entrar, o garotinho pulou pelo sofá e correu para ele.
— Titio!
— Oi, pequeno! — pegou ele no colo e ergueu-o abraçando ele — Cadê sua vovó?
— A vovó tá na varanda com a mamãe. O meu papai foi embora e a Luna tá no escritório. Matias saiu com a namorada dele. — segurava no pescoço dele.
— Humm. — beijou o rosto dele — Obrigado.
— De nada, titio. — desceu e voltou para o sofá.
Eduardo caminhou para o escritório e bateu na porta, Luna que fazia um trabalho da escola autorizou a entrada dele com a cabeça.
— Oi, baixinha. — se aproximou.
— Oi, Edu. — sorriu — Precisa de alguma coisa?
— Preciso que você deixe isso guardado pra mim até um certo tempinho. — entregou a sacolinha pra ela.
— Eu posso saber o que é? — perguntou colocando dentro da gaveta da mesa.
— São alianças.
— Não brinca! Você vai oficializar o namoro?
— Vou. — ele abriu um sorriso — Já tá na hora de pôr sua madrinha no lugar que ela merece. — olhou o botão de rosa — Vou dar um beijo nela, deixa isso bem guardadinho.
— Sim, senhor. — balançou a cabeça.
Eduardo saiu do escritório e foi para varanda, ao invés de sair pela porta da sala de estar, ele saiu pela de jantar. Bárbara estava de costas para ele, de frente com Aurora acariciando a barriga da filha.
— Eu tô tão feliz pela sua gravidez, filha. Principalmente por estar acompanhando você. — Bárbara se via completamente emocionada.
— Logo vai ser sua vez, eu sinto isso. — colocou a mão sobre a dela.
— Tomara.
— Eu não dúvido. — Eduardo beijou a bochecha dela por trás e abraçou-a colocando o botão de rosa no alcance de visão dela.
— Edu. — a loira sorriu pegando a flor na mão — Você chegou. — girou e ele beijou a testa da mulher com cuidado.
— Eu cheguei. — acalentou ela em seu corpo, Bárbara encostou a cabeça nele e fechou os olhos cheirando a rosa — No final do jantar, eu preciso te pedir uma coisa, Aurora.
— Claro, se estiver ao meu alcance. — a jovem balançou a cabeça.
— MAMÃE! — Santiaguinho gritou.
— Ai, minha nossa senhora! O que essa criança aprontou? — entrou e Bárbara foi junto com Eduardo — O que foi?
— Tô com fome.
— Ah, Santiago! Por Deus! — Aurora passou a mão na testa — Não me assusta desse jeito, eu vou esquentar a mamadeira. Vem com a mamãe. — chamou-o e saiu para a cozinha com o garotinho.
Eduardo puxou Bárbara de volta para fora e agarrou beijando ela, a loira correspondeu surpreendida e ele a encostou na parede. A mulher passeou as mãos pelos braços dele até os ombros.
— Você tá diferente, Edu... — cessou o beijo para poder olhar ele.
— Diferente?
— Sim, eu não sei... o seu olhar tá mudado... O seu jeito, eu tô te sentindo tão mais próximo de mim.
— Senti saudades de vocês. Esses dois longe foram um caos, não sei se Aurora te contou, mas Lactos está num momento horrível. — se afastou devagar e sentou em uma cadeira da mesa de café.
— Ela comentou meio por cima. — sentou de frente com ele.
— Tá sobrando tudo pra mim, quanto mais eu procuro mais rombos eu encontro. — respirou fundo e com preocupação — Tá complicada a situação. Eu passei esses dois dias inteiros trabalhando, chegava de noite eu não aguentava, apagava. Por isso não falava tanto com você ou com a Luna. Acabei estranhando não vir pra cá, não ficar assistindo filme com você ou até mesmo jogando e fazendo trabalho de escola com a Luna.
— Eu nunca pensei que algum dia você fosse estranhar a minha presença... — sorriu de lado — É muito estranho estar em um relacionamento que eu tenho valor. Eu me acostumei a ser usada só pra sexo que quando você vem pra carinho, eu ainda me assusto... — esfregou os braços.
— Mulher é muito mais do que sexo, eu cresci respeitando as mulheres. Principalmente as que estão ao meu redor. — pegou a mão dela — Você sabe que é especial.
— Você me faz muito feliz. Eu te amo.
— Bárbara...
— Eu sei que você tem dificuldade em dizer que me ama também, não precisa se preocupar com isso.
Eduardo saiu da cadeira, se ajoelhou no chão e deitou a cabeça nas pernas dela, Bárbara acariciou o cabelo dele toda amável.
— Eu tô me apaixonando por você, Bárbara. — sussurrou abraçando o quadril dela — E não é brincadeira... — ergueu o rosto — Quero ficar com você.
— Isso é verdade?
— Eu teria porquê mentir? — se levantou e beijou ela.
— Não... — cruzou os braços se encostando.
— O que foi...? — se levantou — O que eu fiz?
— Nada, eu só... tava lembrando de algumas coisas do passado...
— Ainda não te passo segurança, não é? — perguntou e Bárbara olhou-o.
— É que eu tenho medo... Você sabe que eu ainda tô aprendendo algumas coisas... — coçou os olhos.
Eduardo levantou e voltou para a cadeira ficando em silêncio encarando seus dedos. Bárbara buscou o olhar dele e torceu os lábios preocupada.
— Mas eu te amo. — pegou a mão dele segurando dois dedos.
— Eu sei disso, só quero que confie mais em mim. — sorriu de lado — Vamos entrar, tá frio e eu não quero que você fique com dor de ouvido por causa do vento. — puxou ela e então entraram.
— Eu não sou um bebê.
— Mas fica doente como um. — alisou o cabelo dela.
— Minha rosa ficou lá fora, amor. — virou na direção da porta da varanda para voltar, mas ele a segurou.
— Eu pego. — saiu e voltou com a rosa, Bárbara pegou sorrindo e cheirou, em seguida o abraçou pelo pescoço e ergueu as pernas do chão.
Eduardo a suspendeu e deu alguns leves passos para frente com ela, carregando-a para o sofá e então a deitando indo por cima ficando os dois abraçados ali.
— Cheirosa. — beijou a bochecha dela — Gostosa. — o nariz — Linda. — a testa — Perfeita. — a boca.
— Você é o amor da minha vida. — afastou o cabelo do rosto sorrindo e intercalando entre os olhos e a boca dele.
— Você é a mulher da minha. — beijou ela mais uma vez.
— Dúvido. — riu.
— Quer apostar?
— Quero.
— Espera até depois do jantar. — sentou e ela esticou as pernas nas dele.
A campainha tocou e antes que um dos dois fossem atender, Santiaguinho foi correndo na frente, ele subiu num banquinho no canto da porta e viu pelo olho mágico que era Edite e Lulu.
— É a sua amiga, vovó. — desceu.
— Abre, amor. — Bárbara deu a ordem.
— Tá bom. — Santiaguinho ficou na ponta do pé, girou a chave, a maçaneta e abriu a porta — Oi.
— Santiaguinho. — Edite sorriu.
— Anhan. — balançou — Entra, a vovó tá na sala. — deu espaço e Edite entrou com a filha — LUNA, A SUA AMIGA TÁ AQUI! — saiu correndo para chamar a menina.
Bárbara sentou com Eduardo, Aurora saiu da cozinha com a mamadeira e então escutaram o barulho e viram Santiaguinho cair num degrau da sala de jantar.
— Ai, meu Deus! — Bárbara arregalou os olhos se preocupando.
— Mamãe. — começou a chorar e sentou com a boca ensaguentada.
— Filho! — foi até ele.
— Meu dentinho caiu, tá doendo...
— Ai, filho... — sentou ele em seu colo e se colocou de pé com o menino nos braços — Vamos lavar a boquinha.
— O que aconteceu? — Luna saiu do escritório vendo Santiaguinho chorando.
— Santiaguinho deu com a cara no chão e o dente dele caiu.
— Oh, meu Deus... — esticou a mão para o cabelo dele fazendo carinho — Vai lavar a boca e depois você vem com a Tia Luna, tá bom? — observou ele assentir e sorriu.
— Esse degrau é um perigo para as crianças. — Eduardo passou a mão no rosto.
— Principalmente pra você. Já levou cada tropicão ali. — Luna se aproximou de Lulu e a abraçou.
— Principalmente pra... — o homem ia concordando até perceber — O que?
— Eu vim trazer as atividades pra você. — Lulu disse com uma pasta em mãos — Você disse que queria seguir estudando mesmo que estivesse em tratamento, então eu trouxe.
— Você é a única que se preocupou em me ajuda. — a jovem sorriu — Obrigada, Lulu.
A pequena Lucrécia era uma menina retraída, se tinha um amigo era muito, Luna era mais como uma colega, Lulu adoraria ser mais próxima, mas não tinha assunto e tinha medo de empatar a vida dela.
— Sua madrinha ajudou minha mãe, nada mais que justo.
— Você é uma amiga e tanto, Lulu. Vem comigo conhecer meu quarto. — chamou sorrindo.
Edite se aproximou do sofá e sentou encarando os dois, os três estavam em silêncio. Ela procurava onde cutucar.
— Tá, mas e o pedido de namoro?
— Tava demorando. — Eduardo se encostou pra trás — Você tava quieta demais.
— Eu estava pensando onde cutucar. — sorriu.
— A gente não se importa com isso de pedido de namoro, Edite. — Bárbara sorriu carinhosa e Eduardo alisou o cabelo dela.
— Não foi o que você me disse antes.
— É diferente. — mirou Eduardo.
Os três ficaram conversando e rindo, logo Santiaguinho voltou já mais calmo e ficou com a mãe e a avó. Todos jantaram juntos e ao final ficaram reunidos na sala.
— É... já que estamos todos aqui, menos Matias. Ele está com a namorada dele vivendo o romance dele e eu tô aqui vivendo o meu. — soltou Bárbara e se levantou — Aurora, Santiaguinho e Luna, eu sei como Bárbara é demasiadamente especial pra vocês, assim como ela é pra mim. Em questão de um mês eu me separei e logo engatei outro relacionamento com a última pessoa do mundo que eu imaginei que poderia me apaixonar. — encarou a loira que estava em silêncio escutando — Então o mais justo era pedir oficialmente a permissão de vocês pra roubá-la pra mim, digo, namorá-la. — eles riram ali perto e Bárbara balançou a cabeça.
— Você já tem minha permissão há muito tempo, Eduardo. — Luna deitou a cabeça no ombro de Lulu.
— Eu não tenho muito o que falar, Eduardo. Foi uma reviravolta extremamente louca. Se é o que minha mãe e vocês querem, eu não sou ninguém para interferir. Como sei que minha mãe te ama com todo o coração dela, eu também concedo a minha permissão. Você sabe de tudo, sabe cuidar dela e justamente por isso vai saber usar as palavras e ter ações que não a machuque. — sorriu — E você, filho? — riu — Deixa a vovó namorar o Tio Edu? — todos voltaram a atenção para o pequeno menino que mexia na banguela.
— Se não fazer a minha vovó chorar, tá tudo bem. — limpou a mãozinha na toalha que tinha no colo.
— Agora o resto é com você. — pegou na mão de Bárbara e a puxou para a varanda, ela o seguiu sem entender, porém sem deixar de sorrir.
— Acho que eu preciso de um namorado. — Edite cruzou as pernas e os braços fazendo Aurora, Luna e Lulu rirem.
Eduardo pegou a sacolinha de cima da mesa onde Luna havia deixado antes do jantar e esticou para Bárbara que quando ia pegar, ele puxou de volta.
— Isso é pra você e pra mim, eu espero que você goste. — sorriu e entregou à ela.
— O que foi aquele discurso na sala? — abriu a sacola sorrindo e pegou a caixinha de veludo na mão já arregalando os olhos.
— Não foi um discurso, foi uma declaração, a qual eu vou continuar aqui. — segurou na mão dela enquanto a mesma abria a caixinha — Estou me apaixonando como um bobo, eu sei que estou. Minha mãe vai me perdoar porque sabe que você é a minha felicidade e sabe que seremos felizes juntos e que você realmente mudou. — os olhos de Eduardo brilhavam tanto quanto o dela — Eu quero que você aceite esse anel e essa aliança como símbolo... símbolo do meu amor por você. Todavia é de namoro, mas isso não quer dizer que não possamos vir a nos casar. — colocou o anel no dedo dela e em seguida a aliança — Que seja eterno enquanto dure toda essa maluquice. — beijou a aliança e o anel.
— Eu te amo, Eduardo. — pegou a aliança dele e colocou no dedo do mesmo também beijando, segurou o rosto dele e lhe deu um selinho demorado.
— Eu também te amo, meu amor. — mordeu com cuidado o lábio inferior dela e segurou em sua cintura.
— Repete. — pediu boba.
— Eu também te amo, MEU AMOR.
Perdoem os erros e aproveitem ❤️