Alice
Acordei atrasada, e com uma mensagem do Joseph:
(Joseph: Bom dia Srta Stromps. Não esqueça do nosso combinado! Você tem uma tarefa muito importante a cumprir e eu quero resultados.)
Mal acordei e já vem esse moleque me tirar a paciência – revirei os olhos.
Me recordei da garota morena clara e cabelo curto que me fez dormir com borboletas no estômago. Bia realmente me deixou pensativa. A lembrança daqueles olhos pretos, com olhar profundo e jeitinho de inocente sem causa, me fez sorrir e querer levantar para cuidar da vida.
Os vizinhos do apartamento de cima estavam discutindo alto o que me fez perceber que beber muito, após os trinta anos, não tem boas consequências no próximo dia. A ressaca bateu forte quando me sentei na cama. Ao abrir a janela então, tive a impressão de que meu cérebro estava solto dentro da minha caixa encefálica.
Torci para que meu dia fosse tranquilo e o trânsito estivesse fluído.
Só tomei um café puro, peguei minha bolsa e desci para a garagem pegar minha "magrela" que me aguardava toda exuberante. Amo a sensação de liberdade que a moto me permite sentir.
Coloquei o capacete, me sentei, liguei a moto e olhei pelo retrovisor para sair. Foi então que vi Miguel, meu vizinho do apartamento de cima, sentado atrás do carro do seu pai chorando.
Rapidamente fui saber do que se tratava:
- Bom dia Miguelito! Como está?
- Oi tia Alice. Tô bem! – me respondeu limpando suas lágrimas
- Mas se está bem, por que então está chorando?
- É que eu não me gosto!! – me respondeu baixando o olhar, tristonho.
- Como assim, você não se gosta, Miguel? – achei graça no jeito dele falar
- Eu não me gosto, tia. Minha cor é feia, meu cabelo é feio, minha família é feia!!! – me respondeu ainda chorando.
- E quem foi que te disse isso?
- Meu amigo Mateus. Ele fica falando que meu cabelo é de bombril e que eu tenho cor de sujeira e que meu pai é ladrão e que minha mãe é feia e que...
- Pode parar mocinho!! Já entendi tudo!! – impedi que continuasse a falar pois eu já estava com vontade de pegar esse tal Mateus pelos cotovelos.
- Ele fala tudo isso, todos os dias pra mim, tia!
- Pois então, eu vou te falar uma coisa!! Esse Mateus é um baita mentiroso, sabe por quê? – falei a ele
- Hum.. – ele me olhava entusiasmado
- Porque o Miguel que eu conheço, é lindo demais! Tem o cabelo mais maneiro que alguém pode ter, a cor mais incrível que parece um chocolate delicioso, você gosta de chocolate?
- Uhum!! Adoro!!! – ele limpou as lágrimas e lambeu os lábios ao falar que gosta
- Então, como pode alguém que tem cor de chocolate ser feio? Oseu pai é um grande advogado, que é uma profissão muito importante e a sua mãe, é uma mulher tão linda, mas tão linda, que parece uma princesa!!
- Mesmo tia Alice? – ele ainda me perguntava com carinha de dúvida
- Mesmo, mesmo! Juro, juradinho!! – e estendi minha mão com o dedo minguinho esticado pra ele que entrelaçou seu dedinho no meu.
- Então vou falar pro Mateus que ele é mentiroso e é muito feio ser isso.
- É isso aí! E se ele achar ruim, pede pra vir falar comigo! – coloquei a mão esquerda na cintura e fiz cara de brava, levantando o braço direito e fazendo força para aparecer o músculo.
Ele sorriu e levantou do chão me abraçando, se despediu e voltou para o prédio.
Segui para a moto refletindo o ocorrido. Eu ainda me pego perplexa com a capacidade dos seres humanos em disseminarem o ódio e a violência até entre as crianças, por questões que a tempos já deveriam estar resolvidas.
Eu sou branca, de olhos verdes e cabelo castanho. Privilegiada em tudo. E apenas por ser lésbica, já sofro o preconceito em muitos lugares. Fico revoltada com as pessoas que discriminam outras por questões de raça, crença, orientação sexual. Não há mais espaço para coisas assim acontecerem. Não podemos nos omitir.
Saí em direção a primeira reunião do dia. Como de costume, o trânsito de Sampa estava daquele jeitinho difícil de ser, mas consegui chegar a tempo de não ter que sair correndo da moto e entrar para a reunião descabelada.
Antes de começar meus compromissos, liguei para a Carol e pedi a ela o telefone da Bia, pois queria marcar de vê-la mais tarde.
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Quando as reuniões do dia acabaram, liguei para a Bia e marquei de irmos ao cinema que fica perto do apartamento dela.
A avisei que passaria para pegá-la.
Fui pra casa e me arrumei como a tempos não faço. Desde minha última experiência com a ex, o coração ficou machucado e não me permiti mais me envolver. Está muito difícil encontrar pessoas que façam valer a pena o combustível para o encontro. Espero que a Bia seja quem eu acho que é, pois já estou cansada de quebrar a cara.
Tomei um banho mais caprichado, já me preparando para algo a mais que pudesse vir acontecer, escolhi uma lingerie preta de renda, coloquei uma saruel jeans escuro com uma baby look branca e all star branco de couro. Hoje estou a fim de confundir para esclarecer – como diz uma música da Zélia Duncan que amo. Por fora, estou moleca, mas por dentro, estou mulherão.
Só joguei a jaqueta de couro por cima e parti para buscar a linda aprendiz de aeromoça que estava a minha espera já na calçada, estonteantemente perfeita.
Ela estava com uma camisa preta, bastante decotada que exibia a curva interna maravilhosa de seus seios, calça justa na cor mostarda e scarpan preto. Os cabelos curtos penteados de lado combinavam com longos brincos em formato de gota igualmente pretos. E o mesmo batom carmim, com delineador forte nos olhos, o que a deixava a mais pura visão da beleza.
- Uau, moça bonita. Hoje você está ainda mais linda do que ontem! – falei a ela assim que parei a moto
Ela sorriu e me deu um sorriso que me deixou desnorteada
- Boa noite, motoqueira selvagem!! Você também está muito linda! – me falou enquanto colocava seu capacete, não desviando o olhar dos meus olhos
- Vamos? – a perguntei sorrindo e puxei a alavanca de acelerador da moto, fazendo um ronco do motor.
- Vamos! Me leve para onde você quiser! – me respondeu aquela linda garota, me abraçando na cintura – senti minha espinha se arrepiar
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Após o filme, que assistimos concentradas, fui levá-la de volta ao seu apartamento e não recusei o convite de subir para conhecer o lugar.
Subimos como colegas sem pretensões, conversando sobre o filme.
Ao entrar no apartamento, contemplei um belo imóvel. Uma grande sala dividida em dois ambientes, a cozinha fica logo atrás do bar que leva para uma área gourmet. Da sala, segue um longo corredor com três portas.
- Quer beber alguma coisa, moça bonita? – me perguntou ela, andando de costas e olhando para mim
- Sim. O que tem?
- Vinho, espumante, cerveja, água... o que prefere?
- Pode ser vinho! – respondi.
- Como quiser!! – se dirigiu ao bar, pegou uma garrafa e um saca rolhas automático e veio em minha direção – Abre por favor, vou ligar o som.
Obedeci. Abri a garrafa e fiquei segurando, esperando que ela trouxesse taças. Ela foi até o home teather e ligou uma playlist com músicas que apimentaram o clima.
Veio até mim, me dirigindo olhar sem desviar, pegou a garrafa e tomou um gole no próprio gargalo e me ofereceu a fazer o mesmo.
Tomei também na própria garrafa um gole daquele delicioso vinho semi seco, o que me ajudou a tirar a secura da garganta que o frio na espinha e o arrepio por ver aquela mulher tão linda vindo em minha direção, me causou.
Ela pegou em minha mão e me puxou para perto do sofá e antes que eu me preparasse para sentar, ela colocou a mão em meu peito e me empurrou, me fazendo sentar rapidamente.
Em um só ato, ela sentou-se sobre sim, colocando os joelhos encaixados no meu quadril e suas pernas dobradas em minha volta, as mãos sobre meus ombros e subiu uma das mãos na minha nuca.
Eu coloquei minhas mãos sobre suas nádegas e levemente as apertei enquanto ela enlaçou seus dedos sobre meus cabelos da nuca e me olhou nos olhos e em seguida para meus lábios, nossa respiração estava ofegante e então, ela me beijou.
Um beijo quente e molhado, gostoso e forte, com sua língua ágil que já foi descendo para meu pescoço à medida que se mexia por cima de mim, empinando a bunda e soltando leves gemidos.
Eu a beijava com vontade e passeava minhas mãos por sua bunda e coxa e cintura, até perto dos seios.
Aquela mulher linda estava me deixando alucinada de desejo de provar seu sabor. Seu perfume levemente adocicado com tons amadeirados me fazia perder o sentido.
Ela parou de me beijar para tomar outro gole do vinho e me ofereceu também. A música continuava e o clima também.
Puxei então a gola de sua camisa, beijando seus ombros e abrindo os botões da sua camisa que tão logo a tirei e percorri meus dedos pelos seus braços e costas. Ela arqueava-se para trás exibindo seus seios e abdômen. Puxou minha boca para o meio de seus seios e me segurou, enquanto eu a abraçava e sentia seu cheiro inebriante.
Se afastou e tirou minha camiseta e sutiã, tirou o dela também e se encostou em mim, fazendo com que nossos seios se tocassem. Senti o calor de seu colo, macio como pêssego e gostoso como só uma mulher pode ser.
Nos beijamos mais. Ela então se levantou da posição em que estava e começou a tirar a calça, fazendo aparecer uma lingerie preta, minúscula, que mal cobria sua vulva e no bumbum, um fino fio dividia as partes. Deu uma volta em si mesma se exibindo pra mim. Ajoelhou-se em minha frente, tirou a minha calça e começou a beijar meus seios, descendo para a barriga e então chegou em minha vulva, onde por cima da lingerie que já estava toda molhada de prazer, passou sua língua quente rapidamente, me olhando nos olhos com olhos de desejo.
Fiz menção que iria tirar a lingerie, ela negou com a cabeça, sem dizer nenhuma palavra! Fez sinal de silêncio com o dedo indicador encostando nos lábios que faziam um bico malicioso. Então afastou minha lingerie e como uma garota sedenta, me beijou os pequenos lábios, lambendo meu clitóris me fazendo gemer de prazer. Perdeu-se no tempo se deliciando em minha vulva que estava toda aberta e molhada para ela. Eu segurava sua cabeça firmemente a fazendo me sugar forte e então, gozei em sua boca sedenta do meu gozo.
Ela subiu, me beijando inteira, até que chegou em minha boca, me fazendo sentir meu próprio gosto. Nos beijamos calorosamente. Eu segurava sua bunda com firmeza e abria sua vulva quando percorria minha mão, a medida que ela empinava ainda mais.
Levantei do sofá, fazendo com ela deitasse e me posicionei em cima dela, chupando o bico dos seus seios, desprendendo leves mordidas. Desci beijando seu corpo, enquanto a fiz chupar dois dos meus dedos e antes que ela esperasse, os introduzi em sua intimidade, a fazendo gemer alto de tesão. Ela se movimentava mostrando gostar do que sentia e pedindo para que eu continuasse, e me beijava a boca de forma intensa.
Antes que ela gozasse sem eu sentir seu sabor, parei de meter e fui provar do seu sabor que estava escorrendo seu delicioso líquido. A suguei com todo meu desejo! Lambia seu clitóris com vontade ao mesmo tempo que metia gostoso e lentamente a fazendo atingir um delicioso orgasmo.
Ela me puxou para deitar junto dela no sofá. Nossas respirações estavam ofegantes pelo êxtase. Ouvia seu coração acelerado e seu corpo arrepiado.
- Deliciosa – sussurrei em seu ouvido
- Você! Moça bonita – me respondeu em sussurro e fechou os olhos para um merecido descanso.