Como num filme

By Rafaella_Portilla

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Katherine é acostumada a mudanças. Ela está presa em dois mundos, onde tentar buscar a felicidade é sua meta... More

Um porto seguro
No Pique de Nova York
10 coisas que odeio em você
Um homem de sorte
Ironias do Amor
Meninas Malvadas
Sol da meia-noite
O jogo do amor/ódio
Meu primeiro amor
E se fosse verdade
Simplesmente Acontece
Lista do não beijo
Continência ao Amor
Como se fosse a primeira vez
Diário de uma paixão
Orgulho e Preconceito
O amor acontece
16 Desejos
Meu namorado é uma superestrela
Paixão de aluguel
Paixão sem limites
Jogo de amor em Las Vegas
After
Ela É Demais
Um dia
De repente 30
O plano imperfeito
O melhor de mim
Uma Lição de Amor
Se eu ficar
Vestida para casar
Um amor para recordar
Loucamente apaixonados
Sorte no amor
Vício Perfeito
A festa de formatura
Mesmo se nada der certo
Fugindo do amor
Idas e Vindas do Amor
A escolha perfeita
Felizes para sempre

A Última Música

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By Rafaella_Portilla

"As pessoas cometem erros, até aquelas que amamos." 

- Veronica Miller - A última música.

Pov Katherine

Devemos sempre fazer aquilo que acreditamos ser certo, mesmo que seja difícil. E foi o que fiz quando vim para Nova Iorque, deixei tudo para tentar um recomeço. Na hora foi algo que me pareceu certo, hoje já não sei tanto. O medo me domina diariamente, chegar a ser desesperador, não saber se vou conseguir.

Hoje estou com um pressentimento ruim, sentindo que algo está prestes a acontecer. Uma sensação horrível, em que estou torcendo para não ser nada. Levanto para ir trabalhar, como moro longe tenho que sair de casa bem antes para chegar no horário.

Assim que chego sou chamada na sala do meu chefe. Bem que eu estav sentindo que algo ruim iria acontecer. Ele me entrega um envelope e dentro dele tem alguns documentos e um cheque, olho para ele sem entender.

— Está demitida senhorita Grey — Não... Não... Não pode ser.

— Mas, porque, desculpa se não estou sendo produtiva suficiente, eu prometo melhorar, por favor não faz isso, eu preciso muito desse emprego — eu nunca pensei que precisaria me humilhar para alguém, principalmente para um babaca como ele, mas não nasce muito privilegiada, então não tenho escolhas.

— O que você fez é imperdoável, derramar uma bandeja cheia de champanhe em uma celebridade — arqueio a sobrancelha pra ele e claro que aquele babaca não iria ficar calado, se fez de bonzinho para me entregar depois.

— Idiota — sussurro.

— O que disse?

— Nada senhor, por favor, foi um acidente e ele que esbarrou em mim, eu preciso desse emprego, não faz isso, por favor — imploro, eu tenho que ajudar minha mãe e minha irmã. — Não adianta, eu avisei que teria que ser tudo perfeito, agora pegue suas coisas e saia. — Eu poderia sair calada, mas ele não é meu chefe mais, então é minha hora de falar tudo que queria.

— Você estar fazendo o que sempre quis, me demitir, não sei qual seu problema comigo, desde que coloquei meus pés pela primeira vez nesse hotel você me trata feito lixo. Eu não fiz nada de errado, você não parou para escutar minha versão, aquele idiota pode ter falado várias mentiras pra você e falou, ou você não estaria me demitindo, mas eu vou conseguir algo muito melhor pra mim e vou voltar aqui com o maior prazer, só para você ver onde cheguei e te trata exatamente, como você trata todo mundo aqui, seja feliz, babaca — dou um sorriso falso para ele e saio.

O que vou fazer agora? Eu estudo e aqui é um dos únicos lugares que consegui conciliar tudo e ainda tinha um tempinho para estudar.

Vou até meu armário e arrumo minhas coisas. Eu não acredito que ele me entregou, eu sou muito idiota em acreditar que um riquinho como ele ficaria calado depois do que aconteceu. Tento sair sem ser notada por ninguém, a última coisa que quero agora é ficar dando explicações para alguém.

Volto para minha casa e estranho quando vejo várias ligações perdidas da senhora Jones. O que será que aconteceu? Retorno para ela imediatamente, mas ela só atende na terceira vez.

— Kat... — sua voz é de choro. Começo a treme pensando na minha mãe que estava doente — eu sinto muito.

— Mamãe — minha voz sai em um sussurro. Caio no chão perdendo todas as minhas forças. Eu não posso perder minha mãe também, eu não consigo, começo a chorar desesperadamente sem saber o que fazer.

Depois de um longo tempo tentando recuperar minhas forças, levanto e arrumo uma mochila com algumas coisas, pego meu passaporte e vou para o aeroporto, espero que consiga um voo logo, eu tenho que chegar a tempo antes do enterro dela.

Eu não faço a menor ideia de como vou ser recebida, principalmente pela minha irmã, faz dois anos que não nos falamos. Desde que fui embora ela não me perdoou, eu entendo ela, deixe ela sozinha nesse inferno, mas eu precisava tentar mudar de vida, por nós duas, infelizmente não tenho muito ainda, ou melhor, não tenho nada. Mas minha faculdade é minha chance de ser uma grande produtora e eu vou conseguir, pena que minha mãe não vai estar aqui para ver.

Como não tinha nenhum voo disponível, tive que esperar quase cinco horas para conseguir embarcar e quase onze horas de voo para chegar em Londres. Que saudades desse lugar, do clima, das pessoas, da minha irmã.

Desço e vou direto para área de desembarque, pego minha mala e vou procurar um táxi.

Peço pra ele me deixar no grill, tenho que tentar entender melhor tudo, antes de ver a Lizzie, não sei como ela vai reagir, nem eu, é minha mãe, eu não estou acreditando ainda.

Coloco meu fone de ouvido, na pasta da série "the vampire diaries" isso mesmo, minha playlist é organizada pala trilha sonora de séries e filmes, e sem dúvidas essa série tem uma das melhores trilha sonora e mais triste que existe, sempre gosto de escutar música quando estou tentando me acalmar.

Seguimos caminho para o grill e sem perceber sinto lágrimas caindo em meu rosto, droga Kat, você não chora, lembra? Você tem que ser forte, pela Lizzie. Mas o medo está me apavorando, eu vou cuidar de uma criança e não sei se estou preparada para ver minha mãe em um caixão, apesar de tudo que aconteceu entre a gente, eu a amava muito e só queria que ela tentasse voltar a ser aquela mulher incrível que ela já foi um dia.

— Senhorita... — o motorista me chama — chegamos — ele diz educadamente.

— Desculpa, estava distraída — procuro o dinheiro em minha bolsa e entrego a ele.

— Tudo bem? — Ele pergunta, acredito que minha cara não está nada boa.

— Não muito, minha mãe acabou de falecer, minha irmã me odeia, minha vida está uma bosta — sou sincera, não tenho ninguém para desabafar, acho que ele foi a única pessoa que perguntou como estou em anos — me desculpa, o senhor não tem nada a ver com isso.

— Não precisa se desculpa, fique o tempo que precisa e saiba que isso é apenas uma fase, tudo pode mudar de uma hora para outra, continue sendo uma pessoa boa, porque você, atraí o que faz, e se você tem uma energia boa, um dia você vai atrair coisas sensacionais.

— Obrigada — sorrio fraco para ele, lhe entregando o dinheiro, mas ele nega.

— Fique, e leve sua irmãzinha para tomar um sorvete, ela vai precisar — agradeço e desço em frente ao grill.

Passo um tempo criando coragem para entrar, aqui foi meu lar por muitos anos, quando meu pai morreu, os donos começaram a tomar conta de mim e da minha irmã, já que minha mãe praticamente abandonou a gente.

Entro e de longe vejo Dona Deise, ela está escorada no balcão com uma vassoura na mão, seus pensamentos parecem longe. Observo o lugar e vejo que está do mesmo jeito, as mesas espalhadas pelo ambiente, duas mesas de sinucas bem ao centro, o balcão do bar man e um pequeno palco onde acontece os shows e karaokê, eu amo esse lugar.

— Precisando de uma mãozinha aí? — Pergunto a ela me olha surpresa, acho que ninguém esperava que eu fosse aparecer e talvez fosse melhor eu nem ter voltado mesmo.

— Filha — ela vem até mim com lágrimas nos olhos e me abraça. Um nó se forma em minha garganta, mas me esforço o máximo para não chorar, eu não posso ser fraca, não agora. — Eu sinto muito — ela segura nas minhas mãos apenas sorrio fraco pra ela.

— Cadê a minha irmã? — Pergunto olhando para todos os lugares procurando ela.

— Ela está dormindo, o dia foi longo.

— Eu tentei chegar antes — minha voz saí falha, eu perdi o enterro da minha própria mãe, eu não consegui me despedir, nem está ao lado da minha irmã nesse momento, ela teve que lidar com isso sozinha e ela só tem catorze anos.

— Vem, você deve estar cansada e com fome, que tal um banho quente enquanto preparo algo para você comer?

— Preciso ver ela.

— Kat, ela está dormindo, você sabe que não vai ser uma conversa fácil, melhor tentar relaxar um pouco antes de enfrentar a fera.

Nem sempre fazemos a escolha certa, fazemos coisas supondo ser o melhor, mas no final talvez nem seja. Talvez se eu tivesse ficado e ajudado, isso não teria acontecido.

— Como está sendo lá em Nova Iorque?

— Difícil, mas bom, eu amo minha faculdade, tenho um trabalho legal — não quero falar para ela que perdi meu emprego, nem como é minha verdadeira vida lá — e um pequeno apartamento no Brooklin, não é nada de mais, mas já é algo.

Resolvo escutar a Deise e tento descansar, tomo um longo banho quente e tento dormir, mas foi umas das piores noites da minha vida, não consegui dormir nada, não parei de pensar na mamãe e na reação da Lizzie quando me ver. Levanto cedo e resolvo preparar o café da manhã dela, o preferido, panquecas com uma carinha desenhada com frutas. O papai sempre fazia isso pra gente e ela amava.

— Bom dia meu amor — Tia Deise vem até mim e beija meu rosto.

— Bom dia tia, estou fazendo café da manhã pra Lizzie, espero que não se importe.

— Claro que não, essa cozinha e sua — ela nunca teve filhos, então acabou cuidando da gente como se fossem filhas dela e não sei o que seria da gente sem a ajuda dela e do tio Sebastião.

Pego tudo que preparei e vou até o quarto que ela está dormindo, entro devagar e ela está de costas sentada na cama, coloco a bandeja na escrivaninha e dou três batidinhas na porta para ela me notar.

— O que você está fazendo aqui? — Ela está diferente, grande, seus cabelos estão mais longos e seu corpo mais modelado, muito linda.

— Oi — sorrio fraco, mas ela me olha furiosa.

— Saí daqui — são as únicas palavras que ela diz antes de me empurrar para fora do quarto e bater à porta na minha cara.

De todos às vezes que pensei em como seria essa conversa, nenhum foi tão difícil assim. Minha irmã me odeia, se ela soubesse que tudo que fiz foi pensando no futuro dela.

Olho para o lado e vejo meu tio me olhando, vou até ele e abraço forte sem conseguir segurar minhas lágrimas. Eu tentei ser forte, mas está muito difícil, minha mãe morreu.

— Eu não sei o que fazer — choro compulsivamente, quando eu perdi meu pai promete que não iria chorar e eu conseguir, até hoje, mas eu não estou suportando mais isso, porque tem que ser assim.

— Desculpa, eu tentei....

— Shiuuu... Você precisa disso, precisa sentir a dor, você perdeu sua mãe, precisa do seu luto.

— Eu preciso ver, preciso me despedir.

— Vamos fazer assim, você se acalma um pouco, tomar um café, você precisa se alimentar, depois eu te levo lá, pode ser? — Balanço a cabeça confirmando e ele desce comigo até a cozinha.

Tento comer algo, mas a comida não desse. Troco de roupa e ele faz o que prometeu, me levar até o cemitério para visitar o túmulo dela. Passo em uma floricultura no caminho e compro algumas flores.

Quando vejo a lapide dela, meu coração dispara, eu acho que minha ficha não caiu ainda, eu nunca mais vou ver lá. Lágrimas insistem em cai em meu rosto. Deixo as flores lá e um cordão com uma foto da minha família que eu usava, foi ela que me deu quanto eu era mais nova.

— Eu te amo mamãe, me perdoa por ir embora, eu só queria tentar algo melhor pra gente.

— É melhor irmos, você vai acabar passando mal aqui — assinto pra ele, levanto e seguimos de volta para a casa deles.

No caminho fico pensando em tudo que tenho que fazer, organizar tudo, convencer a minha irmã ir comigo, somos apenas nós duas e precisamos nos unir.


Hello! Oi gente, tudo bem com vocês? Espero que tenham gostado do capítulo, comente aqui o que acharam e deixe sua estrelinha se possível. 

Barbie Malibu!

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