Sonhos Possíveis [Concluído]

Galing kay Reilarand

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Quatro amigos diferentes. Quatro sonhos distintos. Quatro caminhos que podem se cruzar no futuro. Renata, C... Higit pa

Apresentação
Personagens
Sonhos Possíveis: Cecília Britto
Sonhos Possíveis: Renata Martins
Dedicatória
Epígrafe
Prólogo
Capítulo 01: Cecília Britto
Capítulo 02: Renata Martins
Capítulo 03: Renata Martins
Capítulo 04: Renata Martins
Capítulo 05: Cecília Britto
Capítulo 06: Cecília Britto
Capítulo 07: Pedro Ferraz
Capítulo 08: Pedro Ferraz
Capítulo 09: Pedro Ferraz
Bônus: Mini-Teatro
Capítulo 10: Pedro Ferraz / Renata Martins / Cecília Britto
Capítulo 11: Renata Martins
Capítulo 12: Renata Martins
Capítulo 13: Cecília Britto
Capítulo 14: Cecília Britto
Capítulo 15: Pedro Ferraz
Capítulo 16: Renata Martins
Capítulo 17: Cecília Britto
Capítulo 18: Renata Martins
Capítulo 19: Parte I: Renata Martins
Capítulo 19: Parte II: Renata Martins
Capítulo 20: Renata Martins / Ricardo Martins
Capítulo Bônus 01 I: Renata Martins
Capítulo Bônus 01 II: Renata Martins
Capítulo Bônus 02: Renata Martins
Capítulo Bônus 04: Pedro Ferraz
Capítulo Bônus 05: Entrevista
Algumas manchetes
Agradecimentos e Curiosidades
Memes
PRÊMIOS
Livro Novo: Conflitos de Carolina
Ciúmes de Carolina - Spin-Off de "Conflitos De Carolina"

Capítulo Bônus 03: Cecília Britto

36 14 2
Galing kay Reilarand

Glossário:

Acompanhantes: Pessoas que te acompanha; Seguidor.

Frenddynet: Rede social mais usada em Reilarand; FDN; Frend.

Syo: Tchau, até logo; Despedida reilarandense informal.

Pavão: Muito bonito, atraente, charmoso; Gato.

Farry: Wesmegs que se parecem com seres humanos, mas de beleza rara, que se dividem em três tipos (farry-gensan, farry-sbendre e farry-sbendre Natal).

♡♡♡♡♡

FÉRIAS NA CASA DE KAMILLY KESSYLY

11 de janeiro de 2019

Ah! Férias! Eu estava precisando.

Se antes, quando eu cantava apenas na Lanchonete Estrelas Naturais ou em algumas festas familiares, eu achava minha rotina um pouco pesada, após o minha apresentação em Fility piorou.

Desde que eu fiz o show com Kamy, ou melhor, desde que conheci minha ídola há quase seis mesas atrás, minha vida mudou por completo. Meus sonhos começaram a se realizar. E devo muito a ela. Não só ela, mas uma infinidade de pessoas que me ajudaram a ir em busca do que eu queria.

As pessoas estão começando a me reconhecer na rua. Pedem fotos e autógrafos. Fazem elogios a mim e a minha música. O número de acompanhantes no Frenddynet multiplicou por dez.

Entretanto, com o meu reconhecimento, a quantidade de pessoas que me criticavam também aumentou. Como, por exemplo, aquelas que duvidaram da declaração de Ricardo para mim, alegando ser estratégia de marketing para divulgar nosso trabalho. Quando vi pela primeira vez esse comentário, fiquei muito mal. Com Rick não foi diferente. Ele chegou a dizer que havia se arrependido. Não pela declaração, mas pelo local escolhido para ser feita. Mas, Kamilly aconselhou nós dois, dizendo que não deveríamos nos preocupar com comentários desse tipo, porque eles sempre existiriam. Que, durante nossa caminhada, existiram aqueles que jogariam flores, mas também alguns jogariam pedras. E nós deveríamos desviar delas. Mas, caso acertasse, levantaríamos e continuaríamos caminhando.

Não. Eu não estava reclamando do que eu conquistava aos poucos. Mas, era sempre bom frisar que a realização dos sonhos também tinha seus pontos negativos. Eu não podia fechar os olhos para isso. Mas, enfrentar, de cabeça erguida. E não deixar que as pedras no caminho fizessem com que eu desistisse do que eu sempre quis para a vida.

Ao longo desses seis meses, tanta coisa aconteceu… fui convidada para fazer abertura e participações especiais em alguns shows e, o principal, assinei um contrato com uma das maiores gravadoras do império: Vida E Música. Não sei como Charles Rossi (meu novo empresário) conseguiu esse feito, afinal, eu ainda não tinha feito tanto sucesso como outros artistas da gravadora.  Mas, assinei. Desde então, não tinha muito espaço para respirar.

Além disso, tinha minha mãe. Se ela era totalmente a favor de um relacionamento meu com Pedro, após o show de Kamy, ela tentou colocar na minha cabeça que eu deveria me focar totalmente na minha carreira de cantora e deixar os garotos de lado. Isso significava terminar com Ricardo o que mal havíamos começado. Mas, ignorei totalmente o seu conselho. Eu podia muito bem focar na minha carreira ao mesmo tempo em que podia namorar. Foi nesse momento que percebi o quanto eu era dependente de dona Evelina. E em como ela se metia demais em minha vida e minhas decisões. Ok, ela era minha mãe, eu entendia isso. Entretanto, tudo tinha limites. E eu deveria aprender a voar com minhas asas. E, desde então, estou me desprendendo um pouco dela.

O meu rosto ainda não era conhecido por toda Reilarand. Mas, minhas musicas sim. Isso porque minhas composições estavam sendo cantadas por diversos artistas, como a banda Meninas Feitas e a cantora Paula Mendonça, além de Kamilly. Mal conseguia segurar minha empolgação quando ouvia celebridades de grande nome tocando minhas letras.

Ao longo do tempo, fui me distanciando (fisicamente) de algumas pessoas, como Pedro e Renata. Mas, havia alguém que estava sempre ao meu lado, ajudando e apoiando, como sempre fazia. Ricardo. Com o nosso namoro, nossa união ficou mais forte. Auxiliava em minhas composições. Acompanhava a mim em shows e outros compromissos. Rick até recebeu um convite de tocar em um grupo que estava sendo formada, mas ele recusou, dizendo que tocaria em minha própria banda.

Entretanto, a pior consequência da realização dos meus sonhos e dos meus amigos foi o afastamento físico. Renata se mudou para Canarpole. Pedro para Corellias. Ambos no terceiro trimestre do ano. Desde então, juntar nós quadro estava sendo uma missão quase que impossível. Eram poucos os momentos que conseguíamos conciliar nossas agendas, como aconteceu no aniversário de Renata.

E nas férias de janeiro, após quatro meses onde mal nos encontramos. E, mais uma vez, agradecia Kamilly Kessyly por isso.

Há dois meses, ela convidou a mim a aos meus amigos para passarmos as férias (ou uma parte delas) na casa de praia que ela tinha em Sedstar. De início, era para acontecer em dezembro, quando podíamos aproveitar as festas de fim de ano e comemorarmos o aniversário da minha amiga cantora. Mas, eu tinha três shows marcados (dois como abertura e um com participação), assim como Ricardo. Renata atuaria em dois espetáculos. E Pedro jogaria na Copa Reilarand C.

Mas, assim que recebemos o convite, tratamos de encontra espaço entre nossos compromissos em janeiro, onde conseguimos tirar quinze dias de férias.

E, finalmente, estávamos juntos. Eu, Renata, Pedro, Ricardo e Kamilly. E eu buscaria aproveitar cada segundo daquelas duas semanas.

— No que você está pensando? — Kamilly perguntou.

Ela aproximou de onde estava e imitou minha posição, debruçando no parapeito de madeira que rodeava a varanda de sua casa, observando o mar a nossa frente. Era noite, o clima estava agradável para o verão e a paisagem era linda.

— Na minha vida. Em tudo o que aconteceu desde que nos conhecemos. — confessei, virando para ela e sorrindo.

— Minha vida também mudou desde que nos conhecemos. — Kamy contou — Você se tornou uma grande amiga minha. Identifico muito com você.

Renata sempre foi e será minha melhor amiga. Construímos longos seis anos de amizade. Passamos por muitos problemas juntas. Ela estava ao meu lado nos momentos em que eu mais precisava. Brigamos também. Mas, os problemas apenas fortaleceram nossa amizade que era forte. E a distância estava presente para mostrar que ela nunca separaria uma amizade verdadeira. Nós duas sempre estaremos juntas.

Mas, Kamilly Kessyly passou a ocupar um lugar especial em minha vida. Nessa nova fase, ela sempre estava presente, seja com sua presença física, seja com conselhos ou apenas como um ombro amigo. E eu não podia negar, nem menosprezar.

A nossa vida era tão inesperada. Minha ídola se tornou uma das minhas duas melhores amigas. E minha melhor amiga estava se tornando minha ídola. Quero dizer, ela sempre foi. Mas, agora, muitas outras pessoas concordavam comigo.

Um barulho de mensagem no celular chamou minha atenção. Passei a mão pelos bolsos do meu short jeans, mas lembrei que deixei o aparelho no quarto em que eu estava. Virei para Kamy, que estava com o seu em mãos, lendo alguma mensagem. Apenas pela sua expressão, um tanto que assustada, soube exatamente quem estava do outro lado.

— É ele, não é? — perguntei. Ela assentiu e suspirou.

— Eu… eu não sei o que eu faço. — Kamy disse, parecendo desesperada, virando e escorando no parapeito. Eu nunca vi minha amiga sem saber o que fazer.

— Por que vocês não conversam sobre isso?

— Eu tenho medo. — confessou, olhando para mim. E eu pude enxergar todo esse sentimento em seus olhos — Ele é filho do meu empresário. Somos amigos. E, tenho medo de estragar tudo o que construímos. Sem contar que, se algo der errado, além de estar estragando nossa relação, também vai estragar com Charles. E eu não quero que isso aconteça.

E, mais uma vez, a história se repete. Amigos apaixonados. E o medo de destruir uma amizade edificada ao longo do tempo. Dessa vez, os protagonistas era Kamilly Kessyly e Luis Fernando Rossi, o filho do nosso empresário.

Os dois se conhecem há quase cinco anos, quando Kamy assinou um contrato com Charles. E aproximaram tornando amigos. Entretanto, alguns dias atrás, Kamilly escutou sem querer (e isso posso provar porque estava presente) Luiz Fernando contando a irmã Lolita que estava apaixonando por minha amiga. E, desde então, ela tem evitado ele. O garoto não sabia o motivo da cantora não estar mais falando com ele. Até que Kamy acabou contanto para Agatha (uma outra amiga nossa), que falou com Lolita, e que, provavelmente, contou a Luiz.

— O sentimento é recíproco, não é? — perguntei, apenas para lembrar ela. Kamy assentou — Então, apenas siga o seu coração. Olha o exemplo meu e dos meus amigos. — indiquei a mim e depois os três que estavam na areia, brincando como crianças — Eu e Rick estamos quase sempre juntos. Mas, Pedro e Renata não. Os dois eram apaixonados há muito tempo. Mas, o medo de serem rejeitados e estragarem a amizade fizeram com que deixassem espaçar anos que podiam estar juntos. E, com certeza, os dois se arrependem por não terem sido sinceros um com o outro e consigo mesmo por todos esses anos. Porque, eu mesma, às vezes, me sinto assim. — aproximei dela, pegando suas mãos — Não deixe que isso aconteça com vocês.

— Obrigada, Cissy. — Kamilly me puxou para um abraço — Uma das melhores coisas que eu fiz ao longo dos meus vinte anos foi ir até aquela lanchonete e te ver cantar.

Afastamos do abraço sorrindo. O celular dela apitou mais uma vez. Ela pegou o aparelho e leu a nova mensagem recebida.

— Ele está aqui em Sedstar. E está vindo para cá. — ela disse, ainda sentindo medo.

Não pude deixar de achar esse gesto fofo. Ele saiu de Caff para Sedstar apenas para encontrar Kamilly e resolver essa situação entre os dois. Não esperava nada menos que isso de Luiz Fernando.

— Fique tranquila, Kamy. Vai dar tudo certo.

Voltamos a escorar no parapeito, observando meus amigos. Pedro e Ricardo, aparentemente, estavam “brigando” pela atenção de Renata. Eu e Kamy ficamos rindo dos três. Nem pareciam que tinham 17 e 18 anos. Mas, sete e oito. Ao meu lado, percebi que minha amiga relaxou.

Entretanto, alguns minutos depois, Kamilly Kessyly voltou a ficar tensa quando ouviu o som de um carro parando em frente a sua casa. Abracei minha amiga, dizendo a ela que tudo ficaria bem. E, que, se não ficasse, eu estaria ao seu lado. Afastei de Kamy, com destino a praia. Os dois precisavam de privacidade. No percurso, encontrei Luiz Fernando. Fiz com ele o mesmo gesto que tive com Kamy. Os dois eram meus amigos. E lhes desejava toda a felicidade do mundo. Quando o soltei, corri para a praia, desejando com todas as minhas forças que eles ficassem bem e juntos.

Chegando à areia, tirei meus chinelos e fui até o local onde meus amigos estavam, comprovando minha teoria sobre uma possível “briga” entre os garotos.

— Que bom que você apareceu. Não aguentava mais esses dois. — Renata reclamou, ficando próxima de mim.

Os dois cruzaram os braços, fingindo indignação. Pedro abriu a boca para protestar, mas o celular de Renata tocou o som de mensagem. Minha amiga retirou o aparelho do bolso da calça e sorriu.

— John. — ela disse simplesmente.

Renata andou até a toalha que estava no chão em um canto da areia, deixando para trás dois garotos surpresos. Pedro era pior. Seus olhos estavam tão arregalados que quase pulavam para fora. E seu queixo quase que tocou a areia.

— Não acredito que você vá trocar a gente… — ele apontou para ele e Ricardo —… por esse… esse… atorzinho.

Renata parou, antes de sentar na toalha, olhou para nós e deu um sorriso provocativo.

— Vou. — ela respondeu, deitando no pano branco.

Os dois olharam para ela sem acreditar. Até eu fiquei espantada com sua ousadia. Mas, tentei não demonstrar enquanto ia até ela, me deitando ao seu lado, observando as estrelas. Entretanto, conseguia ver também a conversa que minha amiga estava tendo com o astro de cinema por o celular estar em frente ao seu rosto. Eram algumas fotos de uma festa na piscina com uma legenda.

[JOHN]: “Faltou você aqui

Renata respondeu com algumas fotos que tínhamos tirado ao longo do dia. E, por último, uma foto dela com Pedro, bem juntinhos. Tinha sido tirada há pouco tempo. Por Ricardo, com certeza. Uma foto muito bonita e romântica.

[RENATA]: “Estou muito bem aqui”.

[JOHN]: “Essa é uma tentativa de fazer inveja em mim?

[RENATA]: “Pedro não está aqui do meu lado lendo essas mensagens. Só minha amiga. Então, não tem porque ficar me mandando essas mensagens”.

[JOHN]: “Não é disso que eu estou falando”.

[JOHN]: “Mas, nunca se sabe se ele pode pegar seu celular e ver suas mensagens escondidas {emoji piscando}”

[RENATA]: “Ah! Entendi

[RENATA]: “Bobo {emoji olhos revirados}

[RENATA]: “Ela não está aí com você?”

Ela? De quem os dois estavam falando? Aparentemente, John e Renata possuíam muitos segredos. Será que Pedro sabe? Bom… sabendo ou não, ele não poderia fazer nada. Amizades são assim, um guarda segredo do outro.

[JOHN]: “Os pais dela estão de férias. Você acha mesmo que ela ficaria aqui comigo?

[RENATA]: “Não

[RENATA]: “Mas, pelo que eu vi nas fotos, a ausência dela não faz muita diferença. Você parece está se divertindo muito”.


[JOHN]: “Meus amigos sim”.

[JOHN]: “Não tem como você saber. As fotos não me mostram”.

[JOHN]: “Mas, ao menos tenho amigos leais. Que estão comigo. Tentando levantar meu astral e melhorar o meu dia {emoji de rosto desapontado}”

[RENATA]: “Isso foi uma indireta para mim?”

[JOHN]: “Entenda como quiser”

[JOHN]: “Você deveria estar aqui! Comigo! Estou tão triste! {emoji de rosto chorando}”

John Kerry enviou uma foto dele, com uma expressão triste. Apesar de ele ser um ótimo ator, sua expressão não me convenceu. Quero dizer, ele poderia estar mesmo sofrendo e camuflar nessa foto exagerada. A imagem era engraçada. E fofa ao mesmo tempo. Não dava para negar que ele era mesmo um pavão. Ao meu lado, Renata riu. E eu me segurei para não fazer o mesmo.

[RENATA]: “Se eu tivesse aí, seriamos dois tristes”

[JOHN]: “Nesse caso eu não faria uma festa na piscina”

[JOHN]: “Compraria um estoque de sorvete e chocolate”

[JOHN]: “E também assistiríamos um monte de filmes melosos e dramáticos

[JOHN]: “Um que eu não fui ator, é claro”.

[JOHN]: “Depois a gente conversa mais. Ela está me mandando mensagens. Você me trocou por aquele seu namoradinho? Pois então terá troco. Syo, Rennye!”

O online ao lado do nome de John sumiu, indicando que ele não responderia mais Renata. Minha amiga riu e bloqueou o celular, deixando o aparelho de lado e observando o céu estrelado. A vista de onde estávamos era muito bonita. A pouca iluminação facilitava a vista para o céu, deixando a noite mais linda.

— Você tem certeza de que ele não é afim de você? — perguntei, não conseguindo me conter.

— Tenho. Ele é assim com todas as meninas do grupo e adora provocar nossos namorados. Mas, com Pedro é pior porque ele cai. — Renata se virou para mim — Ele já disse que eu e Emmy somos como irmãs dele. E, convivendo diariamente com ele, pode perceber.

Assenti com a cabeça, entendendo. Confesso que fiquei aliviada. Por mais que eu soubesse que Renata era apaixonada por Pedro, era bom ter a certeza de que as inseguranças do meu melhor amigo não tinha fundamentos.

— E, quem é “ela”? — indaguei, não segurando a curiosidade.

— Você estava lendo minhas mensagens? — Renata perguntou, me empurrando para o lado, mas rindo.

— Era impossível não ler, Renata. Desculpe. Agora, responde, vai.

Renata ficou séria e voltou a observar o céu. A lua estava nova para crescente. O céu limpo. Um silêncio se formou entre nós duas, sendo preenchido por conversas distantes e o barulho das ondas.

— É… é segredo. — ela falou, pouco depois.

Por mais curiosa que eu tivesse, não estava no meu direito de exigir explicações. Muita coisa mudou nos últimos meses. Renata conheceu novas pessoas. Fez novos amigos, assim como eu. E, por isso, entendia o que ele passava.

Observei o céu como Renata. Mas, as mensagens que os dois trocaram apareceram em minha mente, fazendo com que percebesse o que estava implícito. Sentei na toalha, surpresa com a revelação. Virei para minha amiga, apenas para ter certeza.

— É a namorada dele? — sussurrei.

Minha amiga levantou o corpo, apoiando pelo cotovelo e olhando para os lados, certificando que ninguém estava ouvindo nossa conversa.

— Eu não te contei nada. — ela disse no mesmo tom.

— Mas, se não é a Emanuelle Tinne, quem é?

— Ela não é famosa. — Renata voltou a deitar — Quase ninguém sabe. Eles querem preservar a identidade dela. Então, por favor, não conte a ninguém.

— Contar o que? Eu não sei de nada. — deitei também, sorrindo junto com minha amiga.

Ficamos em silêncio, aproveitando a paz que o lugar emanava.  A brisa fresca que vinha do mar, junto com seu aroma deixava tudo mais perfeito. Estava adorando as nossas férias. E ainda mal tinha começado. Estava tudo tão tranquilo.
Na verdade, tranquilo até demais.

Como se tivéssemos pensando em sincronia e agindo da mesma forma, eu e Renata nos olhamos na mesma hora. Levantamos e observando o redor. Nada dos meninos.

Estranho. Muito estanho.

— Cadê aqueles dois? — Renata perguntou. Assim como eu, não encontrávamos eles em lugar nenhum que nossos olhos conseguiam ver.

— Não faço à mínima ideia. — disse, me deitando. Talvez, não fosse nada demais — Com certeza estão aprontando alguma. Mas, não sei se devemos nos preocupar.

— Tem razão. — ela também se deitou — E Kamilly?

— Conversando com Luiz Fernando. Espero que se resolvam.

Contei Renata resumidamente a situação dos dois, que era muito similar a nossa. Ao fim, fechei os olhos, aproveitando a paz. De olhos fechados, senti que alguém se aproximava. Mas, antes que eu pudesse abrir os olhos e ver quem era, fiquei toda molhada.

Abri os olhos e sentei. Renata fez o mesmo. Pedro e Ricardo estavam a nossa frente, rindo e com baldes nas mãos, enquanto nós duas estávamos encharcadas de água fria.

— O. Que. Foi. Isso? — perguntei, pausadamente, tentando controlar minha irritação.

— Não mandei ninguém deixar a gente de lado por causa de um astro de cinema. — Pedro explicou, cruzando os braços, que estavam mais forte (e não exagerado) desde que ele entrou para a EEEA.

— Quem fez isso foi Renata! Eu não tive nada a ver! — gritei, meio histérica. Estava parecendo minha mãe, quando ficou irritada com Pedro ao saber que ele conversou com o pai sobre o sonho da sua atual namorada.

— Você foi cúmplice. — Ricardo esclareceu.

Renata estava quieta demais. Virei na direção dela, que observava só meninos de uma forma que eu poderia acreditar que os queimariam vivos. Se ela fosse uma farry fogo, eles teriam virado cinzas. Os dois estavam muito encrencados. E Renata muito irritada. Rick e Pedro, percebendo meu desvio, também olhavam para a atriz.

— Pedro, tenho péssimas notícias. Acabamos de despertar a Fera Renata. — Ricardo falou, engolindo em seco.

— Percebi. — Pedro fez o mesmo gesto — Só há uma coisa que podemos fazer.

— O quê?

— Correr! — Pedro gritou e saiu correndo com Ricardo.

Renata se levantou, saindo em disparada atrás dos meninos. Eu não fiquei parada. Mas, era claro que os meninos eram mais rápidos. Pedro era esportista. Ricardo era maior que nós duas e, consequentemente, seus passos mais longos.

Como uma perfeita sedentária, em poucos minutos, eu estava sentada na areia, cansada. Deveria seguir os conselhos de Kamilly e praticar algum esporte. Ou ao menos fazer caminhadas regularmente, que não fosse apenas a ida e volta da escola.

Pouco depois, Rick sentou atrás de mim, passando os braços em volta da minha cintura. Ele distribuiu beijos entre meu ombro até minhas bochechas. Segurei minha respiração para que ele não escutasse meus suspiros.

Trapaceiro.

— Você está brava comigo? — ele perguntou baixinho, colocando o queixo em meu ombro.

— Estou. — respondi, sem muita convicção.

Rick me beijou novamente na bochecha. E cantou, baixinho, a mesma música que fez junto com Kamilly. A nossa canção. Golpe baixo. Só porque ele sabia que eu me apaixonava um pouquinho mais (como se isso fosse possível) por ele cada vez que usava sua voz para cantar para mim. Fechei os olhos, sentindo mais leve. Sem que eu percebesse, estava escorando minhas costas em seu tronco e minhas mãos estavam em seus cabelos macios.

Ricardo segurou meu queixo, fazendo com que eu me virasse na direção dele. E me beijou. Entreguei totalmente ao beijo, esquecendo totalmente onde eu estava, quem eu era e o que fazia antes de nossos lábios se tocarem. Esqueci completamente o mundo.

Quando nos separamos, deitamos na areia, observando o céu estrelado. Deitei minha cabeça em seu braço, ficando bem juntinha a ele.

Após uma briga, envolvendo tapas, beijos e abraços, Renata e Pedro se juntaram a mim e Ricardo. Não demorou para que Kamilly também surgisse, acompanha de Luiz Fernando, com quem estava de mãos dadas e um sorriso no rosto.

Sentamos juntos na areia. Conversamos. Rimos. Brincamos. Luiz e Pedro fizeram uma pequena fogueira. Rick pegou um violão. Juntos, cantamos algumas musicas até tarde.

Esses quinze dias com certeza estariam marcados como as melhores férias da minha vida.

♡♡♡♡♡

Oye, corujas! Como estão?

Gostaram desse capítulo? Conseguiram matar a saudade de Cecília e outros personagens?

Querem saber mais sobre os protagonistas e suas vidas após a realização de seus sonhos? Deixem suas perguntas aqui e elas podem ser respondidas no capítulo de entrevista.

Não se esqueçam de votar esqueçam comentar. Quero saber o que vocês acham.

Syo!

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