Romeu Por Uma Noite ✔

By cereja_vermelha

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Talvez haviam cansado da rotineira realidade. Ou talvez, apenas quisessem uma novidade. A verdade era que, Lu... More

Notas da autora.
Capítulo 1
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo bônus
agradecimentos

Capítulo 2

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By cereja_vermelha

"Você tem os olhos de Julieta
E eu posso ser seu Romeu esta noite."

Danilo e Giovanni estavam escorados no balcão do minibar, conversando com Diego.

Os dois irmãos eram parecidos se você parasse para pensar, mas não o suficiente para que logo de cara soubesse que eram parentes. Danilo era o mais novo, entretanto era o mais alto. Tinha cabelos cacheados e castanhos, e naquele dia, exibia uma bandana vermelha na cabeça. Já Giovanni era mais baixo e possuía cabelos castanhos ondulados que sempre estavam perfeitamente no lugar. Ambos possuíam uma pele escura e olhos de um castanho bem claro.

Apesar dos luxos que os dois tiveram na vida, seus pais optaram por os colocarem numa escola pública, e foi assim que nós nos conhecemos. Nossas diferenças econômicas nunca haviam sido um problema para quatro pirralhos que só queriam saber de jogar bola e andar de skate, e quando crescemos, continuou não sendo um problema.

— Ei, Luca! – Giovanni me cumprimentou, e eu me aproximei. Deixei a latinha de cerveja que ainda estava segurando no balcão e me virei para meus amigos. – Faz muito tempo que não te vejo.

— Digo o mesmo. Você está sempre ocupado trabalhando na firma de seus pais. – Me pronunciei.

– E você está sempre ocupado no seu trabalho e na sua faculdade de fotografia. – Ele retrucou, e acabamos rindo.

— Gente. – Danilo chamou nossa atenção. – O que vocês acham daquela mina ali? Vou lá nela jogar meus charmes – Ele apontou discretamente para uma garota um pouco mais afastada da gente.

— Bonita. – Giovanni respondeu.

— Vai lá nela! – Diego o incentivou, e nós o vimos se afastar, logo, curiosos, viramos nossa atenção para a cena. – Quanto tempo vocês acham que o charme dele vai durar?

— Três segundos? – Brincamos.

A música estava alta, mas conhecendo Danilo, sabíamos que naquele momento ele estava jogando nela uma cantada, daquelas que causava vergonha alheia em qualquer um que escutasse. Esperamos alguns segundos, já carregados de expectativa, até que vimos a garota simplesmente jogar sua bebida em Danilo e sair dali.

Não conseguimos nos segurar e acabamos rindo, igual a todas as outras vezes.

— Foi maldade você incentivar o garoto. – Eu comentei ainda em risadas.

— É divertido toda vez. - Diego afirmou com um sorriso jocoso.

— Vou lá nele. – Giovanni disse tentando segurar o riso e se afastando de nós.

— Mudando de assunto. – Respirei fundo. – Você vai tocar no evento gastronômico? – Perguntei para Diego.

— Sim! Vai ser demais! – Disse ele entusiasmado, e sorri. Diego desde pequeno tinha esse sonho de ter uma banda, e era incrível ver ele o realizando. – Você vai, não é?

— Claro! Não perderia isso por nada. Aliás, você bem que podia me dar umas comidas de graça no dia.

— Eu só vou tocar lá, não sou o dono do evento, Luca.

— Tudo bem...tudo bem. – Fiz um biquinho fingindo estar triste, e ele revirou os olhos. Abaixei meu olhar e, no chão, vi algo brilhante reluzir. Me curvei e peguei o objeto, percebendo se tratar de um brinco dourado em formato de estrela.

— Isso é meu. – Ouvi alguém dizer e logo em seguida puxar o objeto de minhas mãos. – Sabia que tinha deixado cair por aqui.

Me virei para a dona da voz e senti meu coração bater mais forte quando percebi se tratar da garota dançante. Dei um sorriso singelo e me virei para o lado, percebendo Diego se afastar e sair. Encarei então a garota, ela estava colocando o brinco em sua orelha esquerda e quando percebeu que eu a olhava, abriu um sorriso deslumbrante.

Meus ouvidos se atentaram para a música que começava a tocar. Passei a mão em meus cabelos e peguei a cerveja do balcão, a dando um último gole e a colocando de volta no lugar.

— Então... – Olhei para ela. – Aceita uma dança, senhorita?

Em reposta ela apenas estendeu sua mão que segurei delicadamente. Caminhamos até a pista e, assim que chegamos, ela envolveu seus braços em meu pescoço, e eu coloquei minhas mãos sobre sua cintura.

A música espanhola que tocava tinha um ritmo animado e romântico. A moça em minha frente guiava a dança com bonitos passos, e eu apenas a acompanhava. Vez ou outra nos afastávamos e depois nos aproximávamos novamente. Em uma dessas vezes, estávamos tão próximos que pude sentir o cheiro suave de cereja do perfume que usava.

— Você não me disse seu nome. – Declarei assim que percebi. Ela então olhou em meus olhos, assim como da outra vez. Agora mais perto, pude ver quão lindos e profundos eles eram. Se os olhos fossem uma janela para a alma, eu não duvidava o quão pura, profunda e ousada a alma dela pudesse ser.

— Hoje, me chame de Julieta

— Então... Julieta... – Abri um sorriso. – Posso ser seu Romeu esta noite?

— Eu amaria isso. – A música acabou, e me aproximei mais do corpo dela. Senti sua respiração ofegante perto a minha, e meu coração acelerou-se. Encostei meus dedos em sua bochecha e fiz menção em beijá-la, mas antes que pudesse, ela colocou seu indicador sobre meus lábios. – Ainda não, Romeu.

Ela se afastou e segurou minha mão.

— Eu quero te mostrar uma coisa. – Ela revelou, me puxando para longe dali.

Quando dei por mim, estava no jardim da casa dos Ferreira, e ela ainda segurava minha mão, sorrindo e encarando o céu. O lugar era amplo, iluminado apenas pelas poucas lâmpadas externas espalhadas pelo jardim florido e pelas brilhantes estrelas acima de nós. Senti o cheiro agridoce das plantas que decoravam todo aquele lugar.

— Sente-se aí. – Ela disse sentando-se no chão gramado do jardim. Sentei-me ao lado dela e a vi bebendo uma garrafa de cerveja que eu nem havia reparado que estava segurando. – Quer? – Me ofereceu inclinando a garrafa em minha direção, aceitei tomando um gole e devolvendo para ela. Sabe... Desse lado da cidade dá para enxergar melhor as estrelas. – Ela declarou, apontando para o céu estrelado.

Era uma boa sensação estar sob aquela brilhante imensidão. Era tão bonito de se ver e mais bonito ainda ouvir Julieta falar sobre aquilo com tamanha paixão e amor.

— Aquelas estrelas ali... – Apontou, e eu assenti, observando-as. – ...Formam a constelação Cruzeiro do Sul. Das oitenta e oito constelações conhecidas, ela é a que ocupa menos espaço.

— É incrível. – Murmurei.

— É sim. E aquela ali embaixo, a mais brilhante, é a Estrela de Magalhães.

Enquanto ela falava mais curiosidades sobre a constelação, como o fato dela estar inserida em nossa bandeira e ser mencionada no hino nacional, eu me perdia mais em seu sorriso encantador.

— Você gosta de astronomia?

— Sim! Desde nova. Gosto de observar as estrelas sempre que posso. E você? O que gosta de fazer?

— Andar de skate. - Respondi facilmente.

— Legal! Você está com ele aí? Eu sempre quis andar de skate.

— 'Tô sim. – Me levantei. – Fica aí que eu volto já.

***

— Você tem que dobrar os joelhos. – Indiquei enquanto segurava suas mãos para que ela não perdesse o equilíbrio.

Ela estava sobre meu skate, tentando ao máximo se manter concentrada e equilibrada enquanto eu a ensinava o básico. Às vezes ela se distraía e acabava rindo e quase caindo, então eu a segurava e ria junto dela.

Eu não conseguia explicar direito, mas era divertido estar ali ao lado dela. Julieta possuía um jeito próprio e imprevisível de agir que me cativava, e me causava uma sensação de conforto e paz que era difícil descrever.

— Eu acho que sou boa mesmo na dança. – Ela comentou, descendo do skate. – Mas até que isso é muito divertido. Desde quando você pratica?

— Desde moleque. – Respondi. – Eu e meus amigos costumávamos matar aula para andar de skate. – Me recordei rindo.

— Quando eu era nova, eu e minha irmã matávamos aula para irmos em shows locais. Minha mãe quase dava um infarto quando descobria. – Ela riu. – Mas... Enfim, eu e você vimos as estrelas, eu andei no seu skate, agora está na hora de você fazer algum movimento.

— Como assim?

— O que quer fazer agora?

— Sabe... Tem uma coisa. – Falei e estendi minha mão para ela segurar. Juntos, caminhamos até por trás da casa, onde havia uma escada que descia até um outro jardim, levando á uma área de lazer que continha uma grande e bela piscina ocupando a maior parte do local. – Quer nadar um pouco, Julieta? – Sugeri, mas antes que ela conseguisse responder, tirei meus sapatos e meu celular do bolso, deixando em uma pequena mesa próxima e pulei na água de roupa e tudo.

🌇♪🌇

Oi gente! Tudo bem?

O que acharam desse capítulo? Sua opinião significa muito pra mim.

Um beijão da Cah e até!

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