[07] encontramos amor num lugar sem esperança

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Ele se assusta também, então pigarreamos juntos e disfarçamos esse momento aleatório e vergonhoso enquanto Namjoon e Yoongi deixam sorrisos cheios de segundas intenções escaparem.

— Garçom? — Yoongi chama um pouco alto, fazendo algumas pessoas nos encararem enquanto seu namorado finge não conhece-lo.

A dinâmica desse casal me deixa meio bobo, confesso.

Um completamente dissimulado, baixinho nervoso, às vezes é doce mas não assume. O outro, do tamanho de uma geladeira, mais sério e centrado, mas quando quer se derrete todo encarando seu mundo. Olhando assim, infelizmente, parece até duas pessoas que eu conheço...

Evito pensar muito nisso, ouvindo Yoongi pedir mais duas latas de cerveja ao garçom com a voz toda embargada, mas percebo que por algum motivo desconhecido Jeon se comunica silenciosamente com Namjoon. Meio surpreso, ele gesticula mostrando para o próprio celular com o visor iluminado, em seguida ouço o mais velho dizer:

— Eu não acredito!

— No que, meu amor? — Com a voz engraçada e agitada, meu chefe levanta o questionamento ao namorado, se apoiando todo no corpo alheio.

Entretanto, nesse meio tempo, quem responde é Jungkook, quando desliza a mão grande pelo cabelo e o puxa para trás tortuosamente, dizendo:

— Ele está voltando.

Como sou curioso e não estou entendendo nada, sussurro confuso: — Ele?

Mas é Yoongi quem apressa essa resposta quando grita:

— Ele quem, caralho?

— Taehyung. Taehyung está voltando de viagem. Literalmente voltando. Está vindo pra cá agorinha mesmo, disse que está morrendo de saudades.

Oh, lembro-me desse nome...

Certo! O amigo de Jungkook. Talvez ele tenha falado uma ou duas frases sobre o garoto algum dia desses, mas não foi algo que realmente me importei.

Agora, quase fazendo parte desse grupo meio inusitado de amigos, sinto-me curioso e animado para saber mais sobre o tal Taehyung.

Óbvio que o pensamento que martela minha cabeça é: será que ele é gato?

Porque bem, todos sabem que sou um pouco sem vergonha e que dar uns amassos não mata ninguém. Carne nova no pedaço e eu já estou assim, todo especulador tentando encarar a foto do garoto no aplicativo de mensagens no celular de Jungkook.

Ele percebe, óbvio, sempre tão atento à tudo.

— Que foi, hein? O que você quer ver aqui? — Diz meio bruto, impaciente.

— Esse seu amigo, por acaso ele...

— Nem vem, Park!

— Qual é? Só quero saber se ele é solteiro, fica com homens e é bonito. — Disparo de uma vez e sou agraciado com a risada gostosa de Namjoon, que responde por Jeon:

— Solteiro, provavelmente pansexual e gato. Tipo, muito gato mesmo, entende? Taehyung possui uma beleza descomunal.

Não sei por qual motivo Jungkook começa a se remexer desconfortável nesse maldito banco, mas logo recolhe o celular até escondê-lo no bolso dianteiro, emburrado. Uma atitude atípica, devo dizer, mas não me intriga muito porque sinceramente não estou interessado nele no momento. Meu alvo é outro.

Acabo sorrindo, droga, sou um filho da mãe mesmo.

Só que para cortar o meu barato e insistir no assunto, Jungkook junta toda uma marra e diz:

HELLISH • jjk x pjmWhere stories live. Discover now