You can call me when you're lonely;

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Prólogo


Harry


'Abril de 2019'

— Pai, para onde estamos indo? – perguntei pela milésima vez enquanto ele dirigia em silêncio.

Ele havia me dito de manhã que depois do almoço me levaria em um lugar, mas não me disse onde e nem o motivo, só que sairíamos juntos. Não que seja estranho, já que ele sempre me levava para lugares diferentes, mas é que dessa vez ele deixou um mistério no ar.

— Logo você vai saber. – disse sorrindo sem tirar os olhos da estrada.

Meu pai é a pessoa que eu mais admiro no mundo todo. Ele sempre trabalhou muito para que não faltasse nada para mim e a minha irmã mais velha, Gemma. Ele e minha mãe se casaram muito novos e por isso ele sempre trabalhou e estudou mais que o necessário para colocar comida em casa e nunca reclamou de nada disso. Tudo o que sou hoje é graças a ele, nunca me esquecerei de cada ensinamento e cada momento que passamos juntos. Eu sempre fui mais apegado a ele, enquanto minha irmã pedia maquiagens para a minha mãe, eu pedia para o meu pai ler histórias para mim antes de dormir só para passar mais tempo com ele.

Deixei meus pensamentos de lado quando ele parou o carro em um tipo de campo. Desci do carro junto com ele, olhei em volta e estranhei, nunca viemos nesse lugar.

— Pai? Onde estamos? – perguntei e ele veio até mim, parou atrás de mim e vendou meus olhos.

— Desde quando você é tão curioso? – ouvi ele dizendo enquanto fazia um nó na venda para que eu não pudesse espiar.

— Desde o momento em que você começou a agir estranho tipo um serial killer. – resmunguei e ele riu.

— Você tem que parar de assistir essas séries policiais, estão fazendo mal para a sua cabeça. – ele segurou em meus ombros e começou a me empurrar gentilmente para que eu começasse a andar. — Não vou te machucar, tenho uma surpresa. Você confia em mim? – perguntou e eu não precisei pensar duas vezes antes de responder.

— Confio!

Essa caminhada às cegas demorou cerca de cinco minutos, ele estava me guiando e senti meus pés saírem da grama para algo mais concreto, deve ser o asfalto, já que também senti que tinha umas pedrinhas no caminho. Estava o típico frio da Inglaterra e eu já estava morrendo de vontade de voltar para o aquecedor do carro. Ele me fez parar de andar e começou a desfazer o nó da venda, quando ele tirou aquilo dos meus olhos, demorei um pouco para entender o que estava acontecendo.

Quando meus olhos se acostumaram com a claridade, bem ali na minha frente tinha uma moto. Era a moto que eu estava juntando dinheiro, trabalhando naquele escritório miserável, para comprar. Eu havia mostrado a moto para o meu pai há mais ou menos dois meses, ele tinha dito que era para eu esquecer essa ideia porque não queria me ver em cima de uma moto.

— Mas... pai! – foi o que consegui dizer. Ele parou do meu lado e analisou a moto.

— Acho que não tem problema em você ter uma moto se eu te ensinar a andar. – falou e eu olhei para ele com os olhos arregalados.

— Você sabe andar de moto?

— Claro que eu sei, eu tive uma juventude. – disse e eu ri.

[...]

Ficamos a tarde inteira ali, ele me ensinou com muita paciência e eu já estava conseguindo conduzir a moto sem a ajuda dele. E era tão libertador quanto eu achei que era, sentir o motor tremer em baixo de mim, andar na moto, com o vento batendo no meu rosto, era absolutamente incrível, mesmo estando frio, era muito bom.

— Agora quero que me prometa duas coisas. – disse quando sentamos no capô do carro tomando os refrigerantes que ele trouxe. — Primeira, que você vai tirar sua habilitação antes de sair por aí com essa coisa, use o dinheiro que você estava guardando para fazer isso. E segundo, que vai cuidar bem dela, como se fosse a coisa mais importante da sua vida, ela custou uma fortuna e eu tive que convencer sua mãe que você ficaria feliz com a moto. – disse e eu assenti.

— Eu prometo pai! – falei sendo sincero. — Então ela é mesmo minha? – perguntei e ele riu.

— Toda sua! Vai dar um nome para ela? Que nem você fazia com todos os seus brinquedos? – dei risada e pensei um pouco.

— Que tal Meg? – questionei e ele me olhou.

— Bom, ela é sua, não vou opinar. Estou feliz se você estiver.

— Obrigado pai, de verdade! – eu o abracei e ele retribuiu imediatamente me apertando nele.


'Um mês depois...'


— Harry? Hazz, onde você está? – ouvi a voz da minha mãe, a voz chorosa e rouca.

Meu pai se foi.

Ele saiu com a minha irmã para buscar uma droga de uma torta de morango que eu havia praticamente implorado para ele comprar para mim. A culpa do carro ter capotado na hora da volta era minha, se eu não tivesse pedido essa maldita torta, ele e minha irmã ainda estariam aqui.

Agora eu não consigo sair do guarda-roupa, não sabendo que eu terei que ver os dois dentro de um caixão, não sabendo que minha sobrinha de quatro anos vai crescer sem a mãe ao lado dela. Meu peito estava apertado e eu não estava conseguindo respirar, eu podia ouvir meu coração disparado como se fosse sair do meu peito, era como se eu também estivesse prestes a morrer, eu estava com o rosto encostado em meus joelhos enquanto eu balançava para frente e para trás soluçando e tremendo, eu não consigo sair daqui, não vou conseguir sem ele, não dá.

Minha mãe continuava me procurando até que ela entrou no quarto e ouviu quando solucei alto, ela me encontrou, abriu a porta, sentou ao meu lado com seu vestido preto e me abraçou. Eu sufoquei um grito enquanto a abraçava.

— Vai ficar tudo bem, filho. – disse enquanto acariciava minhas costas, suspirando. — É só um ataque de pânico, vai ficar tudo bem, eu prometo. Calma, eu estou aqui com você, Hazz. – repetia e eu fui me acalmando.

Mas não vai ser mais a mesma coisa sem ele aqui.


-x-


Oi, meus amores! Estou aqui com mais uma fanfic, yayyyy!

Peço para que não esqueçam de votar e comentar o que estão achando, para que eu possa saber se vocês estão gostando. 

Amo vocês!

Twitter: historyofond

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