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CAPÍTULO 09
ALEX ANZOR

Deixar a Rússia nunca foi uma opção, não era antes e muito menos seria agora que Vitória estava jogada no meio desse ninho de cobra sozinha.

Anos morando na Rússia, compreendendo a KRAVT, entendo a história da minha família e todos os costumes que cercavam essa máfia. Eu estava aqui quando o pai de Yerik morreu, quando ele enfim assumiu a KRAVT, pomposo e orgulhoso para fazer algo melhor pela máfia Russa e falhando no primeiro ano.

Yerik foi engolido pelos grandes capitães, se enrolando em acordos com grandes famílias russas fazendo ele perder influência com as famílias rivais, tudo virou uma grande bagunça e o Capo da KRAVT estava rendido por acordos corruptos dentro do próprio território.

Eu não cavei a cova para Yerik e muito menos era que que estava com a arma apontada em sua cabeça para que ele caísse em direção a sua própria morte. Mas talvez eu estava indiretamente ligado à sua queda.

Reviver meu sobrenome na Rússia não foi difícil, os Anzor tinham parceiros leais que me aceitaram quando viram minha competência, muitos enchiam a boca para falar que a máfia Rússia era minha por direito e eu não posso mentir, eu gostava de ouvir isso.

Eu amava a Itália e amava ter crescido lá, mas eu me sentia incompleto e deslocado. A Camurro sempre estaria de portar abertas para mim, mas eu sempre seria o estrangeiro. Eu queria algo meu, que eu conquistasse e eu batalhei muito para conseguir tudo o que tenho hoje na Rússia.

Dinheiro foi o primeiro passo. Feito.

Agora, poder... esse estava sendo complicado.

Quando Koloda bateu em minha porta com a proposta de quebrar com Yerik por dentro de toda organização eu achei a ideia sensacional. Yerik estava fazendo muita merda e tudo isso porque ele tinha a obrigação de agradar os Pushkin e os Mishakin.

Gynnad Pushkin governava a KRAVT indiretamente, egoísta e ambicioso. Gynnad é uma máquina de matar, eu o conheci e pude ver de perto toda a sua motivação pela destruição de tudo e todos que vão contra suas ideias. A decisão de Yerik de se juntar com Irina foi totalmente estratégica e tinha chegado aos meus ouvidos antes de toda merda acontecer.

Antes mesmo de Vitória entrar em toda a história, Irina já estava no jogo e com as cartas postas na mesa. Eu não conseguia encaixar os Vlasov na equação. Eu sabia da influência da família em São Petersburgo, mas os Vlasov estava em Moscou a mais de um ano.

Vladimir Vlasov parecia ter assuntos a serem tratados por aqui que impediam o retorno para sua cidade. A proximidade com Yerik era totalmente forçada toda máfia sabia disso, mas o relacionamento de Vladimir com Irina que também me intrigava.

Irina Mishakin é perigosa, mas parecia que Vladimir realmente gostava da garota. Ou então, também estava no jogo. Isso eu ainda não sabia responder.

Koloda tinha todo um plano montado, não tinha como duvidar do grandioso Papova, um dos sobrenomes mais antigos da KRAVT, o velho tinha vistos vários Capos no poder e sido consigliere no comando de dois deles.

O plano parecia estar bem arquitetado, mas algo deu errado, armaram para mim e levaram minha irmã no meio de tudo isso. E eu não podia deixar tudo isso interferir na minha influência na KRAVT e muito menos deixar Vitória no meio de toda essa briga.

Porra, Vitória.

Koloda estava por trás do sequestro de Yerik. Era para eu ter ido até aquele galpão e então eu seria executado em frente a toda KRAVT.

Tirar Vitória do meio dessa briga não seria fácil e resolver toda essa bagunça muito menos. Estava na hora de agir silenciosamente.

Ir até os Romanov era minha única opção. Os irmãos Romanov se mantinha longe do comando de Yerik com maestria, agiam por conta própria sem infligir os interesses da KRAVT. Mas ainda assim eles faziam parte da máfia e todo o plano que Koloda tramava impactava no império que os Romanov criaram.

PERPETUAL - MÁFIA KRAVT I Spin Off - Série Obscuros Nova EraOnde as histórias ganham vida. Descobre agora