PERPETUAL - MÁFIA KRAVT I Spin Off - Série Obscuros Nova Era

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CAPÍTULO 14
VITÓRIA MOTTA

O sentimento acolhedor se intensificada a cada dia que eu passava na casa de Vladimir. Um sentimento tão costumeiro que eu me sentia em casa.

Já faziam três dias que tínhamos voltado e eu estava me recuperando aos poucos. A companhia de Sindri e Kiera alegrava meus dias e ainda assim que não via a hora da noite cair para que eu pudesse vê-lo.

Vladimir estava bastante ocupado com KRAVT. Expor Gynnad não estava sendo tão difícil, mas parece que Vladimir estava tendo dificuldade com Yerik.

Os dias estavam passando rápido demais e eu preferia não pensar em minha situação em relação com Vladimir. Eu o amava, eu já não conseguia mais negar isso e ainda assim eu me sentia insegura ficando na Rússia.

O medo de enfim deixar tudo o que eu conheço para trás estava me assombrando.

- Você já me parece recuperada. – Kiera entra na cozinha sorridente. – Seu rosto já está bem melhor. – Ela me analisa.

Logo atrás dela vejo Sindri entrar com um picolé nas mãos.

- Você não vai mesmo nos contar o que houve lá? – Sindri resmunga.

- Peça para Mikhail te contar, Sindri. – Kiera brada.

E Sindri gargalha.

- Kiera, você vive em qual mundo? – Sindri desdenha.

Ignorando a discussão das duas eu olho ao redor gravando cada canto dessa casa. Eu nunca tinha pensado que essa casa de fato se tornaria um lar.

Sentindo um aperto no peito eu sorvo o ar devagar.

Eu não queria deixa-lo e não pretendia fazer isso, mas eu sentia um mau pressentimento crescente dentro de mim que vinha tirando meu sono.

- Vamos sair? – Sindri pergunta animada. – Afinal, você merece Vitória.

E eu sorrio ao ver as duas me olhando com expectativa.

- Acho que isso seria bom. – Sorrio. – Para onde podemos ir com um frio desses?

E elas me surpreenderam ao me levar até a Catedral de São Basílio. E eu perdi o folego ao me aproximar do monumento que até mesmo me esqueci dos soldados que nos cercavam e atrapalhavam a vista da praça vermelha. A sua beleza é tão exuberante que ela coloria e suas cúpulas coloridas pareciam tocar o céu.

- É linda. – Falo estupefata.

- Eu amo vir aqui. – Sindri para ao meu lado olhando para a Catedral. – Parece que olhar a dimensão desse empreendimento me ajuda a pensar.

- Tem divagado demais ultimamente? – Eu não conseguia desviar meus olhos do monumento.

- Estou longe de casa, Vitória. – O pesar em sua voz chama minha atenção.

- O relacionamento com Mikhail é assim tão ruim?

- Não. – Ela balança a cabeça e sorri. – Longe disso, mas ainda assim eu não me sinto em casa. Consegue me entender?

Eu conseguia?

Sim, eu conseguia.

Apesar de sentir que a casa de Vladimir estava se tornando meu lar, eu sabia que meu lar era ele e ainda assim eu tinha medo de deixar a Itália para me entregar completamente a essa nova vida.

Um medo do desconhecido fazia meu sangue gelar em minhas veias. O medo da incerteza que era meu casamento me fazia vacilar.

Eu o amo e ainda assim me perguntava se isso bastava.