Capítulo 1

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Uma luz branca atinge minha visão de forma agressiva. Um som agudo preenche minha cabeça, me causando desconforto.

Em questão de segundos, vejo tudo ir para frente, em um baque extremamente forte.
Minha cabeça bateu na janela e no banco da frente, me fazendo sentir dor. O sinto apertou meu peito e minha barriga, me deixando com um pouco de falta de ar, mas me impediu de ir mais para a frente.

Minha cabeça dói sem parar, mas eu estava tão confusa que nem pensar direito estava ao meu alcance naquele momento.

Minutos se passaram, ou horas... Eu não estava tendo noção de muita coisa. Até agora.

Como se a realidade me desse um soco, eu raciocínio tudo oque aconteceu, entrando em pânico.

Olho para a frente e sinto medo, angústia, dor...

Meu pai que estava no banco do passageiro, estava caído para o lado, e eu podia ver com clareza algo vermelho escorrer por sua cabeça.

—Papa... — O chamo mas ele não me responde.

Um nó doloroso se forma no meio da minha garganta, e as lágrimas começam a escorrer sem que eu tivesse controle.

—Non, non... Cela ne peut pas arriver... — Ponho as mãos na minha cabeça, mas sinto um latejar por causa da dor. Não me importando tanto, saio de dentro do carro apressada.

Olho para os lados e vejo a estrada ao lado da floresta coberta de neve. Por alguns segundos, eu me distraio com pontos roxos brilhantes caindo ao meu redor. Mas não durou muito, tento correr para abrir a porta do motorista, mas assim que faço, me arrependo instantaneamente.

Caio ao lado da porta e choro. Choro sentindo minha garganta doer mais, se é que isso era possível.

Eu não sei quanto tempo passou, mas escuto o som de um carro, mas confusa, não procurei olhar.

Mas assim que ouço passos se aproximarem, levanto minha cabeça, podendo ter a visão de um homem se aproximando, então procuro me levantar.

—O que aconteceu aqui? — Ele perguntou confuso, mas parecia ter noção do que se tratava e demonstrava preocupação.

Eu só sabia chorar, não consegui pronunciar uma palavra sequer. O jovem homem abriu seus braços, como se estivesse oferecendo um abraço. Fiquei surpresa.

Se eu estivesse em sã consciência, eu certamente sairia de perto dele, mas por algum motivo... Eu queria abraçar ele. Eu queria me sentir apoiada, segura. Eu queria alguém comigo. Então rapidamente o abracei, mas ele não retribuiu rapidamente, provavelmente surpreso. Mas não durou muito. Logo seus braços me apertaram cuidadosamente a si, e uma de suas mãos acariciou o topo da minha cabeça.

Ele começou a andar e se abaixou um pouco ao lado da porta, e eu o apertei mais assim que o escutei murmurar alguma coisa. O sinto se afastar um pouco, me fazendo erguer a cabeça. Assim que meus olhos encontram os seus cristalinos, que me fizeram quase ofegar... Consegui ver um lampejo de sentimentos. Ele parecia estar tão comovido com a situação...

—Querida? — Ele me chama com sua voz grave. O olho mais atentamente prestando atenção no que ele está prestes a dizer — Eu vou olhar do outro lado, tudo bem? — Assim que ele pergunta, sinto meu corpo endurecer. Como se ele sentisse, ele continua — Você quer esperar no meu carro? Vai ser melhor se você ficar lá...

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