Crianças

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Mello atirava dardos no alvo enquanto conversava com Matt, tudo normal até aí... Se o alvo não tivesse a cara de Near desenhada, o desenho já estava extremamente furado inclusive nos olhos.

— Até agora ela não ligou?

Perguntou Mello atirando mais um dardo, dessa vez acertando no pescoço de Near.

— Não — Matt suspirou — Nenhuma notícia está sendo divulgada desde a confusão com os kiras na TV.

Matt estava teclando em um notebook vermelho e simultaneamente passava por diversos sites de noticias, sempre que Mello o pedia alguma coisa ele fazia com a maior satisfação e fazia tudo pra fazer direito.

— Que droga...

Murmurou Mello acertando bem no nariz no albino.

Nesse momento a porta se abre e quem adentra o cômodo cheio de brinquedos e quinquilharias tecnologicas é Linda, a loirinha não faz questão de esconder que achava uma selvageria aquela raiva gratuita que Mello desenvolveu por Near.

— Garotos, tenho uma novidade!

A menina sorriu abertamente.

Mello foi o primeiro a olhar pra ela e Matt lentamente virou seu olhar também.

— Conta ai, linda!

Ele tinha um pequeno sorriso, talvez ele soubesse do que se tratava.

— Como sabem, eu não quero me tornar uma detetive ou essas outras coisas que vocês tanto treinam — A menina respira fundo — Eu vou para a academia de arte em Viena!

Mello correu até ela e a abraçou, sentia feliz que ela iria poder sair dali e finalmente fazer o que tinha vocação.

— Parabéns, Da Vinci

O loirinho disse sorrindo ao bagunçar levemente os cabelos da garota que havia corado intensamente com o abraço.

— Verdade, parabéns!

Matt foi até ela e apertou sua mão.

— Eu vou sair em viagem daqui a três dias! Vamos fazer uma festa?

A garota perguntou animada.

— Se tiver chocolate eu topo

Mello falou sorrindo.

— E se trancarmos o Near no porão.

Matt riu, mas foi o único a fazer isso. Secretamente ele nutria mais raiva de Near do que o próprio Mello.

— Está decidido, vamos ter uma festa — Vibrou linda — E o Near vai!

Ela acrescentou antes de sair batendo porta.

Enquanto isso no Japão...

Olivia não gostou da peruca pela cor ou algo parecido mas sim que graças a ela, a detetive ficava extremamente parecida com sua irmã Liv... Ou melhor... Lady, seu Codinome na banda podre da sociedade.

Mas ela tinha mais coisas pra pensar, principalmente com o fato de Light Yagami estar obviamente se preparando pra beijá-la nesse instante...

Ele era um homem bonito e gentil com ela principalmente agora... Coisa que L não era em demasiado, mas seus sentimentos jamais controlaram cem por cento de sua razão e ela dava graças a Deus por isso. Pois nesse momento ela não estava distraída e pode perceber barulhos de muitas motos e carros ao redor.

— Light — Ela fala baixinho — vai pra casa e se eu não aparecer amanhã diz que eu possivelmente tô morta

Ela Sussurrou e empurrou o peito do Yagami que hesitou em sair andando, mas se ela havia dito que ele deveria ir ele foi mas durante todo o caminho o homem tentava fazer contato com a força tarefa... Tudo completamente desligado.

L estava com a consciência pesada de ter brigado com Olivia, mas o caso era mais importante e ela entendia isso... Um caso após o outro, era essa a vida do detetive e nada além... Ele era somente uma máquina de resolver casos, com um leve riso anasalado e triste, L percebeu perfeitamente a razão pela qual se sentia tão furioso ao ver Light lhe entregando a rosa e de ver como se olhavam, L já havia possuído essa chance e simplesmente pensou que fosse uma coisa comum ou trivial em relações humanas, o ato de se preocupar tanto com alguém ou de o sorriso dessa pessoa simbolizar a melhor sensação de todas em sua alma... Droga.

Cada um dos bolos e doces eram as rosas que Olivia dava a ele? Cada agrado e demonstração de afeto era amor?

Que ótimo, agora estava a beira da morte com um assassino fantasma que eles não tinham prova de ser quem era e além de tudo L está instável emocionalmente... É a receita do fracasso.

Somente no dia seguinte L ficou comunicavel novamente e recebeu a notícia de Light que no momento se tornou o maior suspeito porém, com imagens das câmeras de segurança, o Yagami pôde provar sua inocência.

O inferno foi quando uma ligação misteriosa encheu os sistemas de áudio da força tarefa.

— L... É interessante saber que peguei alguém ligado a você...

Era uma voz extremamente leve mas era alterada por programas de computador e ninguém sabia como isso estava em todos os aparelhos da base. O barulho de corrente e um choro baixo era o que havia por trás da voz.

— L! — chamou Light — você conhece essa pessoa!?

O Yagami parecia realmente nervoso... Todos pareciam, menos L... O moreno suspirou e de repente havia recuperado o foco que perdeu.

— O problema já vai ser resolvido — L Murmurou em um tom de confiança tão grande que todos da força tarefa se aquietaram imediatamente — Você não deveria ter sequestrado a minha segurança.

O detetive falou alto e no momento seguinte o barulho de exatamente sete disparos foram ouvidos na ligação.

— Merda, L — A voz era familiar e se tornou mais ainda depois que o programa de voz foi desativado se tornou mais ainda — Manda alguém vir me buscar!

Era Olivia! Ela deu uma risada antes de informar o endereço.

Watari, Light e alguns policiais foram buscar a parceira do detetive, ao chegar lá tinham sete homens mortos. Olivia estava com a boca sangrando, um pé e o dedo anelar quebrados.

— Não ficou com nem um pouco de medo que eu morresse?

Olivia perguntou tendo o rosto limpo por Watari, além dos dois somente L estava no recinto.

— Não, eu tinha certeza que você era mais do que capaz contra um grupo britânico pequeno

L disse com o dedo polegar na boca, o homem com certeza admirava a força da parceira... Era isso que ele queria dizer quando falou que se sentia bem com sua companhia... Ele se sentia seguro.

Olivia não é uma super-heroína, mas tem técnica e é inteligente. Só se precisa disso pra vencer um combate contra homens prepotentes.

— Você arruma o problema e eu que me ferro

Olivia murmura com um sorrisinho. Era óbvio que os homens haviam sido enviados pelo primeiro ministro britânico... Eles teriam de lidar com esse inimigo mais cedo ou mais tarde.

Esse problema durou uma semana pra ser resolvido e não fora completamente, porém o caso kira não podia esperar... Sentiam a etapa final de tudo muito próximo.

Mas o episódio trouxe a mente de L lembranças muito fortes de sua infância e querendo ou não Olivia acabou também se lembrando de certas coisas graças a sua pouca mobilidade atual pelos gessos.

Era uma manhã de chuva nos arredores de Winchester, mesmo que não pareça, nesses locais acontecem muitos crimes pelas mais variadas motivações, poucos vêm ao conhecimento do público ou até mesmo das autoridades.

Esse ambiente foi o campo de treinamento para o maior detetive do mundo, mesmo que ele não soubesse disso.

Foi em um crime que o garoto conheceu Olivia, e desde então ela decidiu que seria parceira dele... Mesmo que L não tenha concordado com isso.

Porém Olivia não foi o foco de seus pensamentos mas sim um antigo mistério da infância...

(𝙻𝚡𝙾) 𝐴 𝑝𝑟𝑜𝑡𝑒𝑡𝑜𝑟𝑎 𝑑𝑜 𝑑𝑒𝑡𝑒𝑡𝑖𝑣𝑒 - L. LᴀᴡʟɪᴇᴛWhere stories live. Discover now