— Induzir? Mas eu nem cheguei no nono mês de gestação, ela não pode nascer agora, doutora. — murmuro, com a voz embargada. — Não está na hora.
— O parto pode ocorrer a partir da trigésima sétima semana, e você está na trigésima sétima.
Assinto com a cabeça, sentindo lágrimas descerem rapidamente por meu rosto. Cubro meu rosto com minhas mãos, me permitindo desabar.
O que eu fiz de errado?
Era disso que eu tinha medo.
— Tudo ficará bem e eu vou garantir que nada aconteça com sua bebê, ok? — ela acariciou meu braço, tentando me passar tranquilidade. — Eu vou cuidar de vocês duas, não há com o que se preocupar.
— Você consegue garantir que elas ficarão bem? — perguntou Harry, com pavor em sua voz. — Por favor, me diga que fará o possível para que as duas saiam bem.
— Não posso prever o que acontecerá nas próximas horas, mas eu garanto que farei de tudo para que as duas fiquem bem. Eu preciso que confiem em mim agora.
Vestida em um traje de hospital e no segundo pacote de soro, eu me levantei para ir ao banheiro. Harry foi pegar café para Anne e Addie, enquanto eu, fui ao banheiro, negando a ajuda de Anne e minha mãe.
Uso o banheiro rapidamente e volto para a cama, me cobrindo com a coberta que me deram. O relógio na parede marcava uma da tarde, e eu estava exausta de sono. Uma enfermeira trouxe algo para comer e eu o comi, eu estava faminta. Harry voltou da lanchonete e lançou um sorriso para mim, me dando um beijo na testa e perguntando se eu estava bem.
A doutora veio há uma hora atrás fazer o exame para ver a porcentagem do meu líquido amniótico e disse que os resultados sairiam daqui um tempinho. Mas uma forte dor me dominou, tirando meu sono no mesmo instante e eu solto um gemido, respirando fundo e encarando o teto.
— Hey, o que foi? — Harry disse baixo, vindo até à maca e segurando minha mão. As duas se levantam, preocupadas.
— Está doendo, acho que é uma contração de treinamento. — murmurei, sentindo minha barriga dura e pontadas na lombar, sintomas que eu sentia nas contrações de treinamento. Grunhi de dor por ser uma dor mais aguda. Conto mentalmente o tempo. Quarenta e cinco segundos. Respiro fundo. Anne apalpou os lençóis e arregalou seus olhos, olhando para minha mãe, que também apalpou os lençóis. — O que foi? — perguntei com o cenho franzido, ainda ofegante.
Sem dizer mais nada, as duas saíram do quarto na velocidade da luz, me deixando assustada, assim como Harry.
— Começou agora? — ouço a doutora entrar como um jato na sala, colocando seu estetoscópio em seus ouvidos e colocando a parte redonda em minha barriga.
— Sim, ela acabou de acordar.
— O que está acontecendo? — perguntei, com a voz apavorada. A doutora estava quieta, ouvindo os batimentos em minha barriga. — Doutora, o que aconteceu?
— Os exames saíram, seu líquido amniótico não melhorou e sua bolsa se rompeu. A bebê vem hoje.
— Não! — murmurei, negando com a cabeça. — Não, eu não consigo, eu não estou preparada. Não está na hora!
— Se acalme, Vilu. Está tudo bem, vamos fazer isso, certo? — Harry disse com a voz calma ao ver meu descontrole, mesmo que sua mão suada mostrasse o contrário.
— Eu não consigo, Harry. — minha voz embargou. — Eu tô com medo, eu quero ir para casa.
— Tudo vai correr bem, Vilu. Sua menininha está encaixada, podemos tentar o parto normal e se preferir, podemos fazer como planejamos e ir para sua casa. Ela pode nascer lá, mas só se você prometer que vai tentar. Ela precisa nascer hoje, se não, ela ficará sufocada. — a doutora Brinnigan disse calmamente, segurando minha mão.
— Promete para mim que ela ficará bem. — peço com a voz embargada de medo.
— Eu prometo, mas não depende apenas de mim. Depende mais de você do que de mim.
— Eu posso fazer isso em casa?
— Claro que sim, a equipe que combinamos irá para a sua casa agora mesmo. — ela olhou para a enfermeira que estava do seu lado, murmurando alguma coisa e a mesma saiu. — Você vai sentir dores, muitas dores na lombar e no útero, como se fosse uma cólica forte. Você optou por um parto natural, o mais natural possível e vamos respeitar isso. Mas como precaução, vou levar a analgesia para te dar quando você não estiver aguentando mais, mas você precisa aguentar até o máximo que puder.
Ela me dizia tudo com uma calmaria incrível, e eu apenas assentia.
— Gemma, prepare a banheira com água quente. A bebê vai nascer. — Harry disse na ligação, fazendo meu coração palpitar.
A bebê vai nascer.
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