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VIOLET
Quando adolescente, eu tive muito dificuldade em demonstrar sentimentos. Eu não gostava muito de abraços, beijos ou exposições públicas de afeto, e talvez isso tenha me prejudicado um pouco.
O ensino médio acabou, às pessoas seguram seu rumo e eu, estava completamente perdida. Eu sequer sabia o que iria comer no fim da noite, mas uma coisa eu tinha certeza; eu seguros meu sonho de entrar para a carreira da moda.
Assim que tomei minha decisão, percebo que para ser aceita, eu precisava me aceitar. Eu precisava tirar todos esses pensamentos negativos e esse tremendo vazio que eu sentia. Eu precisava me livrar de tudo que estava me puxando para o fundo do poço e me renovar.
Com isso, decidi que estava na hora de ser mais transparente e demonstrar mais. Confesso que não foi fácil, eu me senti extremamente desconfortável em fazer aquilo, eu realmente não gostava. Mas ao decorrer do tempo, percebi que aquilo melhorava o dia das pessoas e que um abraço genuíno, poderia ser o motivo da felicidade daquela pessoa pelo o resto do dia.
Desde então, ser transparente estava me fazendo bem e estava me ajudando a melhorar. Quero dizer, estava até agora.
— Violet. — ouço a voz de Addie enquanto ela toca gentilmente meu braço. — Acorde.
— O que aconteceu? — perguntei, esfregando os olhos. Encaro o relógio digital que havia ao lado da minha cama e praguejei, notando que dormi apenas três horas. — Por que me acordou tão cedo, mamãe?
— O Harry... — ele procurou palavras para falar de uma forma mais delicada, mas não conseguiu. Meu coração palpita ao ouvir seu nome. — Ele está na cobertura. Ele está aqui.
Um frio na espinha me percorreu e sinto um calafrio em meu estômago, com medo do que viria a seguir. Eu confesso que estava apavorada, Harry não fazia noção da minha gravidez e saber que ele saberia disso sem que eu o contasse e sim, olhando para o volume em minha barriga, me partia o coração.
Eu estou tão arrependida de não ter contato antes, parece que agora, os motivos que eu tinha há meses atrás, dias atrás, eram tão pequenos, diferentes do tamanho que achava que era no início da gravidez.
— Ele já entrou? — pergunto após um silêncio, recebendo um olhar preocupado da mulher.
— Sim, está na sala de estar.
— Céus. — amacio meus cabelos, suspirando sem saber o que fazer. — O que eu fiz?
— Está tudo bem, meu amor. O importante é você irá contar pessoalmente e não precisará mais esconder isso dele. Ele está aqui, vocês irão conversar e resolver isso da melhor forma possível.
— Ele não vai perdoar por isso, mãe. O que eu fiz não consegue se igualar ao erro dele.
