— Não precisa mãe, eu só estou com frio. — murmurei, sentindo uma toalha úmida entrar em contato com minha testa, soltando um espasmo em meu corpo.

— Não, querida. Você está com febre e suando frio. — disse Anne, medindo minha temperatura com sua mão. Faço uma careta. — Onde tem termômetro, Addie?

— Está em baixo da pia do banheiro. — ela apontou para o meu banheiro, enquanto segurava a toalha em minha testa. Anne soltou minha mão e foi até o local, voltando segundos depois com um termômetro e um medidor de pressão. Eu não tinha expressão alguma, eu não tinha forças para falar nada, eu apenas tremia debaixo da coberta e pedia para que nada acontecesse com a bebê, que se remexia em minha barriga.

Anne colocou o termômetro em minha axila, e novamente fiz careta ao sentir o objeto gélido em meu corpo. Em seguida, ouço o barulho do velcro e o aparelho envolve meu braço direito, Anne o colocou em meu peito. Ouço mais movimentações e Harry entra no quarto com a expressão preocupada. Sinto vontade de chorar no mesmo instante. Principalmente quando Camille aparece logo atrás dele.

Eu estava com medo.

— Hey... — sua voz calma me acalmou, Harry se aproximou e segurou minha mão, olhando para Addie, que segurava uma toalha úmida em minha testa e depois, para Anne, que olhava o medidor de pressão e tirava o termômetro da minha axila. — Você está bem? — perguntou, e eu murmurei um sim. Ele sabia que era mentira só pelo meu tom de voz fraco.

— O que está acontecendo dessa vez? — perguntou Camille, fazendo um broto de raiva crescer rapidamente dentro de mim.

— Violet ainda não saiu da cama e hoje tomou dois banhos quentes em menos de uma hora e meia. — Tory explicou, com um suspiro.

— Está com trinta e nove de febre e a pressão baixa, o que acha que pode ser? — Anne perguntou para Addie.

— Não sei, Anne. Pode ser reação alérgica das vacinas que ela tomou há dias atrás, mas realmente não sei. Precisamos levá-la no médico. — minha mãe suspirou, ligeiramente preocupada.

— Eu não quero. — murmurei, me encolhendo mais na coberta.

— Não começa. — disse Tory, se levantando da cama e tirando o cobertor de mim. Solto um suspiro irritado. — Eu preciso da minha amiga e da minha sobrinha viva, então por favor, colabore. — ela segurou minha mão, me forçando a sentar na cama. Meus olhos se embargam ao encarar minha calça de moletom e eu me permito soltar as lágrimas de medo. Harry afaga minhas costas ao se sentar ao meu lado, ele sabia que eu estava apavorada.

— Vamos, eu te ajudo. — Harry disse, se aproximando de mim e segurando minhas mãos. Me levanto, sentindo um incômodo na minha lombar. — Quer trocar de roupa?

— Sim. — fomos até o meu closet, Harry tentou me colocar sentada mas eu neguei. Fui até meus armários e coloquei roupas quentes para me agasalhar. Um legging com lã por dentro, uma blusa de frio, um moletom branco que ficava enorme em mim e por cima, um sobretudo. Peço para Harry colocar meus tênis, e penso se era uma boa ideia eu ir com essa roupa, me pergunto se eu não ficaria sufocada.

Seguro à mão de Anne para descer as escadas, enquanto Harry leva minha bolsa. Eu chorava de medo silenciosamente, medo de algo acontecer com a bebê. E a forma como Anne e Addie me olhavam, sabiam desse sentimento.

FALLING | ʜ.ѕWhere stories live. Discover now