FALLING | ʜ.ѕ

CHAPTER 5

Porra, como eu sentia falta.

Lágrimas quentes começaram a cair de meus olhos, a carência me trazia memórias frescas de uma boa época, a época em que éramos apaixonados um pelo o outro. E eu sei que esse sentimento ainda não morreu, não por mim, mas ter Harry apenas como amigo e somente o pai da minha filha, era demais para mim. Eu estava sendo egoísta, confesso. Mas o que tem de errado nisso? Harry é o homem da minha vida, é ridículo ele ser apenas o meu amigo.

E eu não sei por quanto tempo mais vou conseguir guardar esse sentimento e guardar a forma como eu fico quando vejo ele e Camille trocando pequenas carícias.

Ouço os pequenos passos de Max, vindo até mim e subindo no sofá. O folgado se deitou ao meu lado e repousou sua cabeça em minha barriga, me encarando com seus olhinhos pretos e seu semblante que eu não sabia se era preocupação, sono ou apenas vontade de se deitar comigo. Acaricio sua cabeça e ao perceber que eu chorava, ele engatinhou até mim e me deu uma sequência de lambibeijos. Dei uma risada fraca.

— Eu estou bem, amigão. — murmurei, enxugando um pouco das lágrimas. — O que faz acordado agora, huh? — fungo o nariz, que provavelmente estava vermelho. Acaricio seu pelo assim que ele volta a repousar sua cabeça em minha barriga. — Você irá cuidar dela? Garanto que serão grandes amigos. — sorrio fraco, com a voz embargada.

— Por que está fungando? — ouço a voz de Harry, que me faz encará-lo rapidamente e enxugar as pequenas lágrimas, me perguntando como ele entrou aqui e eu sequer ouvi o barulho que a fechadura automática causava quando reconhecia uma digital.

— É apenas o clima, meu nariz sempre fica horrível quando o clima muda. — murmuro, enxugando as lágrimas rapidamente e me recompondo.

— E o clima também te deixa com o rosto molhado por lágrimas e uma cara inchada de choro? — Harry colocou duas sacolas e um porta copos na mesa de centro, se sentando de frente para mim. Em seu rosto, havia um sorriso fraco. Com um pouco de preocupação talvez. — O que tanto te aflige, Townes? — sua mão alcançou a minha e a apertou, me causando uma onda de sensações. Sua mão estava gelada, por mais que seu corpo estivesse bem agasalhado. — Uhm? — ele ronronou, acariciando meu braço coberto por uma manta e um roupão.

— Eu estou apenas... pensando. — murmurei, brincando com seus dedos.

— Por isso estranhei o cheiro de queimado. — ele brincou, ajeitando as costas na almofada do sofá e brincando com Max, que não estava tão animado quanto provavelmente estaria durante o dia. Com alguns segundos de carinho em seu pescoço, Max dormiu com o carinho de Harry e talvez eu estivesse com inveja do meu próprio cachorro. Ri fraco, empurrando seu ombro levemente.

— Besta. — murmurei, fungando mais uma vez.

— O que aconteceu? Que pensamento é esse que te fez chorar? Devo matá-lo? — brincou mais uma vez, me fazendo rir fraco.

— Não, são memórias boas. — sorri fraco, enxugando a pequena lágrima que desceu pelos meus olhos. — Estava lembrando o que estava fazendo há um ano atrás.

— Naquela época nem imaginaríamos estar como estamos agora, não é? — ele sorriu, pensando alto.

— Exatamente, muita coisa aconteceu em um ano, e eu não sei se fico feliz ou triste por isso. — admito, encarando a televisão.