FALLING | ʜ.ѕ

CHAPTER 5

Talvez um pouco dos dois, confesso.

Minha mãe dormia no quarto no final do corredor enquanto eu estava aqui, irritada e com a libido nas alturas. Decidi sair do quarto, resmungando ao me sentar na cama, sentindo o peso que todo o meu corpo carregava.

Eu estava na reta final da gravidez, tudo que não senti no início, estava começando a pesar agora. Meus hormônios estavam aflorados e eu tinha ondas de libido, enjoo, alterações no humor, sono e entre outros. Em qualquer lugar que eu encostava, eu dormia ou deitava. Qualquer mistura de cheiros ou cheiros fortes me faziam vomitar, qualquer coisa me fazia chorar ou me enfurecia e eu realmente estava cansada de tudo isso.

Por ora, minha barriga estava enorme, e com isso, minha filha estava cada dia mais saudável e grande. Não escolhemos o nome ainda, não sabia que era tão difícil determinar o nome de uma bebê, eu ficava com medo de vê-la pela primeira vez e ela não parecer com o nome que foi escolhido. Por isso, estava decidida em determinar seu nome após o parto. Harry odiou a ideia, mas não podia fazer nada além de concordar.

Mas Harry cismava em chamar a bebê de Harriet, e levava uma bronca a cada vez que esse nome saía de sua boca, não queria que a bebê acostumasse a ser chamada por esse nome, porque esse não seria seu nome e isso foi deixado bem claro para Styles.

Enrolada em um manta, acendo a luz da cozinha, me sento no meu sofá e ligo a lareira, na intenção de espantar aquele calafrio que eu sentia. Ligo a Netflix e coloco o primeiro título que encontro: Grey's Anatomy. O último mês do ano chegou, e com ele, trouxe o clima frio de fim de ano. Só de pensar que quase há dois anos atrás, eu não imaginaria que após a virada do ano, eu conheceria o pai da minha filha. E que há um ano atrás, estávamos juntos e mais firmes do que nunca.

Agora ele estava firme, mas com outra.

E isso me doía, porque além de ter que aturar tudo isso calada, eles estavam em um apartamento há dois andares abaixo do meu, vivendo um sonho e provavelmente tendo sua lua de mel.

Eu me perguntava se Harry a tratava como ele me tratava. Se ele enfiava a cabeça entre seu pescoço ao dormir, se adorava os pés da loira assim como gostava dos meus - por mais que eu ache isso bizarro -, se ele fazia carinho em sua orelha enquanto estava distraído pela televisão. Se ele levava café na cama para ela, se aparecia com flores sem ter algum motivo específico para isso. Imaginar essas cenas foram horríveis, porque o sentimento de culpa me dominou.

Por que ele chegou a mentir? Será que eu passei uma visão de ser durona e ele se sentiu intimidado em me contar a verdade? Deve ter algum motivo para ele ter feito o que fez sem me contar. O problema não foi ele ter saído com Camille Rowe, o problema foi ele ter mentido na cara dura durante esse tempo mesmo sabendo que por mim, mentiras eram intoleráveis.

Um suspiro escapa de meus lábios e ajeito minha cabeça na almofada do sofá, observando as cenas cirúrgicas que passava na televisão enquanto eu estava encolhida em posição fetal.

Eu me pergunto se tudo seria diferente se eu tivesse agido de uma forma diferente. Se eu tivesse o perdoado de primeira e não tivesse machucado ambos. A questão é que eu levo mentiras muito à sério, já sofri muito com elas e não queria que isso acarretasse no meu relacionamento com Harry. Mas acarretou. E eu fui tão culpada quanto ele.

Mas não posso reclamar muito, foram meses sem ter notícias suas, é melhor tê-lo assim do que não ter nada. É melhor ele estar do meu lado namorando com outra do que ele não estar. Mas eu sentia sua falta, eu sentia muito a falta de seu toque, de seus beijos, das palavras que ele sussurrava em meus ouvidos durante o sexo, e eu sentia falta do nosso sexo.