SEUS TONS DE VERMELHO

único; cada vez mais vermelho, cada vez mais seu.

"Quando teus lábios tocam os meus, o sangue corre quente e a cor vermelha torna-se evidente."

Algumas pessoas exalavam uma aura quase visível de tão poderosa que sua presença podia ser, e se cada aura tivesse uma cor, Kim Taehyung seria vermelho.

Seria não, Taehyung é vermelho. E eu nem estou comentando isso por seus cabelos tingidos na cor carmim, e nem muito menos de seus lábios avermelhados, graças a grande mania que o ruivo tinha de morder o local constantemente, não. 

Taehyung era o vermelho em sua mais pura essência, no mais intenso dos sentimentos e na infinidade de significados. O Kim transitava facilmente entre o vermelho apaixonado, o vermelho romântico e o vermelho suave que pigmentava minhas bochechas com o menor de seus toques, ao vermelho incômodo, o vermelho sangue e o vermelho quente. E o ruivo sabia mais do que ninguém como ser quente.

Quente no sentido pecaminoso, como quando ele desfilava pelos corredores com seus olhos afiados passando por cada pessoa, agraciado seus admiradores com o sorriso lascivo em seus lábios cobertos por uma fina camada de um delicioso gloss de morango, mas também em um quente aconchegante, como quando ele deixava a profanidade de lado e sorria calmamente, livre de qualquer amarras e possibilitando o formato único de seus lábios surgir num caloroso sorriso quadrado. Quente como o inferno, mas inexplicavelmente fresco como a brisa marítima.

Envolvê-lo em meus braços era como abraçar o caos, sentia-o me bagunçar por inteiro, de dentro para fora, da maneira mais crua possível. Ter seu lábios passeando pelo meu corpo fazia com que eu me sentisse um quadro em branco, pouco a pouco ganhando cores, sendo pigmentado em diferentes tons de vermelho, do mais fechado e discreto, ao mais vivo e explosivo. Era ter o sangue correndo por cada parte do meu corpo e fazendo parada em minhas bochechas, enquanto você acariava o local e me sorria doce, contrastando com seu olhar banhado no mais luxurioso dos vermelhos. Era me sentir no limite, e torcer para exceder de vez toda minhas barreiras, deixando de ser meu e me tornando oficialmente seu.

Cada toque seu era carregado de uma paleta repleta com a cor vibrante, desde o mais suave e amoroso, ao mais bruto e intenso, do tipo que eu podia ver não só com os olhos da alma, como também com meus próprios olhos. Cada uma de suas facetas eram banhadas pela coloração quente, sendo refletido no seu modo de agir ao segurar minha cintura em meio ao seu vai-e-vem e sussurros indecentes no meu ouvido, ou no modo que você sorria enquanto lavava meus fios de cabelo com seu shampoo e segredava gostar de sentir o seu cheiro em mim, nem que seja por tempo limitado.

Ele era vermelho quando apelava para a fofura e me mantinha preso em seus braços e biquinho exagerado me pedindo para ficar mais uns minutos, horas ou até dias. Também era vermelho quando se irritava com meus incontáveis "não posso" e me beijava afobado, me soltando a contragosto e ainda resmungando que eu deveria ficar. Era nesses momentos que eu podia ver a calmaria de seu vermelho, a doçura por trás de toda a guerra e bagunça que era sua paleta de uma cor só e infinitos tons.

E era no caminho para casa que eu aceitava que nenhuma cor mais me chamava atenção, era quando eu aceitava que nenhuma outra cor seria capaz de me bagunçar todo quanto o seu vermelho, e era quando eu aceitava que eu nem me importava mais com isso.

Afinal, eu amava cada um de seus tons de vermelho sendo deixados em meu corpo, me pintando cada vez mais com seus sentimentos mais bonitos. Me tornando cada vez mais vermelho, me tornando cada vez mais seu.