A gente se prendendo a toa

Capítulo 21

Se eu não dormi, ainda é domingo!  Olha quem voltou logo mesmo!!!

Clica na estrelinha e comenta muito? (:

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*Marcela*

Virar a noite me fez pensar muito em toda essa coisa com a Gi. Está certo que eu sempre soube que ela era hétero, aliás ela fez questão de me mostrar isso quando beijou o inominável e em todas as 200 vezes que ela fala de homens a cada 10 segundos, mas ela também sempre soube que eu ainda não tinha tido a tal conversa definitiva com o Dani e que ele era alguém muito importante pra mim e isso não diminui meu erro de não ter contato sobre o beijo pra ela quando aconteceu e a clareza dela sobre a sua heterossexualidade também não muda a grosseria dela ao me usar de experimento e ainda jogar isso na minha cara. Quem vê acredita que ela não beijou mais ninguém... e eu ainda vi e aguentei sem tudo isso.

Não consegui dormir a noite inteira, no máximo cochilei por umas duas horas, ela continuava a dormir tranquila, com seu corpo longe do meu e de costas. Levantei devagar e fui em direção à sala, peguei o notebook e comecei a trabalhar. Assim que o dia clareou um pouco, me senti segura de pedir um uber, buscar o carro no ap do Enzo e passar em um café para trazer comida, voltei e continuei a trabalhar até ela acordar. Eu não conseguia encará-la agora. Talvez fosse melhor conversarmos no almoço, depois que buscássemos as coisas dela e eu me sentisse mais segura. Tudo entre nós desde o rápido café até o caminho para o carro na garagem foi silêncio.

Era melhor ter continuado em silêncio já que toda a conversa que tivemos na garagem do meu prédio me fez sentir raiva. Como assim eu não deveria beijá-lo? Então eu deveria ficar em celibato enquanto ela beijava a Alice e sabe-se lá mais quem? A Gizelly só poderia estar brincando comigo, não é possível! As vezes parece que ela esquece eu presenciei a última pessoa que ela beijou antes de mim. Encerrei o assunto e dirigi até a casa da dita cuja para onde a otária estava levando a bonita ainda por cima, quando chegarmos em casa, depois de um banho e do almoço a gente conversa com mais calma, eu definitivamente não estou pronta para essa conversa.

Hotel? Minha cabeça girava enquanto ela entrava no prédio da Alice. Até parece... A Gizelly acha mesmo que eu sou idiota de cair nesse papo? Claro que acha, comigo implorando e rastejando sempre que ela ameaça ir embora... Claro que ela acha! Ai Marcela, como você é burra! Era só ter deixado ela e pronto, é a vez do outro ratinho de laboratório dela... Que coisa feia pensar isso de outras mulheres! Dirigir de volta pra casa foi um verdadeiro martírio. Ok, eu sobrevivo às próximas 24 horas sem o Enzo, ele volta amanhã. Eu vou pra casa, vou trabalhar e cuidar da minha vida ao invés de ficar aqui pensando em pirraça da Gizelly como quem não tem nada pra fazer.

Teria sido perfeito se fosse simples assim, mas a verdade é que assim que cheguei em casa, tomei um banho e comecei a trabalhar, mas o rendimento não estava dos melhores, o tempo todo alguma coisa dizia no meu ouvido para olhar as redes sociais dela, concentrada apenas entre o trabalho e uma olhadinha no story dela a cada 10 minutos e até então apenas uma publi havia sido feita, ainda na casa da Alice. Embora eu tentasse me convencer a parar de parecer uma stalker maluca e ir trabalhar, minha cabeça não me permitia acatar à essa ideia. Eu realmente não sei o que a Gizelly causa em mim, eu nunca fui assim. Depois de algumas horas de caramilholas na cabeça, tentativas frustradas de concentração no trabalho e uma montanha de saudade eu acabei desistindo e aceitando a fossa do momento. Me rendi ao meu edredom, pizza, vinho e filminho triste para ver se depois de uma boa temporada de tristeza eu conseguiria desatar esse nó da minha cabeça e voltar para os eixos no trabalho.

Meu celular tocou e, por um instante meu coração acelerou com o ritmo rápido do aparelho, pausei o filme e olhei a tela.

– Oi, patroa, tudo bem? – Atendi a ligação assim que vi a foto da Bia no visor e meu coração começou a desacelerar em ritmo de frustração.