Short Fics Gabigol❤?

Gab-Ness pt2

5 anos depois.
Oi? Lembram de mim, Vanessa... hoje eu tenho 31 anos e muito bem sucedida em Manchester (mas ue, não tinha ido pra Liverpool?) Então, as coisas deram muito certo por um ano no meu ritmo com o Gabriel, foi tempo suficiente pra eu trabalhar e ir bem, logo abriram-se outras portas e uma delas eu agarrei e vim pra cá, aquela cidade respirando a Everton tava me sufocando quando o romance dos sonhos com o artilheiro desandou.
Não perdemos totalmente o contato, afinal ainda somos padrinhos do Ick, no começo Dhio insistia em que eu estivesse em cada aniversário, em cada primeiro dia de aula e aquele menino tomou boa parte da minha vida pra si, dei de bom grado. Agora, recebi uma proposta pra voltar ao Rio, tô com saudade do Brasil, estou muito tentada a aceitar, mas a ponte aérea vai ficar muito grande pra ver o meu bebê, é só por isso que não aceitei ainda.
Com o passar do tempo o próprio Ícaro me ligava pra me chamar pras festas e datas importantes, sempre dizia que eu ia ficar sozinha em Manchester sendo que podia ficar com o amor da minha vida (segundo ele) em Liverpool. Sempre soube que isso era coisa da mãe dele, mas como desde cedo ele sempre foi muito inteligente, não duvidava nada que aquela chantagem emocional tenha virado rotina depois de um tempo mesmo que ele só tivesse 5 anos.
Hoje é um desses dias que eu tô pegando o carro pra ir encontrar meu amor, que ele não ouça porque tá pra nascer menino mais convencido do que Rodrigo Ícaro Almeida Dutra, acho que isso ele puxou do Gabriel.

Gabriel P.O.V
Estava com Ícaro no colo, ele dormiu e eu fiquei pensando na vida. Eu tenho 33 anos e posso dizer que sou um vencedor na história do futebol, tô pensando seriamente em voltar pro Brasil na próxima temporada, voltar pra casa é sempre bom, minha família tá voltando e convocou esse jantar pra dizer isso a Vanessa, ela deve ficar mal, afinal são a única família dela aqui. Falando em Vanessa, a gente deu tão certo, mas deu tão errado também, por minha causa admito, ela não podia me oferecer o corpo, mas depois de um ano eu bebi na volta de uma concentração da seleção (o que não fazia quando tava com ela) e fiquei com uma menina que eu sequer lembro a cara, acordei no outro dia com ela do meu lado, a enxaqueca e a culpa por ter ferrado tudo, eu tava feliz com a vida que tinha, me adaptar ao estilo de vida dela me fez bem profissionalmente, mas eu joguei tudo pro ar por causa de um desejo idiota.
Voltei pra casa, ela tava lá tão linda, com um jantarzinho pra nós, um beijo de saudade e logo depois o mundo ruiu. Ela pegou o celular pela primeira vez no dia enquanto eu tomava banho e me esperou sentada no sofá como uma dama que é.
Nunca vou me esquecer daquela cena: seus olhos vermelhos, lágrimas molhando as bochechas redondas, o cabelo preso de qualquer jeito, as velas apagadas, a comida já não tava mais na mesa, as luzes já estavam acesas e ela segurava a bolsa com dedos trêmulos. Ela não fez barraco, não me bateu, apenas se levantou, chegou muito perto de mim, olhou no fundo dos meus olhos e perguntou: por quê?
Eu não tive reação, ela também não esperou uma. Foi embora naquele dia deixando Liverpool mais fria, o Everton com menos uma torcedora e eu me corroendo em remorso.
A primeira vez que nos encontramos depois disso foi estranha, no aniversário de 2 anos do Ick, ela chegou sorrindo, brincando com o pequeno e agiu como se nada tivesse acontecido, como era no começo quando ela não me suportava mas me respeitava por causa da família.
Depois disso os encontros ficaram mais "normais", mas todas as vezes que eu olho para ela ainda consigo ver mágoa dentro dela e me culpo por isso.

Ela chegou no momento que subi pra colocar o Ick na caminha dele, mas tava sem coberta porque tiraram pra lavar, então fui para o meu quarto, coloquei ele lá e fiquei admirando, ele podia ser meu filho, eu e a Ness seríamos bons pais, somos bons padrinhos pra ele. Não sei quanto tempo fiquei ali vendo aquela bolota, fui despertado por um barulho na porta que indicava a chegada de alguém, virei e a vi ali encostada no batente, sorrindo enquanto olhava o mesmo que eu.
- ele tá cada dia mais lindo, né Ness?
- tá sim, é tão bom vê-lo crescer.
-entra, dá um cheirinho nele, vou deixar vocês a sós.
- não precisa, vim só ver se ele tava bem, quando ele acordar brinco com ele. Vou dormir um pouco agora, tô cansada. Boa noite, Gabigol.
É, ela nunca mais me chamou de Gabriel, disse que é intimidade demais, Gab então, acho que é impossível ouvir ela falar de novo. Gabigol é como todos me chamam fora da minha casa, ela resolveu se incluir nisso.
Ela já tinha ido quando sorri e sussurrei: boa noite, baixinha.