Capítulo Dois - Segunda Temporada

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Eu não sentia nenhuma saudade. Na verdade, eu nem me lembrava dessa criatura. A última vez que pensei em Junkyu, e posso garantir, não foi um pensamento bom, se não me engano, fora uma semana antes de Lisa vir morar comigo. Então, deixando extremamente explicado, eu não penso nesse ser infeliz, muito menos no que aconteceu entre nós dois anos atrás.

— Não queria ser tão antipática Kim Junkyu, mas não vou negar que preferisse que você estivesse bem morto e bem longe de mim.

O moreno deu um pequeno riso forçado. Ele fazia tanto isso, era uma das coisas que eu mais odiava nele.

— Você não pensava isso quando eu te fazia gritar de prazer, Jennie. — Um sorriso malicioso se instaurou em seus lábios.

Lisa ficou perturbada com aquilo e eu não a julgo. Nem em meus piores pesadelos eu me imaginaria ficando calada se a situação fosse diferente. Se fosse uma ex do Lisa, dizendo tais coisas, eu arrebentava a vagabunda de porrada.

— Eu acho melhor você abaixar sua bola e respeitar minha esposa, caso contrário, eu serei obrigada a acertar sua cara.

Tá. Eu perdi o ar por alguns segundos.

Aquilo tinha mesmo saído da boca de Lisa? Puta merda. Eu acredito que vou ter que ir orar. Como ela pode ser tão maravilhosa e tão terrivelmente sexy?

Junkyu ficou chocado, obviamente, e eu não conseguia parar de sorrir. Olhei em direção a Lisa. O maxilar trincado em puro ódio, os olhos borbulhando querendo matar o homem, a sua frente, a postura rígida e os lábios extremamente fechados.

Por céus. Se eu estivesse usando uma calcinha, ela estaria molhada. Não tenho dúvidas.

— Calma aí, parceira! — De novo aquele riso sem graça. Por que ele não se engasga com aquilo? — É apenas uma brincadeira relaxa! Eu conheço a Kim já fazem anos. Não precisa se preocupar tanto!

Precisa sim. Ah se precisa.

— O que você está fazendo aqui, Junkyu? Desembucha logo e vai embora. — Estava tão irritada.

Ele respirou fundo antes de abaixar a cabeça. Parecia ter ficado com vergonha. Junkyu com vergonha? Isso era impossível. Mas quem eu quero enganar, não vejo esse menino há muito tempo. Os hábitos, a personalidade e o jeito dele certamente estão mudados.

— Preciso da sua ajuda, Jen. — Ele disse por fim, mas sem olhar nos meus olhos. Ainda tinha a cabeça baixa e batia os pés ao chão. — Eu... eu perdi muito dinheiro, sabe... precisei sair da boate, me envolvi com algumas coisas... não tenho para onde ir.

Eu virei o quê? Hotel? As pessoas me procuram para pedir abrigo todo ano? Não que eu esteja reclamando de ter dado abrigo para a Lisa, mas porra em... toda hora eu tenho que bancar a alma caridosa e acolher alguém.

— Nem pensar. Pode ir embora, Junkyu. Não posso te ajudar. — Apontei com a cabeça em direção a porta, que estava aberta. Porque aquela porta estava aberta? Eu perdi o controle da minha própria casa?

— Jen, eu juro que eu nunca viria te procurar se não estivesse em uma situação extrema, eu só ficarei por alguns dias, são apenas alguns dias, e eu vou pagar pela hospedagem, pela comida, por tudo. Não vou ser um incômodo vocês nem vão me ver! Eu saio para trabalhar de manhã cedo e só volto a noite, por favor, Kim, eu estou te implorando! Lembre-se de tudo que fiz por você no passado.

Tudo que ele fez por mim. Admito. Junkyu foi uma pessoa de extrema importância naquela época. Nossa relação não se resumia apenas em sexo. Ele sempre me apoiava quando podia e foi um dos que mais me ajudou na fundação da minha empresa. Sem dúvida alguma, ele me ajudou quando eu precisei. Mas isso não significa que eu sou obrigada a ajudá-lo também. Nem de longe.

Yes, Mommy | JenlisaWhere stories live. Discover now