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Eu finalmente avistei quem eu procurava há semanas. O vampiro loiro descia as escadas parecendo um tanto frustrado.

Eu tinha alguns minutos até meu treino com Anne.

- Ei, J! - eu chamei me sentindo meio idiota por não saber o nome dele.

Ele pareceu um pouco confuso, mas percebeu que eu me referia a ele.

- Desculpa, eu não me lembro do seu nome.Só lembro que começa com J - justifiquei me aproximando, me parando a sua frente. Ele era uma cabeça mais algo que eu. E muito mais musculoso também, o que só se destacava com a camisa azul escura e meio justa que ele usava.

Ele sorriu.

- Meu nome é Timothy!

Eu fiquei dez vezes mais envergonhada do que já estava. Eu poderia jurar que começava com J.

- Está tudo bem, você pode me chamar de J se quiser! Eu sempre achei que Timothy não faz jus à minha pessoa. É bom saber que eu estava certo esse tempo todo.

Ele usou o tempo em que eu sorria constrangida, e tentava formar uma frase para me desculpar, para me avaliar de cima a baixo, com os olhos semicerrados e curiosos.

- Eu ouvi algumas coisas sobre você no tempo em que estive fora. Você tem causado muita confusão por aqui - falou, cruzando os braços. - E você está diferente da última vez que te vi também. Não perece mais a garotinha assustada que estava naquela festa. - Pensou por um instante. - Se bem que você nunca me pareceu tão assustada assim. - Ele sorriu, provavelmente se referindo à minha resposta afiada a Astrid quando estávamos todos sentados à mesa.

As pessoas por ali não estavam muito acostumadas a ouvir algumas verdades. De certa forma, sempre foi difícil para mim segurar minha língua, e agora que eu sabia me defender e ainda contava com uma posição de vantagem sobre as pessoas ali por eu ser filha de Hades, estava ainda mais difícil para mim me segurar quando algum deles me provocava.

Eu sabia que os membros da bancada me odiavam, mas eu não estava nem aí.

Nos últimos tempos eu tinha arrumado briga com tanta gente que era difícil andar por aquele prédio sem receber olhares de desaprovação.

- É, eu tenho que andar com meus olhos bem abertos por aqui - eu comentei, me aproximando ainda mais dele.- Escuta, eu sei que nos nunca nos falamos, e que provavelmente é muito inconveniente pedir um favor, mas eu estava esperando que isso não fosse um problema.

Ele pareceu interessado.

- É algo que poderia acabar comigo atrás das grades?

- Não! - falei, como se fosse absurdo. Pelo menos eu achava que não. - É apenas algumas informações. Um amigo meu disse que você era amigo de alguém que é uma pessoa de interesse para mim.

Eu tinha plena noção de que aquilo soava confuso.

Ele apesar de um pouco perdido, questionou:

- E quem seria essa pessoa?

- Um vampiro chamado Erick Mendez.

Suas sobrancelhas se ergueram, o fazendo parecer um tanto surpreso.

- Uau! Faz um tempo desde que ouvi esse nome. Sinceramente eu não esperava ouvir novamente.

- Por que você diz isso?

Ele deu de ombros.

- Cara comum. Nunca fez nada marcante para ser lembrado.

Engoli em seco, diante daquela sentença. Ele poderia ser um dos assassinos da minha mãe e aquilo fora a reduzido a palavra "nada".

Sweet NightmaresOnde as histórias ganham vida. Descobre agora