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Eu saí do banheiro, enrolando o roupão em torno da cintura, e encontrei Axel olhando pela janela do meu quarto. Uma linha de tensão se formava entre suas sobrancelhas juntas, e seus olhos fixos e intensos pareciam contemplar um ângulo diferente para o que quer que estivesse se passando em sua cabeça.

- Aquela noite que eu te encontrei na Nix, quem você tinha ido encontrar? - pergunta, desviando os olhos do lado de fora e me encarando.

Eu joguei a toalha sobre a penteadeira, um pouco surpresa pela pergunta aleatória e repentina.

- An...Kim. Kaled me disse que ela tinha acesso aos arquivos da bancada. E que ela poderia me ajudar com informações.
Eu não sei se a informação tinha lhe causado algum efeito considerável ou não. Seu rosto raramente entregava alguma coisa.
Diante do seu silêncio, eu dei um passo à frente, curiosa.

- Por quê?

Ele balançou a cabeça, depois de alguns segundos.

- Nada.

Eu juntei as sobrancelhas, caminhando até seu lado e me curvei um pouco sobre a janela, olhando para a mesma direção que ele, há pouco, e contemplando a escuridão do lado de fora.

Observei a manta de grama que beirava a artificialidade de tão verde, e dava entrada ao jardim, logo após o lago, que provavelmente estava a poucos graus de congelar por completo. Pisquei algumas vezes, considerando a possibilidade do álcool estar afetando minha visão, mas nenhuma figura se deu forma além das estatuetas do chafariz de mármore. Estava vazio!

Uma confusão genuína abrigou minha expressão.

- O que você está olhando? - perguntei, esticando o corpo novamente.

Ele estende a mão e acaricia rapidamente a minha bochecha com as costas do indicador e dedo médio.

- Nada - fala novamente, se afastando da janela. - Você deveria dormir, você parece cansada. - Eu não duvidava nada daquilo, mas dormir simplesmente não tinha sido uma alternativa para mim, nos últimos dias.

Eu alcanço sua mão, dando um passo abrupto e repentino, e me ponho a sua frente, fazendo seu corpo se chocar levemente contra o meu. Eu me apoiei na sua cintura, e ele me segurou firmemente pelos cotovelos. Minha cabeça deu voltas e minhas pernas formigaram por conta do álcool.

Eu inclino um pouco a cabeça para melhor ver o seu rosto.

- Você pode ficar um pouco? - pergunto com voz meio esganiçada e lenta.

Eu percebi que o álcool estava cem por cento no controle do meu corpo, quando minhas mãos subiram pelo seu torço, e meus dedos tatearam as curvas dos seus músculos sob o tecido fino de algodão.

Eu não sei para onde minha vergonha tinha ido, talvez tivesse sido afogada em algum momento depois do quarto ou quinto gole de vodka, mas algo sobre tê-lo ali, disponível, e ao alcance das minhas mãos fez uma agitação se instalar no meu ventre.

Apenas um canto do seus lábios se levantou, formando um sorriso charmoso, quase indecente e ele concorda, mas por algum motivo, parecia um pouco hesitante.

Ele me puxa para perto e seus lábios encontram seu caminho até os meus, mas eles não se movem. Ele estava um pouco tenso. Suas mãos estavam no meu rosto e se mantiveram ali. Quentes e firmes, mas contidas e precavidas.

Não satisfeita, eu envolvi seu pescoço, e aprofundei o beijo, sem me perguntar o que o deixava hesitante, e por um momento ele mesmo pareceu esquecer.

Seus lábios responderam ardentemente, e eu coloquei toda a coordenação que me sobrara, em tentar não tropeçar nos meus pés enquanto o puxava em direção a cama.

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⏰ Última atualização: Aug 03, 2021 ⏰

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