Capítulo Quarenta e Quatro

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— Puta merda! — Lisa exclamou batendo a mão livre na testa assim que deixamos o hospital. — Droga, droga, droga!

— O que foi, maldita? — Tentei não soar preocupada. Bom, obviamente, eu consegui.

— Eu... eu... ah...droga... eu esqueci da Tzuyu!

Muito bem Lisa! Bravo! Palmas para a babaca!

Muito bom ouvir o nome da praga galopante dos infernos!

Inferno!

Eu machuquei a porra da menina?

Respirei fundo e demonstrei um pouquinho de compaixão.

— O que tem a bonita? Ela machucou?

— Ela só teve uns ralados. — Lali pegou o celular no bolso da calça e digitou algum número, o colocando no ouvido logo em seguida. — Tzuyu? Me perdoe, eu acabei encontrando alguém importante no hospital, me perdoe mesmo, você já está em casa?

Alguém importante.

Nananinanão Jennie! Não se iluda meu amor! Foi apenas modo de falar.

Portanto, precisei morder o canto da boca para não sorrir.

— Tudo bem. Nós vemos depois. Melhoras.

Esperei ela guardar o telefone e observei sua feição. Estava levemente irritada. Comigo? Obviamente, não vou bancar a egípcia depois de tudo que eu fiz, mas em legítima defesa, eu tive motivos.

— Ela está bem?

— Está. Não foi nada grave. — Lisa estendeu o braço em direção a rua e eu não entendi nada. Ela estava ficando doida? Volto para casa do pai e perdeu uma parte do cérebro? — Táxi!

Ah,ela estava chamando o táxi.

Isso não muda o fato dela ter perdido uma parte do cérebro.

— Por que você não pediu um Uber, criatura? É muito mais barato! Aliás! Onde está o meu carro?

Me afastei de Lisa lentamente. Já conseguia manter meu corpo em equilíbrio. Não vou ficar me segurando nela a fazendo de muleta. Quanto maior a distância, menor é a chance deu retroceder de tudo o que eu penso e deixar minha calcinha cair no chão.

— Eu não tenho o aplicativo, Unnie. E quanto ao seu carro, não se preocupe, eu vou ligar para Jisoo assim que chegarmos, ela pode resolver isso.

Unnie. Como eu senti falta de ouvir isso.

-  Tá. Tanto faz. - Cruzei os braços. O táxi parou bem a nossa frente e Lisa correu para abrir a porta para mim. — Eu tenho duas mãos, sabia? Não precisa bancar a cavalheira agora do nada.

A maior ignorou completamente meu comentário e esperou que eu entrasse para fechar a porta e se sentar no banco do carona.

Lisa começou a informar meu endereço antigo para o taxista. Bufei irritada e a interrompi mostrando no GPS minha nova moradia. Lisa ficou confusa e me questionou sobre quando, e, porque eu me mudei. O motivo ela já sabia, mas perguntou apenas para me irritar. Já quando, eu não quis responder e fingi que ela não havia perguntado.

— Pode deitar aí, Unnie, quando chegarmos, eu te acordo.

Eu não queria obedecer nada que venha dela. Mas, pensando bem, um pequeno cochilo não vai fazer mal para ninguém, sem contar, que eu mereço, eu mereço descansar por um longo período. Mereço hibernar.

Apoiei a cabeça no braço e fechei os olhos lentamente.

— VOCÊ ACABOU COM MEUS PLANOS SUA VADIA! VOCÊ ACABOU COM TUDO!

O que estava acontecendo? Eu não conseguia ver quem era. Eu não conseguia reconhecer seu rosto.

Ele estava gritando comigo. Me sacudindo pelos braços diversas vezes. Estava doendo, estava doendo muito. E eu estava com medo. Muito medo. Eu não conseguia rebater seus xingamentos. Eu não conseguia sequer me mexer, eu deixava que ele me machucasse e eu não conseguia me defender.

— SUA VADIA! PUTA! VOCÊ SEMPRE FOI UMA CACHORRA! DESDE PEQUENA!

De repente todo o ar me faltou. E um aperto em meu pescoço me fez tossir diversas vezes. Eu estava com tanto medo, que não conseguia o empurrar. Apenas apertei seus pulsos e desferi alguns socos no seu peito.

Minha visão ficou escura. O ar não entrava em meus pulmões, apenas saia. Meu corpo ficou extremamente mole e apenas a mão em meu pescoço, me sufocando, me suportava para que eu não desabasse no chão.

Tudo ficou silencioso. E eu não conseguia ver o rosto. Sabia que era um homem. E isso foi o que mais me assustou.

Um homem.


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Yes, Mommy | JenlisaWhere stories live. Discover now