Daniel havia sido carinhoso, atencioso e preocupado, tratando-a como uma princesa em todo momento. Sua companhia preencheu os dias, fazendo as horas voarem. Se sentiu tão à vontade em sua presença, que conversou sobre os mais diversos assuntos e se entregou completamente, como se o conhecesse há décadas.

Foi natural, inexplicavelmente bom e absurdamente agradável.

E para Daniel não havia sido diferente.

Mal sabia ela que sentado em seu escritório, nesse mesmo instante, ele repassava minuciosamente em seus pensamentos cada segundo que passara com ela.

McCain já havia experimentado muitas coisas prazerosas na vida, mas nada se comparava à sensação de tê-la em seus braços. Passou as pontas dos dedos sobre seus lábios, relembrando o toque aveludado da boca de sua mulher. A lembrança do perfume dela inundou suas narinas, como se ela estivesse bem na sua frente. Suas mãos ainda sentiam a maciez da pele de Bárbara, e a lembrança da calidez de seu corpo lhe estremeceu.

Recordar os momentos que passaram juntos era atordoante.

Pela primeira vez em sua vida, Daniel não queria trabalhar, tomar decisões ou pensar em números. Ele queria Bárbara. Queria se deixar incendiar pelo toque dela, queria perder a consciência no deleite absoluto que ela lhe proporcionava.

Não fazia sentido que sua esposa estivesse tão perto, a algumas paredes de distância, e ao mesmo tempo tão longe de seus braços.

Afoito, decidiu ir até ela, independentemente de qual seria sua reação.

As palavras ditas mais cedo naquele dia tinham sido devastadoras, mas ele não deixaria que isso se transformasse em uma barreira.

Abriu a porta do escritório de supetão e saiu à toda velocidade, dando de cara com Bárbara no corredor. O impacto fez com que ela se desequilibrasse, mas ele tomou-a nos braços com um movimento rápido, espalhando os papéis que ela levava nas mãos pelo ar.

– Me desculpe. – Daniel disse olhando-a profundamente nos olhos – Eu não queria...

– Está tudo bem, não se preocupe. Você não tinha como imaginar que eu estava atrás da porta.

– Mesmo assim, eu não deveria ter saído desta forma, não queria te machucar, lamento.

– Não machucou, fique tranquilo.

Aquela troca de gentilezas mascarava o desejo insuportável que ambos sentiam de dizer o quanto sentiram falta um do outro.

– Está atrasado para alguma reunião? Parecia estar com pressa... – Arriscou perguntar Bárbara, sem saber ao certo o que dizer.

– Não. A pressa que tinha era para ir até a sua sala ver você.

Suas palavras a emudeceram e a fizeram corar.

– E você? Tinha algo para me dizer? O que são esses papéis?

Bárbara encarou-o, visivelmente dividida entre dizer a verdade e dissimular sua real intenção em vir até ali.

– Podemos entrar? – Ela perguntou.

– Mas é claro. – Ele respondeu, dando um passo atrás para que ela entrasse primeiro.

Daniel trancou a porta assim que passou por ela e tomado por sensações fortes demais para ignorar, agarrou-a pela cintura.

– Ah, eu não aguento mais. – Disse no instante exato antes de beijá-la avidamente.

O beijo foi uma posse e Bárbara não ousou resistir. Retribuindo à altura, enlaçou-se ao pescoço dele e saboreou-o com deleite.

Os minutos passaram sem que eles tivessem consciência disso e antes que terminassem um beijo, já começavam outro.

– Quer saber? Que se dane! – Daniel disse ofegante, bem próximo aos lábios dela.

– Que eu me dane? – Bárbara respondeu estonteada e ele sorriu.

– Não querida, que se dane todo o resto, menos você. Que se dane meu orgulho imbecil, não vou fingir. Você acha que tem poder sobre mim? Você tem toda razão! Sou louco por você e perco completamente o juízo quando estou ao seu lado. Não dá para evitar e já faz muito tempo que é assim.

Ainda zonza por causa dos beijos, Bárbara se perguntou se estava entendendo direito o que ele queria dizer. Estava prestes a articular uma pergunta quando ele continuou a falar.

– Você é linda, sua pele me enlouquece e seu perfume me transtorna. Não consigo parar de pensar um só minuto nos dias em que passamos juntos. Eu não tive o bastante de você minha querida e preciso desesperadamente de mais.

Aquelas palavras fizeram sentido. Ela entendia perfeitamente a necessidade que ele tinha dela, pois sentia o mesmo com relação a ele. A afinidade que tiveram e a entrega que experimentaram era arrebatadora. Ela também não tinha tido o bastante e queria mais, muito mais.

– Vamos sair em lua-de-mel – ele continuou – Para qualquer lugar do mundo em que eu possa estar só com você.

Isso era exatamente o que ela tinha em mente.

Bárbara não disse mais nada, apenas assentiu com a cabeça e voltou a colar-se nos lábios dele. Não queria saber como seria o amanhã, pois o hoje estava sendo absolutamente perfeito.


O Protetor - Série case-se comigo - Livro 1On viuen les histories. Descobreix ara