Capítulo 5

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Por mais que quisesse se convencer de que não era obrigada a aceitar aquela proposta, Bárbara simplesmente não conseguia. Se fosse por ela mesma seria muito fácil dizer não, mas tinha em sua frente a oportunidade de realizar o sonho de sua família, principalmente de seu pai, que havia trabalhado muito para erguer a McNamara Têxteis e ela realmente valorizava isso.

E como poderia não valorizar? Tudo o que possuía tinha começado ali, sua faculdade foi paga com os lucros da empresa, sua agência foi montada com os mesmos recursos e até seu apartamento era uma conquista proporcionada por cada gota do suor de Gerard.

E agora, deitada em sua cama, rolando de um lado para o outro sem conseguir dormir, pesava os prós e contras da situação. Se não aceitasse a oferta possivelmente passaria sua vida inteira se culpando por isso. Apesar de ser um tanto sentimental, seu lado racional costumava falar mais alto, mas não quando o assunto envolvia sua família. Esse, de fato, era seu calcanhar de Aquiles.

No entanto, pensar em como seria trabalhar para McCain lhe causava arrepios. Se ele se comportava daquela maneira para fazer uma proposta, como se comportaria ao cobrar resultados?

Com certeza não de maneira amigável.

Bárbara acreditava em seu potencial e sabia que quando há vontade e trabalho duro, alcançar um objetivo é questão de tempo. Também não tinha medo da pressão envolvida no exercício do cargo, afinal em uma carreira publicitária a pressão é uma constante. Sabia que era capaz de produzir resultados e estar à frente do marketing da McCain Corp sinceramente seria o sonho de qualquer profissional.

Sem dúvidas havia mais prós, concluiu. Mas quais eram os contras?

Era um só: ELE.

Daniel McCain era nada menos do que uma incógnita impossível de se decifrar. Escondia suas emoções com maestria, se é que elas existiam. Não dava para saber se estava gostando ou não de algo já que sua postura ereta e seu olhar penetrante não passavam nenhuma pista. Todas as pessoas do mundo emitem algum tipo de resposta a seu interlocutor enquanto ele fala, seja uma concordância com a cabeça, um movimento das mãos ou uma expressão pelo olhar, mas não ele.

Como lidaria diariamente com isso?

Olhou para o relógio. Já passavam das quatro da manhã.

Desistiu de tentar dormir, vestiu o roupão e foi para a cozinha tomar um leite quente. Sim, era disso que precisava.

Mas, nada adiantou e quando viu os primeiros raios de sol entrarem pela janela anunciando o amanhecer, decidiu que se só uma pessoa poderia ajudá-la a chegar a uma conclusão. Vestiu-se rapidamente, pegou as chaves e menos de quinze minutos depois já estava a caminho da casa de seus pais.

***

– Filhota, que prazer recebê-la! Mesmo que tão cedo. – disse seu pai sorrindo.

– Sim, um prazer, mas por favor Bárbara não poderia ter avisado? Quase me mata de susto chegando essa hora! – completou sua mãe.

– Desculpe mamãe, mas decidi de última hora. Precisava realmente falar com papai.

– Pela sua expressão é sobre a empresa.

– Na mosca mamãe. Você sempre acerta.

– Claro que sempre acerto, eu te conheço desde o primeiro chorinho meu bem. Vou deixá-los para que conversem.

E após um beijo na testa da filha Heloise deixou a sala.

– Diga-me querida, o que quer conversar. – perguntou seu pai.

O Protetor - Série case-se comigo - Livro 1Where stories live. Discover now