– Daniel, vou voltar ao trabalho. – Ela anunciou durante o café.

– Acho que ainda é cedo demais. – Ele respondeu.

– Não estou pedindo sua autorização. Estou apenas dizendo que vou voltar.

– Ok. Acalme-se. Estou apenas interessado em sua plena recuperação, nada mais.

– Certo. Desculpe. Acredito que o trabalho vai me ajudar na recuperação. Me sinto melhor com a mente em atividade.

– Está bem. Se é o que quer. Que tal amanhã? Tire o dia hoje para descansar, tenho um compromisso e terei que sair.

– Tudo bem. Aonde vai?

– Cuidar de alguns negócios.

– Fora da cidade?

– Sim.

– Então não vai para a empresa?

– Não, é em outro lugar. Passarei o dia todo fora. Chego para o jantar.

– O dia todo? Deve ser um compromisso importante...

– É sim.

Por mais que Bárbara sentisse uma vontade enorme de continuar perguntando, se conteve. Ele claramente não queria dizer aonde ia.

– Tenha um bom dia querida. Descanse bem. – Daniel disse beijando-a suavemente nos lábios.

– Sim, obrigada. Para você também.

Ao vê-lo sair, foi inevitável que ela sentisse um grande desconforto.

Se eram apenas negócios, por que não dizer que compromisso era aquele? O que ele estava escondendo?

Durante toda a manhã ela tentou distrair o pensamento. Leu um capítulo de um livro que há tempos queria terminar, mas se perdeu tantas vezes na leitura que acabou se irritando e desistindo. Foi para a piscina tomar sol, mas não conseguiu relaxar, seu corpo estava tenso. Por fim, decidiu tomar outro banho, sentar-se na varanda e pedir um suco gelado.

Ian veio servi-la com sua habitual gentileza.

– Bom dia senhora. Como está? – Ele disse enquanto servia o suco.

– Bem. Eu acho.

– Com todo o respeito, percebo que algo a incomoda. Posso ajudá-la de alguma forma?

– É muito amável de sua parte Ian, mas creio que não. Estou apenas...bom, apenas pensando.

– Entendo.

– Meu marido estava estranho essa manhã. – Bárbara disse em um desabafo repentino, que nem mesmo ela esperava fazer.

– Estranho senhora?

– Sim. Geralmente me diz onde vai, mas essa manhã não. Eu não quero parecer uma mulher patética e paranoica, mas o comportamento dele foi meio incomum.

– Se me permite, creio que não há nada de patético e paranoico em uma esposa se preocupar com seu marido. Mas pode ser que ele apenas tenha sido conciso, como de costume. Não quero parecer invasivo, mas o que exatamente a incomoda?

Bárbara refletiu por alguns segundos.

– Não sei. De verdade, não sei. Acho que tenho medo justamente do que não sei sobre ele. Daniel não costuma se abrir muito, nem mesmo para mim. Isso causa uma certa insegurança.

Ian encarou-a como se refletisse em uma questão de causa e efeito.

– Sempre fui leal ao Sr. McCain... – disse ele após alguns minutos que pareceram uma eternidade – ...sempre achei que era meu dever zelar por seu bem-estar, uma vez que ele me confiou sua casa e seus empregados e sempre me deu carta branca para agir.

O Protetor - Série case-se comigo - Livro 1Where stories live. Discover now