Capítulo 01

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Eles se odiavam.

Sim, eles se odiavam. Os Prentiss e os Hotchners se odeiam desde sempre. São uma versão atual e distorcida de Montéquios e Capuletos. Eles não sabem quando tudo isso começou ou se um dia tudo isso vai acabar. Eles só tinham certeza de uma coisa, eles se odeiam. Eles eram rivais em tudo, em suas empresas e franquias, cafeterias, docerias, perfumaria e todos o resto, mas eles eram inimigos principalmente na política. Desde que iniciaram na política, Elizabeth Prentiss e Craig Hotchner competem, eles são dois animais políticos, ambicioso e poderosos. Nenhum dos dois venceram a guerra, mas estão sempre ganhando grandes batalhas, o placar sempre igual, e isso é o que mais irrita as duas famílias.

Atualmente os dois estão concorrendo a Deputado no Condado de Columbia, Washington.

Craig Hotchner é casado com Christine Hotchner, juntos os dois têm dois filhos, Aaron Hotchner, o primogênito de 35 anos e Spencer Hotchner, o caçula de 24 anos. Os dois filhos compartilham dois grandes amigos, David Rossi, o famoso escritor de Best-seller e Derek Morgan o corretor de imóveis bem sucedido do país. Aaron é o principal responsável pela campanha do pai, Craig acredita que Aaron transmite uma boa imagem. Ele não exige muito de Spencer em relação a imagem da campanha, pois ele não é charmoso e carismático, ele não é quem o povo quer, o povo quer alguém como Aaron Hotchner. Essa é a cruz dele.

Aaron é bom nisso, ele sabe jogar o jogo da política, mas não significa que ele gosta. Ele é bom em passar a imagem que sua família exige, do filho que apoia e briga com unhas e dentes pelo sonhos do pai. Ele é bom com as entrevistas, para jornais, revistas, sites e TV. Ele é bom em parecer superficial. Mas ele não é nada superficial e ele odeia tudo isso, ele odeia política.

Odiar ainda é um eufemismo.

Elizabeth Prentiss é casada com William Prentiss, eles têm três filhos, Emily Prentiss a mais velha com 31 anos, Theodore Prentiss o filho do meio com 28 anos e Amelia Prentiss com 22 anos. As melhores amigas de Emily são Penelope Garcia, ela é uma das maiores no ramo da tecnologia, e Jennifer Jareau (JJ) trabalha com relações públicas, é ela quem cuida dos escândalos da família. Elizabeth quer transmitir uma imagem de força para todas as mulheres, e por isso ela acha uma boa idéia a sua primogênita ser praticamente o rosto de sua campanha. Ela é linda, forte (não só de aparência), é inteligente, sabe se portar bem em entrevistas e em qualquer coisa que lhe for imposta, ela é boa em lutar, ela é um animal quando quer. Mas ela não gosta disso, ela não gosta de ser essa pessoa, ela não é um animal político, ela odeia política.

Odiar é um elogio, é algo mais escuro que isso. Ela e a política são arquinimigos.

Eles tinham acabado de terminar o segundo debate para deputado. Mas as duas semanas que antecederam cada uma das famílias dessenterrou muita sujeira uma da outra, jogaram muita merda no ventilador.

Emily reconhece que isso é política, que é necessário jogar sujo, mas ela não concorda. Por que tem que derrubar o outro para sair na frente? Ela sente que morre algo nela toda vez que faz esse joguinho. Além de odiar política, ela odeia essa rivalidade entre as duas famílias. Eles não podem somente se odiar sem se atacar?

Emily saiu e foi para um bar, ela tinha esperança que o álcool pudesse lavar seu interior sujo pela política. Ela nem passou em casa para tirar o terninho, ela queria ficar longe daquela casa, o mais longe possível. Então ela foi para um bar que nenhum deles nunca ousariam colocar os pés, era um ótimo lugar para se esconder, e melhor, os frequentadores de lá nem acompanhava a política, portando nem sabiam quem raios era Emily Prentiss.

Ela sentou no bar, tirou o blazer e desabotoou dois botões da camisa social branca que ela usava, amarrou a confusão negra que estava seus cabelos em um rabo de cavalo.

A linha tênue entre o amor e o ódioWhere stories live. Discover now