Capítulo 15

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Ela não viu, nem ouviu falar de Aaron na semana seguinte. Nem durante todo o mês. Não que isso fosse incomum, mas ainda assim...

Ela apareceu no apartamento de JJ e se arrependeu de não ter ligado quando encontrou um tal de Will sonolento e exausto saindo do quarto dela. Emily disse que podia voltar outra hora, mas Will disse que já estava de saída.

JJ foi acompanhá-lo até a porta e quando voltou, Emily tinha um sorriso brincalhão no rosto.

— Quem é aquele? Você não me falou de nenhum Will.

— Eu não queria falar ainda, é muito recente.

— Então ficou sério? Quanto tempo estão saindo.

— Desde o final do ano passado — JJ disse, encolhendo um pouco os ombros, talvez culpada e envergonhada por ter mantido segredo.

— Como escondeu isso por tanto tempo de Penelope?

— Sorte, eu acho. — Ela vai para a cozinha, na intensão de preparar algo para comer — Então, o que faz aqui me derrubando da cama tão cedo, a qual estava bem aconchegada com um homem tão sexy?

Ela pensa em mentir, pensa em não estragar a manhã animada da amiga e a nuvem de felicidade que a cobria. Mas uma voz irritante no fundo de sua mente, que soava muito como Aaron, diz para não fazer isso.

— Tommy apareceu no meu apartamento alguns dias atrás.

JJ mudou imediatamente, sombras tomou o lugar do brilho levado em seus olhos.

— Você está bem? — Ela procura rapidamente hematomas em seu corpo e Emily sente algo estilhaçar dentro dela.

— Estou.

JJ pegou foi pegar o telefone e Emily sabia para quem a amiga ia ligar. Penelope.

Penelope apareceu não muito depois de JJ forçá-la a ingerir algo.

A cautela excessiva, como se ela fosse quebrar se fosse perdida de vista, era o que ela queria evitar. É o motivo de não querer contar. Ela odeia essas sensações.

— Podem dormirem comigo algumas vezes na semana? Posso dormir no apartamento de vocês também. Só por enquanto. Vou falar com meus irmãos também.

— Oh, querida, claro que pode — Penelope disse docemente — Fico feliz que nos contou.

Sim, não teve muito escolha, ou a voz de Aaron nunca calaria. Fique sozinha. Aposto que é assim que ele sempre quis que ficasse.

— Eu sei que odeia isso, Em — a voz de JJ era  suave, mas não a ponto de Emily querer explodir. JJ a conhecia bem demais para isso — mas são cuidados necessários. Para sua segurança.

Isso não é vida. Isso não é vida.

— Eu sei.

Ela viu a mesma cautela e superproteção nos olhos dos irmãos. Theodore já estaria acampando em seu apartamento no outro dia, e Amélia, a que geralmente não é tão demonstrativa, a abraçou com força e disse que também iria com Ted.

Amélia fez compras e declarou noite de cinema. Talvez todo aquele açúcar deixassem eles acordados a noite toda, mas não se importaram. Emily perguntava quando Amélia voltaria para a faculdade, então tiveram um conversa sobre responsabilidades e que havia muitos que lutaram para uma vaga em Yale, Amélia conseguiu com facilidade e estava negligenciando.

Amélia ignorou, é claro.

Apesar de tudo que a presença deles indicava, Emily estava gostando de tê-los ali. Seu apartamento nunca esteve tão alegre.

A linha tênue entre o amor e o ódioWhere stories live. Discover now