Capítulo 17

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Estavam almoçando na sala, sentados no sofá, quando Emily perguntou:

— Me trouxe aqui pra transar?

Ele parou o garfo que levava à boca. A boca permaneceu aberta alguns segundos.

— Não — respondeu somente.

— Então por quê?

— Eu apenas quis te convidar, Emily. Você pareceu... insatisfeita com o meu sumiço. Convidá-la pareceu uma boa.

Filha da mãe presunçoso.

— Isso não faz nenhum sentido. — Ela voltou a comer, então algo clicou em sua mente — Você me trouxe para ficar de olho em mim — Exclamou.

— Não foi isso.

— Foi sim. Eu tinha acabado de falar que tinha contado para as meninas e para meus irmãos sobre Tommy, e que eles ficavam comigo algumas vezes por semana. Então você me convidou para a sua cabana afastada de tudo e de todos. Que comovente — zombou.

— Você estava brincando com a própria segurança.

— Então está admitindo.

— Você está segura aqui.

— Eu não preciso da sua ajuda. Eu não quero sua ajuda.

— Eu só queria que não ficasse sozinha. Quem mal tem isso?

— O problema é que eu não preciso de você!

— Eu já entendi isso. Eu sei que não precisa de mim e te trazer aqui não significa isso. Tome isso como todas as outras vezes que saímos.

— Não houve sexo nas outras vezes que nos encontramos.

Ele deu um sorriso maroto.

— Foi um acréscimo legal, não foi?

A almofada que ela jogou quase derrubou o almoço dele. Aaron riu, feliz por sair da conversa defensiva.

— Pervertido.

— Devo lembrá-la que foi você que começou com isso? — disse, a voz baixando para um ronronado sensual — Lembra que agora a pouco você disse que adora como eu...

— Calado.

— Não conheci você tão tímida — continuou provocando.

— Cale sua maldita boca.

— A mesma boca que fez você gemer tão loucamente e que a deixou querendo mais.

— Como se você também não quisesse — retrucou ela.

— Sim, mas eu não estou negando.

Ela revirou os olhos, então se levantou, indo em direção à cozinha. Ele se pôs a rir, não importa quantos anos se passem, provocar Emily sempre ia ser satisfatório.

...

— Por que não está falando comigo? — apareceu Emily, na porta do quarto dele, enquanto ele mexia no armário. A voz parecida com de uma criança mimada que não conseguiu o que queria.

Ele virou para ela um pouco atordoado.

— Pensei que ainda estava furiosa pelo meu ato heroico.

Ele sabia que não devia provocá-la com esse assunto, é sempre um mar revolto quando ele mexe nisso. É um milagre que ele saia ileso. Pelo menos fisicamente.

— Pegue seu ato heroico e enfie no seu...

— Ei.

Ela senta na cama dele com um bufo raivoso, ignorando o olhar de reprimenda de Aaron por sentar na cama ridiculamente arrumada, sem nenhuma dobra.

A linha tênue entre o amor e o ódioWhere stories live. Discover now