don't look at me like that

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O homem se levantou e caminhou até ela, que estava de costas pra ele.

         - Ei, eu não quis te chamar de maluca - ela se virou com um sorriso tímido.

         - Tudo bem, talvez eu seja mesmo, mas as melhores pessoas são assim não é?

         - São sim, Alice - Bucky costumava ler com a mãe dele quando pequeno, um dos contos favoritos da mulher era Alice no país das maravilhas, era impossível se esquecer disso, a mãe, sua casa no Brooklyn e alguns momentos com Steve, era tudo o que ele se lembrava, mesmo assim precisava se esforçar muito para trazer vida a essas memórias.

A garota aumentou o sorriso quando o soldado respondeu sua citação, e então o entregou a toalha ;

        - Então, o banheiro é da suíte, no meu quarto, mas é só um banheiro, nada demais não é? - Ela sutilmente arrumou seu quarto antes que ele entrasse, mas tirando isso, não tinha nada demais, era só um banheiro.

         - Ok.. olha, eu não preciso tomar banho. - Ela deixou ele nervoso, mesmo sendo só um banheiro, era dentro do quarto dela, um espaço de privacidade, certo?

          - Desculpa Barnes, mas quando foi a última vez que tomou banho? - Ela deu uma risada, mas falava a verdade, ele não cheirava a rosas, e com razão, fugiu de um lugar pro outro por dias.
Ele não teve muita opção, pegou a toalha e a seguiu.

       Depois de um banho quente, e longo, Bucky se sentia outra pessoa, ele só tomou banho três vezes nas últimas duas semanas, um jato de água fria num posto de gasolina.

       Quando saiu, deu de cara com o quarto vazio de Hope, ela estava na sala, provavelmente arrumando uma cama improvisada pra ele. Sabia que não devia, mas observou o quarto, é incrível o quanto se conhece uma pessoa analisando o quarto dela.
      Hope era, mais uma vez, organizada e apaixonada por clássicos, seu quarto tinha muitos livros, mas esses eram da faculdade, uma pilha deles, - estudiosa - ele pensou.
       O quarto também não era grande, uma cama de casal, uma escrivaninha e o armário; mas os pôsteres coloridos de Jazz na parede cinza, iluminava o quarto. Ele reconheceu alguns dos álbuns, Ella, Louis... os melhores do clássico, - bom gosto - . Também tinham milhares de papeizinhos colados na escrivaninha, anotações de prova, lembretes, e frases de livros. - Os móveis não eram vintages, mas a alma dela sim. - ele sorriu com essa conclusão.

          - Barnes? - Ela bateu na porta - Eu arranjei roupas pra você. - Ele estava só de toalha quando ela entrou, como ele demorou a responder ela assumiu que ele ainda estava no banho.

          - O-oi - ela estava sem ar? - Desculpa, achei que ainda estava lá dentro. - para de encarar Hope! - aqui..

         -  Onde conseguiu? - disse pegando a roupa
         - Hm, a calça é do meu ex, achei ela perdida, e a blusa eu comprei o tamanho errado, é unissex então, serve.

       Hope só teve um namorado desde que se mudou pra NY, estavam ficando sério, ele quase que vivia na casa dela, mas um dia, eles simplesmente perderam a química, ela precisava focar no que a fazia feliz, nas pequenas coisas, mas ele era ambicioso demais, e cada um acabou seguindo um caminho.

           - Obrigada! - 'não, eu que agradeço' pensou, olhando pro homem a sua frente, cabelos molhados, abdômen surreal e... oh meu Deus, o braço! Era incrível e muito bonito, assim como Bucky. Era robusto, tinha uma estrela vermelha e encaixes, que moviam silenciosamente quando se mexia - sexy - Ela limpa sua mente e volta a prestar atenção no mundo a sua volta, aquilo era errado.

         - Quando vai parar de me agradecer por tudo?

        - Desculpe

        - Pode parar de se desculpar também - sorriu gentilmente, ela estava próxima dele então precisava olhar apenas para seu rosto, foco! - Somos amigos né. Quero dizer... somos?

         - Eu vou dormir no seu sofá, então acho que tudo bem dizer que somos amigos - ele ficou vermelho, era tão fofo.

       Hope saiu do quarto, esperou ele trocar de roupa e depois foi tomar seu banho. Antes de deitar, foi checar se Bucky estava bem.

       Ela estava usando um pijama branco, de setim, não revelava muito de seu busto, mas o short deixava suas pernas amostra, ela era alguns centímetros menor que Barnes, mas ainda era alta e tinha curvas que favoreciam seu corpo. Barnes ficou sem palavras, sentiu suas bochechas queimarem.

        - Então... Você me deixou ver o braço. - ela se lembrou de mais cedo, quando ele negou mostra-lo, mas agora, estava com uma camisa apertada, marcando seu abdômen, e seu braço estava quase todo exposto.

        - Pois é. É que eu, eu não gosto dele. - o homem odiava o braço de metal, se sentia inseguro e desconfortável, toda vez que ele se olhava no espelho, pensava em todas as coisas que foi capaz de fazer.

        - Eu acho ele incrível - começou a se aproximar, sentando no sofá ao lado dele - é lindo.

Bucky não imaginava como ela era capaz de pensar assim, mas gostou do elogio, era bom saber que pelo menos alguém não se sentia intimidado com ele, e que esse alguém fosse Hope.

        - Ele me trás más lembranças - abaixou a cabeça.

A garota tocou seu ombro, sentindo o quer que o amedrontasse, ela queria ser capaz de fazer algo por ele.

       - Você sente isso? - disse descendo as mãos pelo ombro dele, a camisa que usava era colada, ele era muito maior que o ex dela.

       - Mais ou menos, eu sinto mais a mão, e a cicatriz, onde foi encaixado.

Ela segurou a mão dele, fazendo carinhos.

       - Sinto.

       - E isso? - Ela elaçou seus dedos nos dele

       - Sim...

      Hope o olhou nos olhos, mais uma vez sendo hipnotizada pelo azul viciante. Barnes também a encarava, os dois não sabiam o que dizer, simplesmente sentiam a presença um do outro, era reconfortante. Ambos eram muito sozinhos, passaram grande parte da vida tendo seus pensamentos como melhores - ou piores - amigos.

    A noite não estava fria, mas a ventania aumentou nos últimos minutos, entrando pela janela da sala e atravessando-a , fez a porta do quarto de Hope ranger.
    O barulho os tirou do tranze, ambos sem graça, sem saber muito bem o que aquela troca de olhares poderia significar. Empatia? Gratidão? Sentimentos confusos, frio na barriga... Um dia capaz de mudar a vida pacata dos dois.

     A garota tirou sua mão da dele, afastando-se, com as bochechas rosadas. Ela se levantou, finalmente indo dormir, antes de entrar em seu quarto, ela trancou a porta da frente, as janelas e então apagou as luzes, deixando apenas o abajur a serviço de Bucky.

        - Boa noite sargento - Ela sorriu e fez sinal de contingência.

Barnes abriu um sorriso tímido:

        - Boa noite doll


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     Aaaaaa! Eu estava tão ansiosa por esse capítulo! Sei que não aconteceu nada demais, mas os sentimentos estão começando a aparecer...
     Não vou dizer muito, só avisar que estou trabalhando muito  no capítulo 4 e ele vai vir bem maior que os outros, então se preparem! Amo vocês!
   -  Não se esqueçam de votar, se gostarem  -

Com amor;  Bruna



Não somos vilõesWhere stories live. Discover now