Não somos vilões

I'm crazy about you

     - Ok, Ok... você devia ter comido alguma coisa antes de beber - Bucky diz rindo, enquanto segurava os cabelos de Hope, que vomitava no banheiro.

   Depois que acabou, ela deu descarga, levantou meio tonta e lavou a boca.

    - Desculpa por isso - fez uma cara de nojo.

    - Não se preocupa, como eu disse, devia ter comido alguma coisa antes.

    - Eu ainda tô bêbada? Porque acho que vomitei a semana toda agora... - uma leve risada de humilhação rsrs.

     - Sim Hope - riu - a bebedeira só passa depois da ressaca.

  Ela fez uma cara feia - droga - pensou.
  Passaria o resto do dia mal

Mas uma coisa a fazia bem, ter tirado aquele peso enorme dos ombros, finalmente se abrir com alguém, aquilo a libertou, a fez entender como se sentia e o que queria. Agora que fechou seu passado, poderia pensar mais no futuro.

    - Mas e você? - falou moada - Só eu fui prejudicada é?

Bucky riu entre os dentes

     - Foi mal doll, eu não fico bêbado - ela ficou confusa - tem haver com o soro, sabe?

     - Aaaah, sortudo. 

     - Não é tão bom assim. - fechou os lábios, pensou na sorte que teria se a bebida fosse capaz de livrá- lo, mesmo que por alguns minutos, de suas memórias.

       Eles finalmente se alimentaram, apesar do dia bonito lá fora, Bucky fechou as cortinas porque a luz incomodava Hope.

        Ela tomou um remédio e um banho, e agora, ambos estavam no sofá se encarando.

    - O que tá fazendo? - ele apertou os olhos enquanto ela o encarava seriamente sem piscar.

    - Tentando ler sua mente...

A expressão dele mudou, abaixou a cabeça
    - Por favor, não.

   Hope piscou, e percebeu que ao contrário dela, falar de seus problemas não foi alívio algum para Bucky, na verdade, aquilo só abriu mais espaço para o passado o atormentar.

   Ela pegou a mão humana dele

     - Bucky?

    Ele voltou a olha-lá

      - Feche os olhos - ele ficou confuso, desconfiado - por favor...

    O homem obedeceu, ele sentiu ela se aproximar mais, seus joelhos se encostaram, ele conseguia ouvir sua respiração.

     - O que você quer James? - Hope falou baixinho - Imagine que tenha se livrado de seus demônios, o que você faria, onde iria... Me conte.

   Ainda de olhos fechados, ele respondeu:
     - Honestamente? Eu não sei, me sinto perdido, o tempo todo - apertou de leve a mão de Hope - E-eu... não sei quem sou, sabe? Eu não me lembro das coisas boas, que me fariam ter uma personalidade.

     - Isso não é verdade. Você tem a mim, e um trabalho, você gosta de música, e filmes de ficção...

     Ele abre os olhos, e sua respiração falha ao perceber o quão próxima ela está.

      - Tente me dizer, só uma coisa, que você tenha certeza. - Hope o observou pensar, retomar o raciocínio enquanto se perdia no rosto dela

       - Você.

Ele falou

Ela não entendeu a resposta

        - Você Hope, é a única certeza que eu tenho.