Corte de Sombras e Ouro

A Espada e o Príncipe

                                                                                                              Azriel

— Você está bem Feyre? — Azriel pergunta preocupado. — Quem é essa?

— Estou. — disse Feyre ofegante, olhando para menina desacordada na grama. — É minha carranam aparentemente.

Azriel apesar de surpreso, não esboçou expressão alguma em sua face. Virando se para menina, buscando com seu poder curá-la de alguma forma.

— Ela está esgotada. — afirmou Azriel. — Precisa descansar, e ficará bem.

Az conseguia ler a expressão preocupada no rosto de Feyre ao olhar para menina. Uma fêmea com longos cabelos loiros volumosos, cortados de um jeito que ele nunca tinha visto antes, descendo pelas costas em cascatas, seus lábios delineados perfeitamente, a expressão que exibia era severa demais para um rosto tão delicado, era linda, mas apenas uma menina, Azriel conseguia sentir a juventude percorrendo o corpo desacordado dela.

— De onde ela veio? — perguntou Az.

— Eu não sei, ela só apareceu. — disse Feyre, tomando uma pausa ao continuar — Eu pude senti-la, foi poderoso, como se ela me cedesse toda sua energia, eu pude sentir um controle impecável sobre todas as minhas habilidades, mas acima de tudo eu senti ela, me acolhendo e guiando.

— Não acho que a ideia de alguém com um laço desse com você agradará muito Rhys. — disse Azriel com cuidado.

— Quando eu mostrar a ele, tenho certeza que entenderá. — disse Feyre.

Como se convocado, Rhys atravessou para eles naquele instante.

— Você está bem? — Rhys direcionou a pergunta a Feyre.

Os dois ficaram em silêncio por um minuto, comunicando se pelo laço de parceria, algo com que Azriel já havia se acostumado a muito tempo.

Um momento depois, Feyre assentiu para Rhys que enviou imagens, sentimentos e uma ordem para mente de Azriel.

Ele conseguiu visualizar o controle passado para Feyre, toda uma fonte de energia impressionante conduzida para parceira de Rhys, assim como um sentimento puro de amizade e companheirismo no momento compartilhado, a ligação selada. Sentiu Feyre tentando chegar a mente da menina, e se perdendo em um labirinto de névoa, sendo manipulada pela névoa a se afastar. E sua ordem, mantenha-a em algum lugar, até ela acordar. Azriel não demonstrou ao seu Grão-Senhor sua irritação pelo serviço de babá, ao atravessar a menina para seus próprios aposentos — não mais compartilhados com Cassian — na propriedade nova.

Deitou-a em sua cama retirando os sapatos dela, — sapatos brancos, estranhos, nunca tinha visto igual antes — e sentando em uma cadeira a sua frente, abrindo cartas de seus informantes e decodificando-as, como sempre fazia.

                                                                                                                 ***

                                                                                                   Anabella

Cada fração do corpo de Anabella doía, quase não suportou o esforço ao abrir os olhos. Seu queixo tremia de frio, seu corpo parecia ter entrado em colapso. Ela sentiu seu estômago embrulhar. Se mexeu lentamente na cama, os lençóis cheiravam à névoa fria da noite e cedro.

Anabella se sentou lentamente, sua visão ficou turva ao encarar o ilyriano a sua frente, sentado confortavelmente, com uma caneta enroscada em sua orelha, debruçado sobre muitos papéis que analisa meticulosamente.