Capítulo 36

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     Não é fácil para ninguém, vê a morte de perto, vê as pessoas que você ama partindo sem a possibilidade de dizer um simples adeus ou até mesmo um eu te amo

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     Não é fácil para ninguém, vê a morte de perto, vê as pessoas que você ama partindo sem a possibilidade de dizer um simples adeus ou até mesmo um eu te amo. Encontrar corpos e enterrar corpos, essa estava sendo a rotina desde que ela decidiu abrir mão da sua vida para pagar uma promessa a um velho amigo sem ao menos saber o que iria acontecer no futuro. E nesse último mês foram muitas descobertas que os deixaram em alerta, descobertas tristes e dolorosas, muitas dessas afetava diretamente o psicológico de Lorna, mas não que ela quisesse demonstrar essa vulnerabilidade, mas em muitos momentos parecia impossível controlar.

Após a forma trágica que a língua da Joe foi encontrada ou melhor foi enviada, Lorna tinha acionado um mecanismo de autodefesa, quando algo fora da sua rotina acontecia a morena travava, mas tentava não entrar em surto. Ela não conseguia mais fazer nada corretamente e isso a deixava bastante receosa.

Todos a sua volta estavam preocupados com o seu estado psicológico, mas ela não cedia, sempre dizia e se esforçava para mostrar que estava tudo bem. No fundo ela só queria que tudo aquilo acabasse, que ela pudesse voltar para a vida que sempre amou, mas nunca deu o devido valor.

Muitas vezes Lorna se perguntava se Zurique realmente tinha sido necessário, e se não tivesse ocorrido tudo aquilo? Será que se ela não tivesse passado por tudo aquilo estaria nessa atual situação?

Ela tomava bastante cuidado com os seus questionamentos, sabia que um passo em falso em relação a isso e tudo o que Keaton fez questão de esconder todo esse tempo seria exposto, Tasha não suportaria passar por tudo aquilo, não novamente, as consequências seriam bem maiores, e Reade iria lhe odiar para sempre, mas afinal, cinco anos já tinham se passado desde de que tudo aconteceu, ela infelizmente só foi obrigada a estar no lugar errado e precisou participar de tudo isso sem opinar ou sem direito de escolha, ela até tentou mas não foi lá grande coisa. Tasha também não teve outras opções, em resumo: duas mulheres fortes, ambiciosas e de personalidade forte que foram forçadas de forma indireta a viver um destino que não eram delas. Ou era aquilo ou conviver para sempre com a culpa, mas isso não foi lhe questionado, apenas foi submetida a tudo aquilo.


     Era mais um final de expediente, daqueles bem agitados que tudo o que mais se quer é chegar em casa e relaxar tomando uma cerveja. E foi isso que Lesley pensou durante todo dia, essa noite iria acontecer as semifinais dos jogos, ela se questionou se não seria uma boa ideia convidar Lorna, ela sabia como a morena estava nas últimas semanas e um pouco de distração lhe faria bem.

— Ei, terra chamando Lorna! — Ela falou um pouco mais alto depois de chamar a morena por duas vezes e ela não esboçar nenhuma reação.

— Ai, desculpa! Faz tempo que você está aí? — Lorna perguntou um pouco sem jeito.

— Não muito. Como você está? Passou a semana toda distante e agora parecia que estava em outro mundo.

— Estou melhorando aos poucos. É um processo lento. — Tentou justificar. — E você como está?

A MORTE TEM COR Where stories live. Discover now